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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Anita Ekberg.

Anita Ekberg.

Muitos de vocês, meus amigos, não sabem o que era ter 12 -14 anos nos tempos da Anita Ekberg... Ainda mais vivendo num país cheio de "vergonhas"... Como de comprar uma camisinha (que nem havia disponíveis em qualquer farmácia, e receber os olhares de crítica da freguesia)... Ou ser pai aos 14 por descuido mútuo... E no cinema, então...
Conseguíamos "adivinhar" a Anita Ekberg absolutamente nua, sem sabermos se tinha celulite, se os joelhos eram simétricos, se a pele era macia ou não... Nua era uma deusa alí, ali mesmo, na tela, tão perto, e tão longe...


Era motivo de conversa às segundas feiras, função da seção de cinema de domingo as "Soirées" dos cinemas lisboetas... Um amigo meu descuidou-se tanto e tão depressa, que a namorada ficou grávida quando ele tinha 14 anos e foram obrigados a casar, vivendo os dois no mesmo lar, uma semana em cada casa dos pais... Sorte que tanto os pais dela quanto dele não eram separados, senão teriam que viver em quatro casas por mês... Uma complicação, além das despesas...

Eu peço perdão a Anita Ekberg por todos os maus pensamentos que tive por ela em minha juventude... Faleceu no final de semana passado, domingo, aos 83 anos, de uma forma melancólica Ao que parece chegou a pedir ajuda financeira à fundação Fellini.


A vida é assim mesmo. Raramente temos uma nova oportunidade. Casou três vezes, creio, mas nenhuma comigo, seu fã incondicional àquela época. Diria então, se nos tivéssemos encontrado, que eu era muito novinho. Mas como poderia ela adivinhar quantas vezes transamos juntos virtualmente num tempo em que nem existia Internet?

Anita Ekberg virou estrela da história. Do cinema ainda é.


® Rui Rodrigues.

Ôpa.... Deus existe ou não ? Je suis Charlie!



Estou escrevendo meu artigo sobre a composição do espaço-tempo para ver se a Science estará disposta a publicá-lo... E nestas horas sempre nos defrontamos com a existência de "Deus"... Existe ou não?
Ninguém pode provar que sim, nem que não, mas certamente será muito diferente do que pensam que seja, todos nós aqui da Terra... Só conseguimos entender Deus na medida menos exata de nossa capacidade de entendermos sua obra... E se atentarmos que as religiões que conhecemos - todas elas - foram escritas por quem nunca estudou cosmologia, astronomia, física ou matemática, então a imagem de Deus que criaram não pode ser , de forma alguma, nem próxima da verdade. Não poderiam conhecer profundamente sua Obra, e Deus tem que ser profundo para ser Deus. Tem que ser mais que o Homem ou a Mulher, ou o mundo gay...
Temo que ao final de mais uns sete bilhões de anos, quando o Sol crescer até se transformar numa gigante vermelha e todos nós morrermos assados, ainda não teremos chegado à conclusão do que é "Deus" ou como Ele é, ou o que Ele quer...
Suspeito fortemente que o que Ele quer - se é que existe - É NADA!
Deus não pode querer nada porque teria TUDO ! Ou então, para querer alguma coisa seria um reizinho desses que conhecemos cheios de vontades, porque não teria como conseguir o que quer sem nossa participação e ajuda. Que Deus precisa de ajuda, de quem o defenda, de quem o VINGUE? Só terroristas precisam que Deus seja vingado... Mas então teríamos um Deus vingativo... Isso não é Deus... Deus é tão forte que não precisa que ninguém o vingue porque nunca perdeu nada.
Usam a religião para imporem suas vontades... Todos os sacerdotes, manipuladores das Igrejas e congregações, seitas e templos... Muitos imbuídos apenas de ignorância e infantilidade de construir um Éden na Terra, outros para apenas poderem ganhar a vida, se alimentar, serem ricos. Se Deus quisesse isso, vinha aqui e faria exatamente isso sem precisar mandar terroristas armados para balear lápis e as mãos que os seguram para desenhar... Seria um Deus imbecil...Deus não é imbecil...
Mas, de qualquer forma, a existir um Deus, então será D'Us... É o mais compreensivo que conheci e convive em paz com todo mundo. Só não convive bem com quem não quer viver em paz.

Quem não entende da Obra de D'Us, o Universo, quer ser teólogo ou adivinho...


® Rui Rodrigues 

domingo, 11 de janeiro de 2015

Somos muito lentos... Muito lentos....

Somos muito lentos... Muito lentos....


O cara via o Sol nascer de frente para a sua janela... Ao meio dia, quase a pino... E quase à noite, o Sol desaparecia na parte de trás da casa. No dia seguinte, lá estava o Sol outra vez de frente para a janela.
O grego teve a certeza absoluta que o Sol passava por detrás da Terra, girando à volta dela... E assim se criou a ideia que tudo girava em torno da Terra. Achavam até que o Sol, quando estava na parte de trás da Terra reaquecia as fornalhas para continuar aceso com a mesma força sem apagar...

Quando 1.600 anos depois (para vermos como somos lentos) descobriram que os planetas giravam em torno do Sol, que a Terra era redonda... Nossa.... Estávamos já por volta de 1450.... E só em 1915 se descobriu que Deus- a existir como o imaginam - construiu o universo segundo leis que o governam por si mesmo sem necessitar da intervenção diária e constante de sua atenção.


Acreditamos em tantas coisas - ainda e hoje - por que somos lentos, muitos lentos, que talvez se demore mais uns mil para jogarmos no lixo uma porção de crenças e fés que só se explicam porque somos lentos... Muito lentos, cheios de crenças e de fé...
Pior de tudo é que cremos no que nos dizem outros lentos, muito lentos, quase parados, que apenas leram o que meia duzia escreveu sem provar nada, sem ter contribuído para o desenvolvimento deste planeta... Não inventaram nem uma pilha, nem o uso da nafta para automóveis, nem uma maquina a vapor, nem um fogão a gás, uma lâmpada simples... Só coletavam dízimos.... E coletaram muitos. Outros, bem longe, cobravam para ler nas entranhas de peixe, e ainda hoje há quem creia e tenha fé em quem lê borras de café no fundo da xícara...Há presidentes que chamam adivinhos para os guiarem(mas não se sabe em quê)...Mas outros, ainda, por um punhado de trocados trazem de volta seu noivo, sua noiva, curam dor de cabeça...Fazem andar paralíticos, mas jamais fazer crescer uma perna nova a quem perdeu uma.


Não se postula se Deus existe ou não. O problema é: Como que Ele é? O que Ele faz todos os dias? Ainda está por aqui ou já se foi? Quem o vê ou ouve ? E quando dizem que falam com Ele, que língua ele fala ou falava?

Acho que a existir, fala Matemática, Física, Genética, Astronomia... etc... etc....E se disse alguma coisa, teria sido : Aprendam porque vão precisar...E onde estará? Por aí... E se mandou instalar alguma coisa foi escolas! Mas não nasceu por aqui...Para construir esta imensidão de universo, só podia estar fora desta imensidão, há 13,7 bilhões de anos...

E queimaram o Copérnico numa fogueira. Sorte que fundamos universidades para aprender o que se pode aprender sem adivinhações e Stephen Hawking não nasceu nesse tempo...

RR

sábado, 10 de janeiro de 2015

Pela União das Sociedades Livres Internacionais.



A água só encharca a areia e o solo, porque há espaços entre os pequenos grãos de matéria, de areia... Há solos desde secos até encharcados e submersos...
Nós, humanos, não temos como sociedades formadas, a coesão necessária, como nas argilas onde todos os grãos estão perfeitamente unidos e coesos, e quando isso acontece, com a população toda unida, dizemos que estamos politicamente sob a forma de um ultranacionalismo que leva ao nazismo, ou ao comunismo ou à extrema-direita.
Os movimentos "de exceção", fora da curva provável (de Gauss) de comportamento social, vêm crescendo assustadoramente. Primeiro foram atos terroristas de cidadãos de países árabes nos idos dos anos 60, desviando aviões da rota e abatendo-os. Mataram atletas judeus nos jogos Olímpicos de Berlim. Aqui no Brasil também os tivemos. Depois, mais tarde, apareceram os Talibans no Afeganistão, as FARC na Colômbia, A Al-Qaeda, outros mais, grupos confusos na Síria, e o Boko-Haram, este o mais recente, que matou recentemente mais de 2.000 cidadãos na Nigéria, povoados inteiros em fuga. E há o ISIS, este mantendo um exército de simpatizantes de muitas nações do mundo. Nesta semana a Al-Qaeda fez vitimas entre inocentes de um jornal humorista francês em Paris: o Charlie Hebdo.
Tal como a água, estes grupos terroristas encontram seu espaço para invadirem sociedades, torna-las reféns, cortar-lhes os pescoços, abatê-las a tiro, crucificá-las, bater em mulheres, raptar mulheres estudantes, apedrejá-las, praticando todo o tipo de barbáries medievais, em nome, dizem eles, de Maomé, de Alá.
Nossas sociedades têm-se mostrado permeáveis a este tipo de penetração estranha ao nosso contumaz comportamento de sermos democráticos e a favor de não medir esforços para manter a paz e a tranquilidade. Mas aqueles não nos deixam viver assim...E nestes casos, dar a outra face a quem nos mata, torna-se impossível, e a fé tem que ir para o lixo...Nossos governos precisam unir-se todos em prol de um mesmo objetivo...
É guerra ao terrorismo, aos terroristas, tirá-los do poder, estejam em que países estiverem, acabar com exemplos de que terroristas podem chegar ao poder de uma nação!!!!!
RR

A experiência do semelhante.

A experiência do semelhante.


Ele acreditava que o universo era “algo” muito simples. Tão simples tão elegante, que se pudesse aplicar uma força de modo adequado num pedaço à toa de espaço-tempo, poderia formar outro universo distinto deste em que vivia, sem que, contudo, os dois interferissem um no outro. Era como se criasse um novo universo, com as mesmas propriedades, numa outra dimensão de espaço-tempo, os dois invisíveis um para o outro. Afinal, já era fato assente na comunidade astrofísica internacional que nosso universo tem onze dimensões. Não doze, nem dez. Onze!



Para isso, precisaria de um acelerador de partículas, hádrons, ainda maior que o da Suíça, lá em Berna, chamado de CERN. Para a sua experiência, precisaria de um que acelerasse muito as partículas a serem colididas, de forma que a alta velocidade lhes desse a energia necessária para deformarem o espaço-tempo de forma a criar um novo universo. Achava que sabia, tal como os outros físicos seus conhecidos, como Deus havia feito este nosso Universo. Exatamente com que instrumentos, não sabia, mas sabia que tudo havia começado com um enorme big-bang, uma partícula extremamente carregada de energia, quente, pouco pesada, mas com altíssima densidade, tudo beirando o infinito e que logo após a sua formação começou a inflar tal como um balão, mas a uma velocidade ainda maior, muito maior que a da luz. Nada viaja a velocidade maior que a da luz, mas a inflação não é nada que se move. Nada se move na inflação, Tudo fica em seus lugares relativos, sujeito localmente a forças da gravidade na medida em que a matéria vai sendo criada.

Todos os seus cálculos estavam bem guardados em seu computador. Uma senha toda sua era necessária para dar-lhe acesso. Seus cálculos mais recentes indicavam que nem precisaria de nenhuma partícula para iniciar um novo universo. Bastava comprimir o espaço-tempo, todo ele à sua disposição em qualquer lugar da sala, da área junto ao seu quintal, a uma pressão quase infinita, assim como uma boa martelada dada com muita força, usando uma marreta. Claro que era só uma forma de se expressar para simplificar a forma de obtenção de um novo universo. Na verdade, precisaria mesmo de um acelerador de partículas que desse a volta á Terra e não apenas um círculo de uns 5 km de extensão como o CERN lá na Suíça. Deitou-se cedo naquela noite, e antes de adormecer, ainda lançou um pensamento para Deus, feito à sua semelhança, isto é, ele é quem tinha sido feito à semelhança de Deus, podendo até, eventualmente vir a ser um Deus, porque para ser aceito como Deus, bastava construir um universo. O problema maior para seu pequeno ego, era: Mas quem o aplaudiria depois? Quem o reconheceria como Deus?



No meio da noite, acordou suado. A noite estava quente e o pequeno ventilador que sempre fora suficiente para outros dias quentes não dava vazão suficiente de ar ventilado para baixar a temperatura. Era estranha a sua casa. Mesmo em dias quentes, bastava o ventilador para sentir um pouco de frio e ter que arrumar o lençol para se cobrir um pouco, dormindo tranqüilamente, mas naquela noite não. Fazia muito calor. Levantou-se, bebeu um copo de água fresca que retirou de uma jarra guardada na geladeira fiel comprada há dez anos atrás, nova ainda, e foi até a área da churrasqueira. Sentou-se numa cadeira para apreciar a brisa da noite que soprava do mar. Sempre soprava do mar, trazendo-lhe os sons fortes das ondas batendo nas areias da praia. Sabia que os peixes têm ouvidos e sempre se impressionou como poderiam os peixes viver perto da praia com um barulho terrível e constante das ondas martelando ecos na água de uma potência tão tamanha. Não ficariam surdos? Ou esses, de perto da praia, já seriam surdos por natureza? Levantou-se. Da cadeira, pegou o copo de água vazio e ia voltar para dentro de casa quando viu o martelo, a marreta, parecida com aquela de Thor, o deus nórdico do trovão, das histórias em quadrinhos. Era apenas mais pontudo numa das extremidades. Voltou a colocar o copo vazio em cima da mesa, pegou na marreta e foi até uma pedra grande, onde costumava fazer algumas de suas simples experiências. Ele era um semelhante de Deus. Poderia fazer um novo universo sem mesmo interferir com este nosso onde vivemos. E imaginou, num acelerador de partículas construído no caminho da Terra à Lua, uma partícula sendo acelerada, aumentando a velocidade a cada trecho de um enorme túnel, acelerada por enormes aparelhos magnéticos, e indo chocar-se contra um anteparo onde estava outra partícula. O choque das duas teria a energia necessária para a criação de um novo universo.



Repetiu o pensamento, mas desta vez segurando o martelo no ar, e baixando-o com força sobre a pedra de suas experiências. O martelo baixou estranhamente mais rápido do que de costume. Ao atingir a pedra com toda a força, não conseguiu ouvir o som da martelada. Não ouviu nada mais, mas conseguia ver perfeitamente. Via o planeta Terra na sua frente afastando-se bem devagar, ainda imenso, diminuindo a cada segundo. Sentia-se numa malha como feita de linhas de pescar, uma rede. Uma porção delas onde seu corpo se diluía, se esfumava de três para duas dimensões e depois nem um ponto sequer sendo. Sentia que seu universo estava criado, mas não via mais nada, nenhum brilho, nenhuma luz. Havia uma explicação científica: A luz ainda não se formara. Só daí a 300.000 anos luz, uma imensidão de tempo, mas evidentemente que veria tudo o que acontecesse nesse seu belo universo por toda a eternidade, desde a formação de matéria até a concentração em planetas líquidos, que secariam, teriam água, onde cresceria a vida. Minúsculos seres desceriam de árvores e começariam a caminhar até se tornarem deuses. Esse era agora o “seu” universo ao qual estava indissociavelmente integrado.Sua casa, seu martelo, estavam irremediavelmente perdidos num outro universo perdido definitivamente e do qual já não fazia parte.

Agora ele era eterno, e sabia o que era ser um Deus! Só ele sabia. Mais nada nem ninguém. Sem aplausos!

® Rui Rodrigues



Pontal do Peró, 10 jan 2015

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

"Pazta- zupa de Camarrun" ao Curry de Monsieur Rui - Sou eu mesmo....

"Pazta- zupa de Camarrun" ao Curry de Monsieur Rui - Sou eu mesmo....




(Prove e lamba os beiços e os dedos)

- Limpe um peixe extraindo apenas a carne e corte em cubos ou lascas. (Do restante, cozinhe tudo numa panela com restos de tempero e guarde no freezer para uso em caldos, para fazer uma sopa de piranha, etc...)- coloque numa panela com água...E já acenda o fogo...
- Corte um reponho médio em quatro partes. Picote uma (ou duas) delas e jogue na panela
- Adicione três dentes de alho picado, uma colher de chá de curry, meia a uma embalagem de creme de leite...
- 250 gramas de camarões pequenos, médios ou VG.. (Você manda na cozinha)
- Uma pitada de sal
- Coentro, um manchão picado... (mão cheia)
- Quando parecer que está tudo cozido, uns dez minutos, jogue massa a gosto (furadinho, pene, parafuso, etc... Não esqueça nunca... Você manda na cozinha)
- umas gotas de pimenta dedo de moça guardada em azeite (piri-piri para os portugueses)

Espere mais cerca de oito a doze minutos e escorra (jogue este produto do escorrimento junto com o molho feito do resto do peixe)

Sirva com queijo ralado generoso e uma boa regadela de azeite, juntando algumas azeitonas pretas. Pão caseiro pode ser uma excelente opção, tudo regado a vinho branco seco...

Passe bem... Viva bem... Coma bem... E não se envergonhe de molhar o pão na sopa... Ou melhor .. Na "Pazta-zupa de camarrun" ao Curry. Mas... Se preferir, bata tudo no liquidificador e CRAU! Trace sem medo de ser feliz...Com boa companhia ainda é melhor... E se não gostar... beba muito!....

RR

Em quantas partes o mundo se divide...O cardápio!

Em quantas partes o mundo se divide...O cardápio!


Em milhares... Talvez milhões... Mas não há maternidades no Vaticano. Todos são turistas residentes por lá.  

Em Norte e Sul, querendo dizer que o Norte do globo é mais desenvolvido que o sul do globo terrestre... Em desenvolvidos, em desenvolvimento e subdesenvolvidos... Em Cristãos, árabes, judeus, muçulmanos e terroristas... Em gays, heterossexuais, homens, mulheres, velhos e crianças... Em ricos, classe média, classe C, pobres e miseráveis... Em europeus, asiáticos, africanos,  americanos, sul-americanos, cubanos, hindus, indianos, albinos, albigenses...

Em pacifistas, terroristas, apáticos, ateus, professores, alunos, eruditos, alfabetizados, analfabetos e analfabetos funcionais.. Em internautas e nerds, humoristas, pessimistas, cínicos e fiéis... Em sulistas e nordestinos... Em padres, pastores, pais de santo, rabinos, brâmanes... Em negros, brancos, peles vermelhas, hindus, asiáticos, mulatos...

Em comerciantes, industriários, políticos, povo, policiais, bandidos, terroristas e religiosos, pedestres, motoristas, ciclistas, astronautas, aviadores e marítimos... Em ingleses, portugueses, franceses, brasileiros, alemães, escoceses, irlandeses, japoneses, chineses, norte-americanos, afegãos, uruguaios... Em continentais e insulares... Em velhos, homens, mulheres, crianças, parturientes... Em vivos, doentes e mortos.

Em esfomeados, bem alimentados, bafejados pela sorte, alijados... Legítimos e bastardos, bandidos, policiais e ladrões, réus advogados, promotores e juízes, assistência e jogadores...Futebol, voleibol, cricket, pôker, salto à vara, maratonas, natação... Nacionalistas, traidores, socialistas, comunistas, capitalistas, esquerdistas, direitistas, mafiosos, extremistas de esquerda, direita, centristas, democratas...

Governos e povos, polícias e ladrões, ateus e religiosos, médicos e pacientes, prós e contras, agricultores e pacifistas, loucos, dementes, sãos, perdidos e salvos, náufragos e imigrantes, bons e maus, ocidente, oriente, extremo-oriente e Oriente Médio, Mídia e espectadores, telespectadores, médicos, enfermagem e assistentes... Corruptos e incorruptível (só deve haver um, mas ninguém sabe quem é, onde reside)...

Honestos, maldosos, gozadores, humoristas, teatrais, exagerados, discretos, tímidos, metidos, dançarinos, atores, palhaços, equilibristas, bêbados, drogados, fumantes, cachaceiros, uisquistas, vinhistas, cervejistas e cervejeiros. Vascaínos, flamenguistas, barçeiros, monarquistas, democratas e republicanos, barqueiros e balseiros, boiadeiros e trompetistas. Dijêis e diferentes, iguais, funckistas e fogueteiros, narcisistas, apologistas, escritores e beneficentes, poetas, versistas.

Cada um pode ser muitas coisas simultaneamente, fingir que é adepto de outras, tudo em maior ou menor grau e contra da mesma forma. Sempre unidos em grupos minoritários por si mesmos, mas que podem constituir imensas nações unidas pela liberdade ou pela força das instituições, com ou sem violência. Um indivíduo pode simultaneamente pertencer a vários grupos, e ao se falar contra um grupo, por vezes se mobilizam outros, dependendo da força de aglutinação de indivíduos em torno de um tema.

A mesma regra aplicada a todos os grupos, de coibir a liberdade de expressão, ainda que a expressão pareça de ódio, de humor, ou do que quer que seja, tornaria a humanidade como um enorme animal de boca fechada para não ferir susceptibilidades. Nenhuma delas!...Para uns, parece um anjo... Para a maioria é um demônio... Temos que ser menos susceptíveis, para não sermos tão odientos, odiados, odiosos...

Os limpadores de chaminés foram extintos com o advento do motor a gasolina, e não eram nenhuns demônios. Os inquisidores já se aposentaram para o bem da humanidade. Chega de inibir para proibir e castigar.... 


® Rui Rodrigues 

Charlie Hebdo (Hebdomadaire) et le monde...

Charlie Hebdo (Hebdomadaire) et le monde...

Faço-me uma pergunta: - Que outra religião, além da muçulmana, produz tantos “heróis!” terroristas que se dizem ser vingadores do profeta, do Islã, que são até capazes de confundir bom humor com afrontas?

Parece ser uma tendência mundial que luta pelo “politicamente correto”, pelo “fim” de declarações de “ódio”... Mas o que é “ódio”? O que é “afronta religiosa” ? Qual a interpretação?

Ninguém aceita que se fale mal da própria mãe, mesmo que ela seja capa de revista pornográfica, tenha traído o pai com mil amantes, e desfile hoje na zona de baixo ou alto meretrício da cidade. Baseamo-nos em “valores” e tradições que estão em desuso. É uma questão de tempo nos habituarmos às mudanças de sociedades em evolução e transformação. Quando evoluem no sentido de nossas tradições, costumamos apoiar. Quando elas divergem, costumamos recriminar. Daí ao ódio – o que quer que isto possa significar – vai um curto passo. Ódio se evita imediatamente, ao vermos algo novo e dizermos nós mesmos: Gosto (ou não gosto) disto, não sou assim (ou sou), mas todos têm o direito de pensar diferente. Foi graça a pensamentos diferentes que evoluímos e estamos aqui, agora e hoje, nos questionando sobre o que é “direito” ou não. E o que é direito?


Mas há vários fatos que explicam este comportamento de não se aceitar o pensamento dos demais. O primeiro deles é a competição num mundo cada vez mais povoado onde as disputas por empregos, pelas condições de vida em geral, buscam alguns a se unirem a grupos de mesma idiossincrasia para se sentirem mais apoiados e mais fortes. Cresce assim a ultradireita no mundo, tão terrível quanto a extrema-esquerda: Costumam ser excludentes e de controle social extremamente ditatorial e duro. Não é disto que precisamos. Mas este é um tipo de raciocínio racional. O outro motivo é religioso. Sempre foi. Mas ambos, quer o primeiro quer o segundo motivos, sempre acompanhados de fundo também político. No nosso passado histórico já tivemos perseguições a católicos, a judeus, e até aos próprios muçulmanos. Usaram todo o tipo de aberrações de controle. Tais como circos para jogar pessoas às feras, até as jogarem em fogueiras para assarem e todos verem. Muitos mudaram de religião para não serem perseguidos.

Nos dias de hoje matam-se até em jogos de futebol. É a raiva, o ódio, e uma porção de sentimentos que os levam a isto, mas a solução não é “corrigir” os desgarrados da “conduta”, mas tornar o mundo mais justo para todos. Esta função pertence hoje, integralmente, aos governos, mas não é isto exatamente o que vemos. O problema está em outro fator diferente da religião e da política: A economia!... Todos dão dinheiro, lucros, a quem chega ao ponto de liderança, mas os “súditos” continuam envolvidos por enormes pirâmides que não lhes permite participar dos lucros. Os lucros dos negócios que envolvem a política, a religião e a economia,constituem uma outra pirâmide invertida da primeira, a da sociedade dos dirigentes e súditos. Na primeira, poucos mandam a maioria obedece, na segunda poucos ganham muito e o resto pena para sobreviver ou viver mais ou menos. Duas pirâmides que precisam ser achatadas.

A primeira se achata com a Democracia Participativa(
http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/), todo mundo poder votar em tudo, absolutamente tudo. A segunda será achatada em decorrência da mesma Democracia Participativa. Mas... Há sempre um “mas”, tal como as sociedades buscam grupos de igual idiossincrasia, e são muitos os grupos de idiossincrasia semelhante, também os políticos se unem em grupos semelhantes em pensamento filosófico ou de conveniência, e muitas são as religiões até de mesmo deus ou semelhante.

Ou seja,... Mesmo na identidade comum continuamos a competir. É uma característica da humanidade, baseada no medo de perecer, na necessidade de pertencermos a grupos que defendam ideais comuns. Somos uma sociedade humanizada – pelo menos assim pensamos que seja – que não tem salvação, uma garantia de paz eterna, de um Éden na Terra.


Charlie Hebdo é um jornal semanal. Nele. Com muito humor, têm sido, e continuarão sendo postadas imagens hilárias que nos mostram como somos falsos, de conveniente interpretação de fatos assim nos agradem ou não, que vamos aos templos com coração protegido pela couraça da fé, e quando saímos enfrentamos o mundo “hostil” às nossa volta com tacapes, porretes, armas, e frases feitas aplicadas à conveniência de nossa (falsa) moral.  Tudo para fazermos parte de um “grupo” que só por sorte será unido e o mesmo quando entram em jogo outros fatores, como a sociedade, a religião, a política ou a fé...
 Não valemos nada... Ou quase nada. Somos uns falsos. Mas sabem quem não era falso?


O pessoal do Charlie Hebdo. Por isso os amo bastante, e os admiro... Dizem tudo com humor e sem ódio algum. Quem vê ódio em seu humor, tem ódio até o mais profundo de sua alma negra e mais falsa do que a nossa.


® Rui Rodrigues 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

O custo do litro de água no Brasil, pode estar engordando políticos...


A inflação dos custos de água chega a preocupar... Mas não é nada que não se possa entender...
Como sabemos, água não tem que se alimentar de ração, não tem que usar vacinas para evitar doenças, não precisa de ação de veterinários... Nem de grandes instalações para pastos... Nem sequer de petróleo para alimentar enormes caldeiras onde possa ser amassada, pasteurizada... E ainda produz dois subprodutos: O vapor e o gelo... por que será tão cara?Porque se vende a água a um custo de litro superior ao da cachaça e do leite?
Porque é um “mercado” que interessa a muita gente, e do qual se extrai não só altos lucros, como também propinas e “extras” sensacionais...
Por isso não há interesse em aumentar a quantidade de Usinas de Tratamento de Água... Nem de construir adutoras para levar a água a essas usinas... Com tantos e imensos rios, nossa água no Brasil poderia ser até Grátis. Perguntem a vossos governadores que dizem representar vocês, porque não fazem isso...Ou também estarão interessados na “falta” de água que faz subir os preços? É a falta de interesse de governantes que alimenta esse fabuloso comércio da água... Alô Polícia Federal !!!!!
Quem não sabe ou é porque não estudou ou por que não quer saber...E para os "GOVERNISTAS", todos os erros são "atos de heroísmo"...
RR

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

A célula do Espaço tempo


A célula do Espaço tempo




Hoje, dia 05 de janeiro de 2015, entra para a história de minha história. É um dia de extrema felicidade. 

Vinha desenvolvendo uma teoria que aparentemente não tinha empecilhos. Comecei a desconfiar dela, não uma, mas duas , três, muitas vezes, sem encontrar defeito. No entanto, na medida em que mais procurava por erros, mais consequências decorrentes eu descobria que a consolidavam... E foi assim que, de algo que parecia pronto em dezembro de 2013, se prolongou por 2014  todo, e quase terminando hoje. É que ainda falta voltar a redigir tudo (porque descoberta gera descoberta) em PDF, anexar uns gráficos e mandar para a Science...

A unica coisa que posso adiantar é que descobri a mínima célula de espaço tempo, explicando o que é espaço-tempo, velocidade e tempo, sem ferir as equações de Einstein ou a Física Quântica modernas, mas complementando-as. Agora podemos saber com toda a certeza porque não podemos superar a velocidade da luz, porque as viagens no tempo são completa e totalmente impossíveis, e porque a velocidade da luz tem um limite. Porém, sob uma abordagem completamente diferente que pode abrir caminhos para uma tecnologia impressionante. E para finalizar: O Espaço-tempo pode ser usado como computador. (Não poderia deixar de levantar pelo menos este véu)

Algo completamente inesperado, apaixonante. Estou dando pulos de alegria, mas completamente frustrado: Não há bebida em minha casa hoje.... rsrsrsr

® Rui Alberto Monteiro Rodrigues

domingo, 4 de janeiro de 2015

Viver é muito simples e gostoso.


Viver é muito simples e gostoso.

Costumamos reclamar muito da vida. Então, para mostrar que não temos tantos motivos para reclamar, escolhi o mais difícil período da evolução humana para poder mostrar que a vida sim é muito simples, e gostosa de ser vivida. E como prova de que valeu a pena, estamos aqui para lembrar nossos amados ancestrais, nossos heróis, nossos milhares, milhões de pais e mães que ficaram no passado. Ficaram não. Se pudéssemos viajar a outro planeta em outra galáxia e assestássemos um telescópio super potente para a Terra, veríamos todo o passado de nosso planeta dia a dia, instante a instante e cada um deles. Mas falar desta possibilidade [1]é outra história.


Imagine um mundo selvagem daqueles tempos em que, extintos os dinossauros, os primeiros primatas começaram a palmilhar este planeta sempre em busca de fontes de água e árvores de frutos, arbustos comestíveis... Não tinham noção nem de quem eram, nem de onde estavam, e muito menos da razão, se é que havia alguma, de estarem ali, fazendo parte de pequenos grupos para melhor se defenderem dos predadores. Sim. Havia predadores, bastantes, fortes, ágeis. O tigre dente de sabre era um deles. O que pensariam esses primeiros primatas, numa situação de perigo, vendo um tigre dente de sabre atacando um membro do seu grupo, que se isolara por descuido, ou, para garantir a segurança do grupo, que se aventurara a ir um pouco mais á frente, assim como uma isca, um escuta. Talvez que o primeiro sentimento fosse o da perda de “algo” que fizera parte de suas vidas, e com o qual talvez até se tivessem divertido algumas vezes, quiçá um bom companheiro que os ajudava a colher frutas, um herói de lutas contra predadores, o mais atento do grupo que podia detectar o perigo mais facilmente que os demais. Talvez, porém, logo lhes adviesse um segundo sentimento. E agora, que ele estava sendo comido pelo tigre, quem iria à frente como escuta, para ajudar o grupo em seu caminho a são e salvo? Qual deles seria escolhido pelo macho dominante, o chefe, para a função? E talvez um ultimo sentimento, caso ele tivesse uma companheira, filhotes: Quem se tornaria responsável por eles? Como lhes contar a fatalidade?


Visto assim, a vida parece difícil, mas esses momentos tensos não aconteciam todos os dias, nem todas as semanas. Viviam tão preocupados com a vida do dia a dia, que o tempo para eles deveria ser muito relativo. Nem sabiam contar os meses nem os anos. Simplesmente viviam. Suas preocupações eram a água, o alimento, a segurança, conseguir uma fêmea para sentir prazer, mas para isso era necessário que ela tivesse “o cheiro”, aquele cheiro que os excitava, e elas nem sempre tinham esse cheiro. Não eram raras as brigas às dentadas, porque não conheciam armas nem utensílios para bater. Também não tinham nem idéia que transando poderiam gerar filhos. Seu faro apuradíssimo lhes salvava as vidas amiúde, percebendo a presença de predadores nas imediações. No entanto, predadores sempre pegam as presas mais fáceis, e esses nossos ancestrais não eram fáceis de pegar. Por outro lado, predador alimentado não costuma atacar, a não ser que se sinta provocado ou em risco e só matam o que precisam para comer. Por isso a mortandade entre eles era baixa. O maior problema eram as doenças, as quedas, a idade que geralmente não passava dos 30 anos. Mas não eram dias mais perigosos que os de hoje.


Podemos imaginar melhor vida que sair pelo mundo sem estradas, sem aviões, em contato direto com a natureza, sem grandes ambições porque os bens disponíveis se resumiam apenas a alimentação, água e oportunidade de fazer sexo? O máximo de que poderiam ter inveja era a força do mais forte do grupo para comer sempre o melhor pedaço, pegar o melhor lugar á sombra, ter a mulher mais apetecível. Mas quando descobriram o fogo, almejaram também se sentar no lugar mais conveniente perto do calor nos dias frios e nas noites escuras, mas isso era prerrogativa do mais forte. A descoberta da primeira arma, um tacape provavelmente, transformou seus objetos de desejo. Cada um queria ter o tacape mais eficiente. Depois, com a evolução, o arco mais duro e flexível, as melhores flechas, a melhor casa feita de varas e cobertas com peles de animais.

Estamos chegando a um ponto, nos dias de hoje, em que há tanta coisa, tanta coisa que se poderia ter, que queremos ter tudo. Continuamos apreciando a mulher do próximo, perdemos o faro para o cheiro das mulheres que já nem têm cio, porque isso se tornou irrelevante, já nem importância damos á virgindade, e até a cada dia mais de nós perdem o interesse por mulheres, e vice-versa, porque o objeto do desejo passou a ser o prazer, e não a mulher ou o homem. Discussões atentam contra o prazer e o matam. Já não precisamos viver em grupo, mas com tanta violência crescente, talvez tenha chegado o tempo de resgatar esse hábito dos nossos ancestrais. Andar em  grupos pelas ruas pode ser uma razoável  estratégia de defesa, até o dia em que os “predadores” percebam que também podem andar em grupos para terem mais eficiência nas “caçadas”. Por isso que muitos se isolam numa era de nossa evolução em que, em vez de 30 anos de expectativa de vida, já chegamos aos quase 80 anos. Somos agora mais altos e mais fortes que nossos antepassados e a coleção de bens disponíveis candidatos a objetos de nossos desejos, são inumeráveis.

Já pensou em passar seus dias vendo o nascer do Sol, trabalhar umas horas, comer, voltar a trabalhar, preparar o jantar, ver o pôr do sol, dar uma transada, conversar, tomar um copo de água e ler antes de dormir? Pode ter um automóvel, mas com tantos transtornos valerá a pena, com tantos ônibus, metrôs, trens, barcaças, todos com motorista privado, pagando apenas a passagem e nada mais? 
Apenas como exemplo.

E o que é “qualidade de vida” sem que nos tornemos escravos dessa qualidade?

Vale a pena pensar enquanto se lê sobre a vida na Terra, um conto de Shakespeare, um livro de história de qualquer nação, civilizações antigas, e há tanta literatura em prosa e verso... E com música então, fica muito melhor.

® Rui Rodrigues




[1] Passado, presente e futuro co-existem eternamente neste nosso universo. É uma vertente muito forte das características da Física Quântica. 

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

As marcas.


As marcas.

Algum adulto criança, ou mesmo uma, em minha ausência do condomínio provavelmente no dia (23 de dezembro de 2014) em que minha gata com quem convivia há 13 anos sumiu, se divertiu com o meu galo arrancando-lhe penas do rabo, reluzentes, brilhantes, coloridas, uma obra de arte. Alfredo é um galo naturalmente belo, uma obra prima da engenharia genética da natureza que nem usou de laboratórios nem de equipamentos sofisticados, embora tenha demorado milhões, bilhões de anos, para transformar pequenos dinossauros em aves. Tenho uma das penas que caíram no galinheiro como uma marca de um momento, de uma tragédia. Se há coisa que um galo preza são suas penas do rabo, uma distração para as fêmeas, um aviso aos outros galos de quem manda no terreiro.

A vida nos deixa muitas marcas. Colecionamos marcas. Umas delas me impressionaram bastante e eram tão simples... Marcas de rodas de carroça nas ruas empedradas de Pompéia, na Itália. Fui numa excursão saindo de Roma. Não tinha muito tempo para ver todo aquele mundo de outrora, colhido de surpresa pelas cinzas do Vesúvio quando entrou em erupção no ano de 49 DC. Fiquei ali sentado por momentos, vendo fantasmas vivos vestidos a rigor de tanto ver os figurinos em filmes e ilustrações de história, fugindo a esmo, na direção do Porto perto de Nápoles, sufocados, sem saber se chegariam na próxima esquina. Vi também os bares, as casas de prostituição com “grafites” da época fazendo propaganda para os dotes de prostitutas, propaganda para lutadores nas arenas de coliseus romanos: “Ave César, os que vão morrer te saúdam...” A vida de braços dados com a morte, uma fatalidade assumida, viver o momento enquanto se pode, e me pergunto quão longe estamos desses tempos de precariedade. Sexo era algo como comer, andar, sem restrições ou maledicências... Trepava quem queria com quem queria, como quem toma um chope com amigos ou amigas nos dias de hoje. Deixaram marcas... Muitas!

Quando visiteamos Citânia de Briteiros (eu e minha ex-esposa) no norte de Portugal, onde nasci, parei numa daquelas muitas construções de bases circulares, apreciando o que deveria ser a vida Celta naquele Castro. Crianças brincando, cavalos passando pelas ruas empedradas, o rio lá embaixo, mulheres lavando roupas, e numa das casas um druida usando plantas para curar um enfermo que sofria de sezões. Dava-lhe vinho para afinar o sangue, passava-lhe panos de linho umedecidos em água fresca de bilha, pedia um carneiro para lhe ler nas entranhas o futuro do doente, um homem rico que possuía terras rio abaixo onde cultivava vinhas. A mulher, jovem ainda, era bela, de lindos cabelos ruivos, olhos claros, e já não havia muitas assim, por se terem mesclado com os iberos. Só os costumes ainda perduravam. A genética, essa, já não era exatamente a mesma. E meu meditar sumiu como por encanto, quando ouvi e vi, claramente visto e ouvido, uma sentinela gritar: “Alerta!... Uma hoste romana se aproxima...” E deixaram suas marcas nas terras, nos costumes, em tudo e até na genética. Até hoje.

Um dia, em plena guerra mundial, a segunda, meu pai largou o radio onde escutava a BBC de Londres e as notícias da guerra. Deveria ser um sábado ou um domingo, porque tinha tempo livre, e saiu de casa. Encontrou-se com minha futura mãe no Caminho da Fonte. Foi ele quem me contou. Na verdade gostava da irmã dela, mas acabou se apaixonando pela minha mãe. O Caminho  da Fonte é um simples caminho, muito importante para mim, que aprecio tanto as coisas imateriais quanto as materiais. Um belo caminho idílico, nas proximidades da Serra do Marão, logo ali ao lado, encostada, visível, cheia de neve em muitos invernos. Como nasci em setembro, o dia em que meu pai se encontrou com minha mãe, deveria ter sido em dezembro, por volta do dia 08. Tento seguir-lhes os passos nesse dia, frio de inverno, um chegando depois do outro e não sei quem chegou primeiro ao lugar marcado. Sei que se amaram como se fosse a primeira e ultima vez. Quando minha mãe e meu pai se separaram nesse dia, o espermatozóide vencedor de meu pai já corria a caminho do útero de minha mãe, procurando freneticamente um óvulo acolhedor, pronto para ser penetrado e se fundirem num só elemento criador de vida. Que inteligência a desse espermatozóide e desse óvulo. Um, porque sabia perfeitamente o que procurar e o que fazer, como se tivesse “vida” própria. O óvulo, porque logo que o espermatozóide vencedor o penetrou, se fechou definitivamente para qualquer outro espertinho que tentasse penetrá-lo. Não há nada como se saber o que se tem que fazer. Quando meu pai chegou na aldeia, já minha avó materna gritava a plenos pulmões que meu pai tinha desgraçado a filha dela. A promessa veio em seguida á gritaria de minha avó, o casamento se consumou, mas só durou dois anos. Fiquei órfão de mãe por duas vezes. Uma foi essa, ao final de dois anos de casamento. A outra foi quando ela veio a falecer quando eu tinha dez anos. Deixaram marcas desde o Caminho da Fonte que tentei percorrer agora, tantos e tantos anos depois...

Mas voltemos ao passado...

O que somos realmente? Creio que somos produtos naturais importados da genética do passado, exportados para o mundo fora das origens e limites de nossas aldeias, lugares de nascimento. Movemo-nos num mundo onde ejetamos espermatozóides com mais ou menos amor, muitas vezes sem a intenção de procriar, outras sem se importar que se procrie, e na maioria das vezes desejando que do ato sexual não venha prole. Prefiro que se faça com amor, querendo mesmo que se procrie, com o fim de uma união e não porque seja “interessante” ter um filho ou uma filha. Jamais para ter um “troféu”... Meu pai ou queria ter um filho, ou não se importava de o ter. Para mim, vale. E carrego suas marcas, as marcas de minha mãe, minhas próprias marcas e outras familiares, de convivência onde já tive de ouvir uma frase destas: “Os outros que fazem os filhos e eu que tenho de os criar”. Sei perdoar e perdôo, mas não posso esquecer. Ainda mais quando ela dizia para a minha professora, já em Lisboa: “ Se ele chegar suado depois do recreio, dê-lhe umas boas palmatoadas”... Apanhei muitas, com uma palmatória de madeira cheia de furos, até o dia em que  de iniciativa própria estendi suado minha mão suada para a palmatória da professora. Nunca mais me bateu, e acabei com a vontade “dela”. Não se pode impedir uma criança determinada marcada por marcas, com genes de pai e mãe que se amaram.

O Caminho da Fonte  ainda existe, Pompéia e Citânia de Briteiros são museus a céu aberto, as marcas viajam no tempo, e só sabe delas quem delas avalia.

Agradeço a meu pai e minha mãe a minha existência feita de forma feliz. Estejam onde estiverem, saibam que me fizeram feliz e que sempre vivi feliz mesmo quando, aparentemente, não deveria estar. As marcas são mais fortes que qualquer coisa, até que religião, coisa forçada pelos costumes e não pelo raciocínio, pela racionalidade. 

® Rui Rodrigues 

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Curta peça de teatro em dois ATOS escandalosos


Curta peça de teatro em dois ATOS escandalosos

Segredos de Alcova de palácios e casas com pessoas de idade média, ou dos autos dos compadrecidos...

I) Na casa até então imaculada de branco

Hillary – Jura que foi só com a boquinha, Mônica Lewinsky?
Lewinsky – Juro, HC!... Já fiz até corpo de deleite na polícia. Sou virgem atrás e na frente. Adoro rolinhas...
Hillary - E tu, traidor, tarado... Juras que só molhaste o biscoito na boca da Mônica?
Clinton - Arrám...Bom.. Confesso que beijei o Clintóris dela... Uma vezinha só...
Hillary – Ta bom... Então fica tudo aqui nas quatro paredes desta casa branca, mas com duas condições. Aceitam?
Hillary e Mônica assentiram com a cabeça.
Hillary – Tu, traidor, tarado, vais me indicar para cargo público que depois eu resolvo minha vida sexual e política... E tu, Mônica, me ensina como que tu fazes... E ficam libertos para sempre. Podem chupar picolé e manga à vontade que eu num to nem aí. Beijim no ombro pra vocês...

II) No palácio do alvorecer da noitada

Diuma – vem cá, copeiro-mor, traidor de uma figa... Que porra é essa na Petrobrás que eu num tava nem sabendo? Até agora não recebi vintém...
Lulo – És muito esquecida... Então não combinamos que tu tinhas o PAC? É muita grana só pa ti... na Petrobrás temos que dividir com uma patota de cumpanheros... Já ajudei o Eike, o meu filho lulinha...
Fosteres – Eu não recebi nada. Vocês só me indicaram e os meus diretores são os que vocês colocaram lá para dividir o petróleo...
-Lulo – Deixa de ser mentirosa, bicho feio... Tu não levaste, mas teu marido levou, ou já esqueceste que ele faz parte da companheiragem?
- Fosteres. Não importa. Foi muito pouca coisa. Quero continuar no posto para equilibrar a minha orçamentação , senão eu boto a boca na jaca e toco o trombone, insuflo a flauta, toco a sirene, incendeio os propinodutos.
Diuma – Também quero... Aqui prócêis, Ó...Ô... Tenho uma filha e uma neta pra criar e um ex-marido inepto que nunca fez porra nenhuma. Não posso me aposentar em Cuba. Quero viver na Suíça, perto da FIFA. Estou cansada de ser secretária do Fodel.
Lulo – Então ficamos assim... A Fosteres continua no posto, a Diuma será reeleita com o equipamento das urnas venezuelanas, e eu fico na moita pra não levantar marola... Mas na Caixa Econômica, no BNDES, e nos Ministérios, ninguém mexe. Só os Partidos. Não podemos perder a boca que nem a Mônica Lewinsky... Num caso desses nem o Lewandovsky podia defender...



Cai o pano mas não caem governos...

E assim cada um arranja um modo de transar em paz... Uns transando uns com os outros ou outras, e outros e outras transando com o povo sem se compadecerem porque é tudo coisa de cumpadrecimento... Política e coisa amoral mesmo!

RR