Zeca Vamporra vai para o xilindró – Já
lhe pediram o passaporte!
(ou a Saga de Zeca Vamporra e da tribo de vampiros
chega ao fim)
Se não se lembra dos capítulos anteriores que foram escritos antes do julgamento, aqui pode relembrar para não
perder o fio da "merdada", lendo primeiro os artigos desde o final desta página. O
conjunto perfaz a saga completa.
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Zeca Vamporra é um vampiro
muito teimoso. Pediram os passaportes a todos os julgados, mas ele foi o último
a entregar o seu, que até deve ser verdadeiro porque deve ter outros
falsificados ou conseguidos com seus amigos de exterior.
Ele é o espertalhaço que um
dia tropeçou na ambição e caiu na armadilha. Para quem não sabe, o Taumaturgo
Bode é um vampiro bigodudo, tanto ou quanto mais ambicioso mas que escolheu a
política para se governar, deixando o seu estado natal, o Mangalhão, na
miséria, entregue à filha que também é vampira do tipo sanguessuga, espécie
xupacabra, sub ordem xupaqualquer coisa... São sarnentos também.
Não ficou claro na primeira
vez que Zeca Vamporra falou sobre o sócio mas está claro agora: É o famoso
vampiro “Quatro dedos Cachaça”, sócio em maracutaias para dominarem o reino e
arredores. Foi uma vez quando Zeca
Vamporra esteve em Cuba - passou um tempo lá – e escutou de Infidel Casto,
outro vampiro teimoso, a célebre receita para o sucesso: Disse Infidel Casto:
- É todo mundo corrupto em
qualquer lugar. Se usted conseguir roubar o dinheiro, compra todo mundo no
congresso. Um dia, muda o regime – como eu mudei depois de Serra Maestra – e o
povo não pode fazer nada porque já tem a polícia cuidando, as leis já foram
mudadas... Não olvida isto, hein?
E o Zeca Vamporra não
olvidou. Deu a dica para o Quatro dedos Cachaça e se incumbiu de agir – sempre
na sombra – enquanto o Cachaça ficava como bonzinho mostrando como que a
ignorância pode sobreviver numa boa em meio a políticos corruptos e
interessados na grana.
Quando a polícia bateu em
cima, estava tudo gravado, filmado e já não podia ser negado.
Todo mundo para os costumes...
Antes disseram todos que foram presos pela ditadura... Agora não têm essa
desculpa. Deveriam ter ficado presos desde a ditadura...
Segundo depoimento, num dia encachaçado de novembro de 2012,
de um outro vampiro genuinamente genuíno: Maracus Chequério (não mete vale, só
usa cheque) O chefe anda calado, quieto, para não levantar poeira e ver se a justiça o esquece.
Rui Rodrigues
PS- Lugar de condenado não
pode ser na cama, no escritório ou em casa. Isso é para gente boa. Lugar de
condenado é nas galés ou na prisão.
Taumaturgo Bode
e Zeca Vamporra
Zeca
Vamporra, dizem, nunca teve mãe. Não teve mãe, também dizem, porque se
sentia rejeitado por ela. Como andam sempre dizendo, e nunca assumem quem
disse, passo adiante: Ele não era filho do pai dele. Era filho de um outro pai,
e a mãe não sabia quem era por razões óbvias. Nada de reprovável. O problema é
que a mãe sempre o via como “o filho do desconhecido” e não como filho dela.
Zeca Vamporra suportava tudo com estoicismo. Um dia provaria que tudo estava na
medida certa para ele. Passaria a perna em todo mundo e ninguém notaria. Não é
que a mãe dele que era mãe, nunca percebeu que ele a odiava? Se a mãe não
percebia, o mundo também não!
Zeca Vamporra era um revoltado, daqueles que aprendeu a esconder a sua revolta para ter tranqüilidade em casa... Sofria mil martírios, sempre calado, desde que conseguisse atingir os seus objetivos. Na escola era medianamente aplicado. Aos 19 anos já era líder estudantil. Não porque soubesse alguma coisa das matérias, mas porque estava na moda reclamar de tudo e ser da esquerda, Tcheísta mais que Fidelista. Socialista não era mesmo. Gostava muito de ouvir o hino da “internacional socialista” e se arrepiava todo. Curtia uma boa vida, desde que paga pelos outros. Não precisava ser “expert” em qualquer matéria. Conhecia as pessoas e sabia do que era capaz.
Um
dia trancafiaram o Zeca Vamporra, ao tentar fundar uma espécie de Congresso
Estudantil contra a ditadura. Como tinham seqüestrado um embaixador, ele e mais
um grupo foram libertados e deportados em troca do político. Chegou até Cuba e
fez uma plástica lá. Nunca acreditou que um dia a ditadura acabasse. Não
acreditava no seu próprio movimento, nem em Che, nem em Fidel, e tratou de
mudar a cara para não ser reconhecido. Mas continuou gostando muito de
dinheiro, e de não dar o corpo aos abutres em batalhas. O negócio dele, como
profundo conhecedor das pessoas, era gerir. Gerir qualquer coisa.
Foi
aí que se perdeu o rastro do Zeca Vamporra.
Dizem
uns que morreu na Serra Maestra com o Che. Dizem outros que Zeca Vamporra é
falso e que é outra pessoa, e que por isso alegaram a tal operação plástica em
Cuba. Outros dizem que foi o Pitanguy que lhe fez a plástica quando visitou
Cuba.
Eu
não sei de nada.
O
que sei é que Zeca Vamporra tinha um comparsa político em ascensão enquanto
eram vivos: Taumaturgo Bode! ... O temível Taumaturgo bode. Morreram, ou sei
lá, na mesma época. E passaram a agir em surdina. Cada um para um lado.
Taumaturgo até lhe facilitou a vida quando por sua influencia aprovaram uns
documentos que deixavam o dito por não dito, o passado enterrado sem vencidos
nem vencedores, um helicóptero jazendo no fundo do mar com o sujeito que não
queria deixar as coisas em banho Maria.
Zeca
Vamporra funda então um Partido com um sócio. O sócio, a principio, era muito
honesto de princípios, mas o Zeca destruía as bases de qualquer um e disse-lhe.
-Cara...
Sem dinheiro não podemos fazer nada. A URSS está nas últimas. Vai quebrar. Cuba
está com bloqueio e a China não se mete nisso. Vais apanhar dinheiro onde para
levarmos o Partido adiante? Você quer um Partido quebrado?
Diante
das evidências, o sócio aquiesceu. Na verdade fez um contrato com o diabo, ou
um representante dele, com assinatura em branco. Nunca mais se separaram.
Então
Zeca Vamporra começou a aparecer. Como fantasma. Arrecadou dinheiro para a
causa usando uma conta ns Ilhas Jacaré já defloradas por tantas contas
internacionais. Ajudou a empichar um alto membro do governo que mais tarde, em
revanche, lhe atrapalharia a vida ajudando os inimigos que fizera a porem-no
para fora do cargo que tinha. Nisso o Taumaturgo Bode ajudou um bocado, porque
cada um tinha um dossiê mais grosso que a Barragem de Três Quedas e se
respeitavam mutuamente. Se um dia um deles resolvesse abrir os dossiês,
acabariam com a vida de ambos.
Mas
afinal, estão vivos...
Eu
não sei de nada. É tudo o que contam outros fantasmas que andam por aí, de
menor expressão, loucos para subir no podium e assumirem a chefia da
Congregação Nacional dos Fantasmas, tendo até várias ONGs que defendem tudo na
propaganda, mas não fazem nada de útil para defender: O dinheiro que recebem é
todo gasto em notas frias que nunca expressam nada do que foi gasto. Aliás, com
as notas frias, nem gastam dinheiro. Só distribuem o que recebem do governo.
Dizem,
não sei, que uma vez quando se encontraram, o Sócio, Zeca Vamporra e
Taumaturgo, comentaram e assentiram que o povo era burro mesmo. E que os
empresários, em troca de uns favores, pagavam a peso de ouro. Eles eram apenas
intermediários entre a burrice popular e a avareza dos empresários. Sempre
tinha sido assim. A revolução afinal tinha ganho a batalha contra a ditadura,
porque agora estava no poder!!!!
Riram a bandeiras despregadas, estourando as pregas anais de tanto rir. Gritavam:
-
Companheiros! ... Ganhamos!... Estamos no poder, e os trouxas estão lá... O
povo pastando e os empresários pagando até barato. O idiota do Fidel está
lá com a sua Revolución o muerte!... Todo bloqueado, caquético, pé na cova, o
povo vivendo numa crise eterna!.. O Che está morto, o otário... Morreu
pelos camponeses que continuam na merda de sempre...
Quando
Zeca Vamporra e Taumaturgo Bode atacam as vítimas, sempre como fantasmas, o
mundo de um lado treme, do outro toma champanhe, do outro fazem festas em Paris
com muitos guardanapos, de outro enchem os alforjes de dinheiro, o outro, o
maior, agora está convencido que é classe C e já não é pobre...
Zeca
Vamporra ganhou este apelido porque era uma palavra comum na época. Se suas
comunicações fossem grampeadas, tudo o que ouviriam como referencial era um
“Porra” bem colocado.
Vampiro
raiz do nome Vamporra é porque sempre viveu à custa do sangue dos outros. Anda
sempre com uma pasta cheia de dinheiro que os outros pensam ser de documentos.
Rui
Rodrigues
Espiões e
contra-espiões fantasmas.
ESPIÃO CONTRA EXPIÃO E EXPIÃO CONTRA ESPIÃO DO
CONTRA
(Ou com quantos “paus” se faz a política)
Sempre
que chove aparecem-me os fantasmas aqui no Bardo Chopp Grátis. Hoje chovia a
cântaros e estava eu com a minha amiga atrás do balcão, dando uma rapidinha,
ouvimos a porta abrir-se.
Chegavam
os fantasmas! Novamente... Eu não acredito em fantasmas e muito menos no que
dizem, mas minha avó dizia: Não creio em bruxas. Mas que as há, lá isso há... E
nunca desprezei nenhum ventinho esquisito na minha espinha. Crendices!
Primeiro
vi o Zeca Vamporra, depois o Taumaturgo Bode, e finalmente a bela fantasminha
camarada Verônica Dúbia. Não vi o Karl Kaskat, mas Verônica me explicou sua
ausência, entregando-me um pacote de notas para pagar a dívida que ele me
deixara pendurada da última visita: Ele fora preso para depor numa CPI -
Comissão Para Idiotas - que decorria lá na casa dos homens de pouco juízo para
ajuizarem dos sem juízo sem qualquer jurisprudência (nenhum caso anterior
acabou com condenação e devolução das verbas evadidas)
Sentaram-se
à mesa, pediram o de costume e confabularam na sala reservada. Liguei logo o
meu equipamento de “vigilância” para não perder a conversa, mas como sempre só
peguei algumas partes que transcrevo a seguir.
Zeca
Vamporra – Muito bom o depoimento do Karl. Não abriu a boca nem pra tomar um
cafezinho. Só tomou água pra não ficar nervoso. Não entregou ninguém...
Taumaturgo
Bode – Já o avisei que eu cuido da armação. Ou confia ou não confia. Se
abrir o bico, morre assado. Em Boca calada não entra mosca nem bichinhos de que
ele gosta tanto. Consegui desviar a atenção para a casa vendida. Pra despistar.
Agora vão perder 15 dias discutindo o sexo dos anjos, se a venda foi legal, se
não foi... E no fim pega uma cana leve por não ter pago impostos ou coisa
assim.
Zeca
Vamporra – Mas a grana,os milhares, milhões de 'paus' não podem ser
devolvidos... Eu não devolvo nada... Essa grana é para as eleições.
Verônica
Dúbia – Me engana que eu gosto. Durante as eleições, a maioria das despesas são
por doação a fundo perdido e sempre sobra, e outra maioria delas vocês não
pagam... E sempre sobra grana. O que fazem com ela, além de comprar votos?... E
não são os votos de campanha que eu falo... São os votos dos que votam lá na
arena das discussões...
Taumaturgo
Bode – Não voltem a falar disso... O Zeca aqui fica todo nervoso quando se
lembra do PC. Até já me perguntou se eu Faria...
Verônica
Dúbia - E os juízes?
Taumaturgo
Bode – A minha gente já fez contatos. Como sabem, os maiores partidos já estão
agindo juntos. O expião já os contatou. Outros expiões também... Segura pião!
(disse isso olhando para o Zeca Vamporra)
Verônica
Dúbia - Andam dizendo que o partido das estrelas quer fazer uma revolução
e tomar o poder.... Outro grupo meio atucanado (este é um termo gaúcho que
significa sob pressão, atarantado) diz que as Forças Armadas devem prevenir-se
para derrubar o poder.
Taumaturgo
Bode – Boa manobra de dissuasão e dispersão... Boa manobra. Sabemos como
é a monovisão do pessoal das forças armadas. Se fosse nos tempos das
ideologias, lá pelo inicio dos anos 60, até nos poderíamos preocupar, porque
elas, as forças armadas iriam prender e arrebentar sem dó nem piedade. Porém,
com estes tempos pós-modernos, o que interessa são as “massas”, com quantos
paus se compra um iate e não com quantos paus se faz uma canoa. Elas sabem que
tanto a esquerda quanto a direita lhes vão dar o mesmo tratamento. Não se
mexem. E a minha comida, Zeca Vamporra! Onde está?
Zeca
Vamporra – Está na mala que eu trouxe. É sua. Pode levar a comida para os
animaizinhos de sua fundação. O meu já está guardado (Taumaturgo deu um sorriso
maroto para os demais).
Verônica
Dúbia (ainda com os olhos grudados na mala que o Taumaturgo Bode já segurava no
colo, com os braços á volta para evitar que alguém a levasse) – E a outra
Comissão Para Idiotas que vem a seguir? Como fica?
Zeca
Vamporra – Já estamos tratando disso (disse olhando para Taumaturgo Bode).
Ninguém vai falar nada, vão negar o que disseram, e vamos controlar tudo para
dar em nada.
Verônica
Dúbia – Fico feliz com a nossa “Intel-igência”, parece até chip de
computador... Tudo perfeito. E se der Zebra?
Zeca
Vamporra e Taumaturgo Bode rindo a bandeiras despregadas – hahahaha... Então
temos que chamar o Karl Kaskat e mandar colar esse resultado no poste !!!!!!
E
saíram todos depois de me deixarem uma grana que dava pra comprar um iate de
dois pés de comprimento por meio pé de largura, como pagamento. Taumaturgo
atrás de todos, com sua maletona de alto executivo... Ainda vi a Verônica
passar a mão na bunda do Zeca Vamporra apertando-a com força, e ele tirar-lhe a
mão, incomodado.
Rui
Rodrigues
(Tradutor
e intérprete de vampiros, fantasmas e outras assombrações que nos assombram com
seus assombramentos quando passam pelo Bardo Chopp Grátis).
Armando a
Roubalheira
Armando a Roubalheira
Taumaturgo Bode, Zeca Vamporra e Verônica
Dúbia se encontram no Bar do Chopp Grátis.
Chovia
a Cântaros. As ruas da cidade estavam praticamente inundadas por falta de
interesse público em resolver qualquer problema. Parecia que os céus desabavam
sobre a cidade e que os deuses patrões a humanidade, já que nos condenaram ao
trabalho eterno, estavam ausentes. Os governantes que elegemos para nos
representar nem apareciam na TV para se defenderem dos ataques verbais lançados
na mídia e pelas redes sociais. Estávamos em época pré eleitoral.
Ninguém faz nada e tinham feito muito pouco. As denuncias públicas de
roubalheira estavam pelos jornais, impregnavam até os poucos banheiros públicos
ainda existentes. Sem banheiros públicos, velhinhos mijam nas calças ou nas
ruas. A sociedade condena, mas já urinou em algum lugar e nem sofre de
continência urinária.
Fui
até à porta para fechar o Bar. Tinha havido alguma freguesia pela tarde, mas
agora à noite não havia ninguém na área, e até os automóveis eram poucos. Já junto
à porta, vi parar um táxi. Percebi que a noite seria longa. Nada mais nada
menos que um homem que eu não conhecia, gordo, avantajado, estava acompanhado
de três personagens que eu conhecia muito bem. Eram os fantasmas Taumaturgo
Bode, Zeca Vamporra e a linda e gostosa Verônica Dúbia esta a mais linda
fantasminha, minha camarada. Voltei a pousar o gancho da porta de correr a um
canto e com uma vênia, indiquei-lhes o caminho da sala principal do Bar.
Cumprimentaram-me com acenos de cabeça e entraram.
Verônica
Dúbia pediu que lhes disponibilizasse a sala reservada. Acompanhei-os e
preparei-me para anotar os pedidos.
(Verônica
Dúbia) – Deixe-me apresentar-lhe um amigo nosso, o senhor Karl Kaskat. Ele
gosta muito de animais e tem uma ONG que só cuida de bichinhos. Ele faz muita
propaganda para defender o seu zoológico. Sai por aí grudando propaganda em
todos os postes da cidade. É muito rico e poderoso e a ONG é auto-sustentável.
(E olhando para eles) - O que vamos traçar?
(Taumaturgo
Bode sorrindo) – Um traçado mesmo!
(Zeca
Vamporra) – Um Bloody Mary...
Karl
Kaskat – Uma garrafa de champanhe para mim e para ela (apontando para Verônica
Dúbia)
Os
outros dois se insurgiram (Taumaturgo Bode e Zeca Vamporra): -Péraí (disse o
Zeca). Nesse caso não vamos destoar. Vamos todos de champanhe... (Verônica
Dúbia arrematou): - Nacos de lagosta na manteiga com limão, torradinhas com
caviar e rodelas de ovo e bolachas champanhe, pela ordem para acompanhar.
Discretamente
saí e fui preparar os drinques. Olhei em volta para ver se alguém estava vendo,
e liguei o meu programa de “vigilância” do interior do Bar, mais
especificamente da sala reservada e cliquei em “gravar”. Preparei as bebidas e
os petiscos e levei pessoalmente, em duas viagens, até a sala. Não quis que vissem
uma amiga escondida atrás do balcão. Se vissem eu estaria numa encrenca dos
diabos.
Conversavam
em voz baixa e estavam muito animados, as cabeças sobre a mesa, umas na direção
das outras demonstrando confiabilidade, aliança, congraçamento. Por via das
dúvidas face ao tipo de petiscos, supri a mesa com bastantes guardanapos.
Ficaram
lá por longo tempo, pedindo mais champanhe. Então decidiram sair.
-
Quem paga o táxi? - (Perguntou Verônica Dúbia).
- Eu
pago, disse Karl Kaskat. Já paguei a conta também. Sabem que comigo não há
problema de dinheiro... (todos assentiram com a cabeça).
Eram
duas da manhã quando finalmente saíram do Bar.
Ao
efetuar a limpeza da mesa, verifiquei que tinham escrito nos guardanapos.
Estavam todos rabiscados, cheios de contas, pontos de interrogação, cifras
envoltas em círculos. Deduzi que os valores se referiam a moeda nacional e
pelas siglas que se tratava de uma distribuição de um botim,um tesouro, e pelos
valores anotados, deveria ser o tesouro nacional.
Pensando
já em não dormir, assegurei-me mais uma vez que as portas do Bar estavam bem
trancadas e assisti à gravação. Para meu desespero, a gravação estava
deficiente e cheia de lapsos. Não tinha explicação para isso. Mas pude entender
o que se segue:
-...O
resumo é o seguinte: Com o grau de insatisfação da direita e da esquerda, face
aos escândalos da política, pode acontecer do TERSOL ganhar as próximas
eleições. Nas anteriores já conseguiram mais de vinte milhões de votos.
Precisamos de muito dinheiro para as eleições, para comprar os votos e obrigar
ao voto de cabresto (disse o Zeca Vamporra).
-...
O Karl Kaskat tem que ficar calado o tempo todo durante os interrogatórios. Não
pode entregar ninguém senão damos um jeito e tem que levar chumbo...
Internamente eu asseguro o imbróglio para demorar até vencer as oposições pelo
cansaço. Os que recebem mensalmente vão negar tudo que disseram e vão ficar
calados também (Taumaturgo Bode e virando-se para o Karl, disse): - Entendeu
direitinho?
(Karl
Kaskat engoliu em seco).
-...
Não se esqueçam que as licitações são sempre de “mão na cumbuca”. Por isso
todas as outras empresas estão angariando fundos porque ganharam obras no
programa como num pacote. A minha empresa ganhou umas obras, elas ganharam
outras. Dinheiro não vai faltar. Minha OGN sempre tem dinheiro, não é tanto,
mas posso arranjar algum. (disse Karl Kaskat, o único que não era fantasma,
além de mim, é claro, mas todos nós virtuais).
.-...
Vão ser mesmo as eleições mais caras de toda a história. Já estou pensando no
que fazer com as sobras de campanha. Não quero levar uns tecos como o PC.
(disse Zeca Vamporra, e voltando-se para Taumaturgo Bode, complementou:) – Não
farias isso comigo, Taumaturgo. Farias?
Taumaturgo
balançou negativamente a cabeça várias vezes de forma enfática, dizendo: - Eu?
que é que eu tenho a haver com isso? (ninguém respondeu nem sim nem sopas).Mas
podem deixar que vou falar com ela para impor sigilo nisso tudo e ainda
aumentar o valor das obras para não prejudicar o andamento dos negócios.
-...
Sei que os Bancos vão contribuir com uma baba muito grande! (Verônica Dúbia), e
com verbas do Banco de Desenvolvimento através de “empréstimos” que depois
viram pó com os prejuízos, os esquecimentos e os Contadores que sempre dão um
jeito na contabilidade do Banco... Grana no bolso e barra limpa!
-...
Não !!! está tudo bem (disse Taumaturgo Bode). Só tem meia dúzia de gatos
pingados nas ruas de vez em quando. Revolta popular igual à do impeachment está
fora de cogitações. Ninguém sabe de nada destas tramoias embora todos
desconfiem. Até lá no meu meio eles aprovam qualquer coisa sem nem ler o que
aprovam. Estão lá só para ganhar grana e obedecer aos partidos. Na hora de
assinar olham pra mim e já me conhecem. Aprovam direitinho. Eu acho que aquela
cena do Impeachment foi lamentável. Nunca deveria ter acontecido.
-...
Ideologia já era (disse Zeca Vamporra). A classe C já se julga da classe média,
quer ganhar mais e gastar mais. Como ganha mais um pouco do que o nada que
ganhavam, estão quietos e sob controle. Um dia se dirão capitalistas. (pelo
vídeo vi que todos abanavam a cabeça afirmativamente)
-...
É. O caminho parece que é o capitalismo mesmo. (Taumaturgo Bode). Quem não
gosta de ter algumas coisas básicas como automóvel, computador, celular, bolsas
caras, dinheiro para sair do SUS, morar em bairros sem esgoto a céu aberto,
etc... No comunismo, no socialismo e no capitalismo sempre houve e ainda há
bairros melhores e bairros piores que são ajuntamentos de restos de lixo. Nem
diferença há nas proporções. Por isso que fiz a transição daquela dura para
esta mais mole.
Começaram
a se arrumar nas cadeiras, apanhando os seus pertences. Iam sair.
(Karl
Kaskat se adiantou)... Nada disso! Podem deixar que eu pago a conta!
A
ultima imagem gravada foi a do Karl Kaskat segredando em meu ouvido que depois
passaria pelo Bar para pagar a conta porque no momento estava desprevenido.
Assinou num guardanapo.
Minha
amiga saiu detrás do balcão e veio para os meus braços, ali mesmo no sofá. Já
tinha esperado tempo demais.
Rui
Rodrigues
Taumaturgo Bode,
o terror do Sobrenatural de Almeida
Taumaturgo Bode – O fantasma
Taumaturgo
Bode assusta assombrosamente, e costuma atacar nas noites claras ou escuras, de
manhã cedo, tarde ou ao meio dia. Ninguém o vê, mas sente um arrepio, um vento,
uma carícia, um toque, quando ele está por perto.
Nada
mais tenebroso que ver fantasmas ao meio dia e nenhum dos fantasmas conhecidos
é tão fantasma quanto Taumaturgo Bode. Nos tempos de Nelson Rodrigues até o
Sobrenatural de Almeida – o famoso fantasma que explicava os gols contra o
fluminense - tinha medo do Taumaturgo Bode.
Quando
aparece é morte certa, prejuízo irrecuperável, perda total. Quando deixa sobrar
alguma coisa de aproveitável, ou um indício, fá-lo para criar a cizânia,
espalhar a confusão, provocar raivas sem conforto. Uns dizem que é o próprio
diabo, mas se fosse estaria no inferno. Está em Brasília de onde não sai nem
que a vaca tussa, espirre, grite ou se exploda.
Taumaturgo
Bode divertia-se em Brasília quando era vivo. Foi lá na primeira leva de
visitas ao canteiro de obras quando Juscelino Kubitschek de Oliveira fez iniciar
as obras pela “Novacap”, nos idos de 1956. Era um mero político desconhecido
então, mas muito ambicioso, capaz de matar a mãe para ir ao baile do orfanato.
Iniciou
um plano fazendo o maior numero de amigos. Não era propriamente amizade, mas
troca de favores. Começou a construir uma imagem de patrono, alguém confiável
com quem se podia sempre negociar. Começou a delegar funções e tarefas aos que
lhe deviam algo, e em conseqüência, a dividir-se entre o homem que realizava o
seu trabalho como político, e o homem que agia na sombra como um fantasma.
Dividiu-se em dois.
Ninguém
mais o reconheceu! Aquele político morrera.
Ninguém
sabia que ao dividir-se em dois, ganharia super poderes, membros de polvo,
cheios de ventosas. Nas horas de confusão para o seu lado, desaparecia, ficava
invisível. Um dia escreveu um livro sobre os colibris bigodudos e uma academia
o elegeu como membro. Ninguém relacionou esta “elegição” com o fato da Academia
ganhar um prédio novo, imenso e moderno, cheio de janelas e mármores e granitos
no centro da cidade, tão grande, que poderia abrigar todas as academias de
garranchos do mundo. O dinheiro doado para a construção do prédio não era dele.
Taumaturgo
Bode usava sempre uma capa preta, farda, fardão, camisola de dormir, tudo com
muitos bordados, que lhe caiam muito bem com suas frases meio assobiadas,
dignas de filhinho de papai que nem se formara na Sorbonne.
No
período de maior influência no governo – ele tinha influências – causou o maior
rebuliço na economia: exauriu as reservas cambiais, as exportações diminuíram
quase a zero e as importações aumentaram a jato. Enquanto a população ficava
pobre a cada hora do dia que passava, uma parte pequena, amigos do Taumaturgo
Bode enriqueciam com a inflação cavalar...
Pensam
que foi responsabilizado? Que nada!... Ainda foi eleito para cargos importantes
nos anos seguintes, até hoje!
Mas
então, Taumaturgo Bode está vivo ou morto e é um fantasma?
Aí
que o bicho pega... Para uns morreu lá atrás e agora é só fantasma. Para
outros, nunca morreu e é um bom sujeito. Para outros ainda nem sabem quem ele é
nem do que é capaz. Só quando o Taumaturgo Bode fantasma lhes aparece pela
frente fazendo “buuuuuuu”... As lavanderias de Brasília ficam cheias de calças
sujas no dia seguinte.
Taumaturgo
Bode é um fantasma capaz das mais impossíveis façanhas, deixando sempre dúvidas
no ar. O apelido Bode deve-se a uma promessa de seus tempos de estudante. Se
conseguisse formar-se na Universidade assistindo a tão poucas aulas por ter
muito que fazer: Participar da política, ser jornalista, fazer bico na polícia.
Seus amigos davam-lhe presença, faziam-lhe os trabalhos, davam-lhe cola nas
provas. Já nessa época era muito admirado por fazer tanta coisa, mas ninguém
sabia como “não fazia” nenhuma delas: tudo por ajuda de amigos que prometeu
ajudar durante a sua vida. Lavavam-se bem as mãos entre si.
Conta-se
que uma vez havia um candidato a um posto muito importante. Taumaturgo Bode fez
de tudo para tornar-se seu suplente e tomar o seu lugar. Usando os favores que
fizera e pedindo o pagamento desses favores, conseguiu o apoio necessário e
conseguiu. O próximo passo era afastar o eleito. Uma pílula foi dissolvida no
café e ele foi mandado para o hospital. Uma equipe médica competente tratou do
eleito que logo se recuperou. Então recaiu. Depois de várias operações, chegou
até a dar entrevista. Dois dias depois, durante a noite, entraram no quarto e
fizeram o serviço. Bateu as botas, finou-se, morreu. Muitos viram Taumaturgo
Bode no velório. Muitos juram que estava presente no enterro.
Dizem
uns que foi o próprio Taumaturgo Bode que dissolveu as pílulas no café e pôs o
eleito em contacto com os agentes biológicos. Dizem outros que apenas deu sinal
com um acenar de cabeça para que alguém desse as ordens a alguém, que comunicasse
essas ordens a quem executasse essas ordens. Outros disseram que foi a CIA. O
certo é que o eleito morreu, e Taumaturgo ocupou o seu lugar.
Dizem
até que é capaz de derrubar helicópteros sem tocar neles, só para abafar as
tratativas para a aprovação de cláusulas em documentos importantissimos.
Mas nunca deixou rastro, nem mostrou o rabo preso. Tudo
coisa de intrigas, dizem uns, que não é nada disso, outros e indecisos e que
não sabem de nada, o resto.
Até
que se descobriu que ele tem um grande competidor: Zeca Vamporra, um vampiro
esfomeado, vingativo. Cada um atua do seu lado.
Rui Rodrigues
Rui Rodrigues
Verônica Dúbia -
a fantasminha - e Ronaldinho
De vez em quando passo aqui
no Bar do Chopp Grátis para espairecer. É um bar mágico. Aparece de tudo,
acontece de tudo. E como é virtual qualquer semelhança com a realidade é pura
ficção. Ficção dos que veem como querem e não como as coisas são. De vez em
quando se fala de política, outras vezes de política e até de política, porque
neste mundo tudo é uma questão de política. Muito raramente se fala de outras
coisas, mas tudo é realmente uma piada, visões, miragens. Contam-se piadas e
ri-se muito. Fantasma para mim sempre foi fantasma e não merece o mínimo
crédito. Se merecesse não seriam fantasmas.
Por vezes quando entro, e
olho para a mesa que fica mais perto do bar, vejo a minha amiga, uma
fantasminha muito camarada que gosta de caras mais velhos, maduros sem estarem
podres, como eu. Então começo a pensar em Fantasmas de outro jeito. Ela é muita
da gostosa. Nunca me disse o seu nome verdadeiro. Disse que a chamasse de
Verônica Dúbia. Achei estranho o nome, pensando que havia alguma mensagem que
ela me quisesse transmitir. Afinal, Verônica lembra a palavra “verdade” e Dúbia
lembra dúvida, ambigüidade, e isso me deixa sempre em dúvida quando me conta
alguma coisa...
Hoje ela me recebeu com
esta...
- Vem... Senta aqui ao meu
lado... Tenho uma pra te contar!
E lá fui eu, sem pestanejar,
beijar aquela linda face. Virtualmente consistente, macia, cheirosa. E
continuou sem nem me dar tempo de pedir um chopp (Aqui no Bar, chope não é
grátis, chopp é).
- Sobre o Ronaldinho e o
Flamengo, (Apurei os meus ouvidos virtuais), Sabe que saiu do Flamengo?
- Sei, mas isso já foi há
alguns dias, mais de uma semana...
- Mas ele saiu e acionou o
Flamengo na justiça... (e pousou sua mão sobre o meu braço, começando a mexer
os meus cabelinhos, ao mesmo tempo em que eu me arrepiava. Não de medo, mas de
pura vontade de convidá-la para irmos ver o que a Teresinha tinha perdido na
horta)... E ganhou a causa! Sabe porquê?
-Não, respondi pousando
minha mão sobre a dela.
- Porque o Flamengo fez uma
troca: Deixava o Ronaldinho transar á vontade crendo numa troca dos juros
nos pagamentos que devia ao jogador. E era uma grana alta, daquelas de
corromper qualquer vereador, deputado. Senador não sei, porque eles cobram mais
caro... Uiiii. Bem mais caro. (ela tinha um agradável sotaque de francesinha
ingênua, se é que na França existe alguma).
E continuou...
- Começaram dizendo que
“semana que vem a gente acerta”, depois passaram para mês que vem, e Ronaldinho
não parava de comer as suas mulherzinhas sempre que tinha oportunidade. Claro
que de vez em quando bebia umas e outras, mas isso fazia parte do clima sexual.
Havia umas com quem ele transava que eram as próprias tanajuras... Feias de
cara e boas de bundas...
Venônica Dúbia continuou - Já estive do lado dele, tocando-lhe em tudo que é peça, mas ele não sabe ver fantasmas. O negócio dele é vem cá e créu, sem muita conversa. Diz que é pra não dar na pinta, sempre correndo. Marca um gol, e sai pro abraço. Diz que aprendeu com um galinho lá do Quinteiro e que não se quer desgastar muito. Quando não dá a dele como galinho, dá como coelhinho, mostrando a dentuça. O mulherio delira com isso... He he he ..
Venônica Dúbia continuou - Já estive do lado dele, tocando-lhe em tudo que é peça, mas ele não sabe ver fantasmas. O negócio dele é vem cá e créu, sem muita conversa. Diz que é pra não dar na pinta, sempre correndo. Marca um gol, e sai pro abraço. Diz que aprendeu com um galinho lá do Quinteiro e que não se quer desgastar muito. Quando não dá a dele como galinho, dá como coelhinho, mostrando a dentuça. O mulherio delira com isso... He he he ..
- Mas, disse eu, se ele saía
com mulher durante a concentração estava errado.
- Estava certo, Barmaninho
(ela me chama carinhosamente de Barmaninho e nem sou o Barman)... Errado estava
o Flamengo acreditando no advogado do clube: ele mandou vídeos mostrando
Ronaldinho com as mulheres durante a concentração e caracterizou perseguição ao
atleta. O Atlético mineiro percebendo que o jogador ia ganhar aquela, contratou
logo o craque. Ronaldinho é um craque. Ainda marca muitos gols e dá passes
certinhos para outros muitos mais...(ela entendia de futebol, e sua mão já
andava vasculhando o meu corpo inteiro. Eu não sabia se a escutava ou se a
arrastava para os fundos do bar. Nunca transei com fantasma).
- Quase todos os clubes
fazem isso com os jogadores e alguns botam gente pra dentro do quarto e nem
todos que entram são mulheres. Os clubes têm vídeos deles todos para exercer
pressão na hora de negociar... (Fiquei abismado. Como seria isso possível? Era
de deixar corado qualquer general das forças armadas e arredores).
Arrisquei:
- Mas dentro de campo...
- Hiii, meu filho.. hihihih
... Lembra do Roberto Carlos baixando para arrumar a meiazinha na hora do time
da França bater o escanteio? Isso é lá hora pra fazer isso. Veio o Zidane e
créu! Gol da França.
- E lembra do faniquito que
o Ronaldão teve, que desestabilizou o time todo do Brasil na copa anterior,
contra a mesma França? Ali, uns sabiam da tramóia, outros não. Por isso um
treinador dizia que tinham que escalar o Ronaldo, e o outro dizia que não...
Tudo armadilhado. Copas funcionam assim. Ora agora ganha um, ora depois ganha
outro... Tens isto gostoso! (E me afagou o meu artilheiro de modo sensual e
prazeroso. Passei-lhe a mão na cintura e comecei meu trabalho de meio campo. A
coisa estava ficando boa. Ia acabar tudo ali mesmo, lá nos fundos do bar).
- Perguntei: Quem te contou
isso?
- Foi o Taumaturgo Bode
(disse ela. Eu fiquei lívido imediatamente, parecendo um fantasma)... E
continuou - Ele se mete em tudo, até em futebol. Onde pode ganhar uns trocados
ele se mete. Não foi ele que segredou no ouvido os nomes dos Ministros dos
Esportes para serem nomeados? E não se encontra com eles de vez em quando para
trocar impressões?
- Arrisquei outra vez: Ele
que te contou? ...O Taumaturgo Bode ? Você e ele... Ele e você...Vocês
não... Sim?
- Naaada, (disse ela). O
Taumaturgo é boiola. Subiu na vida política assim. O outro fantasma que costuma
vir aqui, o mais esbelto, o Zeca Vamporra também, mas este é fêmea. Já foram
amigos no passado. Mas isso da sexualidade não importa. Não vou falar sobre
isso. Nem vou falar mais, senão teria que te contar que o valor do passe dos
jogadores é subfaturado e o resto é pago por fora para não pagar imposto. Essa
grana do “por fora” é que enriquece os carinhas...
Quando pensei que o papo
iria mais longe, ela me deu um beijo impressionantemente quente nos lábios, um
selão, levantou-se e já na porta disse-me:
-Tchauzinho!!!... Depois passo
aí.
Senti-me como Zico perdendo
o pênalti naquela copa do mundo... Pior ainda do que naquela época em que
tentou empurrar jogadores do seu clube particular para o Flamengo.
O futebol está com a bola
furada. Uns jogam futebol outros não. .
Estou achando que Verônica
Dúbia é filha do Sobrenatural de Almeida que o Nelson Rodrigues detestava por
estar sempre azarando o Fluminense. Verônica Dúbia também adora um jogo.
Futebol é detalhe.
Rui Rodrigues