De olho em Dilma Rousseff
Todo mundo sabe o que é o Mensalão. Não deve ter acabado. Deve ter feito uma plástica e ser pago de modo diferente. Lula diz que não sabia, mas ninguém acredita. Também ninguém acredita que Lula seja aquele dos milagres, mas este não pode fazer plástica. Já não vale nada no mercado nacional e internacional. Mas elegeu uma “aluna” da política: Dilma Rousseff. Elogiada, indicada por Lula em meio a tanta popularidade - que tinha – não vamos pensar que Dilma seja muito diferente dele. Um dia veremos que Dilma, eleita presidente em 2010, não é quem se pensa, pelo menos pelo andar da carruagem.
Por isso, vamos ficar de olho em Dilma. Mas vamos ver como anda a carruagem:
- Não se sabe como uma militante da luta armada tinha tempo para estudar, mas aparentemente, Dilma conseguiu. Iniciou sua militância política aos 16 anos, e passou para a luta armada, sendo presa e torturada em 1970, por três anos. Naqueles tempos, e naquela situação, aprendia-se a mentir. Era uma questão de sobrevivência. Quando emitiu o seu currículo escreveu que tinha feito pós-graduação em economia [1]. Depois foi obrigada a desmentir. No que mais terá mentido? Talvez no mérito de ter cumprido o curso de economia. Seria possível que os amigos lhe tenham viabilizado a presença e feito as provas.
- Não sendo formada em área relacionada com energia, nem tem curso técnico para isso, fez parte de uma comissão destinada a elaborar um plano de governo na área energética, quando teve contato com representantes das distribuidoras de energia elétrica. Por isso, entre 2003 e 2005 ocupou, a convite de Lula, o Ministério das Minas e Energia, cargo muito mais adequado a um engenheiro de Minas e Energia. Mas como não havia nenhum à altura, e Lula também não entendia nada do assunto, ela foi a escolhida.
- Indicada por Lula candidatou-se à presidência da república em 2010. Ainda durante a campanha, a sua antiga auxiliar no ministério e então ministra da casa civil, Erenice Guerra é demitida [2]em meio a denúncias de corrupção. Dilma disse que não sabia de nada. Erenice diz que a denúncia se deveu a uma política de campanha. Lula também dizia – e de teimoso ainda diz – que não sabia de nada e que o mensalão não existiu. Não esquecer que o Mensalão comprou o voto de senadores. Só os corruptores foram indiciados, mas não se sabe, na verdade, quem eram, alternativamente, os corruptores ou os corrompidos.
- Nomeou como ministro da casa civil, Antonio Palocci. Em junho, foi demitido [3] em meio a denúncias de corrupção relacionadas com uma empresa sua (Projeto). Saiu, voltou a operar com essa sua empresa, e ficou tudo por isso mesmo. Não esquecer que o Mensalão comprou o voto de senadores. Não houve indiciados e não se sabe, na verdade, quem eram, alternativamente, os corruptores ou os corrompidos.
- Alfredo Nascimento foi nomeado por Dilma para Ministro dos Transportes. Por denuncias de corrupção foi demitido [4]juntamente com parte de sua equipe. Voltou para sua pasta no senado e ainda convidou parte dessa equipe. Ficou por isso mesmo. Não esquecer que o Mensalão comprou o voto de senadores. Não houve indiciados e não se sabe, na verdade, quem eram, alternativamente, os corruptores ou os corrompidos.
- Pedro Novais foi admitido [5] para o Ministério do Turismo por fatos relacionados com o mau uso de recursos públicos além de denuncias de corrupção conforme operação Voucher da polícia Federal. Voltou para a câmara. Ficou por isso mesmo. Não esquecer que o Mensalão comprou o voto de senadores. Não houve indiciados e não se sabe, na verdade, quem eram, alternativamente, os corruptores ou os corrompidos.
- Carlos Lupi saiu [6]do cargo como Ministro do Trabalho em meio a denuncias de corrupção. A comissão de Ética do senado achou por bem que se demitisse porque era indefensável a sua posição. Ficou por isso mesmo. Não esquecer que o Mensalão comprou o voto de senadores. Não houve indiciados e não se sabe, na verdade, quem eram, alternativamente, os corruptores ou os corrompidos.
- Orlando Silva foi Ministro dos Esportes. Em meio a denuncias de corrupção, saiu [7]do Ministério em função de Inquérito no Supremo Tribunal Federal - STF. Ficou por isso mesmo. Não esquecer que o Mensalão comprou o voto de senadores. Não houve indiciados e não se sabe, na verdade, quem eram, alternativamente, os corruptores ou os corrompidos.
- Ainda se estende a CPI do Cachoeira [8], envolvendo políticos, contraventores. Depois do resultado do Mensalão no STF, onde se provou a sua existência e leva figurões do núcleo central do PT, como José Dirceu e José Genuíno, que irão para celas comuns, os envolvidos no esquema do Cachoeira temem por sua liberdade. Os partidos temem. O senado teme. Todos temem. Está em jogo a transparência da política nacional e a sua credibilidade. Não esquecer que o Mensalão – e, quem sabe, os envolvidos com Cachoeira - comprou o voto de senadores. Só os corruptores foram indiciados, mas não se sabe, na verdade, quem eram, alternativamente, os corruptores ou os corrompidos.
- Desde 2011 que policiais vêm sendo caçados e mortos em S. Paulo. Isto é inadmissível num governo que zela pelo “social”. Estima-se [9]que neste ano de 2012, até inicio de novembro, o numero de policiais abatidos tenha superado 2011 em cerca de 40%. Mais de 100 policiais mortos entre 01 e 15 de novembro... É um absurdo e demonstra descontrole do governo.
- As obras do PAC estão emPACadas... A transição do rio S. Francisco que levaria água para o Nordeste onde há uma seca enorme, apresenta trechos trincados que precisam ser reparados, a iniciativa privada tão eficiente diz que não imagina a dificuldade, e o único trecho acabado é o que foi executado pelo exército nacional. Talvez fosse o caso de pagar ao exército para que possa pagar as suas armas, e largar os urubus e corvos da iniciativa privada para pastar em outro lugar. Ou, para manter o mercado, e a sua liberdade, trocar quem supervisiona as obras, isto é, a presidenta Dilma, pessoalmente.
- Não seria má idéia fazer o mesmo com as obras da Copa [10]e dos Jogos Olímpicos que receberam um decreto que afasta os curiosos de seu controle.
O Banco Mundial admite que quem vive com o equivalente a mais de dois dólares por dia, não seja considerado pobre nem miserável. Mesmo para quem diz que “lei é lei”, este valor não pode ser tomado como lei válida para definir o patamar a partir do qual somos pobres ou miseráveis. Mas pelo limite do Banco Mundial, não haveria pobres em nenhum lugar do mundo. Mesmo assim, apresentam centenas de milhões de pessoas como sendo pobres. São miseráveis!
Aqui no Brasil, decidiram por decreto que a classe C agora é classe média. Deve ser brincadeira de mau gosto. Dilma não está mudando nada de essencial do que sempre foi. Olhemos o futuro de olho na campanha de reeleição.
Rui Rodrigues