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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

E agora, quem vai acreditar nos Bancos e nos governos?


 Chegavam a ser fascinantes os anúncios dos Bancos, sempre com músicas suaves de fundo, gente muito bem arrumada e preparada em camarins da mídia sofisticada, e falas diretas, incisivas, cheias de segurança, dizendo que seus depósitos davam retorno, que seus custos para manutenção de conta eram os mais econômicos, e que sua poupança era a mais rentável...

Com que propriedade esses Bancos nos incitavam, nos convenciam, que seus créditos bancários eram os mais garantidos do mercado, que seus financiamentos eram possíveis a qualquer um... O progresso pessoal ao alcance do mercado, cada um podendo ter seu carro, seu apartamento, sua empresa... Todos os anúncios cheios de brilho, limpos, nada fora do lugar.

Não havia lugar para propaganda agressiva de um banco contra outro. O mercado era enorme, e todos ofereciam as mesmas cotas de crédito, as mesmas condições, os mesmos sacrifícios dos depositantes...

Então... Um dia, vimos que no Brasil por decreto do Banco Central, os juros constitucionais de 12% a.a. sobem a 150%... a 175%... A Constituição foi rasgada em mil pedaços, cada um com destino certo: para o capital internacional que recebe boa parte desses juros sem ter que aplicar em nada ou quase nada; para os Bancos que recebem o dinheiro desses juros... O dinheiro que deveria desenvolver o Brasil, escoava entre juros para as mãos de particulares...

Então... No dia seguinte, vimos uma pretensa crise internacional aparecer nos EUA, e como medida para conter uma “eventual”  desgraça bancária, criou-se uma desgraça popular: Parte do dinheiro dos fundos da Nação foi dado aos bancos a juro quase zero... E aqui, como em quase todo o mundo, os governos doaram as economias dos cidadãos para os Bancos... A crise que não existia, passou a existir: Os governos já não podiam pagar as suas dívidas externas, nem internas... Os povos saíram para as ruas em todo mundo.

Então... Dias depois, As bolsas começaram a cair em todo mundo, da Ásia à África... Ou seja, o dinheiro doado pelos governos, que deveria resolver a crise, pelo contrário, a criou, por insolvabilidade dos governos. Pior ainda, aumentou a crise, agora pela desconfiança na aplicação de poupanças e fundos de reserva de empresas que não têm um Banco que as afiance. Criou-se uma recessão que partiu dos bancos com a ajuda dos governos...

Então... Agora, esperamos de braços cruzados, sem cruzados nem reais que nos defendam da cobiça de dinheiro e de poder... Criou-se, além da desconfiança do mercado, a desilusão dos povos em combater monstros tão poderosos, armados de forças armadas e de polícias encapuzadas, em que alguns membros já nem usam identificação...

As sociedades têm comportamentos previsíveis ou inusitados. Veremos como elas se movem nestes novos tempos em que a democracia foi tão longe que cansou, esqueceu-se dos cidadãos, morreu !!!

Rui Rodrigues

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