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quinta-feira, 11 de outubro de 2018
Chuva de gênero
Está despencando um toró completamente destrambelhado, sem ritmo, como se fosse produto de um algoritmo chinês sem controle de qualidade. Está encharcado, despegou-se das nuvens invisíveis em céu noturno, mas não vai fazer o mar transbordar.
Um metrônomo não poderia mostrar se o ritmo da chuva é binário, quaternário... É mais parecido com uma banda sem maestro, todo mundo de porre encharcado de vodca, com a tuba entupida....
Uma chuva que estala como pequenas bolhas de ar, onde uma ou outra rela se arrisca a dar uns coaxos sem medo de peles de cobra recheadas de carne viva que existem mas não costumam aparecer por aqui.
É um dia a ponderar sobre ficar na cama acordado ou ficar na cama dormindo, enquanto se passa a mão nas pernas lisas, no corpo, desvendando segredos que, por mais que se conheçam, são sempre secretamente desejados.
Daria todas as minhas costelas pra fabricar mulheres verdes, azuis, pretas retintas, brancas de leite, amarelas ouro, platinadas, com três peitos, duas vaginas...Mas não me escolheu Deus para Adão e Adão não tinha a imaginação que se tem hoje...
Falam em gênero e ainda não descobriram a mulher.
A culpa não é do metrônomo.
https://www.youtube.com/watch?v=bQstQST1GiM
Rui Rodrigues
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