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sexta-feira, 6 de julho de 2012

A asquerosidade dos ratos de esgoto




A asquerosidade dos ratos de esgoto

Crianças brincam á beira de valas a céu aberto por onde escoam águas pútridas que lhes dá diarréia, doenças. O ar está empestado de miasmas, as águas são escuras e pastosas, há choro nas casas ao redor porque uma criança morreu de dengue. Pela noite vêm-se ratos comendo baratas que pastam o alimento dejeto de humanos. Não é desses ratos que falo. É dos ratos que não deixam o dinheiro dos impostos chegarem até essas comunidades para que se construa uma rede de esgotos. Estas ratazanas gordas e suadas dos esgotos roubam o dinheiro público e normalmente são prefeitos, sub prefeitos, vereadores, deputados, senadores e empresas e outras ratazanas que protegem.

Mas as propagandas do governo dizem ao som de música e gente alegre e bem vestida que a Prefeitura está fazendo do melhor pelo município. As ratazanas também vivem e se alimentam de propaganda com as verbas públicas. Artistas também e alguns dizem ser socialistas, outros comunistas e outros ainda capitalistas.

No hospital o lixo hospitalar se espalha pelos arredores aguardando transporte. Até sair do hospital fica por lá... Aguardando que alguém o tire. Doentes pelos corredores aguardam serem atendidos. As filas são enormes. Há vírus e bactérias hospitalares que matam mais do que as doenças que levaram os enfermos ao hospital. Gente morre nas filas por falta de atendimento. Falta esparadrapo, faltam remédios porque apodrecem ou foram subtraídos do estoque e revendidos. Médicos têm quem lhes assine o ponto e nem aparecem. Quem atende no balcão é simpático e tem o dom de ouvir reclamações com a frieza e a insensibilidade de uma múmia habituada à morte. As ambulâncias servem também para levar lindas enfermeiras à praia ou apanhá-las no shopping. Não há verbas para ampliar e modernizar os hospitais nem para contratar novos médicos e enfermeiros. Alguns dos que atendem como médicos estão ainda em universidades. Ratos alimentam-se pela noite de restos de comida e de restos de operações em humanas.  

Não é desses ratos que falo. É dos ratos que não deixam o dinheiro dos impostos chegarem até esses hospitais e não fiscalizam o uso dessas verbas. Estas ratazanas gordas e suadas dos esgotos roubam o dinheiro público e normalmente são prefeitos, sub prefeitos, vereadores, deputados, senadores, empresas e outras ratazanas que protegem.

Mas as propagandas do governo dizem ao som de música e gente alegre e bem vestida que a Prefeitura e o governo estão fazendo do melhor pelo município, pelo Estado e pela nação. As ratazanas também vivem e se alimentam de propaganda com as verbas públicas. Artistas também, e alguns dizem ser socialistas, outros comunistas e outros ainda capitalistas.

Nas escolas há professores mal pagos. Há é um eufemismo, porque todos são mal pagos. E são mal pagos porque se gasta muito em merenda escolar que custa os olhos da cara, mas não vale dois reais por merenda. O dinheiro desaparece. Num país tão grande, não existem - praticamente - centros de pesquisa. São bilhões de reais gastos em educação e não progredimos. Alunos revoltados levam armas para a escola, descarregam as suas frustrações nos colegas. Maltratam, batem, filmam e postam na Internet. Não vêm futuro se estudarem, porque ganharão sempre muito menos do que vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores, e toda a equipe trilionária que os serve, viajando de um lado para o outro porque se pode pertencer a governos de municípios e estados onde nem se nasceu, nem se conhece as necessidades do lugar. Entre vômitos de merenda escolar, merendas rejeitadas por intragáveis, e restos da preparação, juntam-se ratos à noite para tragar o intragável. 

Mas não é desses ratos que falo. É dos ratos e ratazanas que não deixam o dinheiro dos impostos chegarem até esses professores e escolas e não fiscalizam o uso dessas verbas. Estas ratazanas gordas e suadas dos esgotos roubam o dinheiro público e normalmente são prefeitos, sub prefeitos, vereadores, deputados, senadores, empresas e outras ratazanas que protegem.

E as propagandas do governo dizem ao som de música e gente alegre e bem vestida que a Prefeitura e o governo estão fazendo do melhor pelo município, pelo Estado e pela nação. As ratazanas também vivem e se alimentam de propaganda com as verbas públicas. Artistas também, e alguns dizem ser socialistas, outros comunistas e outros ainda capitalistas.

Invadem-se favelas e pacificam-se. Põe-se polícia nas ruas e montam-se esquemas de proteção para autoridades. Desvia-se trânsito de ruas. Apreendem-se toneladas de drogas. Um helicóptero baixa dos ares e prende dois garotos que roubam nas ruas de Copacabana. Acabam-se com lugares públicos de consumo de drogas. Tudo um show digno de película de cinema de policial e bandido. A população se impressiona, mas no dia seguinte o lugar de consumo público de drogas, aberto e escrachado mudou de lugar, os traficantes mudaram de favela e até de Estado, os helicópteros desapareceram dos ares. Comerciantes e prédios continuam a ser assaltados. Seqüestros relâmpago em grupo. Bancos assaltados. A polícia prende e a justiça solta porque não há lugar em presídios nem verbas disponibilizadas para a construção de outros. As drogas continuam sendo apreendidas às toneladas, como sinal inequívoco de o tráfico não perdeu o potencial. Prendem os pequenos e deixam livres os grandes que talvez até sejam políticos. Policiais são destacados para proteger Bancos, correios, entidades, e não suficientes cuidando das populações. As cidades estão cheias de ratos nos esgotos.

Mas não é desses ratos que falo. É dos ratos e ratazanas que não deixam o dinheiro dos impostos chegarem até esses presídios e policiais mal pagos e não fiscalizam o uso dessas verbas. Estas ratazanas gordas e suadas dos esgotos roubam o dinheiro público e normalmente são prefeitos, sub prefeitos, vereadores, deputados, senadores, empresas e outras ratazanas que protegem.

E as propagandas do governo dizem ao som de música e gente alegre e bem vestida que a Prefeitura e o governo estão fazendo do melhor pelo município, pelo Estado e pela nação. As ratazanas também vivem e se alimentam de propaganda com as verbas públicas. Artistas também, e alguns dizem ser socialistas, outros comunistas e outros ainda capitalistas, todos atrás de dinheiro.

Verbas públicas trilionárias que poderiam e deveriam ser usadas no desenvolvimento da nação são utilizadas para construir estádios de futebol, vilas olímpicas, estradas, pontes e viadutos que se destinam à iniciativa privada, vendidas ou leiloadas com dinheiro podre e incentivos de desperdício. Os contratos firmados com as empresas contratadas permitem o aumento por reclamações preparadas com antecipação, aumentam a dívida pública pelo alto valor dos juros bancários. Ganha-se atrasando a obra, um vento mais forte é motivo para aumentar o seu valor. Os impostos, dos mais altos do mundo, provocam a cobiça de quem os maneja e os distribui sem autorização dos cidadãos que apenas assistem impotentes.

Leis que deveriam proteger o ambiente são negligenciadas para proteger grupos que podem exercer pressão nos corredores do Planalto onde existem ratos, uma porção, um bando, uma epidemia, especialistas em roer dinheiro, avessos a pizzas que vêm fabricar mas nem lhes tocam com os dentes.

O Brasil vibra de alegria e de raivas, ou se acalma nas novelas. Há um show na praça pública do município para distrair. Corinthians é campeão da taça da Libertadores e vai par o Japão a um custo de 10.000 reais por corintiano.


Rui Rodrigues

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