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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Mundo de ilusões - Sob a perspectiva de um homem [1].

Mundo de ilusões - Sob a perspectiva de um homem [1].
(O texto se aplica igualmente a homens e mulheres guardadas as particularidades de gênero)




Já ouvimos falar muito da “falsa moral”. É verdade. A moral era falsa. Agora não é tanto, quase não é nada falsa. Somos como somos e cada vez mais nos mostramos a nu, as vísceras de nossos conceitos expostas, e, não havendo mais a falsa moral, nada é “imoral”. Melhor assim? Talvez não.

De 1957 a esta parte a humanidade deu um salto espetacular. Para mim, conto desde 1957 quando eu tinha 12 anos. Outros mais idosos contarão o salto desde anos anteriores. Os mais novos nem percebem quanto o salto foi grande. Tentarei mostrar o tamanho do salto sob a perspectiva de um homem hétero.

A humanidade era muito lenta em suas mudanças por causa de dois fatores realmente importantes: A comunicação e a ingenuidade complacente. Sociedades temerosas de verem seu modo de vida se modificar (para quê mudar se tudo está tão “bem”?) fechavam-se ás perspectivas de outras sociedades, usando os recursos disponíveis: A religião e as leis. Com estes dois recursos se construiu o que se chama vulgarmente de “tradição”. A ingenuidade complacente era como fechar os olhos para não admitir a realidade de o mundo não ser exatamente como se “gostaria” que fosse, contando com a esperteza pessoal de cada um: Podia comer-se a mulher do outro porque se achava que era menos esperto (ou maia bobo) do que o “infrator”. Quando se descobriu que também os outros comiam as nossas mulheres, começamos a perceber que o “buraco “ era mais embaixo... As leis muçulmanas tentam a todo custo permitir que os homens tenham um harém, mas mulheres são apedrejadas se tiverem um único “caso”. Sob este aspecto, e guardadas as proporções, o mundo masculino do ocidente também era “muçulmano” não oficial.



O casamento era uma instituição “sagrada”. Na cerimônia jurava-se fidelidade eterna. Quanta ingenuidade que ainda se vê em cada cartório, em cada templo, de norte a sul e de leste a oeste deste planeta. Podemos salvaguardar e bendizer as exceções, mas podemos ter certeza que não existem tantas quanto nos parecia, antes de despertarmos para a realidade. A humanidade começou a despertar, para mim, por volta de 1957, quando as meninas e mulheres tinham “cara”: Cara de santas, cara de fiéis, cara de inexperientes, cara de putas. Algumas faziam o “gênero”, isto é, se faziam passar por santas embora fossem umas putas deslavadas quando queriam, e vice-versa, dependendo do momento. Mas uma coisa é certa: Não há como segurar o metabolismo hormonal quando ele pede sexo. Só com muito engenho e arte se consegue solapar a onda de desejos advindos da função hormonal. A natureza comanda o Universo, este planeta e a vida que nele se gera. Este planeta foi criado para que com vida se faça sexo e cada uma se alimente de outra. A que pode, pode, a que não pode se sacode. Estamos no topo da cadeia alimentar em todos os sentidos. Quem é bonito transa, quem é feio se masturba. Artista bonito(a) vai para a Globo, feio(a) nem aparece.Alguns se tornam putos e algumas putas de "mentirinha" em filmes pornográficos. É a sobrevivência. A vida precisa "VIVER". 




Experimente visitar um “site” pornográfico. Verá lindas meninas encantadoras. Décadas atrás nem passaria pela cabeça do mais malandro do bairro que transassem por prazer e não por dinheiro. São corpos e rostos perfeitos, que, naqueles tempos seriam disputados para o casamento. Aparentemente estamos voltando aos tempos da liberdade sexual de gregos e romanos, de uns três mil anos atrás. Regressão no desenvolvimento da humanidade? Absolutamente não.

Sempre fomos assim. Por “medo” de sermos traídos, fechavam-se os olhos, rezava-se para que não acontecesse conosco. Muitos casamentos duraram décadas desta forma. Talvez a maioria. Olhos que não vêem, coração que não sente. Em 1970, como estagiário de uma obra demiti um profissional porque estava dormindo num barracão onde guardávamos cimento e ferramentas. Ele tinha trabalhado a noite inteira e eu, inexperiente, não sabia. Dias depois apareceu na obra para me agradecer. Chegando em casa mais cedo, encontrou a mulher transando com o seu melhor amigo na cama dele, o marido, ela de quatro, coisa que nunca fizera com ele (exatamente para dar a falsa impressão de moralidade, para mostrar que ela não fazia “essas coisas”). A mãe de um amigo meu que casou aos 16 anos traiu o marido até os 30 e depois que se separaram até mecânico de automóvel transou com ela.  Ava Gardner não era mais linda que ela nem tinha o corpo tão bonito. Marilyn Monroe já era páreo duro.




Mas, voltando aos sites pornográficos e aos rostos angelicais das meninas, quem, vendo pelo menos uma meia dúzia de cenas se atreve a casar com uma (um) desconhecida (o) [2]? Por outro lado, a natureza busca sempre o equilíbrio da vida. Quando há muitos nascimentos, tenta diminuí-los. Quando há poucos, tenta aumentá-los. Vivemos assim, numa era de tentativas para diminuir a população do planeta. Em alguns lugares a esterilização é obrigatória ou incentivada. O conceito de família está em franca evolução sem que isso seja para melhor ou para pior. Crianças começam a ter a vida sexual ativa e prolífica em idades cada vez mais jovens, como se a natureza desse o sinal de que é necessário procriar mais, porque a tendência de hoje é não procriar. A juventude é usada pelo mundo do crime porque ainda é vista com paixão pelos adultos. Não nos devemos admirar se num futuro próximo crianças de nove, doze anos de idade forem consideradas adultas para o sexo, e para a lei quando forem consideradas culpadas de delito.

Povos nórdicos têm outra compreensão sobre o sexo. Sabem que a atração é “fatal”. Então, desde que exista respeito, ninguém pergunta se traiu ou não quando chega tarde em casa. Não importa o que fez. O que interessa é que voltou para a convivência do lar, continuando a vida em comum que apenas foi interrompida por breves instantes sem maiores conseqüências. Não pergunte a um muçulmano, que casa aos trinta ou cinqüenta com uma criança de nove ou doze anos se gostaria de viver como nórdico. Alguns cortam o clitóris das filhas para não terem prazer, porque assim não sentem vontade de transar e não trairão, não correndo o risco de virem a ser apedrejadas.



Vivemos num mundo sempre em transformação. Ontem era de uma forma, hoje de outra, amanhã pode ser que continue igual, volte a ser como antes, ou mude para algo que não conhecemos ainda. Idosos se admirarão, menos idosos reclamarão, jovens se adaptarão, as instituições se adaptarão. Ninguém faz o mundo por muito tempo ou nele manda. É a natureza que reside no subconsciente de cada um que dita o que fazer com sua vida, por adesão ou desligamento das tradições, dos hábitos, das leis, das sociedades.

Bom ou ruim? Nem uma coisa nem outra. Apenas diferente. Muitas instituições irão ruir, muitas tradições irão desaparecer ainda que possam voltar daqui a alguns milhares de anos. Crianças de laboratório serão lindas, saudáveis e com futuro. Genes serão disputados.  

® Rui Rodrigues





[1] Somos todos iguais sob os aspectos morais e éticos, homens e mulheres, independentemente de gênero.
[2] Não se pode imaginar quantos adolescentes em fase de namoro buscam sites pornográficos para ver se encontram alguma conhecida – ou a própria namorada – fazendo sexo explícito. É a era da comunicação aberta. 

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