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domingo, 14 de agosto de 2016

A longa viagem

1-A caminho de algum lugar
dezembro de 2050.

Lá fora a escuridão era completa em todas as direções apenas salpicada por minúsculos pontos de luz, uns maiores outros menores, uns mais brilhantes outros menos. O que quer que pudesse olhar pelas escotilhas(apenas havia duas) teria a sensação de   estar dentro de um compartimento parado, mas movia-se a 100.000 quilômetros a cada segundo, um terço da velocidade da luz. Nenhum desses pontos brilhantes parecia mover-se em relação aos outros. Não havia nenhuma referência para se sentir a velocidade, assim como quando se viaja de trem e se veem as árvores passar muito rapidamente pelas janelas. A sensação de estar parado era total. O interior da nave era muito pequeno, e não se via ninguém. Havia algumas minúsculas lâmpadas de LED que piscavam em alguns equipamentos, mas não havia ninguém para consultá-los. O espaço no interior da pequena nave era ocupado por equipamentos e depósitos. Não se via uma cadeira, um traje, um leito destinado a um ser humano. Aparentemente a nave não era habitada. Olhos mais atentos porém, perceberiam uma câmara circular no topo da cabine, e dois braços mecânicos disfarçados nas paredes laterais da nave, um de cada lado. Quem comandaria a nave? E porque deveria ser pilotada por alguém? Na verdade nunca se falou dessa nave, ninguém assistiu a seu lançamento ao espaço, nenhuma nação reclamou sua existência. Havia um som vindo de um equipamento especial que transmitia em ondas de rádio o conteúdo de um CD em várias línguas da Terra, e que se fazia ouvir também no interior daquela cápsula, fundos musicais dos países de origem dessas línguas. Numa pequena tela apareciam imagens de coisas da Terra, gente, animais, plantas, o fundo do mar, o planeta girando no espaço em volta do Sol, com sua acompanhante inseparável, a Lua. A nave destinava-se a ser percebida, encontrada, numa imensidão aparentemente desértica de vida. Os olhos humanos servem apenas para ver o necessário imediato. Mas a câmara interna, de 360 gaus, presa no teto, de vez em quando mexia-se. Uma ou outra lâmpada de LED acendia-se. 

2- Despertar de rotina
   

  
De repente acendeu-se tudo na cabine… Alguém chamava a nave em bom português do Brasil, como se houvesse algo vivo na nave.

-Alô missão Boitatá, aqui base do Inferno.... Bom dia, pessoal. Hora de acordar! 

-Alô missão Boitatá, aqui base do Inferno.... Bom dia, pessoal. Hora de acordar! Respondam...
Ouviram-se sons internos na nave, o braço mecânico da direita girou e ligou chaves manuais, o braço da esquerda fez o mesmo, apertou botões, acendeu lâmpadas, iluminou os painéis, o  olho mágico de 360 graus girou e girou e girou, mas não se via ninguém na nave.
- Aqui, missão Boitatá, alô Terra!... Têm que nos dar um tempo para acordar e responder. Por aqui tudo bem. Adiante... 
Bom dia, pessoal. Hora de acordar!... Deem-nos as coordenadas. Se tudo estiver bem, devem estar a meio caminho do destino. Saíram daqui da base da Barreira do Inferno há exatamente três anos viajando a um terço da velocidade da luz. Quando saíram daqui o alvo estava a dois anos-luz. Agora falta um ano-luz em distância a percorrer, ou seja mais três anos terrestres. Vão chegar lá com cérebro mais jovem ainda... Contem-nos como se sentem.

- As coordenadas conferem com as vossas. Estamos na metade do caminho. Cheguei a pensar, quando entrei em fase de "desligado", que o programa não iria funcionar, mas vocês não imaginam o meu prazer em sentir que estou vivo. Creio que Irene também... Irene?

- Ah... Olá... Fala a Irene. Sinto-me muito bem. Vocês nos limparam algumas memórias, para não sofrermos de saudades, certo? 
- Certo Irene!... Foi o combinado antes da partida. Vale o mesmo  para você, Carlos. Tudo o que quer que tenha sido bloqueado, quero que saibam, vai tudo bem por aqui. Então aproveitem o tempo, conversem entre vocês, porque em cerca de 6 horas serão desligados novamente, e voltarão a ser religados dentro de três anos terrestres quando estiverem chegando ao destino.
- Carlos falando... Digam-nos... Se não tivéssemos aceite o vosso convite  teríamos morrido, certo?
- Certo, Carlos e Irene... Quando chegarem ao destino terão que procurar urgentemente novas fontes de açúcar e oxigênio para serem eternos. 
- Entendido, Base do Inferno. Certo Irene?
- Entendido! Câmbio e desligamos!
Mas não se via ninguém na nave.

2- Conversa de casal antes de dormir




Na nave viu-se duas pequenas caixas de vidro que se abriram automaticamente no painel. Continham dois cérebros humanos ligados a um computador através de chips . Havia um cabo ligando os dois pelo cerebelo e estavam identificados como Carlos e Irene. Apenas os cérebros, nada mais. O cranio era de vidro transparente, de plexiglas, altamente resistente. Os cabos os ligavam a dois exo-esqueletos, como se fossem dois Transformers unidos para constituir uma nave. Estavam unidos pelo cérebro, pensavam em conjunto, sentiam em conjunto, raciocinavam em conjunto. Os dois cérebros unidos eram a mais potente máquina de pensar do Universo.

- Carlos... 
- Sim?
- Fizemos bem. Estávamos desenganados pelos médicos e ganhamos uma oportunidade de continuar vivendo.
- Penso o mesmo. O prazer de transar está todo no cérebro... Vamos dar uma? 
- Só se for agora... 

Quando estavam desenganados pelos médicos, tinham cerca de 70 anos. Agora comportavam-se como crianças de 18 anos, com uma vida eterna pela frente, e apenas dois pequenos cérebros para alimentar com uns poucos centimetros cúbicos diários de oxigênio, e umas gotas de açúcar... 


Ouviram-se risadinhas no interior da nave e universo afora... Na base do Inferno a equipe sorriu. Através dos sensores ligados ao centro de informações na base, sabiam exatamente o que que cada um via. E as fotos na parede mostravam como eles eram em sua vida normal. O cérebro é que constrói as imagens e os "perfis" que "julgamos pensar" das pessoas. O amor e o desamor constroem tudo, mas não é no coração. Do arquivo de cheiros e sons retiraram os de copos de cristal, de uma garrafa perdendo a rolha para um saca-rolhas, e do cheiro e sabor de um Chateau Lafite Rotschild 1787, como arrematado na Christie`s em Londres, em dezembro de 1985, 156.450 dólares  por uma garrafa apenas. Com a implantacao de chips, a economia mundial havia mudado. Podia ter-se de tudo sem comprar nada. Quase tudo...



Resolveram não se desligar. Ficariam vendo filmes, conversando, cozinhando, transando, sem ter que cuidar do regime alimentar, sem ter que pagar personal Training, sem dores nem preocupaçõesNão faltava o que fazer.    



® Rui Rodrigues 





terça-feira, 9 de agosto de 2016

Chuvas secas (dos contos de Amuleto)

Desiludido dos prognósticos das meninas do tempo, em busca de noticias que confirmem chuva, prescruto os céus e os vejo cheios de indícios. São as núvens, os tons de cinza de arrepiar, as poucas nesgas azuis, as umidades dos ares,as gaivotas voando sobre a terra seca, as aranhas recolhendo-se a lugar seguro fora das teias. Mas nada. Espera-se, e nem metade de nada. Nem a milésima parte do nada. A terra continua sedenta e a única umidade que cai nela lhe chega do suor do trabalho dos escravos dos impostos, da urina dos indecentes e dos necessitados de rua, do sangue de todos os que caem com os corpos furados sem modo de costurar, e de esgotos a céu aberto.

Nem a água que cai dos céus é pura como antes. Sem classe média, o mundo será uma classe de pobres rindo dos miseráveis. Os imobilizados que me perdoem o texto, mas os direitos impõem-nos ações de reparo que não nos parecem direitas. Temo que quando cheguem a cair, as gotas caiam secas! Sinto-me em traje de banho nas dunas do deserto do Saara, de caniço e samburá em leito de rio seco coberto de pedras ásperas.
Perguntei a minha mãe: - Cadê a chuva, mãe, que não nos chega?E ela, meiga e pura, chorou!.Eu. idiota, em minha inocência, ri! Estava chovendo de seus olhos!

Depois fui consultar minha consciência e só então reparei: Nunca tive mãe depois da nascença. E passei por mentiroso perante mim mesmo. Como se me ocorrera invocar um diálogo com minha mãe com quem nunca convivi? Teme-se que, se chover, tudo rache ao redor, mas não há gente suficiente para fazer uma roda da chuva!

E lá fui pelo deserto cheio de areias com minhas galochas da , procurar a umidade da chuva, que ainda seria tanta a ponto de nelas encalhar baleia. A remove montanhas e pode trazer baleias para o deserto. Um deserto de areias molhadas com ondas de baleias.

® Rui Rodrigues
(Dos contos de Amuleto, ainda a serem escritos)

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Teremos um novo Japão ainda mais moderno?

Japão Moderno
O Imperador tira a peneira do Sol Nascente

Delegação japonesa a bordo do Missouri para a rendição em 1945

A constituição japonesa atual foi imposta pelos EUA na ultima guerra mundial ao Imperador Hiroito que governava o Japão como um Deus na Terra. Isso mesmo, para os japoneses, assim como para os habitantes da Terra até a Revolução francesa, no final dos anos 1.700, o Rei ou o imperador era o "Deus Humano", Há 2.700 anos atrás, em Israel, os reis eram ungidos por profetas. A dinastia japonesa tem 2.700 anos. Os israelenses descobriram precocemente que D`Us não nomeia ninguém aqui na Terra nem mantém escritórios de representação.

Hiroito do Japão

O Japão é um pais moderno, e desde o final da 2a guerra mundial vive com um Imperador que não mandaria nada mesmo que tivessem ganho a guerra, porque já descobrimos, e com a tecnologia moderna também eles, os japoneses, independentemente das guerras, que Deus não nomeia ninguém aqui embaixo, não tem representante, nem abriu escritórios ou filiais... O filho de Hiroito, que o sucedeu, chamado Akihito, aos 82 anos, cardíaco e com câncer, maltratado por "Deus", cansou-se de representar sem ser bom ator, e quer morrer com a liberdade de ser humano como todo mundo é, coisa que nunca o deixaram ser, por conta de tradições idiotas. Para piorar, ele só poderia "abandonar" o cargo por morte matada, morrida, atestada e confirmada com atestado passado.

Akihito do Japão

Akihito quer abdicar em nome de Naruhito, seu filho, neto de Hiroito. Se eu fosse Naruhito, agora com 56 anos, dava-lhes uma banana!

Bem vinda a República do Japão!


® Rui Rodrigues

domingo, 7 de agosto de 2016

O conhecimento, Trump e Marta futebolista.





1- O Ai Kai- Veneno Japonês...
Sobre a sabedoria.

Pensamento profundo , muito pró fundo, mas não tanto ao fundo senão me falta o ar....
Hoje na panela de pressão, "dilemas do conhecimento" - A Prognostosofia Eclética, essa coisa em que os prognósticos ecléticos são os melhores para a humanidade sob o ponto de vista positivista...
Sabemos tudo o que aprendemos (embora "novidades" que sempre chegam dos laboratórios da ciência - apenas da ciência - nos modifiquem um pouco o que pensávamos que sabíamos)...
Agora precisamos aprender o que não sabemos, mas como saber o que aprender se desconhecemos o que não sabemos? A grande questão: Pedir a um mestre ou mestra assegura a maestria ou mestrado com diploma?

2- Trump e Hillary

Os discursos de Hillary e Sanders mudaram na campanha. Agora atacam abertamente os ricos para ganharem votos dos "pobres"... Ora... Esta historia conhecemos por aqui, ha longos 14 anos... E a pesar de tudo, os "ricos" continuam financiando a campanha da Hillary. O que isto significa? Que os ricos querem esgotar as verbas publicas e desvia-las do povo para os bolsos de políticos e empresários, e colaboradores e empreiteiras e banqueiros...
Depois vão querer dar um impeachment nela!!!!
O primeiro erro (de elege-la) será ruim... O segundo (do impeachment) será bom... rsrsrs
(Irão me escutar?)Mas.. Reparem...Nem tudo o que parece inimigo realmente teria que o ser...

3- A Marta futebolista...


Vou repetir minha homenagem... Tenho que repetir!!!
Bom dia caríssimos e agradabilíssimas caríssimas todos nós ferrados de verde e amarelo nas finanças e "engreenaldados" com flores amarelas nos campos de luta esportiva... Viram a garra, aliás, as garras, da Martinha? Rapá.. aquela boca linda cheia de dentes comemorando o gol... As veias quase explodindo numa pressão de 30 x 20.... Dois braços que pareciam duas garras de águia... Aquilo sim que é mulher, não é a outra Martha do "relaxa e goza", simbolo da depressão e da mal-gastança nacional. Martinha do futebol dá um banho em Neymar....
Minha heroína no dia de ontem!!! Mulherio nacional, parabéns !!!!!!!!!!!!!!

® Rui Rodrigues 

sábado, 6 de agosto de 2016

Sexo, Moral... E... Moral no sexo... O que é isso?


O que é isso e para onde vamos?

(Não haverá apocalipse, mas a paisagem ficará mais feia) 


(Na foto Sandy Summers, atriz porno) 


Visitei alguns sites de "pornografia" e me vi obrigado a ter uma conversa de pé de orelha aqui com os meus botões... Senti essa necessidade, porque de vez em quando me assalta meu espirito matemático, que se alia a filosofias para tentar sentir quais os rumos em que caminha a humanidade. Algo assim como um estudo estatístico, verificação de tendências. Isto sentido sobre a humanidade, sempre recai e resulta em tendências de modismos políticos, econômicos, religiosos, bélicos...

Sei que minha passagem por aqui é curta em termos cósmicos, e que minha opinião não tem longo alcance humano, mas não gostaria de ficar muito defasado em relação ao progresso ou evolução da humanidade a que pertenço. O alcance de minha opinião não importa de forma global, nem a ninguém. Exponho-a talvez para daqui a alguns anos a rever e poder ver o quanto acertei ou errei. 


(Shigeo Tokuda em ação, aos 75 anos)


O meu instinto matemático me leva para o passado, para milênios de anos atrás, dando uma ligeira parada nos tempos da cavalaria, na Idade Média, ou Idade das Trevas, quando honra, moral, ética, eram a base da educação nos lares e nas escolas, se bem que governantes e mesmo religiosos pensassem de forma diferente, mas sempre alegavam politicamente, em nome do governar ou da fé, que deveríamos  "olhar o que diziam, mas não olhar o que faziam"... De milênios e anos atrás até o presente, a cada ano que passa, e em curva exponencial, a moral e a ética vêm decaindo. Os mais extremadamente liberais dirão que não, alegando que simplesmente agora é mais verdadeira mas que sempre foi assim. A humanidade rapidamente se adapta como nuvens de estorninhos evoluindo nos ares, mudando o formato. Para onde vai o "bando de humanos"?


(Yusue Tomita, 61 anos, atriz pornográfica) 


E o que mais assusta a humanidade é a sua extinção. Quando "ela" sente, que o caminho que trilha é perigoso, muda de direção. Vimos isso na queda do muro de Berlim, vemos isso agora na tendencia mundial da politica no sentido da direita e extrema-direita, todas as mudanças sem a necessidade de "lideres". Ou melhor, uma grande parte das populações começam a "liderar" essas mudanças ao redor do globo e de norte a sul. Já se viu isso antes, quando a Igreja Católica que nomeava reis e imperadores, e declarava guerra a "infiéis", queimava seres humanos em fogueiras, de repente começou a perder o poder reino a reino, ao se separar a politica da religião por iniciativas populares. Esse tipo de politica que unia politica e religião, vê-se hoje - ainda -  em alguns países muçulmanos, e curiosamente, onde menos liberdade sexual existe e onde as diferenças de gênero são maiores. 
Talvez nunca se tenha tido tanta noção do mundo que nos cerca, como nos dias de hoje com acesso a tanta e diversificada informação. Por isso não se pode esconder o que todo mundo quer e tem interesse em propagar, alardear, mostrar... E isto tanto vale para os "meninos" como para as "meninas" de praticamente qualquer idade e para qualquer assunto... A liberdade sexual vale tanto para namorados, como para noivos, casados, viúvos, independente de gêneros. Ou não? 
(Mia Khalifa, atriz porno) 


Consultando sites de liberdade sexual total, nem freirinha escapa, nem vovózinha, empregada, secretária, babá, professora, aluna, soldada, policial, de qualquer religião, cor, credo... ninguém!... Sim, claro, homens também... Mas sobre nós, as mulheres que falem. São elas quem nos analisam. 
O que se nota é que quem quiser uma santa - ou um santo - que procure no céu, mas não é garantido chegar lá e tem que falecer antes, o que nao parece muito interessante, e quem vende "lugares" no céu é um embusteiro... Você chega numa cidade desconhecida, vê uma moça linda, com olhar angelical, casa e depois descobre, a pouco e pouco, que não é o único a entrar naquele mato. Mas o que isso importa realmente, se não há a "posse" de um pelo outro do casal? Não importa nada!... Desiste-se de casar.... Ou casa-se assim mesmo, senão vem outro e pega a noiva, aquele pitéu sexual - ou aquele monte de virtude - que não se pode desprezar?

(Santas mártires Menodora, Metrodora e Ninfodora) 

Quer fidelidade? Case com clausula específica de prêmio e de incumprimento, mas isso são detalhes de algo mais importante: A humanidade busca caminhos para reduzir drasticamente o seu indice de crescimento. A humanidade "sente", a humanidade "sabe", que se continuar crescendo nas taxas atuais vai acabar por se canibalizar, explodir o planeta em guerras e competições que nada terão de esportivas. A humanidade, de forma "consciente" (o inconsciente coletivo como superego atuante e determinante na consciência, substituindo-a) limita-se a si mesma, nem que para isso tenha que "cortar" na carne, começando pelos incentivos... A humanidade se desincentiva a crescer mais, tornando o mundo "feio"... Não se esperem dias muito melhores enquanto a população mundial não baixar a números despreocupantes que parem de "cheirar" a extinção. Mas até lá, tudo vai "piorar", tal como vem piorando desde que a humanidade nasceu com a mesma sina da vida: Nascer, crescer, procriar-se e morrer!
    
® Rui Rodrigues 

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Rio de Janeiro, uma cidade em dúvidas atrozes


Hoje começam as diversões olímpicas, sempre na expectativa de uma queda de prédio, de arquibancada, de poste de luz, passarela, emperro de equipamento novo de transporte, apagão, a pagantes e não pagantes que assistirão a essas diversões. Aproveitando para informar que que muito boa parte dos que assistem gratuitamente, são financiados pelos que ficam em casa trabalhando e pagando impostos... Por isso muitos pensam já em não trabalhar mais, outros em largar os empregos e irem roubar pelos bairros afora, e muitos nem pagam mais impostos.... Eu vou passear na praia, pescar uns peixes distraídos para o almoço, dar uns apertos na Mafalda, a minha galinha poedeira pra ver se ela consegue expulsar dois ovos... Em época de defeso da sardinha anunciam aqui no Peró " Sardinha fresquinha , dois quilos por cinco reais). Ontem no Extra de Cabo Frio, custavam 9,90 o quilo... Mistérios do Ministério das Pescas, do Ibama, e de todos... Sem fiscalizar, as leis passam todas pelas malhas da tarrafa, se não caem no mar, vão pro lixo...  

Aparte Um




Vamos fingir que os Jogos Olímpicos se realizam no Canadá por exemplo, ou na Libéria, por imaginação, e por angustiados, vamos esquecer que são realizados aqui mesmo...
Vamos esquecer que não nos esquecemos do Lula, da Dilma, dos corruptos do PT, dos governadores destrambelhados e empreiteiros que dançaram em Paris a dança dos guardanapos...
Por menos de 30 dias vamos esquecer que somos inteligentes, em quem votamos, que o socialismo não nos deu mais educação, nem Pátria "Educandeira", nem mercado de trabalho, e que pelo contrario nos roubou, desperdiçou três gerações ou mais de brasileiros...
Vamos fingir também que o ministério dos Esportes fez chegar as verbas aos nossos atletas, sem desvios, para treinamento (Do Estado e de patrocínios)....
Vamos buscar nossas medalhas!


Aparte Dois


Está com sono hoje? Convido a acordar... Convido a acordar, porque o dia promete ser festeiro, de inauguração dos jogos olímpicos ... Muitos fogos de artificio, uma festa de arromba em reino arrombado!... Foram-se os anéis e os dedos, mas ficaram os ranços... Nenhuma atracão circense se espera para presidir, reinar, imperar, enojar, denegrir, estropiar, encalacrar, enfeiar, a abertura dos jogos. O que se jogou fora e por fora superou - em muito tilintar de moeda de pobre -o que se vai receber pelos jogos... Palmas para o vice-cônsul da Russia que matou - ali mesmo, no ato - um bandido que o quis assaltar, sem sequer perguntar se era ou não de menor... Posteriormente veio a noticia que a identidade do Vice seria falsa... O que parece ser por vezes não é e o que parece não ser por vezes é... O Rio de Janeiro é uma cidade em dúvidas atrozes....


® Rui Rodrigues 

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Os decapitados das vésperas.

Nota da redação: Vivemos uma época de vésperas de olimpíadas, misturadas com vésperas de mais um impeachment em nossa história, tudo misturado com muitos problemas nacionais e internacionais. Naturalmente que num Bar sempre é possível terem-se visões coletivas...    

1- Uma Baleia invade a Presidente Vargas avança o sinal e pára depois da Candelária.



Nestes dias de Inverno no Rio de Janeiro, quando sopra aquele vento frio polar vindo de sudoeste, como se fosse impulsionado por turbinas, é como se o Polo Sul derretesse por inteiro e nos cercasse de icebergs... Para o frio, o carioca se exagera! Naquela terça-feira tiraram os casacos dos armários, vestiram calças, e saíram para se divertir. No Largo S. Francisco, a Igreja de mesmo nome começou a bater sinos lá pelas nove horas da noite. Alguns vieram para o Bar do Chopp Grátis, aqui no centro da cidade, bem perto do Largo. Um pouco mais tarde, a Igreja da Candelária repicou também os sinos como se fosse uma "Aleluia". Pela noite a temperatura era de 19 graus acima de zero, um calor dos diabos para qualquer europeu acima do Trópico de Câncer ou de australianos, sul-africanos, brasileiros, argentinos e namibianos que vivam abaixo do Trópico de Capricórnio. Para os habituados ao Brasil, Rio de Janeiro, 19 graus dos centígrados, são uma escassez de calor de tiritar de frio e buscar a companhia de um corpo para se agarrar e dividir o tormento aprochegante do frio. Peixes adoram águas frias, porque seu sangue é frio. Gente adora o tempo frio porque seu sangue é quente.   

Lá pelas onze da noite, o mar ficou primeiro encapelado, depois agitado, e vieram as noticias pelo rádio, pelos canais de TV, pelo boca-a-boca das pessoas: O metrô fechara, os transportes públicos em geral estavam paralisados, a energia elétrica fora cortada, uma enorme ressaca atingira a Baía de Guanabara. Ali no Bar percebemos isso quando uma enorme baleia preta-acinzentada deslizou pelo asfalto da Avenida Presidente Vargas, arrastando carros e pessoas, passou zunindo pela Candelária e ficou paralisada, encalhada ali pela entrada da Uruguaiana. Paralisada não. O rabinho ainda se mexia de vez em quando como se respirasse, mas nenhum jato lhe saia do opérculo em cima da cabeça. Estava tecnicamente morta!... Mas convenhamos que fez um enorme estardalhaço em sua última viagem. Soubemos que havia afundado um submarino em construção que se alagou por ter as escotilhas abertas, duas chatas coletoras de lixo da baía haviam naufragado, e que uma barca do trajeto Rio-Nichteróy estava a caminho do porto de Santos empurrada pela rebordosa da maré.
  

Após uma breve pausa de uns 30 segundos no fornecimento de energia,nosso gerador entrara automaticamente em operação. Ainda se via nas telas das TVs uma baleia negra abanando o rabo de vez em quando, mas ali, perto dela, o cheiro a peixe era algo de fantástico. O ambiente estava impregnado de "Aminas", principalmente de trimetilamina e piridina, as responsáveis  químicas pelos odores característicos de peixe podre. No Bar, o pessoal aproveitou para pedir mais uns tragos, a noite iria estender-se pela madrugada, havia boa desculpa para chegar tarde em casa ou nem chegar. Entre uma conversa e outra, os fregueses iam assistindo aos acontecimentos como se estivessem no local, informados pelas imagens e reportagens da TV. O restante da ciclovia ali pelos lados da Avenida Niemeyer deixara de existir. Agora eram um amontoado emaranhado de concreto britado, cabos e vigas de aço retorcidas, e não deu pra ver o sangue de gente morta porque a água das ondas lavou em seguida, arrastando os corpos mar adentro.     

2- Que cenário é esse?

1
Não fora bastante uma baleia invadir as pistas da Avenida Presidente Vargas, voltou a cair a energia, desta vez por falta de combustível em nosso gerador. Avisamos a freguesia e reabastecemos. Em cinco minutos a energia e a luz voltaram. Os fregueses bateram palmas como numa aterrissagem de avião de carreira e pediram mais uma rodada, mas de repente pararam. Fez-se um silêncio sepulcral... Numa das paredes do Bar, onde antes existiam prateleiras com garrafas de bebidas importadas, agora existia um palco com três personagens: Um frango em tamanho natural, branco, que viveu 180 dias sem cabeça (Nota 1); Jonas, um israelita que viveu no estômago de um grande peixe por três dias e três noites. Diziam que era um profeta. (Nota 2); e Robespierre, um francês que foi guilhotinado por ser honesto demais. (Nota 3.)

O curioso que todos tinham o mesmo tamanho: O frango Mike, Jonas e Robespierre. O fundo musical era tocado por orquestra posicionada no fundo do palco em nível um pouco acima dele, composta por polvos, lulas, chocos, lavagantes, king crabs, santolas, enguias, dirigidos por um pinguim-de-Adélia. Porque teriam aparecido ali? O que tinham em comum? Robespierre e o frango tinham perdido a cabeça... Jonas tinha sido engolido por uma baleia fugindo dos Assírios para não perder a cabeça. Ele tinha que pregar em Nínive para destruí-la, e Robespierre pregou muito a revolução francesa, sendo morto por ela mesma sem ser julgado sequer... O frango, apelidado de Mike, coitado, desde que lhe arrancaram a cabeça para morrer, nunca mais disse nada. Viveu sem saber o que fazer nem para onde ir, apenas ficava em pé. Um fenômeno parecido com o de Jonas que morreu no mar, foi  engolido pelo peixe, ressuscitou, foi vomitado e ainda viveu muitos anos. Os assírios costumavam cortar as cabeças dos inimigos. E Jonas... O que teria acontecido com ele? Como morreu definitivamente? Mas não conseguimos falar com ele, nem com o frango Mike nem com o Robespierre, porque faltou energia novamente enquanto dançavam um funk, e quando a energia voltou nem a emissora de TV noticiava o deslizamento da baleia enorme pela avenida Presidente Vargas. 


Todos os nossos clientes viram e confirmaram que viram, mas ninguém entendeu o significado dessa visão tão real, ou dessa realidade tão visionária que ninguém mais viu. Diz-se por aí que foram uns alienígenas os responsáveis pelas visões, outros ainda dizem que foi a direção do Bar que plantou as imagens como forma de propaganda e diversão...Eu nunca neguei nada, porque clientes sempre têm razão, por mais loucos que sejam ou pareçam ser, mas garanto entre nós que coisa assim sem pés nem rabo nem cabeça, jamais me ocorreria programar. Não se pode perder a cabeça nem por religião, nem por politica, nem por fome de frangos.   

        

® Rui Rodrigues
Nota 1- Ver em http://segredosdomundo.r7.com/mike-o-frango-sem-cabeca-que-viveu-18-meses-decapitado/   
Nota 2- Ver em
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jonas          
Nota 3- Ver em
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maximilien_de_Robespierre 

De Cold Cape ao Baixo Gávea - Uma Epopéia com vistas para N. York!

De Cold Cape 
ao Baixo Gávea
(Uma Epopéia com vistas para N. York)    


1- Do Baixo Gávea, as vistas para N. York.


Ele já vivera em varias cidades do Brasil. Depois na Colômbia, em Lisboa, Barcelona, na Noruega. Conhecia as "Europas" e todas as Américas. E o futuro? 
A reunião foi no Shopping da Gávea. Boas perspectivas. Quem sabe, um dia, negócios expandidos para N. York e oportunidades de trabalho? Afinal, família é família... Do lado de fora, eu esperava, caminhando a passos pausados de lesma entre os transeuntes apressados. Passava de tudo por ali. Um sujeito no telefone dizia lamuriento:
- Imagina você... Ela sabia que eu ia viajar... Esperou eu viajar, e então me apronta uma dessas?
Uma senhora bem idosa mas bem conservada segura pela mão por uma outra vestida de branco, dirigiam-se para o interior do Shopping. A mais idosa dizia:
- Mas vou comer só um... Um só não faz mal, e você não vai contar pra ninguém...


Atravessei a rua e fui olhar uma vitrine numa sapataria. Tênis em promoção a 99,99, boas marcas. Infelizmente não precisava de tênis no momento. Depois me arrependi porque nunca se sabe quando os nossos velhos vão arrebentar, nem se as companhias que os fabricam vão fechar por falência. O mercado anda irritado, deprimido. Quando meu filho acabou a entrevista com o primo, saímos em direção ao bar. Filhos são avezinhas que preparamos para voar. E voam de verdade... Nossa! E como voam! Vi muita gente passeando, mas poucos comprando, lojas vazias. Os shoppings estão se transformando em "pontos de encontro". Vamos ver muitas lojas fechando... O PT não deixa saudades nem saudações. Saudade era quando, depois de afastado do Rio a trabalho por muitos meses ou anos a fio, fora do Estado, ou do Brasil, voltava a passar em frente da ilha de Vilegaignon (ilha fiscal) como se passasse em frente da Estátua da Liberdade de volta para casa depois de uma guerra no estrangeiro, nem que o estrangeiro fosse logo ali, cruzando a fronteira do Município: A segurança de estar na Pátria embora a Pátria apenas me desse trabalho e segurança. O resto eu pagava de acordo com as minhas posses! "Como se", porque não é assim, mas Pátria ama-se mesmo assim, e luta-se para que seja assim, naturalmente, sem as aspas da propaganda enganosa partidária, principalmente do PT...(tive que reforçar o "assim", porque me incomoda o "assim" como estamos)... 

Meu filho pediu uma cerveja importada de outro município, de 12 reais a garrafa. Um casal arrumava três tampos de mesas com desenhos de recortes de material plástico colado com cola de sapateiro, a que "dá um barato". Na mesa ao lado um casal comentava sobre o trabalho nas mesas e o cheiro da cola. Foi assim que começamos a conversar. Saímos do bar com a certeza que não se fazem amigos por la, mas que se conhecem pessoas muito interessantes. Por exemplo, conhecemos mais dois portugueses, um com 86 anos que sofria de gota, e outro de 70 (o do casal) ela é brasileira que tal como eu, morrem de amores pela terrinha, ainda e sempre, mas que estamos ilhados: Pra lá não voltamos mais e daqui não saímos mais, a não ser a passeio, e olhe lá...

Somos como pipocas implosivas... Um dia iremos ao mesmo bar e teremos a noticia de que um se foi... Um dia meu filho irá ao mesmo bar, e não verá mais nenhum... Meu filho ainda vai pra N. York, ou pra Escandinávia, ou não sei! A rua Aperana, no Bairro da Gávea ainda, embora muita gente pense que fica no do Leblon, foi o lugar de minha vida onde mais me dediquei a minha família. Lindo, seguro, rico, embora cheio de "senão", aquele não era o meu lugar! Deitei tarde, dormi rapidamente, e sai de volta para a muy nobre cidade de Nichteroy, para visitar uma certa princesa e sua filha princesinha, que é minha neta.  

2- A volta para a muy nobre cidade de Nichteroy saindo da do Rio de Janeiro.




Tudo vai caindo no esquecimento porque nosso computador pessoal localizado no cérebro vai ficando mais exigente a cada ano que nos passa: Ele nos joga fora o que não queremos ou não precisamos, ou não temos interesse em guardar na memória, e com isso vamos ficando mais “transparentes”: Mas os “outros” percebem nossas “falhas” de memória como psicólogos que percebem nossos atos falhos, e vamos ter que ser muito mais inteligentes que eles para nos explicarmos, se insistirmos em querer ter razão.
Pelo contrário, parece-me que não esqueço quase nada… Tenho minha mente entupida por pensamentos do passado, do presente, e por livros de história e física, de tempos em que eu nem existia ainda, e de livros de ficção científica e também de física, de um tempo que ainda há-de vir…


Senti-me um sortudo tendo saído incólume do Rio de Janeiro. Lembrei-me da velha ilha da Marinha, onde D. Pedro II deu um famoso e último baile, e de um futuro que se vê entre 51 tons de cinza, sendo um deles negro… E eu ainda teria que ir para Cold Cape. Comi uns bons sushis e sashimis com minha filha, curti minha neta, lavei e encerei o carro de minha filha junto com ela, assisti a uns bons filmes na Netflix e uma serie sobre a origem matemática do Cosmos (The Code)e assestei minhas baterias para voltar a Cape Code... Mais uma etapa para resolver minha nova fase de vida. Não fumo há três meses exatos, não quero voltar a fumar e mais importante que tudo, não preciso fumar. Não vou esquecer aquela balsa verde com caçamba que deveria estar fazendo a limpeza da Baia de Guanabara, vindo atracar ao lado das barcas, no cais, para apanhar pai e filho (ou filha) de colo, fazendo transporte de pessoal no sentido Rio- Niterói


3- A volta para a muy abalada cidade de Cold Cape, saindo das terras espraiadas do Ararigbóia... 



A 1001 resolveu mandar um ônibus de hora e meia em hora e meia para levar os idosos com direito a passagens grátis, de Niterói a Araruama. O Ônibus é empoeirado e leva passageiros em pé. Idosos viajando em pé, em caso de acidente é morte certa... A viagem demorou das 10:30 até as 16:30 agravado pela passagem da tocha... Isso é um caso tipico de descriminação contra os idosos... Nem vou dizer mais nada. Isso revolta. Alguem deve estar levando bola para "fazer vista grossa" e fingir que não sabe.



Quanto a desfiles de tochas... O município do Rio de Janeiro deve levar uns 40 anos para pagar a divida das Olimpíadas... Um rombo impressionante.

® Rui Rodrigues