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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Ensaio sobre a moral e a ética [1] No contexto da sociedade e dos governos

Ensaio sobre a moral e a ética [1]
No contexto da sociedade e dos governos

Uma águia voando consegue enxergar um pequeno rato no meio da floresta, que somente outros animais, num raio de escassos vinte metros ao redor do rato conseguem farejar, ver, sentir. O pequeno roedor não tem a visão tão apurada suficiente para enxergar a águia. Sua visão é limitada. É grande a diversidade das espécies da vida e é grande a diversidade entre os indivíduos de cada espécie. Nem todos nos vemos uns aos outros. Também temos, nós humanos, as nossas limitações.

Aparentemente, isto não é filosofia. Esta afirmativa parecesse-se muito mais com biologia do que com a moral e a ética, mas se acionarmos a nossa percepção para o comportamento da águia e do rato, e de suas características, poderemos então encontrar algumas semelhanças no nosso comportamento humano. Para que isto tenha validade, é necessário algo mais: esquecermos por momentos que águia e rato não sejam apenas animais, mas que sejam “um pouco humanos”, que tenham sentimentos e isto parece que eles têm. No entanto, não pretendo neste ensaio falar da águia nem do roedor, mas de nós, humanos, quando agimos como águias e como roedores.

Diz a Wikipédia sobre moral e ética:

Ética é o nome geralmente dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra "ética" é derivada do grego θικός, e significa aquilo que pertence ao θος, ao caráter.Diferencia-se da moral, pois enquanto esta se fundamenta na obediência a normas, tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos, a ética, ao contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento humano.

E mais:

Na filosofia clássica, a ética não se resumia à moral (entendida como "costume", ou "hábito", do latim mos, mores), mas buscava a fundamentação teórica para encontrar o melhor modo de viver e conviver, isto é, a busca do melhor estilo de vida, tanto na vida privada quanto em público. A ética incluía a maioria dos campos de conhecimento que não eram abrangidos na física, metafísica, estética, na lógica, na dialética e nem na retórica. Assim, a ética abrangia os campos que atualmente são denominados antropologia, psicologia,sociologia, economia, pedagogia, às vezes política, e até mesmo educação física e dietética, em suma, campos direta ou indiretamente ligados ao que influi na maneira de viver ou estilo de vida. Um exemplo desta visão clássica da ética pode ser encontrado na obra Ética, de Espinoza.
Porém, com a crescente profissionalização e especialização do conhecimento que se seguiu à revolução industrial, a maioria dos campos que eram objeto de estudo da filosofia, particularmente da ética, foram estabelecidos como disciplinas científicas independentes. Assim, é comum que atualmente a ética seja definida como "a área da filosofia que se ocupa do estudo das normas morais nas sociedades humanas" e busca explicar e justificar os costumes de um determinado agrupamento humano, bem como fornecer subsídios para a solução de seus dilemas mais comuns. Neste sentido, ética pode ser definida como a ciência que estuda a conduta humana e a moral é a qualidade desta conduta, quando se julga do ponto de vista do Bem e do Mal.
A ética também não deve ser confundida com a lei, embora com certa freqüência a lei tenha como base princípios da ética. Ao contrário do que ocorre com a lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; por outro lado, a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas no escopo da ética.

Não foi possível perceber, ao longo da história, onde se podem encontrar os seguintes “elos” perdidos ao longo da história do comportamento humano:

1)    Quando começamos a perder o nosso lado animal e pela primeira vez percebemos que para viver em sociedade necessitamos de nos comportar de forma ética, com moral e de acordo com leis pré-estabelecidas a que todos somos obrigados a aderir, porque fazem parte de nosso entendimento moral e ético;

2)    Quando, apesar de já sermos portadores de consciência ética e de conceitos de moral e conhecermos as leis, começamos a seguir e até mesmo a idolatrar líderes que, sabemos hoje, não agiam dentro dos padrões da moral, não tinham ética e ditavam leis que os isentavam da moral e da ética, e, portanto, das próprias leis que apoiavam ou criavam.
E,
3)    Porque razões continuamos, apesar de todos os estudos e da disseminação da cultura e do ensino, a aceitar líderes que por interesses próprios e escusos, ou por convicção, continuam a permitir ou a agir sem moral, sem ética, fora das leis, no todo ou em parte.

Cabe aqui um á parte, além de outros que também caberiam. O item 3 acima, não é um elo perdido, mas acredito que, descobertas as razões nele implícitas, possa constituir um “elo” encontrado para o futuro, marcando o momento em que as sociedades possam ter líderes, estes sim, líderes, que ajam com moral, com ética, obrigando-se ás leis que criaram e  fazem impor.

Visto á luz da moral, da ética e das leis, não há aparente explicação para seguirmos os líderes que temos e que agem através de sistemas de governo que não pedem explicações aos cidadãos. Muito pelo contraio, mesmo nas democracias mais plenas, sólidas, consolidadas, governos instauram as leis, aplicam-nas, agem á revelia e criam uma em particular que os destina a ficar à margem da lei: a imunidade política que foi criada preferencialmente para embaixadores em trânsito, como se fosse um salvo-conduto.  Precisamos de algo mais que o explique.A política e o comportamento das multidões dão-nos uma razoável contribuição.

Sobre a política, diz-nos a Wikipédia:

“Política denomina arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados; aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política externa). Nos regimes democráticos,a ciência política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua militância.
A palavra tem origem nos tempos em que os gregos estavam organizados em cidades-estado chamadas "polis", nome do qual se derivaram palavras como "politiké" (política em geral) e "politikós" (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos), que se estenderam ao latim "politicus" e chegaram às línguas européias modernas através do francês "politique" que, em 1265 já era definida nesse idioma como "ciência do governo dos Estados".
O termo política é derivado do grego antigo πολιτεία (politeía), que indicava todos os procedimentos relativos à pólis, ou cidade-estado. Por extensão, poderia significar tanto cidade-estado quanto sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à vida urbana.
O livro de Platão traduzido como "A República" é, no original, intitulado "Πολιτεία" (Politeía). (Segundo Aristóteles, o homem é um animal político).

Vejamos, por exemplo, qual a política necessária para governar uma Pólis muito antes de Platão, cidades como Çatal Uyuk [2]na Turquia, ou Ur [3]na Caldéia, dentre outras. Nenhuma destas duas cidades tinha mais de 10.000 habitantes, mas podemos considerar que tivessem até mesmo 100.000 habitantes, porque a forma de governar e a dificuldade é exatamente a mesma conforme se organizaram.

Naqueles tempos, os seres humanos iniciavam sua convivência social, ao fazerem parte de grupos considerados enormes para os padrões da época e de outros povos que ainda vivam em tribos, na coleta de produtos da natureza e da caça. Tanto em Çatal Uyuk quanto em Ur, a agricultura já havia sido descoberta. Grupos de coleta e caça não podiam ter mais de 60 indivíduos porque chegados num local de coleta ou caça, imediatamente esgotavam as provisões, obrigando-se a deslocamentos sem descanso. Com a descoberta da agricultura e do confinamento de animais, a comida disponível permitiu o crescimento de comunidades maiores. Naqueles tempos a força se impunha à razão. Os seres humanos saíam da animalidade para a condição de seres que raciocinavam e olhavam o mundo ao seu redor, começando a atendê-lo e como o podiam aproveitar.

Considerando 10.000 pessoas, 5.000 mil eram mulheres. Pela força, as mulheres se submeteram aos homens. Não vem ao caso se a religiosidade que então despontava, se baseou em instruções divinas para mandar calar as mulheres, apedrejá-las  por traição sexual mesmo sendo obrigadas á força por homens que não seu marido. O que importa é que os governos adotaram essa premissa como lei. Cada marido governava sua mulher. O estado somente tinha que governar, então, 5.000 homens...

Dos homens, cerca de um terço era menor de idade e governado pelos pais. A outra terça parte era idosa, com mais de 30 anos, sendo que a idade esperada de vida era de apenas 45 anos. Poucos viviam mais do que isso. Para governar, então, nada mais do que a terça parte de 5.000, ou seja, 1.700 homens.

Para uma cidade de 10.000 habitantes, com cerca de 1.700 homens em condições de se sublevarem ou sublevarem a ordem, 1.000 homens no exército seriam suficientes e até demasiado, mas bem armados, esses homens poderiam sair para fora da cidade, percorrer as aldeias e fazer escravos para cultivar as terras. Foi o que fizeram. Os outros 700 que sobravam eram mais do que suficientes para administrar a cidade-estado, promover a religião, instruir, fabricar utensílios, promover o comércio. Como os 1.000 homens eram comandados pelos generais e postos de menor graduação, o governo de um rei e ministros era suficiente. Ou seja, uma centena de pessoas tomava conta de 10.000 habitantes...

Era fácil governar, ainda mais que os reis se diziam, com a ajuda dos sacerdotes, que eram divinos, descendentes dos deuses. Freud nem teria a mínima necessidade de estudar o comportamento das multidões.  Viviam todos em perfeita ordem. O rei e seu séquito podiam passear livremente pelas ruas, ostentar ouro, cobrir a cúpula dos palácios com ouro, colocar guardas armados com espadas flamejantes de guarda nas portas da cidade. Pareceria a algum visitante menos aviado, que dentro da cidade havia um paraíso, um éden, e que esse paraíso era guardado por anjos com espadas de fogo, assim lhes incidissem os raios solares durante o dia, ou os raios de luz de fogueiras á noite. As únicas prisões que podemos imaginar seriam destinadas a escravos fugidos e recuperados, e possivelmente para bêbados. Lá se cultivava a vinha.

As cidades cresceram desde as primitivas cidades-estado de Ur e Çatal Uyuk. Cresceram muito. Há cerca de 2.400 anos atrás, havia cidades como Atenas e Esparta na Grécia, Mênfis no Egito, Roma [4]na atual Itália. Vamos concentrar-nos em Atenas [5], que possuía um exército de hoplitas de 40.000 (eram cidadãos) que com suas famílias completariam cerca de 140.000 atenienses. Além disso, cerca de 400.000 escravos. Por esta época, o mundo crescera muito, cidades cresciam próximas umas das outras, e o temor de serem conquistadas era muito grande. Não havia naquela época a convenção de Genebra[6], e durante as guerras, as mulheres eram estupradas, os jovens e os homens passados a fio de espada, crianças tomadas como escravas. Roma e Mênfis eram cidades de mais ou menos do mesmo tamanho e da mesma complexidade, geridas com maior ou menor dificuldade.

Havia revoluções, mas geralmente a população seguia líderes que nada mudavam de substancial na vida do povo. As revoluções faziam-se em torno de uma figura que detinha parte do exército ou todo ele a seu favor. O motivo primário das revoluções era sempre a vontade de tomar o poder, a ambição, a vaidade, a vingança. Não se tem notícia de revoluções a favor do povo, a não ser quando Spartacus, o gladiador, se revoltou contra Roma. Revoltas populares, e mesmo assim incitadas, aconteceram na história a partir da revolução francesa. Os “sem culotes” (trabalhadores franceses) incitados por Marat e Robespierre dentre outros, invadiram e destruíram um dos símbolos da Realeza, a Bastilha[7], uma prisão. O recado popular foi significativo: Um rei que não dava pão nem trabalho e que apenas explorava, vivendo em luxos, não tinha moral para prender ninguém.  

A democracia, tanto quanto se tem notícia, foi usada como forma de governo na Grécia antiga, por muito pouco tempo. Nada se fazia sem que, em Praça Pública se fizesse votação popular, pelo gesto simples de levantar a mão quem estava de acordo. Havia mobilização popular. Os cidadãos participavam altivamente.  Pela mesma época surgia em Roma o conceito de República. Ambos os tipos tinham a figura do Chefe da Nação, do Senado que eram eleitos entre os cidadãos. Cidadão não era qualquer um. Eram apenas considerados como cidadãos os autóctones, descendentes das classes consideradas como tradicionais. Como República e Democracia eram muito semelhantes, fez-se certa confusão e se tomou a república como uma democracia. Afinal ambas cuidavam- ou deveriam cuidar- da “Res pública”, isto é, da coisa pública, dos cidadãos, e aparentemente eram similares, porque a boa e velha democracia do voto popular cidadão, ficara lá atrás na história, num mundo que era eminentemente analfabeto, sem conhecimento da história, e o que era pior, com a história encomendada por governos.

Com governos republicanos, em que mulheres não votavam, nem crianças, nem idosos, com voto obrigatório [8]sob pena de deixar de ser cidadão, as nações atravessaram os séculos habituadas a que “alguém” cuidava delas.  Afinal, era para isso que pagavam impostos. Os impostos serviam para que alguém, no caso o governo, preocupado com a população, cuidasse do abastecimento de água, dos esgotos, da saúde pública, dos exércitos e da polícia. Pelo menos, o governo servia para isso. Desculpava-se muito do luxo que os governos tomavam como hábito, em troca do benefício de ser cuidado.

Na verdade, o que aconteceu na transição do reinado para a república deveu-se principalmente ao crescimento populacional. Na medida em que as populações cresciam, cada vez mais havia comerciantes, industriais, banqueiros, generais, sacerdotes, e outros com influência junto ao povo, a quem as populações pediam favores para que cuidassem de seus interesses. Era necessário atender a todos os influentes, e estes, cada vez em maior número, com uma população crescente, ganharam o direito de dividir o poder. A República chegara a Roma para ampliar o poder e chegara para ficar.

No entanto, na medida em que as populações foram crescendo exponencialmente, cada vez mais cidadãos com influência achavam necessário defender seus interesses. Eram e são os donos de Bancos, Industriais, forças armadas. Organizaram-se sob a forma de Lobbies para agir sobre aqueles que participam do governo. O povo nunca teve lobbies agindo sobre os governos. O povo nunca se organizou, realmente, para defender os seus interesses assim como aqueles cidadãos se organizaram (talvez a solução para os dias de hoje seja a reunião de cidadãos em “blocos” de forma a que possam também encher os corredores dos palácios de governo para chamar a atenção para as suas necessidades específicas, ou, quem sabe, melhorar a democracia e o que se entende e subentende, para que se adote o voto direto como no tempo de Atenas, do filósofo Sócrates).

Foi apenas na metade do século XIX que se começou a diferenciar entre governo republicano e governo democrata, mas vê-se pelo governo dos Estados Unidos da América do Norte que não há diferença entre os dois, porque apenas com dois grandes partidos, o democrata e o republicano, os EUA continuam governáveis como exemplo da maior democracia do mundo.

Essa diferença, entre democracia e república faz toda a diferença para as populações e para a cidadania.
Em ambos os governos, república e democracia, não raro as populações vão para as ruas, para pedirem que os governos olhem para as suas necessidades e as atendam.  Foi assim contra a guerra do Vietnam nos EUA, a favor do Impeachment de Collor no Brasil, movimentando grandes multidões. A esperança era a de mostrar aos governos que a quantidade de pessoas nas ruas, era uma voz forte, de nível nacional, representativo, como se, quem tivesse ficado em casa, o devesse qualquer fator que não o de não participar do movimento.

Porque razão os manifestantes não foram até os palácios de governo, porque não juntaram assinaturas para agir nos corredores como fazem as empresas e instituições que têm lobbies?

Porque, creio eu, seria uma “afronta” sujeita a repressão e o povo queria demonstrar, polidamente, que queria fazer a demonstração em paz, de forma democrática... Mas essa não é a forma correta de se fazer ouvir, porque o governo deve representar o povo, e não pode exigir deste que se humilhe a pedir, por favor, que o governo o atenda, uma atitude claramente democratofóbica, como se os cidadãos fossem coisa reles, pedintes carentes, massas escravas que devem seguir o que os senados determinam.
Há uma distância ainda muito grande entre o governo e os cidadãos. São duas sociedades com interesses diferentes dentro da mesma sociedade...

Doze mil anos de história de povo pedindo ao governo que olhe por ele, é uma tradição inculcada, empedernida como montanha cravada numa planície e que é necessário esclarecer e reparar.
Finalmente chegamos ao século XXI, com novos instrumentos de comunicação agora instantâneos e portáteis, como é o caso dos celulares, computadores e Internet, em que já não necessitamos levantar o braço em praça pública para votar o que o povo deseja.

O povo não sabe que existe a velha democracia do braço levantado e que ela hoje é possível. O povo não sabe o que pode ou não pode fazer, porque as leis não lhe são ensinadas desde a escola primária, como os direitos da criança e os direitos humanos. E, no entanto, apesar de o Estado não distribuir a Constituição de forma gratuita a todos os cidadãos, para que a conheçam não se pode alegar desconhecimento nem da Lei nem da Constituição... Constituição essa que é constantemente alterada por Medidas Provisórias, as chamadas MPs que a rasgam em tiras soltas de letras perdidas no vento.

Os governos fazem o que querem sem consultar o povo, podendo fazê-lo através dos meios disponíveis no mundo mais do que moderno de hoje.

È preciso que se leve o conhecimento às escolas, às universidades, aos juízes, aos generais, às instituições, mesmo que estas não ensinem... È preciso que os cidadãos saibam que os governos devem atender as sociedades e não serem atendidos por estas, a não ser na aplicação da lei que essas sociedades mesmas aprovaram. Que nos dias de hoje já não devem declarar guerras sem consultar o povo para saber se podem ou não...

E se encontrarem moral, ética, leis credíveis nos governos de hoje, por favor, leitores, indiquem onde, porque eu não encontrei, e é disso que necessitamos nos dias de hoje, a bem da ética, da moral, da lei, da cidadania.

Rui Rodrigues



[1] Para referências, adotei a Wikipédia, fonte viável para quem desejar conferir via Internet.
[2] Çatal Huyuk existiu em terras na atual Turquia, tinha cerca de 5.000 habitantes por volta do ano 6.700 AC. Sua fundação presume-se entre 12.000 e 10.000 anos atrás. Não tinha ruas. A entrada das casas se fazia pelos tetos. Conheciam a cerâmica e o comércio. http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_urbana
[3] Ur, terra de Abrahão, Foi fundada cerca do ano 2.000 A.C. Situava-se na Caldéia, a primeira a ter um código de leis – O código de Hamurábi, dotada de escolas para crianças onde aprendiam a ler. Muitas das tabuinhas de argila com o código de Hamurábi foram fruto de trabalhos escolares das crianças. As leis eram aprendidas pelos habitantes desde tenra idade. Onde perdemos esta beleza de ensino, leis aprendidas por crianças? Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Ur
[4] Roma chegou a ter cerca de 1.200.000 habitantes segundo fontes conservadoras. Ataques e doenças fizeram com que seu numero de habitantes se reduzisse a 500.000 e 30.000 respectivamente.
[6] Pela Convenção de Genebra, pela primeira vez na História humana, se fez uma lei social para humanizar a guerra.  Abria-se o mundo a uma compreensão que nunca foi devidamente tomada em conta: As guerras são declaradas pelos governos de estado, não pelos cidadãos. Ser civil significa que não está necessariamente a favor da guerra nem de seu governo. Governos e povos são duas entidades separadas da sociedade, e nem sempre estão de acordo uma com a outra.
[8] O voto, mesmo obrigatório sempre foi limitado, como em Roma, à classe dos Patrícios (as famílias autóctones, mais influentes, considerados como a “raça” pura da nação). Mulheres só puderam começar a votar no início do século X!X, após o movimento das Sufragettes na França. Mulheres fizeram passeatas na França, nos EUA, na Inglaterra, na Alemanha, apanharam da polícia, foram presas, mas conseguiram, felizmente. Movimentos populares maciços costumam ser ouvidos nos últimos tempos. Ver também sobre voto feminino http://pt.wikipedia.org/wiki/Sufr%C3%A1gio_feminino

domingo, 21 de agosto de 2011

Sobre os Illuminati e a nova ordem mundial




A Wikipédia define assim o que é Illuminati:
“Illuminati (plural do latim illuminatus, "aquele que é iluminado"), é o nome dado a diversos grupos, alguns históricos outros modernos, reais ou fictícios. Mais comumente, contudo, o termo "Illuminati" tem sido empregado especificamente para referir-se aos Illuminati da Baviera, uma sociedade secreta da era do Iluminismo fundada em 1 de maio de 1776 ”.  A ordem foi fundada por republicanos, livres pensadores, com o nome de “Antigos e Iluminados Profetas da Baviera” na cidade de Ingolstadt, Baviera, atual Alemanha.


E prossegue com o seguinte esclarecimento:


“Nos tempos modernos, também é usado para se referir a uma suposta organização conspiracional que controlaria os assuntos mundiais secretamente, normalmente como versão moderna ou como continuação dos Illuminati bávaros. O nome Illuminati é algumas vezes empregue como sinônimo de Nova Ordem Mundial, Muitos teóricos da conspiração acreditam que os Illuminati são os cérebros por trás dos acontecimentos que levarão ao estabelecimento de tal Nova Ordem Mundial, com os objetivos primários de unir o mundo numa única regência que se baseia em um modelo político onde todos são iguais”. 




Além do que consta na Wikipédia é necessário esclarecer que alguns “profetas” tentaram denegrir o estudo do conhecimento e da humanização da sociedade, associando este modelo político a um suposto Anti-Cristo. O medo de sermos todos iguais perante a lei e de todos nós termos realmente os mesmos direitos á vida e ao conhecimento, assusta compreensivamente os que vêm nos cidadãos um imenso pasto para suas riquezas e suas sedes de poder.


Acredito que até o lançamento dos livros de Dan Brown, “O Código Da Vinci” e “Anjos e Demônios”, e anteriormente o de Humberto Ecco “O nome da Rosa”, o conhecimento deste assunto era restrito a uma diminuta parcela da sociedade mundial. Os livros primeiro, e depois os filmes, vieram popularizar o clima de mistério secular que colocou em lados opostos a Igreja Católica tradicionalmente contra o conhecimento que lhe podia derrubar os conceitos de fé pura sem conhecimento, e de outro a sociedade do conhecimento que se espalhava pelo mundo, formada em Universidades e que se perguntava sobre a razão das coisas e como funcionavam. A Igreja Católica proibia as perguntas. 
Para impedir este conhecimento, a Igreja Católica fundou a Diabólica Inquisição , queimou cidadãos em fogueiras, promoveu cruzadas contra os povos árabes, e perseguiram aldeias, povos, livros, pessoas, nações. Os EUA e o Canadá formaram-se com famílias que fugiam da perseguição religiosa da Igreja Católica. Judeus e famílias portuguesas amantes do trabalho, da paz e do conhecimento, colonizaram o nordeste brasileiro e o Rio Grande do Sul. Este pesadelo da Inquisição é assim descrito na Wikipédia:


“A Inquisição medieval, da qual derivam todas as demais, foi fundada em 1184 no Languedoc, ao sul da França, para combater a heresia dos cátaros ou albigenses. Em 1249, implantou-se também no reino de Aragão, como a primeira Inquisição estatal e, já na Idade Moderna, com a união de Aragão e Castela, transformou-se na Inquisição espanhola 1478 - 1821, sob controle direto da monarquia hispânica, estendendo posteriormente sua atuação à América. A Inquisição portuguesa foi criada em 1536 e existiu até 1821). A Inquisição romana ou "Congregação da Sacra, Romana e Universal Inquisição do Santo Ofício" existiu entre os anos de 1542 e 1965”. 


Daí vem o tradicional embate entre ciência e religião, colocando-as em lados opostos quando na realidade estão muito mais próximas de que se imagina: Para construir um Universo como este, repleto de leis complicadas da Física, da Química e da Genética, não teria Deus que ser um cientista mais do que perfeito?  


Sigmund Freud fez um estudo sobre o comportamento das multidões que embora discutido ainda, é normalmente aceito como uma excelente base para a avaliação do comportamento humano quando isolado, e quando reunido em grupos, sociedades e nações. Compreende-se então que, a pesar de todos aqueles que já passaram pelo mundo tentando controlar esses grupos, sociedades e nações, a humanidade sempre segue o seu caminho. Um caminho que somente sabemos qual foi, quando já passou e sentimos o quanto avançamos. Grupos parecem momentânea e temporariamente dominados, assim como sociedades e nações, normalmente por efeito da ação de pequenos grupos que dominam a riqueza e os exércitos. São grupos temporariamente prevalecentes, que passam ferindo, retardando, privando, mas desaparecem na história como se nunca tivessem existido como palavras largadas ao vento e rasgadas em letras dispersas que já não têm efeito. 


O grupo dos illuminati da Baviera, que chegou a ter cerca de 2.000 participantes, foi fundado em 1761 pelo professor de lei canônica e jesuíta Adam Weishaupt , (falecido em 1830) e pelo barão Adolph von Knigge  e  banida em 1784, mas foi o suficiente para iluminar a imaginação das sociedades do futuro. A vontade do saber, do conhecer, é intrínseco da humanidade e desde o fim da Inquisição, já não se precisa esconder de nada nem de ninguém. Todos os que já passaram pelos bancos de universidades, escolas, cursos, são Illuminati. 


O mundo é um farol aberto, ligado, iluminando o imenso mar do conhecimento onde navegamos os nossos neurônios com pequenos pares de remos a que chamamos de sinapses.


Não existe uma Nova Ordem Mundial... Há sim, uma vontade muito forte de alguns dominarem o mundo pela ignorância, e uma vontade ainda maior pelo conhecimento, por parte da humanidade, em não ser dominada...


Rui Rodrigues













[1]  Para mais detalhes, consultar: http://pt.wikipedia.org/wiki/Illuminati
[2]  Para mais detalhes, consultar: http://pt.wikipedia.org/wiki/Inquisi%C3%A7%C3%A3o
[3] Foto da direita
[4] Foto da esquerda

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

E agora, quem vai acreditar nos Bancos e nos governos?


 Chegavam a ser fascinantes os anúncios dos Bancos, sempre com músicas suaves de fundo, gente muito bem arrumada e preparada em camarins da mídia sofisticada, e falas diretas, incisivas, cheias de segurança, dizendo que seus depósitos davam retorno, que seus custos para manutenção de conta eram os mais econômicos, e que sua poupança era a mais rentável...

Com que propriedade esses Bancos nos incitavam, nos convenciam, que seus créditos bancários eram os mais garantidos do mercado, que seus financiamentos eram possíveis a qualquer um... O progresso pessoal ao alcance do mercado, cada um podendo ter seu carro, seu apartamento, sua empresa... Todos os anúncios cheios de brilho, limpos, nada fora do lugar.

Não havia lugar para propaganda agressiva de um banco contra outro. O mercado era enorme, e todos ofereciam as mesmas cotas de crédito, as mesmas condições, os mesmos sacrifícios dos depositantes...

Então... Um dia, vimos que no Brasil por decreto do Banco Central, os juros constitucionais de 12% a.a. sobem a 150%... a 175%... A Constituição foi rasgada em mil pedaços, cada um com destino certo: para o capital internacional que recebe boa parte desses juros sem ter que aplicar em nada ou quase nada; para os Bancos que recebem o dinheiro desses juros... O dinheiro que deveria desenvolver o Brasil, escoava entre juros para as mãos de particulares...

Então... No dia seguinte, vimos uma pretensa crise internacional aparecer nos EUA, e como medida para conter uma “eventual”  desgraça bancária, criou-se uma desgraça popular: Parte do dinheiro dos fundos da Nação foi dado aos bancos a juro quase zero... E aqui, como em quase todo o mundo, os governos doaram as economias dos cidadãos para os Bancos... A crise que não existia, passou a existir: Os governos já não podiam pagar as suas dívidas externas, nem internas... Os povos saíram para as ruas em todo mundo.

Então... Dias depois, As bolsas começaram a cair em todo mundo, da Ásia à África... Ou seja, o dinheiro doado pelos governos, que deveria resolver a crise, pelo contrário, a criou, por insolvabilidade dos governos. Pior ainda, aumentou a crise, agora pela desconfiança na aplicação de poupanças e fundos de reserva de empresas que não têm um Banco que as afiance. Criou-se uma recessão que partiu dos bancos com a ajuda dos governos...

Então... Agora, esperamos de braços cruzados, sem cruzados nem reais que nos defendam da cobiça de dinheiro e de poder... Criou-se, além da desconfiança do mercado, a desilusão dos povos em combater monstros tão poderosos, armados de forças armadas e de polícias encapuzadas, em que alguns membros já nem usam identificação...

As sociedades têm comportamentos previsíveis ou inusitados. Veremos como elas se movem nestes novos tempos em que a democracia foi tão longe que cansou, esqueceu-se dos cidadãos, morreu !!!

Rui Rodrigues

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A Traidição do poder



Traidição é um neologismo.  O poder trai por tradição. Criei-o hoje, mesmo contra a opinião dos amantes do vernáculo, porque entendo que a língua portuguesa deve evoluir, porque isso independe de nossa vontade. Se olharmos os textos originais de Camões ao escrever os Lusíadas, vemos que de lá para cá, a cada século, uma versão diferente da língua. Os puristas que me perdoem, mas a língua e a humanidade evoluem independentemente de nossas particulares vontades.

Alguns anos atrás, li sobre Ramsés II, o chefe supremo Egípcio, que se dizia,  e os sacerdotes atestavam, como descendente de Amon-Rá, o deus supremo dos egípcios, assim diziam também os sacerdotes. Os hititas, figadais inimigos do Egito, provenientes da península da Anatólia, onde hoje se situa a Turquia, vieram com a novidade de carros de combate puxados a cavalos e a maravilha do ferro como arma de combate. Os egípcios dominavam bem a arte da fundição do cobre, maleável, dúctil, macio, mas não do duro e terrível aço que perfurava as armaduras tradicionais. Após uma batalha contra esses mesmos hititas, ganha por Ramsés, este mandou gravar uma inscrição nas pedras de seu templo, onde consta que ele, apenas ele, porque todos os de seu exército o tinham abandonado, e com a presença de Amon-Rá, tinham derrotado os temíveis hititas. Sabemos hoje que Amon–Rá era fictício, inventado por sacerdotes, que Ramsés não podia ser descendente de deus fictício, e que a batalha foi ganha por uma coluna que se perdera do exército principal de Ramsés, e que por felicidade encontrou as forças inimigas desprevenidas porque estavam ocupadas em assaltar o que pensavam serem os despojos de um exército derrotado. Essa coluna perdida, da qual Ramsés II fazia parte, derrotou os Hititas. O povo egípcio, porém, conviveu com os temores do deus Amon-Rá, com os poderes de Ramsés, e economizou uma boa parte de suas economias, levando uma vida pouco melhor do que miserável, para poder gastar no embalsamamento, pensando que assim ganharia a vida eterna do paraíso do panteão dos seus deuses. Ramsés II era mentiroso inveterado.

Ao olharmos a história universal, assistimos a fatos como este, ou parecidos com este, em que se explora a crendice popular para se exercer o poder. Nenhum poder terreno poderia ter sobrevivido até a revolução francesa iniciada com a queda da Bastilha em 14 de julho de 1789, se não tivesse o apoio moral e temido das instituições religiosas. Daí para cá, com a instituição da República, o mundo começou a separar-se, de fato, em duas partes: a laica e a religiosa. Em novembro de 1789 a Bastilha foi totalmente demolida, para que se esquecesse o fato e dele não restasse pedra sobre pedra. A iniciativa popular deveria ser esquecida, e novo tipo de governo se impunha aos fatos. Napoleão estava chegando para capitalizar toda a ufania popular e, dando vazão à sua vaidade, conquistar o mundo  europeu para a França. Como sabemos, depois de brilhante carreira como oficial das forças armadas francesas, Napoleão se perdeu na península Ibérica onde foi derrotado por três vezes em três invasões, e na Rússia, de onde debandou porque os botões da farda eram feitos de estanho, que a baixas temperaturas se esfarelava, não permitindo que os soldados se agasalhassem convenientemente no rigoroso inverno russo. Sem a sua elite, Napoleão foi derrotado em Waterloo, deportado, morreu envenenado pelos papéis de parede colados em sua casa prisão na Ilha de Santa Helena: os papéis da parede continham pinturas á base de chumbo ou arsênico. Não se descarta a hipótese de uma dose adicional de chumbo e arsênico, em beberagens e chás colocados á sua disposição pelas forças inglesas que o guardavam nessa ilha cedida por Portugal, cujas frotas por ali passavam demandando a África para se abastecerem de água potável. Os cabelos exumados de Napoleão atestam os altos índices desses elementos. O povo francês viveu os horrores da guerra, viu Napoleão se fazer a si mesmo coroar como Rei da Itália, imperador, e viu a derrocada de sua investida. Assim mesmo, continuam atribuindo a esse homem nanico, vaidoso e inconseqüente, o título de herói nacional. Na verdade, mais um grande perdedor na história.

Em 1918 terminou a segunda grande guerra mundial. O Kaiser Guilherme II da Alemanha tinha sido derrotado num conflito que durou quatro anos. A paz foi assinada em Versailles, e as nações vencedoras impuseram-lhe enormes e impagáveis tributos como indenização de guerra. Com a quebra da Bolsa de N. York em outubro de 1929, o mundo entrou em crise, e a Alemanha, naturalmente, ainda mais. A situação proporcionou o clima para o aparecimento de Adolf Hitler que logo iniciaria a segunda guerra mundial, dando emprego a uma população de desempregados que viva uma inflação em que os preços dobravam, triplicavam na duração de um dia. Em 1939, Hitler invadiu a Polônia numa operação relâmpago, a Blitzkrieg. O mundo respondeu de imediato, e em 1942 os EUA entravam na guerra para desequilibrar a balança que pendia para Hitler. Com o final da guerra, em 1945, depois do lançamento de duas bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasáki, no Japão, as forças do Eixo, constituídas pela Itália, a Alemanha e o Japão estavam dominadas. Os EUA progrediram, Hollywood ficou conhecida no mundo, a “Paz Americana” se espalhou pelo planeta. O mundo só começou a perceber até onde ia o “new deal” de Roosevelt, quando a corrupção do capital começou a desestabilizar governos, a corromper a moral, a institucionalizar regimes, a operar a tortura como modo de coação pró-capitalismo. O capital parecia bom para todos e para mim também. A oportunidade de ter dinheiro, progredir, ter carros luxuosos, entrar para as telas de filmes, fazer parte do mundo novo, da tecnologia.

Então, certo dia, vencido o regime comunista, porque não entenderam seus dirigentes os manifestos nem as doutrinas nem as filosofias de Friedrich Engels e Carl Marx, sobrou apenas o capital como dono absoluto de todas as filosofias, de toda a verdade da humanidade. Finalmente, o capital vencera. O mundo dos banqueiros  iniciado na Flandres renascentista com as descobertas marítimas da América do Norte e do Sul, para financiar empreendimentos marítimos, agora estava dona do poder. Os Bancos mandavam por que financiavam, elegiam vereadores, deputados, vices e presidentes, prefeitos, sustentavam partidos políticos, recebiam em suas contas os lucros gordos do tráfico de drogas. A juventude, por falta de visão de futuro seguro onde pudesse sobreviver, entregava-se á falsa ilusão de que as drogas eram a alegria do momento, o relaxamento das duras dificuldades da vida, de sua existência. O tráfico começou também a eleger e a depositar seus lucros em Bancos. A moral relaxou e bandidos estão cada vez mais livres, mais públicos, constroem tudo destruindo o futuro da juventude.

Recentemente, os governos começaram a dar festas públicas pagas com dinheiros públicos, a dar bolsas família que não representam quase nada para o nada que as famílias ganham como trabalhadoras que contribuem para indústrias milionárias que não dividem seus lucros com elas. Os Bancos, inventando uma crise em 2008, baseados na péssima administração deficiente de cinco desses Bancos, exigiram o pagamento da dívida de ter gasto em eleições dos membros eleitos, e dos governos lhes deram os dinheiros públicos arrecadados em multas, impostos, suor e sangue da classe trabalhadora popular...

A informação, a desinformação, e a contra- informação, tal como durante a guerra fria entre comunistas devassos e capitalistas ambiciosos, corruptos e corruptores, espalha-se pela humanidade confundindo os deslumbrados e as deslumbradas a quem ainda não tocou a sombra amarga e penetrante das lâminas da fome que rasgam intestinos e causam a cizânia entre as famílias. Quando despertarem estes, juntar-se-ão aos milhões de outros que bradam aos céus a iniqüidade e a ignorância.

Por esses tempos, já terei ido... Partido, sumido... e ninguém notará a minha falta. Deixo apenas o registro. Quem sabe alguém entende o que escrevi?

Rui Rodrigues

sábado, 13 de agosto de 2011

O futuro próximo...é o do próximo!

 

                         
               O futuro próximo...é o do próximo

Sobre a crise que se iniciou em 2008, já todos sabemos de uma forma ou outra, como começou: Por causa de uns seis bancos de confessa ineficiente administração, e que poderiam ter ido à falência, os governantes dos países mais ricos do planeta, ofereceram-lhes dinheiro dos tesouros nacionais para que não inflacionassem a crise. Os governos ficaram sem dinheiro e agora o pedem emprestado a esses mesmos bancos... É evidente o engodo em que os cidadãos caíram. Perderam o dinheiro e agora pagam de novo para cobrir os empréstimos.

Os bancos agiram em conjunto com as empresas que avaliam o “risco-País”, um índice que mede a capacidade de um país receber investimentos de forma segura para os investidores.  Um deles, a Moody’s, rebaixou a lixo A Grécia, depois Portugal e questionou na ordem a Espanha, a Itália, os EUA, a França.  Incrível como a amoralidade do capital internacional age primeiro em cima dos governos para que os salvem da crise, e depois os afundam no conceito internacional. Isso apenas se explica de duas formas: os governantes estavam em conluio com os Bancos e as Empresas de avaliação, ou foram ingênuos para não dizer outra coisa.

No histórico da crise – que não houve de fato – em 2008, e até 2011, contabilizam-se movimentos de rua na Grécia, em Portugal, na Espanha, na Inglaterra, na França, no Chile, revoltas na maioria dos países da África do Norte. Parece estar havendo uma convulsão social no mundo inteiro, e certamente muito mais movimentos irão para as ruas. Convulsões sociais são como hidras que se espalham com suas cabeças de tentáculos de serpentes e envolvem todos os escalões da organização social. Generais aderirão aos movimentos, uns prós e outros contra, e o que parece estar realmente em jogo, agora, já não é a crise dos Bancos, nem a posterior crise social. Julgam-se agora as democracias em que vivemos, porque as ações tomadas pelos governos foram completamente inusitadas, inesperadas, atentando contra aquilo a que chamamos de “coisa pública”.

Enquanto a hidra não chega ao Brasil – e chegará – observamos políticos dizerem que a crise será suave por aqui, que a Inglaterra quer limitar a NET via redes sociais, que os EUA declararam a NET como território de guerra, que na Noruega um sujeito de extrema direita provocou incêndios em edifícios públicos e matou quantidades de jovens ligados ao partido trabalhista, assassinam-se juízes no Brasil que defendiam a sociedade contra a corrupção. No mesmo Brasil, descobre-se que havia corrupção nos ministérios dos Transportes, do Turismo, das Forças Armadas, na Prefeitura de Petrópolis, povo e governo com grandes dissidências no Estado do Espírito Santo, e o líder do congresso Sarney pretende desafiar a presidente Dilma. Abílio Diniz queria usar o dinheiro do BNDES para comprar mais uma empresa, que por puro acaso não queria ser vendida...

O que esperamos?

Os mais ricos estão bem. Estão bem relacionados com os Bancos, têm uns bons conceitos agora como bons pagadores, já que conseguiram dividir a sociedade brasileira em duas castas hindus: os bons pagadores e os maus pagadores. O filme de Glauber Rocha “O pagador de promessas” não ganharia a palma de ouro num governo governado por Bancos. ..

Aos remediados, que se julgam ainda ricos, junta-se a classe “c”, agora com outra conotação: dividiram a sociedade brasileira, também sob padrões banqueiros, e temos de AA a CC.. o que não cheira muito bem tais divisões em classes. Não estou certo de que haja uma classe B!

A maior das classes, que é aquela que cata lixo, come em latões de lixo nas cidades, que se esconde, que vive pelas aldeias afastadas das cidades e que come o que planta, trocando vinte quilos de batatas por uma camiseta, ou vendendo o voto para tomar leite, e que quando aparecem e se descuidam lhes batem, prendem ou tascam fogo. Esses não têm internet, não têm como se defender, não têm opinião que possa ser ouvida.

Quando a crise ameaçar a sociedade brasileira, vão dizer que os cidadãos são baderneiros. A polícia sairá para as ruas com seus coturnos frios, suas bombas quentes de gás lacrimogêneo, e os direitos humanos serão esquecidos.

Esqueci de uma classe: a Classe dos deslumbrados! Estes gostam do que gostam e isso lhes é suficiente. Vivem num mundo á parte e apático e temos que respeitar numa sociedade democrática. Não contribuem para a evolução da cultura, e alguns até fazem parte de obras de caridade, dando o que podem numa sociedade em que os governos tiram tudo, até a vontade de ser democrático.

Serão duros os tempos que nos chegam dos grandes escritórios dos maiores bancos do planeta. O capital comprou a moral e a democracia.

Rui Rodrigues

domingo, 7 de agosto de 2011

What do you prefer ?




What kind of Democracy would you prefer ?

A government that does what it wants to

A government that does what people wants to

I don't matter



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