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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Malvinas (complementando a atualidade)





Malvinas
(complementando a atualidade)


As Ilhas Malvinas, ou Falkland, têm petróleo. É natural que tanto a Inglaterra quanto a Argentina pugnem pelo seu controle e domínio, porque a ocupação humana das terras deste planeta sempre foram disputadas desde o surgimento das civilizações.

Vivem lá súditos britânicos, com residência fixa, e em dois arquipélagos adjacentes habitam cientistas. È perfeitamente possível que em 1982 os britânicos já soubessem da existência de petróleo. Nesse ano a argentina era apoiada politicamente pelos EUA, que na ocasião apoiavam e incentivavam todas as ditaduras da América do Sul, através de operações como a CONDOR, e de outras influências políticas e comerciais. De qualquer forma, excluindo atos de loucura de uma junta militar, a ocupação das Malvinas pode ter tido uma promessa americana de “interceder” pelos interesses argentinos junto ao governo britânico liderado por Margareth Thacher. A Argentina era governada na ocasião por uma junta militar. Não importavam quem fossem os presidentes, os atos foram sempre matéria de junta militar. É inadmissível pensar que a poderosa Grã-Bretanha permitisse a transferência da ilha para a geografia argentina, sem resistência ou revide, depois de uma ocupação militar sendo ano de eleições no Reino Unido.  Argentina e EUA faziam parte de dois tratados: a OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte e a TIAR – Tratado Interamericano de Ajuda Recíproca. Os EUA decidiram apoiar a Grã-Bretanha por muitos motivos previsíveis, dentre eles os laços que unem estas duas nações - que já foram colonizador e colonizado - mas que por questões de segregação racial, mantiveram a tradição, os laços familiares e a cor da pele da classe dominante nos EUA.

Os antagonismos entre Argentina e Reino Unido não são de hoje. Já em 1806 a Grã-Bretanha bombardeara Buenos Aires como atividade da expansão do Império Britânico.  As causas dos atritos remontam também à expansão do território brasileiro apoiado por aliança entre Portugal e Inglaterra desde 1373- a aliança mais antiga do mundo. A América do Sul, por suas riquezas e esperanças de desenvolvimento como uma grande nação, foi sempre do interesse das influências das maiores potências. Como Inglaterra e Espanha já disputaram o poder na Europa envolvendo-se em guerras, esta disputa de certa forma foi trazida pelos primeiros colonizadores espanhóis e portugueses que já disputaram o mundo.

A assembléia da ONU já tratou da questão das Malvinas em 1965, quando adotou a resolução 2065 (seguida por outras), reconhecendo a existência de uma disputa de soberania entre Argentina e Grã-Bretanha e instando as duas partes a buscar uma solução negociada e pacífica. Na Assembléia, não existe direito a Veto. Com o envio de um navio de treinamento de guerra inglês às Malvinas em fevereiro deste ano, a presidente da Argentina Cristina Kirchner levou novamente o problema à Assembléia Geral que reabre em Setembro.

Não teremos uma nova guerra das Malvinas, certamente, mas temos certeza que a ONU continuará no seu caminho descendente de credibilidade por parte da comunidade internacional em resolver conflitos mundiais entre países com sociedades que possuem uma relativa dose mínima de educação e conhecimento... Ou têm o poder de dizer não a todo e qualquer organismo das Nações Unidas.  Já vimos antes a Sociedade das Nações acabar de forma abrupta e melancólica.  

Rui Rodrigues

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