Arquivo do blog

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

A virada sexual do pós-guerra

Introdução.
(do verbo introduzir... Sexo sem introdução, principalmente depois dos prolegômenos, não é dos melhores)

Cada qual entende as coisas como quer ou como pode entender. Se tem muito conhecimento geral entende de uma forma, se tem muito conhecimento especifico entende de outra, e se não tem conhecimento nenhum, mas pensa que tem, compreende tudo de forma a mostrar que não entendeu nada quando questionado... Para dirimir essas duvidas, existem os exames vestibulares. Em países decentes, os examinadores são conhecedores específicos. Em países indecentes, os examinadores são do partido e têm uma lista de quem aprovar dependendo se pertencem ou não ao partido. Para estes o mérito não importa nada. A fidelidade fala mais alto.  Isto posto, para que se entenda do mérito de entender sobre a humanidade e suas necessidades mais prementes, falemos de sexo, que todo mundo entende mesmo sem professor... Falar de amor neste contexto, não... Amor nada tem a haver com sexo. Amor leva ao sexo, mas o sexo nem sempre leva ao amor e aí...Aí exatamente que está o busílis da questão, e muita gente se deita e depois custa a se levantar...

1 - O desejo sexual


Está até na Bíblia, em "Cânticos" de Salomão, a maior apologia aos prazeres do sexo, não interessa o quanto os sacerdotes atuais queiram mostrar um lado diferente santificado. Também está em todos os "livros sagrados" de todas as religiões ... Também não interessa o quanto os sacerdotes queiram nos convencer que o "vinho" que Jesus obteve da transformação da água era "diferente". Todos os antigos egípcios. judeus, muçulmanos, etc, tinham mulheres "a dar com um pau" (em todos os sentidos) reunidas em haréns e tomavam cerveja ou vinho... Isso em Roma era normal... Mas vedavam o conhecimento a crianças... Mas ainda no meu tempo de esconderem livros de sexo, já na era moderna, o assunto que mais abordávamos em nossas conversas particulares - nós crianças - meninos e meninas, pelos quatro anos de idade, era sobre sexo... Todo mundo queria fazer sexo... O problema era que meninas podiam engravidar... E para os efeitos deste texto, homens não engravidavam, como os eunucos... Estão começando a perceber, né? O harém , que sempre existiu de forma legal ou não, religiosa ou não, parece que tinha mais portas a se abrirem pela madrugada. Por outro lado, meninos conviverem com meninas era vedado para lhes garantir a virgindade, e meninos com meninos, ou meninas com meninas, podiam conviver sem maiores problemas. Ora isto promovia a separação entre os sexos, a segregação, e o treino ou aproximação sexual entre crianças de mesmo sexo.  A infância e a adolescência masculina eram uma seara onde os mais "fracos" física ou mentalmente, ou por qualquer outro motivo eram "reduzidos" a meninas. Acontece em sacristias não tão raramente por coerção, intimidação... E os hormônios gritam por sexo... Quando não se pode mais "segurar a barra", a vontade de transar é tanta que fica difícil se segurar... Mas vamos adiante, porque com uso de preservativos a segurança está garantida, "lavou está novo", ninguém tem que se meter na vida de ninguém, mas ninguém gosta de trabalhar, juntar dinheiro, imoveis, para sustentar ou dividir com amantes. E com incertezas, a segurança e a motivação para formar famílias perde-se nas baladas. 


2- A guerra  



Houve muitas guerras na antiguidade em que os soldados eram obrigados a passar muito tempo fora de casa. Uma delas foi a guerra dos cem anos. Mas eles levavam mulheres para cozinhar, meninos como escudeiros, gente para todo o serviço. Feios podiam não ter sexo, mas no meio das hordas, os mais belos e ferozes tinham... Quem com quem, dependia mais da disponibilidade do que da qualidade, depois de vencidas as "relutâncias". O importante era esvaziar o saco, acabar com aquela vontade que indisciplinava, que desviava a atenção. A pior das guerras foi a primeira mundial mais que a segunda. Não havia mulheres no front. Na segunda guerra houve uma mudança importante: Serviços mais leves, do front para a retaguarda, começaram a ser executados por mulheres. Agora sim, o sexo nos acampamentos começava a aliviar as tropas... Mas eram muito poucas mulheres para um enxame de homens. Muitos homens passaram a ser mulheres por um milhão de motivos, não apenas porque "nasceram no corpo errado"... Uns sim, outros não, outros intimidados, outros para se sentirem protegidos, outros para se sentirem "amados" ou importantes, outros para se sentirem "fortes" e poderosos na companhia dos maiorais... Outros ainda para se vingarem mais tarde!... De tudo um pouco, mas não - apenas - porque nascessem num corpo errado. Sexualidade é uma coisa muito complicada. Não se pode reduzir a "corpo errado"...  Mas na segunda guerra mundial as mulheres foram também para o front. Evidentemente que nenhum soldado poderia voltar do front dizendo que era gay porque não havia mulheres no front e tivera que "ceder"... Mas muitos cederam... 


Os exércitos sempre foram majoritariamente masculinos, e na marinha nunca haviam permitido mulheres a bordo desde os tempos das galés, para não ocasionar brigas por ciúmes. Num paralelo de "proibições arrazoadas" a Igreja católica não permite que padres se casem, na verdade, para que não juntem dinheiro das esmolas e o deixem para as esposas... Mas como sexo é - mais que naturalmente - prazer, com alguém terá que ser... Mais ou menos como no front, porque a vida é uma batalha, e há que ter alguns prazeres senão resta o suicídio ou a revolução, que nada mais seria, no caso, que uma forma de suicídio social! 
O que parece ser muito provável, é que num isolamento restrito a um único sexo, como em prisões, uma boa parte tenha o seu "par" de quem recebe carinho, atenção,prazer, e sirva de judas para aliviar a tensão... Em alguns exércitos deve ser assim também. Como os comandantes poderiam admitir isto publicamente, sendo o exército de machos... E a opinião pública? Quem mandaria seus filhos para as forças armadas? Mas imagine-se num sistema idiossincrático em que as mulheres não possam ter relações sexuais a não ser com seus maridos, podendo até serem mortas e apedrejadas... Neste caso, e durante toda a puberdade e adolescência, e mesmo durante o inicio da fase adulta, meninas vivem apenas com meninas e meninos com meninos. Podemos imaginar até que ponto irão as amizades, e nada havendo em contra, não se toca neste assunto, como se fosse tabu. Deve ser muito grande a masturbação particular e acompanhada por amigos de forma altamente secreta e confidencial. O que sedimenta ainda mais a amizade e o companheirismo.      

3- A revolução sexual

(Na foto Phill Bloom, a primeira mulher a ficar nua num programa de TV- 1967) 

Meninas e meninos sempre andaram lendo nas bibliotecas paternas, e passavam a informação para os outros. Meninas fingiam não saber de nada para não estragarem a reputação. Não se pode imaginar que o noivo ou o marido perguntassem: Onde aprendeu isso?  Então, homens podiam ter haréns - de mulheres- mas as mulheres não podiam ter "haréns" de homens guardados por eunucos porque não podem existir "eunucas" a menos que cortassem o clitóris pra não ter desejos homossexuais ou heterossexuais ou o que quer que seja... Mesmo que todas as mulheres do mundo assumam todos os postos masculinos do mundo há certas coisas da natureza que jamais poderão ser mudadas. Somos fruto da natureza e não das vontades individuais e temos limites. O artificial não é igual ao natural. Se não houver haréns de homens, haverá de mulheres, ou dos dois. Caminhamos para um mundo em que o harém é "universal" e todo mundo participa, a menos que haja uma "reviravolta": Assim como os Bonobos, uma tribo de macacos africanos, que praticam o sexo como forma de eliminar as dissidências internas (pensávamos que já havíamos ultrapassado essa fase simiesca, mas parece que voltamos). Fatalmente haverá a necessidade de prevalência da verdadeira moral, aquela que mais se identifica com a natureza no que tange a um processo evolutivo natural tal como a natureza determina. A humanidade vai para onde for e não para onde a mandam ou querem mandá-la, alguns "educadores" comprometidos com a politica ou com particularidades de cunho próprio e particular sem estudo cientifico apropriado.


A segunda guerra mundial veio dar uma importância ao sexo feminino que antes não tinha. Independentizou a mulher, porque ela provou que poderia ser igual ao homem, e onde faltasse a força, o progresso tecnológico a supriria. Agora temos que ter muito cuidado com as mulheres, nós homens... Elas agora nos escolhem como sempre escolheram, mas tomam a iniciativa. Eu explico... Antes da segunda guerra mundial faziam de tudo para ter a seu lado os homens que queriam no estado de namoradas, noivas, casadas ou amantes... Hoje não precisam fazer de nada. Nem satisfações dão!... Escolhem os mais bonitos, os mais sarados, os mais inteligentes nem tanto, mas os menos dotados podem escolher entre as menos dotadas, ou seus homens também, ou serem eunucos, porque se castrarem na infância para serem meninos de coro, como era prática italiana para garantir a vida confortável dos filhos no Renascimento, já não se usa. Os últimos parece que chegaram com D. João VI.      

4- Conclusões para o futuro. 




Se olharmos a história Universal, podemos verificar que aquilo a que chamamos de "moral", de cunho sexual, vem se libertando de tabus dia a dia no que pese a renitência de algumas religiões que não se adaptam ao mundo que evolui, não acompanham a evolução da humanidade sem perceberem que a humanidade vai e as religiões morrem. O mundo "virtual" está cheio de deuses mortos desde muito antes de 12.000 anos atrás quando os sumérios inauguraram a primeira civilização de que se tem noticia. Religiões são como a evolução de uma espécie. Olhando por três ou quatro gerações, pouco se nota, mas ao longo de milênios, as diferenças são enormes. Muitas religiões estão perdendo fiéis. Outras embora ainda cresçam, mostram uma tendencia a diminuir. Outras religiões surgem, tentando corrigir os erros das que vão definhando. 
No entanto há outros fatores que levam por vezes a uma retomada de um caminho abandonado no passado por se verificar a necessidade de se voltar a padrões em prol do que se possa entender - no inconsciente coletivo - como de beneficio geral. Pode ser que um dia se volte a dar importância, por exemplo, a um hímen intacto. Um hímen pode parecer um absurdo da natureza, mas a natureza - e não a religião - não tem nada de absurdo. 


Cada coisa que existe tem sua razão de ser e é importante. Talvez algum dia através da manipulação genética consigam produzir seres humanos sem umbigo e sem hímen. Não creio, por outro lado, que se tenham estabelecido paralelos entre o aumento do consumo de drogas, e o decréscimo da satisfação sexual pela sua banalização, mas apostaria que o aumento do consumo de drogas se deve a banalizar muitas das coisas desta vida que devem ser mais "comedidas". Mas, de qualquer forma, é sempre bom saber quem está debaixo de uma burka: Se é Ana, Francisca, ou um outra coisa.   
Sexo é um "mecanismo" da natureza para a reprodução, baseado na atração e compensação por prazer. Qualquer coisa fora disso deve ter outro nome: Sacanagem parece apropriado... Sacanagem é o sexo descompromissado, por puro prazer... Muçulmano ortodoxo, por exemplo, não deve fazer sacanagem... Ou faz? Sexo seria um termo puramente cientifico.   



® Rui Rodrigues

domingo, 14 de agosto de 2016

Sopa muito de piranha de mini-saia e meia arrastão...





1) - Três cabeças pequenas de pargo e duas postas de peixe-espada também nada grandes.. Bote pra cozinhar assim sem mais coisa, em pouca água... Reserve a água...

2)- Se vire e separe as espinhas da carne... Reserve a carne, acerte as espinhas numa cesta de 3 pontos na cesta do lixo... (Vai sobrar muita carninha de peixe para duas pessoas que pretendem ir pra cama juntas...)

3) - Numa panela bote uma cebola picada, quatro dentes de alho picados, um pedaço de coentro, e refogue... Quando alourar, jogue a água do cozimento, e a carne do peixe... Acrescente água até a "quantidade" que achar que o casal vai trucidar...

4) - Quando ferver, acrescente uma pitada de sal e umas 4 a 5 gotas de pimenta da braba, ou então, apimente como lhe der na gana.. Pimenta no dos outros é refresco..

Putz... Já falei que tinha que abrir a cerveja e ou o vinho? Não.. não falei... Deveriam ter aberto e estar quase no fim por estas alturas... Abra mais então...

5)- Quando ferver tudo, vá juntando farinha de mandioca torrada até ficar um caldo grosso - E NÃO UM PIRÃO... Escutou ou já tá de porre?

6) Sirva na temperatura que desejar, salpicando uma salsa picada sobre o caldo...

7- E então? Depois digam se a transa do caldo de piranha com mini-saia e meias arrastão estava boa ou não... Para quem for trabalhar, que amanhã é segunda feira, recomenda-se óculos escuros...

® Rui Rodrigues

Retalhos de um tudo solto de um sólido quase nada...



Foi em Cabo Frio no ponto de ônibus em frente à Rodoviária, no sentido centro. Uma senhora proporcional de corpo, muito elegante, com botas de montaria, gabardine curta dos anos 60, luvas... Realmente a temperatura tinha baixado na cidade, mas não a ponto de cobrir os dedos. Não me lembro de que lado chegou no ponto de ônibus, mas logo saiu a caminho da rodoviária. Há momentos, pessoas, situações que poderiam ficar mais tempo em nosso campo de visão. Agradam tanto por qualquer motivo ou mesmo sem nenhum,  que nos deixam saudades e uma lembrança. E nem mostrou o rosto porque o curto tempo que por ali ficou, ficou de costas para mim. Tenho certeza que não me viu quando chegou. Fiz um ca lá pelas quatro da manhã, quando me lembrei dela. Por vezes é bom não ser fotógrafo, estar sem câmara ou estar com o celular mas ter coragem de não bater a foto para não estragar a imaginação. Pode ter tirado as roupas do bau, ou passado numa dessas lojas de roupa usada e ter feito uma extravagancia barata. Poderia estar esperando alguém, ou ter desistido de pegar táxi ali perto do ponto - na realidade ela estava um pouco afastada - e ter resolvido pegá-lo no ponto de táxis drodoviária. Onde iria? Coisas sem importância na vida, mas se atentarmos para questões de importância, qual a que realmente tem a vida? Se tivesse, todos os que  viveram estariam na lembrança de todos os que vivem. Na verdade ela me pareceu a parte viva de 1960, inserida numa paisagem de 2016. Perguntei-me se por acaso não teria olhado a senhora através de um portal do tempo, assim como em universos paralelos que não creio que existam. Pensei em me dirigir aos outros passageiros e perguntar-lhes se tinham visto a tal senhora, mas abandonei a idéia, porque eu tinha certeza de a ter visto no mundo real, ali mesmo, antes de embarcar. E não fui atrás dela porque não tinha cabimento. Ainda diriam que se tratava de assédio sexual, e não passaria eu por uma vergonha dessas. Arrependi-me, ou não, de não ter batido palmas. Ela merecia e tenho certeza que todos os transeuntes concordariam de bom grado em lhe bater palmas, mas as pessoas são tãsusceptíveis, tão melindrosas e sensíveis, que ela poderia pensar que se tratasse de gozação. Mas não. Não. De forma alguma. Por breves instantes ela reinou sobre as ruas e o inverno de Cabo Frio, provavelmente sem nunca chegar a saber que reinou. Tento lembrar-me da idade que aparentava, mas diria que princesa não era nem rainha-mãe. Estava na idade de não pensar na idade e foi pena não lhe ter sentido o perfume. Estava muito longe de mim e não tenho o faro tão bom como o dos amigos caninos, desses que andam pelas ruas e se amam ali mesmo sem a menor cerimônia e depois vai cada um para seu lado. Baladas são assim. Seres humanos têm lugares adequados para serem respeitados e para não serem. Quem quer vai pra lá, quem não quer fica descansando para quando quiser ir, e se não for ninguém sentirá sua falta por muito tempo, ou quase nada. Ela não olhou nem para trás nem para os lados. Nada lhe interessava. Por isso não me viu e isso teve uma importância relativa na minha vida, porque se me tivesse olhado quem sabe o que poderia acontecer... A minha vida e a dela poderiam ter mudado completamente ou continuarmos com a vida assim solta, sem nada sólido a prender-nos, cada dia um retalho a juntar para a grande colcha da vida.         

   
® Rui Rodrigues 

A longa viagem

1-A caminho de algum lugar
dezembro de 2050.

Lá fora a escuridão era completa em todas as direções apenas salpicada por minúsculos pontos de luz, uns maiores outros menores, uns mais brilhantes outros menos. O que quer que pudesse olhar pelas escotilhas(apenas havia duas) teria a sensação de   estar dentro de um compartimento parado, mas movia-se a 100.000 quilômetros a cada segundo, um terço da velocidade da luz. Nenhum desses pontos brilhantes parecia mover-se em relação aos outros. Não havia nenhuma referência para se sentir a velocidade, assim como quando se viaja de trem e se veem as árvores passar muito rapidamente pelas janelas. A sensação de estar parado era total. O interior da nave era muito pequeno, e não se via ninguém. Havia algumas minúsculas lâmpadas de LED que piscavam em alguns equipamentos, mas não havia ninguém para consultá-los. O espaço no interior da pequena nave era ocupado por equipamentos e depósitos. Não se via uma cadeira, um traje, um leito destinado a um ser humano. Aparentemente a nave não era habitada. Olhos mais atentos porém, perceberiam uma câmara circular no topo da cabine, e dois braços mecânicos disfarçados nas paredes laterais da nave, um de cada lado. Quem comandaria a nave? E porque deveria ser pilotada por alguém? Na verdade nunca se falou dessa nave, ninguém assistiu a seu lançamento ao espaço, nenhuma nação reclamou sua existência. Havia um som vindo de um equipamento especial que transmitia em ondas de rádio o conteúdo de um CD em várias línguas da Terra, e que se fazia ouvir também no interior daquela cápsula, fundos musicais dos países de origem dessas línguas. Numa pequena tela apareciam imagens de coisas da Terra, gente, animais, plantas, o fundo do mar, o planeta girando no espaço em volta do Sol, com sua acompanhante inseparável, a Lua. A nave destinava-se a ser percebida, encontrada, numa imensidão aparentemente desértica de vida. Os olhos humanos servem apenas para ver o necessário imediato. Mas a câmara interna, de 360 gaus, presa no teto, de vez em quando mexia-se. Uma ou outra lâmpada de LED acendia-se. 

2- Despertar de rotina
   

  
De repente acendeu-se tudo na cabine… Alguém chamava a nave em bom português do Brasil, como se houvesse algo vivo na nave.

-Alô missão Boitatá, aqui base do Inferno.... Bom dia, pessoal. Hora de acordar! 

-Alô missão Boitatá, aqui base do Inferno.... Bom dia, pessoal. Hora de acordar! Respondam...
Ouviram-se sons internos na nave, o braço mecânico da direita girou e ligou chaves manuais, o braço da esquerda fez o mesmo, apertou botões, acendeu lâmpadas, iluminou os painéis, o  olho mágico de 360 graus girou e girou e girou, mas não se via ninguém na nave.
- Aqui, missão Boitatá, alô Terra!... Têm que nos dar um tempo para acordar e responder. Por aqui tudo bem. Adiante... 
Bom dia, pessoal. Hora de acordar!... Deem-nos as coordenadas. Se tudo estiver bem, devem estar a meio caminho do destino. Saíram daqui da base da Barreira do Inferno há exatamente três anos viajando a um terço da velocidade da luz. Quando saíram daqui o alvo estava a dois anos-luz. Agora falta um ano-luz em distância a percorrer, ou seja mais três anos terrestres. Vão chegar lá com cérebro mais jovem ainda... Contem-nos como se sentem.

- As coordenadas conferem com as vossas. Estamos na metade do caminho. Cheguei a pensar, quando entrei em fase de "desligado", que o programa não iria funcionar, mas vocês não imaginam o meu prazer em sentir que estou vivo. Creio que Irene também... Irene?

- Ah... Olá... Fala a Irene. Sinto-me muito bem. Vocês nos limparam algumas memórias, para não sofrermos de saudades, certo? 
- Certo Irene!... Foi o combinado antes da partida. Vale o mesmo  para você, Carlos. Tudo o que quer que tenha sido bloqueado, quero que saibam, vai tudo bem por aqui. Então aproveitem o tempo, conversem entre vocês, porque em cerca de 6 horas serão desligados novamente, e voltarão a ser religados dentro de três anos terrestres quando estiverem chegando ao destino.
- Carlos falando... Digam-nos... Se não tivéssemos aceite o vosso convite  teríamos morrido, certo?
- Certo, Carlos e Irene... Quando chegarem ao destino terão que procurar urgentemente novas fontes de açúcar e oxigênio para serem eternos. 
- Entendido, Base do Inferno. Certo Irene?
- Entendido! Câmbio e desligamos!
Mas não se via ninguém na nave.

2- Conversa de casal antes de dormir




Na nave viu-se duas pequenas caixas de vidro que se abriram automaticamente no painel. Continham dois cérebros humanos ligados a um computador através de chips . Havia um cabo ligando os dois pelo cerebelo e estavam identificados como Carlos e Irene. Apenas os cérebros, nada mais. O cranio era de vidro transparente, de plexiglas, altamente resistente. Os cabos os ligavam a dois exo-esqueletos, como se fossem dois Transformers unidos para constituir uma nave. Estavam unidos pelo cérebro, pensavam em conjunto, sentiam em conjunto, raciocinavam em conjunto. Os dois cérebros unidos eram a mais potente máquina de pensar do Universo.

- Carlos... 
- Sim?
- Fizemos bem. Estávamos desenganados pelos médicos e ganhamos uma oportunidade de continuar vivendo.
- Penso o mesmo. O prazer de transar está todo no cérebro... Vamos dar uma? 
- Só se for agora... 

Quando estavam desenganados pelos médicos, tinham cerca de 70 anos. Agora comportavam-se como crianças de 18 anos, com uma vida eterna pela frente, e apenas dois pequenos cérebros para alimentar com uns poucos centimetros cúbicos diários de oxigênio, e umas gotas de açúcar... 


Ouviram-se risadinhas no interior da nave e universo afora... Na base do Inferno a equipe sorriu. Através dos sensores ligados ao centro de informações na base, sabiam exatamente o que que cada um via. E as fotos na parede mostravam como eles eram em sua vida normal. O cérebro é que constrói as imagens e os "perfis" que "julgamos pensar" das pessoas. O amor e o desamor constroem tudo, mas não é no coração. Do arquivo de cheiros e sons retiraram os de copos de cristal, de uma garrafa perdendo a rolha para um saca-rolhas, e do cheiro e sabor de um Chateau Lafite Rotschild 1787, como arrematado na Christie`s em Londres, em dezembro de 1985, 156.450 dólares  por uma garrafa apenas. Com a implantacao de chips, a economia mundial havia mudado. Podia ter-se de tudo sem comprar nada. Quase tudo...



Resolveram não se desligar. Ficariam vendo filmes, conversando, cozinhando, transando, sem ter que cuidar do regime alimentar, sem ter que pagar personal Training, sem dores nem preocupaçõesNão faltava o que fazer.    



® Rui Rodrigues 





terça-feira, 9 de agosto de 2016

Chuvas secas (dos contos de Amuleto)

Desiludido dos prognósticos das meninas do tempo, em busca de noticias que confirmem chuva, prescruto os céus e os vejo cheios de indícios. São as núvens, os tons de cinza de arrepiar, as poucas nesgas azuis, as umidades dos ares,as gaivotas voando sobre a terra seca, as aranhas recolhendo-se a lugar seguro fora das teias. Mas nada. Espera-se, e nem metade de nada. Nem a milésima parte do nada. A terra continua sedenta e a única umidade que cai nela lhe chega do suor do trabalho dos escravos dos impostos, da urina dos indecentes e dos necessitados de rua, do sangue de todos os que caem com os corpos furados sem modo de costurar, e de esgotos a céu aberto.

Nem a água que cai dos céus é pura como antes. Sem classe média, o mundo será uma classe de pobres rindo dos miseráveis. Os imobilizados que me perdoem o texto, mas os direitos impõem-nos ações de reparo que não nos parecem direitas. Temo que quando cheguem a cair, as gotas caiam secas! Sinto-me em traje de banho nas dunas do deserto do Saara, de caniço e samburá em leito de rio seco coberto de pedras ásperas.
Perguntei a minha mãe: - Cadê a chuva, mãe, que não nos chega?E ela, meiga e pura, chorou!.Eu. idiota, em minha inocência, ri! Estava chovendo de seus olhos!

Depois fui consultar minha consciência e só então reparei: Nunca tive mãe depois da nascença. E passei por mentiroso perante mim mesmo. Como se me ocorrera invocar um diálogo com minha mãe com quem nunca convivi? Teme-se que, se chover, tudo rache ao redor, mas não há gente suficiente para fazer uma roda da chuva!

E lá fui pelo deserto cheio de areias com minhas galochas da , procurar a umidade da chuva, que ainda seria tanta a ponto de nelas encalhar baleia. A remove montanhas e pode trazer baleias para o deserto. Um deserto de areias molhadas com ondas de baleias.

® Rui Rodrigues
(Dos contos de Amuleto, ainda a serem escritos)

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Teremos um novo Japão ainda mais moderno?

Japão Moderno
O Imperador tira a peneira do Sol Nascente

Delegação japonesa a bordo do Missouri para a rendição em 1945

A constituição japonesa atual foi imposta pelos EUA na ultima guerra mundial ao Imperador Hiroito que governava o Japão como um Deus na Terra. Isso mesmo, para os japoneses, assim como para os habitantes da Terra até a Revolução francesa, no final dos anos 1.700, o Rei ou o imperador era o "Deus Humano", Há 2.700 anos atrás, em Israel, os reis eram ungidos por profetas. A dinastia japonesa tem 2.700 anos. Os israelenses descobriram precocemente que D`Us não nomeia ninguém aqui na Terra nem mantém escritórios de representação.

Hiroito do Japão

O Japão é um pais moderno, e desde o final da 2a guerra mundial vive com um Imperador que não mandaria nada mesmo que tivessem ganho a guerra, porque já descobrimos, e com a tecnologia moderna também eles, os japoneses, independentemente das guerras, que Deus não nomeia ninguém aqui embaixo, não tem representante, nem abriu escritórios ou filiais... O filho de Hiroito, que o sucedeu, chamado Akihito, aos 82 anos, cardíaco e com câncer, maltratado por "Deus", cansou-se de representar sem ser bom ator, e quer morrer com a liberdade de ser humano como todo mundo é, coisa que nunca o deixaram ser, por conta de tradições idiotas. Para piorar, ele só poderia "abandonar" o cargo por morte matada, morrida, atestada e confirmada com atestado passado.

Akihito do Japão

Akihito quer abdicar em nome de Naruhito, seu filho, neto de Hiroito. Se eu fosse Naruhito, agora com 56 anos, dava-lhes uma banana!

Bem vinda a República do Japão!


® Rui Rodrigues

domingo, 7 de agosto de 2016

O conhecimento, Trump e Marta futebolista.





1- O Ai Kai- Veneno Japonês...
Sobre a sabedoria.

Pensamento profundo , muito pró fundo, mas não tanto ao fundo senão me falta o ar....
Hoje na panela de pressão, "dilemas do conhecimento" - A Prognostosofia Eclética, essa coisa em que os prognósticos ecléticos são os melhores para a humanidade sob o ponto de vista positivista...
Sabemos tudo o que aprendemos (embora "novidades" que sempre chegam dos laboratórios da ciência - apenas da ciência - nos modifiquem um pouco o que pensávamos que sabíamos)...
Agora precisamos aprender o que não sabemos, mas como saber o que aprender se desconhecemos o que não sabemos? A grande questão: Pedir a um mestre ou mestra assegura a maestria ou mestrado com diploma?

2- Trump e Hillary

Os discursos de Hillary e Sanders mudaram na campanha. Agora atacam abertamente os ricos para ganharem votos dos "pobres"... Ora... Esta historia conhecemos por aqui, ha longos 14 anos... E a pesar de tudo, os "ricos" continuam financiando a campanha da Hillary. O que isto significa? Que os ricos querem esgotar as verbas publicas e desvia-las do povo para os bolsos de políticos e empresários, e colaboradores e empreiteiras e banqueiros...
Depois vão querer dar um impeachment nela!!!!
O primeiro erro (de elege-la) será ruim... O segundo (do impeachment) será bom... rsrsrs
(Irão me escutar?)Mas.. Reparem...Nem tudo o que parece inimigo realmente teria que o ser...

3- A Marta futebolista...


Vou repetir minha homenagem... Tenho que repetir!!!
Bom dia caríssimos e agradabilíssimas caríssimas todos nós ferrados de verde e amarelo nas finanças e "engreenaldados" com flores amarelas nos campos de luta esportiva... Viram a garra, aliás, as garras, da Martinha? Rapá.. aquela boca linda cheia de dentes comemorando o gol... As veias quase explodindo numa pressão de 30 x 20.... Dois braços que pareciam duas garras de águia... Aquilo sim que é mulher, não é a outra Martha do "relaxa e goza", simbolo da depressão e da mal-gastança nacional. Martinha do futebol dá um banho em Neymar....
Minha heroína no dia de ontem!!! Mulherio nacional, parabéns !!!!!!!!!!!!!!

® Rui Rodrigues 

sábado, 6 de agosto de 2016

Sexo, Moral... E... Moral no sexo... O que é isso?


O que é isso e para onde vamos?

(Não haverá apocalipse, mas a paisagem ficará mais feia) 


(Na foto Sandy Summers, atriz porno) 


Visitei alguns sites de "pornografia" e me vi obrigado a ter uma conversa de pé de orelha aqui com os meus botões... Senti essa necessidade, porque de vez em quando me assalta meu espirito matemático, que se alia a filosofias para tentar sentir quais os rumos em que caminha a humanidade. Algo assim como um estudo estatístico, verificação de tendências. Isto sentido sobre a humanidade, sempre recai e resulta em tendências de modismos políticos, econômicos, religiosos, bélicos...

Sei que minha passagem por aqui é curta em termos cósmicos, e que minha opinião não tem longo alcance humano, mas não gostaria de ficar muito defasado em relação ao progresso ou evolução da humanidade a que pertenço. O alcance de minha opinião não importa de forma global, nem a ninguém. Exponho-a talvez para daqui a alguns anos a rever e poder ver o quanto acertei ou errei. 


(Shigeo Tokuda em ação, aos 75 anos)


O meu instinto matemático me leva para o passado, para milênios de anos atrás, dando uma ligeira parada nos tempos da cavalaria, na Idade Média, ou Idade das Trevas, quando honra, moral, ética, eram a base da educação nos lares e nas escolas, se bem que governantes e mesmo religiosos pensassem de forma diferente, mas sempre alegavam politicamente, em nome do governar ou da fé, que deveríamos  "olhar o que diziam, mas não olhar o que faziam"... De milênios e anos atrás até o presente, a cada ano que passa, e em curva exponencial, a moral e a ética vêm decaindo. Os mais extremadamente liberais dirão que não, alegando que simplesmente agora é mais verdadeira mas que sempre foi assim. A humanidade rapidamente se adapta como nuvens de estorninhos evoluindo nos ares, mudando o formato. Para onde vai o "bando de humanos"?


(Yusue Tomita, 61 anos, atriz pornográfica) 


E o que mais assusta a humanidade é a sua extinção. Quando "ela" sente, que o caminho que trilha é perigoso, muda de direção. Vimos isso na queda do muro de Berlim, vemos isso agora na tendencia mundial da politica no sentido da direita e extrema-direita, todas as mudanças sem a necessidade de "lideres". Ou melhor, uma grande parte das populações começam a "liderar" essas mudanças ao redor do globo e de norte a sul. Já se viu isso antes, quando a Igreja Católica que nomeava reis e imperadores, e declarava guerra a "infiéis", queimava seres humanos em fogueiras, de repente começou a perder o poder reino a reino, ao se separar a politica da religião por iniciativas populares. Esse tipo de politica que unia politica e religião, vê-se hoje - ainda -  em alguns países muçulmanos, e curiosamente, onde menos liberdade sexual existe e onde as diferenças de gênero são maiores. 
Talvez nunca se tenha tido tanta noção do mundo que nos cerca, como nos dias de hoje com acesso a tanta e diversificada informação. Por isso não se pode esconder o que todo mundo quer e tem interesse em propagar, alardear, mostrar... E isto tanto vale para os "meninos" como para as "meninas" de praticamente qualquer idade e para qualquer assunto... A liberdade sexual vale tanto para namorados, como para noivos, casados, viúvos, independente de gêneros. Ou não? 
(Mia Khalifa, atriz porno) 


Consultando sites de liberdade sexual total, nem freirinha escapa, nem vovózinha, empregada, secretária, babá, professora, aluna, soldada, policial, de qualquer religião, cor, credo... ninguém!... Sim, claro, homens também... Mas sobre nós, as mulheres que falem. São elas quem nos analisam. 
O que se nota é que quem quiser uma santa - ou um santo - que procure no céu, mas não é garantido chegar lá e tem que falecer antes, o que nao parece muito interessante, e quem vende "lugares" no céu é um embusteiro... Você chega numa cidade desconhecida, vê uma moça linda, com olhar angelical, casa e depois descobre, a pouco e pouco, que não é o único a entrar naquele mato. Mas o que isso importa realmente, se não há a "posse" de um pelo outro do casal? Não importa nada!... Desiste-se de casar.... Ou casa-se assim mesmo, senão vem outro e pega a noiva, aquele pitéu sexual - ou aquele monte de virtude - que não se pode desprezar?

(Santas mártires Menodora, Metrodora e Ninfodora) 

Quer fidelidade? Case com clausula específica de prêmio e de incumprimento, mas isso são detalhes de algo mais importante: A humanidade busca caminhos para reduzir drasticamente o seu indice de crescimento. A humanidade "sente", a humanidade "sabe", que se continuar crescendo nas taxas atuais vai acabar por se canibalizar, explodir o planeta em guerras e competições que nada terão de esportivas. A humanidade, de forma "consciente" (o inconsciente coletivo como superego atuante e determinante na consciência, substituindo-a) limita-se a si mesma, nem que para isso tenha que "cortar" na carne, começando pelos incentivos... A humanidade se desincentiva a crescer mais, tornando o mundo "feio"... Não se esperem dias muito melhores enquanto a população mundial não baixar a números despreocupantes que parem de "cheirar" a extinção. Mas até lá, tudo vai "piorar", tal como vem piorando desde que a humanidade nasceu com a mesma sina da vida: Nascer, crescer, procriar-se e morrer!
    
® Rui Rodrigues