Malvinas
(complementando a atualidade)
As
Ilhas Malvinas, ou Falkland, têm petróleo. É natural que tanto a Inglaterra
quanto a Argentina pugnem pelo seu controle e domínio, porque a ocupação humana
das terras deste planeta sempre foram disputadas desde o surgimento das civilizações.
Vivem
lá súditos britânicos, com residência fixa, e em dois arquipélagos adjacentes
habitam cientistas. È perfeitamente possível que em 1982 os britânicos já
soubessem da existência de petróleo. Nesse ano a argentina era apoiada
politicamente pelos EUA, que na ocasião apoiavam e incentivavam todas as
ditaduras da América do Sul, através de operações como a CONDOR, e de outras
influências políticas e comerciais. De qualquer forma, excluindo atos de
loucura de uma junta militar, a ocupação das Malvinas pode ter tido uma
promessa americana de “interceder” pelos interesses argentinos junto ao governo
britânico liderado por Margareth Thacher. A Argentina era governada na ocasião
por uma junta militar. Não importavam quem fossem os presidentes, os atos foram
sempre matéria de junta militar. É inadmissível pensar que a poderosa
Grã-Bretanha permitisse a transferência da ilha para a geografia argentina, sem
resistência ou revide, depois de uma ocupação militar sendo ano de eleições no
Reino Unido. Argentina e EUA faziam
parte de dois tratados: a OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte e a
TIAR – Tratado Interamericano de Ajuda Recíproca. Os EUA decidiram apoiar a
Grã-Bretanha por muitos motivos previsíveis, dentre eles os laços que unem
estas duas nações - que já foram colonizador e colonizado - mas que por
questões de segregação racial, mantiveram a tradição, os laços familiares e a
cor da pele da classe dominante nos EUA.
Os
antagonismos entre Argentina e Reino Unido não são de hoje. Já em 1806 a
Grã-Bretanha bombardeara Buenos Aires como atividade da expansão do Império
Britânico. As causas dos atritos remontam
também à expansão do território brasileiro apoiado por aliança entre Portugal e
Inglaterra desde 1373- a aliança mais antiga do mundo. A América do Sul, por
suas riquezas e esperanças de desenvolvimento como uma grande nação, foi sempre
do interesse das influências das maiores potências. Como Inglaterra e Espanha
já disputaram o poder na Europa envolvendo-se em guerras, esta disputa de certa
forma foi trazida pelos primeiros colonizadores espanhóis e portugueses que já
disputaram o mundo.
A assembléia da ONU já tratou da questão das
Malvinas em 1965, quando adotou a resolução 2065 (seguida por outras),
reconhecendo a existência de uma disputa de soberania entre Argentina e
Grã-Bretanha e instando as duas partes a buscar uma solução negociada e
pacífica. Na Assembléia, não existe direito a Veto. Com o envio de um navio de treinamento
de guerra inglês às Malvinas em fevereiro deste ano, a presidente da Argentina Cristina Kirchner levou novamente o
problema à
Assembléia Geral que reabre em Setembro.
Não
teremos uma nova guerra das Malvinas, certamente, mas temos certeza que a ONU
continuará no seu caminho descendente de credibilidade por parte da comunidade
internacional em resolver conflitos mundiais entre países com sociedades que
possuem uma relativa dose mínima de educação e conhecimento... Ou têm o poder
de dizer não a todo e qualquer organismo das Nações Unidas. Já vimos antes a Sociedade das Nações acabar
de forma abrupta e melancólica.
Rui
Rodrigues
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Grato por seus comentários.