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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Intriga Internacional no Facebook.



Intriga Internacional no Facebook.

No Bar do Chopp Grátis passa de tudo... E contam estórias que parecem saídas de contos de  terror. Nerd Best é um desses. Entre umas e outras, e depois de tomar quase todas, contou esta.




Nerd Best é um agente da Scotland Yard, que apesar de ter nome escocês é britânica. Isso já confunde nosso herói um bocado. Sempre achou que a agência se deveria chamar British Yard (quintal), ou, pelo tamanho, que se chamasse mais adequadamente British Block (quarteirão), já que block é muito maior que yard. A Scotland Yard não é grande. É imensa. Tão grande que quando entra na agência tem quer ir até o final do prédio, onde fica o seu escritório, para bater o ponto, e quando chega lá está na hora de voltar porque acabou o expediente de trabalho. Não tinha tempo para nada. 

Para Nerd Best, o agente 000 - X, o mundo nunca era como deveria ser. Um incon - “formado” em engenharia com experiência internacional. Depois de “após-sentado” resolveu entrar para a agência, e para o facebook, duas coisas incompatíveis.

Era todo dia a mesma coisa. Chegava no prédio da Scotland Yard, batia o ponto, comia um sanduíche no caminho de volta com um copo de água por causa da crise que estava braba, e voltava para a portaria para ir para casa aonde, logicamente, chegava sempre atrasado. A mulher, uma inglesinha loura de olhos verdes, peituda e de pernas com tornozelo grosso, sempre reclamava do atraso. Então, todos os dias Nerd Best lhe tirava o atraso com todo o prazer como quem bate o ponto na Scotland. Quase sempre na cama, mas podia ser onde fosse, que sempre era.

Um dia, quando navegava no facebook, o computador de Nerd Best desligou, assim como quem morre e não respira mais. Nerd Olhou para o computador, sentiu vontade de xingar a rainha, mas por respeito, preferiu xingar outro sujeito:

“Fuck Jesus!”.

Depois bufou, respirou fundo, acalmou-se e religou o computador.  Cinco minutos depois, o PC parou de respirar novamente. Achou estranho e pensou logo que deveria ser algum hacker esperto da CIA americana ou da SVR russa, o Serviço de Informação Estrangeira. Gritou novamente.

Fuck Jesus!...Fuck!

E quando voltou a religar o PC, cinco minutos depois estava morto novamente. Gritou pela última vez:

Fuck, Jesus!... Fuck... Fuck! Lembrou-se da rainha mas por respeito esqueceu-a.

E voltou a ligar o PC. Então viu uma mensagem do facebook que dizia mais ou menos o seguinte: Soubemos que pediu amizade a quem não conhece. Isso é reconhecido como Bullyng. Ficará suspenso de pedir amizades por 30 dias...

Nerd Best olhou estupidamente para o monitor com ar de torcedor do Chelsea quando perde para time pequeno, mas encolheu os ombros e tentou voltar para o facebook. Esperava que o PC não voltasse a desligar. Obediente só na transmissão de pensamento, o PC não desligou nunca jamais em tempo algum a partir desse instante. Lei de Murphy deveria ser. Mas não entrou direto no Facebook. O facebook pedia que voltasse a entrar e que digitasse o e-mail e a senha. Nerd não se fez de rogado. E enquanto ia digitando a senha foi pensando se seria algum hacker que tivesse desligado o seu computador por três vezes.

Quando acabou de digitar, veio a resposta do facebook: Sua senha não corresponde.

Não era possível. Sempre funcionara. Então veio o pior. Nova mensagem do facebook: Precisamos ter a certeza de que você é Nerd Best. Mande-nos cópia de um documento de identidade válido, ou CPF, com fotografia, bem legíveis. Entretanto e para sua segurança, ficará bloqueado.

Não era possível!... Não xingara ninguém, pedira amizade a umas cinco pessoas com quem “conversara” no facebook, e a CIA ou a SVA não pareciam muito interessadas em atrapalhar a vida dele. O que seria aquilo? Um site que de vez em quando é invadido, pedindo documentos oficiais? Porquê? Por ter pedido amizade e terem possivelmente negado? E isso poderia ser confundido com Bullyng, como estava escrito nas “considerações” do site? E finalmente, porque não bloqueavam aqueles de quem não tinham certeza de serem "Nerd Best" ?

Nerd Best passou três dias relutando em enviar o documento. Até que finalmente, se ateve à palavra “válido” e tirou uma foto do seu cartão do Chelsea... Tinha foto, estava visível, e era “válido”. Mandou para o facebook. E esperou!...

Um dia, cansado de esperar, tentou entrar novamente com nova conta, mas seu e-mail já não era aceito pelo facebook. Deu outro e-mail que tinha e tentou entrar. O facebook mandou-lhe um código para esse e-mail. Quando tentou acessar esse e-mail não pode entrar. Já não o usava há muito tempo, e tinha que reaver a conta. Para reaver a conta tinha que acessar um outro e-mail que também já não usava há muito tempo. Tentou outro e-mail que também já não usava há muito tempo, mas também não pode entrar pelo mesmo motivo. Aquilo já se estava transformando numa queda de pedras de dominó.


Então, abriu um e-mail novinho em folha em outro “distribuidor” de e-mails. E entrou de novo no facebook, quando já se estava habituando a dispensá-lo. Afinal, já nem era tão interessante como era no começo. Grupos políticos de esquerda ou de direita – Nerd Best não tem partido – descobriram que em grupo, como matilha, podem combinar de denunciar um indivíduo em bloco, e tirá-lo do facebook depois de meia dúzia de denúncias. Mas Nerd Best não podia acreditar nisso. Ou podia?

Mas se acontecer novamente, Nerd Best, o agente 000- X sendo X < 1, já estará preparado. Adotará identidade dupla! E se mesmo assim não funcionar, adeus Facebook. Há coisas mais importantes para fazer na vida e para se comunicar com os amigos, há outros meios. Nerd Best considera-se um perfeito idiota. Mas para sua segurança, sua bela mulher loura, peituda, de perna grossa, olhos verdes, não iria mais a qualquer ginecologista, por já não acreditar nem na Scotland... Iria num Chinecologista.

Rui Rodrigues

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Carta Aberta a Angela Merkel




Sra Angela Merkel: Leia a história sobre a invasão do Rhur[1] (1923-1924)


Prezada senhora, (ignorante como todo e qualquer político “representativo”)


Não sabemos nós, europeus embasbacados, a quem ou a quais representará V.Exa. Sereníssima, mas certamente não será ao povo alemão, e por tradição, muito menos aos povos da Europa dos “não sei quantos” que se uniram para resolver os seus problemas e progredir. Como estou temporariamente num estado latente de abstemia de riso, não rirei, mas jogaram todo o progresso no lixo. Dirá que não tem culpa nenhuma e que a defenestração do progresso europeu se deve a maus governantes, governantes corruptos, e terá até muita razão, mas não toda. Não me diga que todos os governos incluindo o da França, da Inglaterra, dos EUA, de Portugal, da Espanha, da Itália, da Grécia, e de tantos países do mundo em crise de arrebentar com os miolos, com o fígado e os rins, o sistema erétil, o próprio esqueleto que de muitos não consegue ficar em pé por falta de alimentação, eram ou foram ou continuam sendo corruptos.

Ninguém acreditaria, a menos que fosse tão ignorante como V. Exa Sereníssima.

Deve V. Exa Sereníssima, em sua ignorância serena, representar a banqueiros que querem, a qualquer custo – eles banqueiros não são políticos e os políticos não entendem nada de capital – receber o que em risco, investiram. Mas como, em época de crise, se pode pagar o que em tempo de vacas gordas (nenhuma referência ao estado físico de V. Exa Sereníssima) parecia esmola de pobre, vintém sobrante de rico, pataca furada com defeito de fabricação? Não se falava tanto em “Europa a duas velocidades?”.

Então, lembro a V. Exa Sereníssima os tempos das vacas magras da Alemanha em 1923, sofrendo uma inflação desmedida, quando com tantas dificuldades para pagar uma pesada dívida de guerra, praticamente impagável... Quê? ... Há! Sim... Aquela guerra de 1914-1918 que a Alemanha também perdeu sem saber ainda que perderia também a de 1939-1945. Por essa época, a Alemanha era devedora de uma pesada – e na minha opinião, também exagerada dívida de guerra – impagável até para uma potência como a Alemanha, da qual, nós cidadãos regidos por políticos corruptos até nos orgulhamos de sermos “sócios”.
Sua colega, Sereníssima, a França, agia na época como V. Sra Sereníssima está agindo agora. Cega, embrutecida, ignorante, com o maior exército do mundo – É isso mesmo, em 1923 a França tinha o maior exército do mundo – invade a zona do Rhur. A França exigia ainda mais do que foi estipulado em Versailles.

A comunidade internacional começou a olhar a Alemanha com simpatia por causa da truculência francesa. Em 1925, a França que também tinha problemas econômicos retirou-se do Rhur.

Adolf Hitler, esse nojento e aleijão humano que a pátria alemã pariu desgraçadamente, não esqueceria esse ato ásnico francês e certamente foi até o Panthéon em Paris e deve ter urinado no tricórnio ( o chapéu) do Napoleão. 

Negociar, ao longo da história, reconhecendo cada um a sua parte dos erros, costuma ser de bom tom e revela sempre progressos. Mas querer impor impossíveis, a mando de banqueiros que mal administram porque  estados corruptos lhes dão as bênçãos, costuma ter efeitos devastadores.

Aconselho V. Exa Sereníssima a ler história e aprender um pouco de economia. Quanto aos banqueiros, aconselho a não aprenderem política com V. Exa. Seria um desastre. O mundo já não agüenta pessoas como a senhora. E definitivamente, fazer inimigos em política não é nada bom, a menos que se deseje iniciar uma terceira guerra mundial a “fundo perdido”.

Rui Rodrigues


Fotos: Sua Exa Sereníssima e soldado francês em 1923 face a um impávido e despreocupado cidadão alemão do Rhur. (despreocupado por que a desgraça era tanta que ser invadido pelos franceses era apenas mais um detalhe sem a mínima importância) 

Amazônia – Uma solução


Amazônia – Uma solução

Já se disse que judeus comiam criancinhas,
Que negros não tinham alma, e outras mentiras,
E hoje, que somos uma nação,
Continuamos a dizimar as nações índias[1].
Rui Rodrigues


Precisamos mudar o enfoque sobre a Amazônia, o “Pulmão do Mundo”.

A natureza é. Existe. Nossos doutores em ambiente não dominam ainda muito bem os segredos da natureza. Se dominassem não haveria tanta destruição com tsunamis, terremotos, tufões, furacões, deslizes de morros, vulcões, meteoritos. Sabemos muitas coisas sobre ela, mas temos poucas certezas e raras previsões acertadas sobre o comportamento da natureza. Parece que a natureza nos aceita, não nos ignora, mas não nos dá a mínima importância. Para ela, seres humanos inteligentes ou dinossauros inteligentes, é a mesma coisa. O que nossos doutores dizem e sabem morre nas bancadas do Congresso Nacional, e por falta de instrução, são poucos os que entendem o que dizem.

Mas a natureza, essa sim, é muito inteligente. Precisamos aprender a vê-la como uma “coisa viva”. Quando as condições ambientais mudam, por influência de uma catástrofe de qualquer tipo, ela se recupera. Só precisa de tempo. Seria idiotice nossa querer manter um pedaço da Amazônia dentro de pequenas fronteiras desenhadas em papel. A Amazônia é um pedaço vivo, ainda auto-sustentável, que sobrevive apesar de apreciável parte de sua biomassa já ter sido destruída. Não sabemos até onde a poderemos destruir sem que desapareça como a mata atlântica a qual, apesar de órgãos e leis que a deveriam proteger, vê a sua extinção em curto prazo. A Mata Atlântica está hoje reduzida[2] a cerca de 12% do que era em 1.500 DC (de 1,8 milhões de km2, reduzida a 149,7 mil km2). Exatamente porque ela pertence a “Estados”, e estes Estados são governados por seres humanos e leis factíveis de corrupção ou incapacidade para julgar, planejar, projetar, cuidar, vigiar, governar.

Organismos internacionais e nacionais têm mostrado preocupação com o “pulmão do mundo”, ou seja, a Amazônia, incluindo a plataforma continental. Este artigo tem a mesma preocupação, e é despido de qualquer interesse que não seja o de apontar uma solução, embora se reconheça que a Amazônia não é, apenas ela, o pulmão do mundo. As plataformas continentais produzem muito mais oxigênio, as matas de outros continentes também, e se não produzem mais é porque já foram destruídas. Havia muitos pulmões neste planeta sacrificados em nome do “crescimento” e da “evolução”.   

A solução é simples: Desvincular a área verde da Amazônia dos Estados e criar uma área sem cidades, vilas ou aldeias que não sejam aldeias índias. A supervisão dessa área seria função do governo do Brasil, como de fato nos pertence, ao povo brasileiro, com presença efetiva das forças armadas e da Polícia Federal que vigiariam a área com aeroportos estratégicos, instalações militares e de marinha. Seria uma enorme reserva protegida, repositório da diversidade, com direito a turismo e centros de estudos auto sustentáveis. A Amazônia pagaria os custos de sua própria manutenção.

Esta área verde, atualmente dividida por estados, proporciona, numa democracia representativa, a oportunidade de especulação e ganhos pessoais com a sua exploração que corre ao sabor das instruções dos Partidos a seus representantes no Senado, nas câmaras, nos palácios de governo e prefeituras. Não pode continuar sob alçada de políticos que dela possam dispor fazendo vista grossa para a lei, exaurindo recursos para a fiscalização e depois de invadidos os locais alegue que não teve meios para fiscalizar. Também não pode ficar entregue a ONGS que não demonstram aplicação de recursos nem emitem boletins transparentes de suas atividades. A Amazônia nunca precisou de nós para sobreviver, nem as tribos índias que ainda vivem por lá. Deixemo-la como ela é e sempre foi. Ou, conforme vertente de uma linha de ambientalistas que afirmam não ser a Amazônia o pulmão do mundo, que se estabeleça um projeto de ocupação da Amazônia de forma auto-sustentável, mas que seja bem melhor e mais eficiente do que os que foram adotados por países que acabaram com suas florestas para poderem desenvolver-se e mantêm hoje pequenas reservas como amostra do que um dia tiveram e destruíram. Muitos países de primeiro mundo, das maiores economias do planeta estão neste grupo.

O que não se pode é ficar na dúvida e no desgaste diário de notícias contraditórias sobre desmatamento e ocupação, tribos índias que perdem suas terras, assassinatos como no tempo da ocupação das terras litorâneas da estrada Rio-Santos nos idos dos anos 70 quando jagunços assassinavam pescadores para lhes ficarem com as terras. Nem com a ocupação da Barra da Tijuca, efetuada da mesma forma, entre tiros e facadas. Isso só serve a governos complacentes que fecham os olhos para distribuir terras. Dirão que em caso de improbidade se movem ações na justiça e se prendem os corruptos. Temos visto que não costuma ser assim. Roubam-nos as verbas públicas, e mesmo quando vão para a cadeia, não devolvem o dinheiro desperdiçado. Além do mais, os cargos são distribuídos por políticos “de confiança” e não por gente competente. “Confiança” de quem?
Por estes motivos é mais seguro que os Estados cuidem vigiando a área da Amazônia pelas fronteiras, do lado de fora, do que “governá-la” estando nela instalados. Permissões especiais podem ser concedidas para estudos por tempo limitado renovável por períodos. O custo dessa manutenção é da União, não dos Estados. E a própria Amazônia se paga de forma auto-sustentável.

No que respeita a populações índias[3], havia em 1500 cerca de 5 milhões de indivíduos, reduzida para cerca de 2 milhões até o ano de 1800 (Brasil tornou-se independente em 1822). De lá para cá sobraram apenas 280.000 indivíduos.

Além dos povos indígenas, a preservação da Amazônia deveria ser encarada sob o ponto de vista da riqueza de sua diversidade, de forma a que não se extinga antes de ser desvendada por completo. A maioria dos políticos não tem instrução acadêmica para entender o que isto significa, e votam leis sem a mínima noção do desastre que provocam por sua ignorância e ambição, quando participam direta ou indiretamente de atos que atentam contra a natureza. Muitas vezes nem sabem o que votam, como se pode constatar neste vídeo http://www.youtube.com/watch?v=ZbCB5pv33wE (repórter é agredida)




Breves informações sobre a Amazônia

Amazônia Legal – Com uma área de 5.217.423 km2, correspondente a cerca de 61% do território nacional, compreende a totalidade dos estados do Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, e parte do Mato Grosso e Maranhão (a oeste do meridiano de 44º de longitude oeste, onde residem 55,9% da população indígena ou seja, cerca de 250.000 pessoas. Equivale a quase a metade da superfície da Europa e possui 11,5 mil km de fronteiras. A bacia do Amazonas escoa cerca de 20% da água doce do planeta. Não há razão para o alto custo da água no Brasil.
Solos - Há milhões de anos, a área onde está localizada era um mar apresentando solos geologicamente pouco férteis e arenosos. A floresta derruba seus galhos, frutos, folhas, animais morrem, etc. formando uma camada superficial de matéria orgânica que se decompõe e se transforma em húmus que, por sua vez, alimenta a vegetação. É um solo frágil.
Bioma [4] – Embora somente cerca de 10% das espécies da Amazônia sejam conhecidas, pesquisas indicam que na Amazônia existem cerca de trinta milhões de espécies animais. Nas águas amazônicas estão 85% das espécies de peixes de toda a América do Sul. Todos os anos milhares deles migram tentando encontrar locais adequados para reprodução e desova. É a Piracema. São 1.200 espécies conhecidas de aves. A lista oficial da fauna ameaçada do Brasil inclui 58 espécies da Amazônia – 9% do total.
Tribos índias [5]- O Brasil possui uma imensa diversidade étnica e lingüística, estando entre as maiores do mundo. São cerca de 220 povos indígenas, mais de 70 grupos de índios isolados, sobre os quais ainda não há informações objetivas. 180 línguas, pelo menos, são faladas pelos membros destas sociedades, que pertencem a mais de 30 famílias lingüísticas diferentes.
Rui Rodrigues











quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Humanidade encurralada !!!!



Humanidade encurralada como gado para abate

Humanidade encurralada.
Quando se abrem os jornais ou se escutam notícias, e se verifica que há instabilidades, corrupção, crimes, crises econômicas, parecendo que o mundo está virando do avesso, que o mundo está descontrolado, desabando, podemos acreditar que está mesmo, de verdade. Notícias que são ruins para todos, normalmente são publicadas quer pela mídia “amiga” quer pela “inimiga”. É vala comum, e merecem crédito. São fatos. O problema é o que está por detrás disso, e é aí que nos perdemos sem sabermos exatamente o que é exagero e o que é descrença. Por vezes nos contemos em aprofundar os assuntos para não cairmos no fosso da “teoria da conspiração”. De certa forma nos sentimos encurralados, perdidos, sem sabermos o que fazer. Mas como sabermos o que fazer se não sabemos o que está por detrás do “momento” porque passamos, suas causas, origens?
Vejamos onde raciocinar sobre o assunto nos pode levar, mas parece que temos um grande problema para resolver, nós, que fazemos parte da humanidade! Pelos índices de ignorância que varrem o planeta, citar filosofias ou filósofos, não adianta muito. O que o povo, o cidadão comum entende, é se há trabalho, se a lei é justa, se tem segurança, ou se no caso de falhar (e muitas vezes por culpa do “mercado”) tem alguma ajuda da comunidade ou do estado. A esmagadora maioria nunca ouviu falar de Keynes, não sabe o que o tal de Karl Marx escreveu, e Napoleão era um cara famoso que tinha um cavalo branco. Acham que era frânces.

A crise de 2008[1] e o socorro aos Bancos[2] com dinheiro público[3]

O socorro aos Bancos – eram apenas três no inicio – se deu para “evitar” uma crise. Se o mesmo conceito de ajuda se aplicasse a qualquer empresa, não haveria impostos suficientemente altos que pudessem gerar tanto dinheiro para ajudá-las. Em vez de deixar falir, como se faz com qualquer empresa, o dinheiro foi-lhes cedido, arrecadado, e encofrado: Agora os Bancos têm medo de emprestar dinheiro e não receberem. Além do rombo nas contas públicas gerando queda na qualidade dos serviços do Estado, podemos adivinhar que quando o governo vender os títulos dos Bancos, será quando valerem menos do que o valor pelo qual foram comprados. Governos não sabem lidar com dinheiros públicos porque os cargos são de confiança (de partidos, eleitos, etc, mas jamais dos cidadãos).
A febre da “ajuda aos Bancos” [4]atravessou os “oceanos da cidadania” e chegou à América do Sul, África, Ásia, Europa. Os cidadãos vêm agora uma vida tenebrosa. Quando a poeira assentar e se fizer o balanço, se verá quantas famílias foram desfeitas, quantos lares foram retomados por Bancos, quantos pobres mais se criaram no mundo, quantos suicídios, quantos cidadãos deixaram de nascer – e outros que morreram - por falta de atendimento na saúde pública, quantos assassinatos por falta de segurança, quanta miséria sob o olhar benevolente ou complacente do Estado. O mundo está em crise desde 2007/2008 e não há data prevista para sair dela.

O aumento da criminalidade no mundo[5] e o Estado de S. Paulo[6]

“Quanto maior a nau, maior a tormenta”. È um ditado popular que tem muito sentido de propriedade. S. Paulo como a maior cidade brasileira deve ter naturalmente seus problemas em maior grau comparativamente com cidades menores. Entre Outubro e o inicio de novembro (dia 6), ascendia a cerca de 90 o total de policiais assassinados de forma covarde por indivíduos geralmente montados em motos em operações relâmpago. Dizem que tais assassinatos são comandados pelo tráfico de drogas, e em especial pelo PCC, uma facção do crime que atua em todo o Brasil. Já vimos coisa parecida na Colômbia, e talvez esteja acontecendo também no Brasil. Com tanto dinheiro gerado no tráfico de drogas e que “precisa” ser lavado, é bem possível que até vereadores, deputados, senadores, juízes, governadores, ministros, já tenham sido eleitos ou comprados pelo tráfico de drogas. Não deve ser o Brasil caso único no mundo, mas provavelmente um dos afetados por essa “onda” crescente que já virou tsunami mas que continua sendo empurrada para debaixo do tapete da consciência.
Além deste fator, é a falta de instrução que produz mais “cidadãos” que crescem em meio carente de tudo ou quase, e pela lei da reprodução animal fabrica mais “desinstruídos”, desinformados, sem trabalho normal num mercado que não consegue proporcionar postos de trabalho suficientes para todos, cercados de tráfico e drogas. Imagine-se que nos EUA, um dos candidatos, Romney, pretendia acabar com a ajuda do estado – incipiente nos EUA – em meio a uma crise que não gera empregos suficientes. Seria natural perder as eleições. Perdeu.
No que respeita ao Estado de S. Paulo, o mal deve ser combatido pela raiz, sem tréguas, sem concessões. É uma guerra e os bandidos devem ser julgados como determina a constituição brasileira para tempos de guerra: Pena máxima, inapelável. Não há bandidos deste tipo que sofram de doença mental.
Em meio a uma crise descomunal que a cada dia produz mais pobres, não há previsão para alívio desta situação de insegurança. A ação da polícia, por si só não será suficiente. Há que consertar, reparar, a nação como um todo e dar importância ao que é realmente importante. Sucessivas CPIS sem solução de retorno das verbas desviadas e sem efetivas sanções contra os corruptos, não há previsão de solução nem a curto nem em médio prazo. Política é coisa séria, não é cargo para se ficar rico e ser poderoso. Chegará o dia em que ninguém quererá ser político por falta de “espaço” para corromper e ser corrompido. Isso virá com a Democracia Participativa.

Os Bilderberg[7] na conjuntura mundial e a morte de um presidente[8].

Correm na NET, nestes tempos de indignação mundial contra as “falhas” – premeditadas ou não – dos responsáveis pela administração dos Estados, e contra algumas entidades que se julga estarem por detrás dos acontecimentos ou contribuindo para a depressão econômica em quem nos encontramos. Uma dessas entidades ou organizações é o grupo Bilderberg.  Aparentemente destina-se a debater as relações EUA x Europa. Como as reuniões são secretas – realizam-se desde maio de 1954 com eminentes representantes da economia e da política destas duas exclusivas regiões – existe a tendência de achar que, pelo “peso” dos participantes, se trate de uma eminência parda que dita os destinos do mundo. Pode ser que sim, pode ser que não. O possível vazamento de um ex-participante do grupo, um banqueiro suíço, pode ter apimentado a especulação sobre as reais intenções do grupo. No entanto, não podemos eliminar a possibilidade de grupos como este existirem com a clara intenção de ditar as regras na forma de governar, e, pelos resultados até agora, a ser verdade, com clara vantagem para esses grupos. Tenhamos em conta que já cedemos muitas verbas públicas necessárias para os Bancos se livrarem de uma crise que veio da mesma forma e que provavelmente nem existiria se os tais três primeiros bancos tivessem ido à falência.
Algo para vermos no futuro e ficarmos atentos, entretanto já sabemos de antemão que reuniões “secretas” se podem fazer em qualquer gabinete de qualquer ministro de estado, governador ou até mesmo um simples vereador, ou, de forma mais garantida e isolada, durante um jogo inocente de golfe ou até mesmo em qualquer lugar. E isto pode acontecer com os donos do tráfico que nem se conhecem.

A maçonaria[9] a nível mundial

A verdade é que não se sabe quando começou o movimento maçônico que uns atribuem á época do Templo de Salomão, outros à época da idade media quando pedreiros se associaram sob a benção de alguns participantes do clero católico, aos “iluminatti [10]” que promulgariam a “Nova Ordem Mundial” dentre outras origens, e que têm por base a humanidade, a igualdade, a fraternidade, a liberdade e a democracia. Embora os números não sejam muito confiáveis, existem no mundo aproximadamente 6 milhões de integrantes espalhados pelos 5 continentes. Destes 3,2 milhões (58%) nos Estados Unidos, 1,2 milhão - (22%) – no Reino Unido e 1,0 milhão (20%) no resto do mundo. No Brasil são aproximadamente 150 mil maçons regulares (2,7 %) e 4 700 Lojas. As lojas são os lugares onde secretamente se reúnem. Existem vultos históricos, muito famosos, incluindo D. Pedro I que eram maçônicos. Impressiona como, ao longo de tantos séculos, os adeptos não sejam em número infinitamente maior.
Porém, até se afirmar que fazem parte de um grupo que possa ser o único responsável pela crise mundial e pela desorganização dos governos, seria um passo muito longo, uma temeridade. Quando muito, poderiam fazer parte dos que contribuíram para a crise e o desgoverno, mas não há como provar, e desconfiar, apenas, é insuficiente para construir uma consciência sobre o assunto.
Há muitos mais banqueiros, donos de empresas, políticos corruptos querendo que a humanidade trabalhe de graça e pague altíssimos impostos do que pequenos grupos secretos que podem até desejar o mesmo. Será isto uma simbiose entre os cidadãos e o poder, ou trata-se de uma usurpação de poder que deve ser tratado com altas doses de democracia participativa[11]? Até lá, somos uma humanidade encurralada pelo poder que faz o que quer e não nos consulta para absolutamente nada. Vivemos num engodo político.

Rui Rodrigues


[2] Veja país por país com fontes dos Jornais Gazeta Mercantil O Estado de S. Paulo emhttp://www.passeiweb.com/saiba_mais/atualidades/1230920795
[7] Site aparentemente oficial  com participantes, conferências, etc.http://www.bilderbergmeetings.org/index.php
[11] Democracia real, verdadeira, participativa em http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Os "neo escravos" do século XXI








Os neoescravos do século XXI


“Neo” significa novo! Novo deveria entender-se por “diferente”, sem perder a essência. Podemos entender muito bem o significado e o entendimento de “neo” à luz do termo “neoliberalismo econômico”, que significa literalmente o “novo liberalismo econômico”, mas dadas as evidências e as circunstâncias sou levado a concluir que neste caso o termo correto deveria ser algo diferente porque não se trata de “economia”, mas de aparente legalização do desperdício que se traduz por democracias na divisão das verbas públicas e numa ditadura na aplicação dos impostos. Por isso governos como o da França, Itália, Portugal, Espanha, Grécia caíram, e outros cairão ainda como produto da verificação do desperdício de verbas públicas e deficientes políticas econômicas. Pior do que isso, por cooperação com a ambição dos que detêm e manejam o capital. Se o leitor pensou que este texto é socialista, comunista, ou tem qualquer ideologia implícita, peço antecipado perdão, mas deve ter-se equivocado. É pura constatação.

Muito semelhante é o termo neoescravos do século XXI, relacionado com o esclavagismo, um assunto que nos vem desde os primórdios da civilização quando se agrilhoavam seres semelhantes mas que falavam língua diferente em outros locais do globo, em outras tribos, outros povos, para fazer escravos que fizessem o trabalho de graça a troco de um conforto mínimo duvidoso e local seguro para viver[1]. E muitas vezes dentro da própria tribo, grupo ou nação. Os neoescravos do século XXI não fazem “trabalhos” forçados. Mas continuam existindo a título de “cidadania democrática”, “fazer a sua parte” como cidadão, cidadã. A maioria da população não se preocupa com as contas públicas, pede a deuses que lhes dêem bons governantes: O governo lá em cima, intermediário entre deuses e humanos, os cidadãos cá em baixo como azeite sobre a água. Um bom exemplo do passado é o Império Romano onde somente patrícios, isto é, autóctones descendentes dos fundadores de Roma faziam parte do governo. Os plebeus eram descendentes de gentios, isto é, forasteiros, e além destas duas classes, havia os escravos e os clientes. Os patrícios, que faziam as leis e eram o próprio governo, eram o azeite sobre a água de todas as outras classes das quais se beneficiavam para recolher impostos, aproveitar-se do trabalho. Em troca dava muito pouca qualidade de vida, porque o dinheiro era gasto em corrupção e campanhas bélicas para engrandecer o Estado. Mas que estado engrandecia? Evidentemente que o “Estado neopatrício”.

Nos dias de hoje muitos governos do mundo, senão todos, ou com raras exceções como nos países nórdicos, Islândia e Suíça, já não são os patrícios que governam e constituem o poder, mas um grupo chamado governo, que decide em nome dos cidadãos e escravos, coleta impostos, aplica como quer, corrompe como acredita ser necessário, sem a mínima hipótese de que os cidadãos os tirem do poder enquanto não terminar o mandato. Quem chega a ser eleito, normalmente com falsas promessas, e ganha seu posto no poder, contribui para a perpetuação do sistema. Governos hoje são como confrarias de amigos onde tudo se acerta sem o conhecimento público. Governo de "neopatrícios"

A impressão que se tem é que se trabalha para os patrões e para o Estado na condição de neoescravos, onde a democracia se resume a eleger “patrícios”. Neste aspecto, a “democracia” limitou-se a tornar iguais os plebeus, os escravos e os clientes, os explorados pelo grupo de “patrícios” a que chamamos governo democrático. Passar milhares de anos desenvolvendo a democracia e chegarmos a este ponto no século XXI é decepcionante.

Todos estes governos “neopatrícios” apelam para o nosso sacrifício alegando a causa pátria, o seu engrandecimento, o seu progresso. Pode entender-se sempre e quando isto represente o bem estar dos neoescravos do século XXI, mas não é o que se vê, face à quantidade destes que não têm acesso ao conhecimento nas universidades, nas escolas de segundo grau, a água tratada, a rede de esgotos, a rede de águas pluviais, a trabalho devidamente remunerado, a comida, a roupas, a serviços sociais, a saúde pública, a segurança no ir e vir diário. Paremos para penar, porque 60% da população mundial não tem nada disto. Algo deu errado em nosso caminho para a democracia. A nova classe emergente da "neolata" aumenta em número a cada dia.

Talvez seja o brilho do ouro recolhido dos impostos com base em taxas fixas de impostos que enchem os cofres públicos todos os dias de todos os anos, e não um orçamento prévio de gastos, mostrado e demonstrado aos neoescravos do século XXI e sobre os quais se definam as taxas prévias de impostos de ano para ano. Para fazer cobram-se impostos. Para não fazer, os neopatrícios nem precisam cobrar. Talvez assim os neoescravos possam passar um ou outro ano afastados do sufoco dos impostos, ou pelo menos com uma pequena folga que seja, para respirar.

Mas se você, leitor, tiver dúvidas, porque está confortável em sua cadeira, sua casa, leia, por favor, no link a seguir para saber se é pobre, rico ou nada disso. O amigo leitor decide! http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/index.php?pagina=1290857238 

Mas não se esqueça... Se for para fazer nada ou muito pouco, o Estado não necessita de impostos tão altos.... Basta polícia, juizes e um alfarrábio com leis, e isto não custa tanto assim.

Rui Rodrigues


Para leitura sobre o tema, pode também consultar:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/artigos/o-que-e-cidadania.php




[1] Efésios 6:9 Vocês, senhores, tratem seus escravos da mesma forma. Não os ameacem, uma vez que vocês sabem que o Senhor deles e de vocês está nos céus, e ele não faz diferença entre as pessoas. 
Colossenses 4:1 Senhores, dêem aos seus escravos o que é justo e direito, sabendo que vocês também têm um Senhor nos céus. 
Deuteronômio 15:12 Se seu compatriota hebreu, homem ou mulher, vender-se a você e servi-lo seis anos, no sétimo ano dê-lhe a liberdade. 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O Big Bang sem explosão – Assista de olhos fechados.


O Big Bang sem explosão – Assista de olhos fechados.


Para poder entender (mais ou menos) como se deu o Big Bang, no caso de leigos como eu, é necessário ler com atenção o texto sobre a introdução à física quântica em  http://bardochoppgratis.blogspot.com.br/2012/07/facil-introducao-fisica-quantica-para.html e lembrar que sim, do “nada” pode emergir, consubstanciar-se “alguma coisa”. Isso é o que nos diz a Física Quântica. Bem... Do nada, do nada mesmo, não... Mas de algo muito parecido: O falso vácuo. É denominado assim, de “falso”, porque é “temporário”. Mesmo sendo parecido com o vácuo verdadeiro, e ao contrário deste, tem a propriedade de ser metastável, isto é, é extremamente instável. O vácuo comum você pode deixar quieto e esperar uma eternidade que não acontece nada.

Para que tenhamos uma idéia do vácuo verdadeiro, não temos no mundo um equipamento que possa extrair toda a matéria e a energia de, por exemplo, um cm3 de “espaço”, de forma a produzirmos o vácuo verdadeiro, extraindo toda essa energia ou matéria e deixar esse cm3 completamente vazio...  Devemos ter sempre em mente que uma teoria que tente explicar este nosso universo – e ou outros - é boa enquanto explica tudo o que vemos. Se não for assim, revisa-se, e se for o caso, abandona-se.

Mas se desejar continuar assim mesmo sem acessar o link que sugerimos,... Vamos lá...

Imagine-se “olhando” para o acontecimento, como se fosse um “deus” que fez a sua obra e cresceu tanto ou mais do que o próprio universo que está criando – desde quando este era apenas uma partícula, ou algo correspondente a 25 gramas, ou um pão francês – acompanhando o crescimento de sua criação. Isto lhe permitirá “ver” o que vai acontecendo ao universo desde sua “ultra mini-miniatura” até essa imensidão da qual só conhecemos uma pequena parte (O universo total é pelo menos 10 elevado a 23 vezes maior do que a parte que vemos atualmente, ou seja, 100.000.000.000.000.000.000.000 vezes maior).

Para poder fechar os olhos e viajar até a formação do Universo, peça que alguém lhe leia este texto, e feche os olhos... Mas não imagine nenhuma explosão porque não a houve...


Etapa 1 – O falso vácuo se desintegra

Vimos que no falso vácuo os campos de Higgs permitem prever o aparecimento de uma partícula, ou “Bóson de Higgs”, ou ainda como é mais conhecida, a “partícula de Deus”. O surgimento do Universo, ou de uma infinidade deles, pode ter partido da instabilidade do falso vácuo ao criar uma ou mais dessas partículas, mas não houve explosão nenhuma. Definitivamente não!  E antes que se pergunte sobre o que foi feito do “falso vácuo” que deu origem ao universo, ele ainda está lá... E como é fácil adivinhar, está produzindo mais universos, porque é “metastável”.
O nosso faz parte – provavelmente – de uma infinidade de universos, alguns tendo aparecido há um tempo infinito para “trás”, no tempo, e daí para cá, novos surgem a todo o instante, outros que estarão emergindo agora, neste instante, e outros que emergirão. O nosso somente pode ser “intuído” a partir de ínfimos instantes a partir de seu surgimento, quando era ainda uma pequena esfera de dimensões próximas do zero.

Então, olhe toda a escuridão do falso vácuo, e veja aquela pequena esfera escura (com dimensões tão pequenas, só mesmo sendo “deus” para conseguir vê-la, mas admitamos que a vê). Reduza também a medida de seu tempo bilhões, trilhões de vezes para poder ver tudo como se fosse em câmara lenta, porque essa ínfima esfera vai inflar tão rapidamente que a luz, que viaja a 300.000 km/s parecerá estar parada. Com a mesma medida de tempo que temos, não poderíamos “ver” nada.

Tenha em mente também que essa esfera, tão ínfima, tem volume quase igual a zero. Como a densidade é igual à massa (ou energia) dividida pelo volume, podemos avaliar que a densidade só pode ser infinita (qualquer número dividido por zero é igual a infinito). Ela é praticamente redonda nesse instante. Também, essa esfera deve ser uniforme, isto é, todos os pontos internos devem gozar das mesmas propriedades. A esfera é também extremamente quente, com temperaturas muito acima dos bilhões de graus kelvin – ou centígrados - não importa para nós, leigos, em qual unidade se mede a temperatura neste caso.

O falso vácuo tem outra propriedade: Ele apresenta o mais baixo nível de energia. Para que sua energia varie e atinja outros mais elevados, é necessário que algo aconteça nos campos de Higgs. Para os crentes, poderão dizer que foi o dedo de deus que lhe deu um peteleco. Para os estudiosos da Física Quântica, isso de deve à própria instabilidade do falso vácuo, fazendo com que os vetores do campo de Higgs mudem rapidamente de valores, de modo frenético, quer por tunelamento quântico, quer pela evolução dos estágios de energia. Para nós, que somos leigos, isso não interessa muito. O que interessa é que antes de decorrido um minuto, o universo – aquela esfera - já não é redondo. Vista do lado de fora, por você, verá que a fronteira do universo é praticamente plana. Não poderia ser diferente para uma esfera que infla de forma exponencial e que é homogênea, submetida a enorme pressão que a faz inflar tão rapidamente (imagine uma bola inchando. Sua superfície vai ficando menos redonda e mais plana na medida em que infla). A temperatura baixou consideravelmente, mas ainda não há luz. O interior é uma “pasta” sem luz, com densidade de energia constante. Tem que ser constante, porque caso contrário não estaríamos aqui para perguntar. Ademais, não haveria para onde mandar ou de onde retirar mais energia: O universo está nesse instante e neste também, rodeado de falso vácuo. O falso vácuo também infla. (Tente ver uma porção de esferas, ou de universos inflando a velocidades superiores à da luz, num meio que também infla, senão as esferas se chocariam e se aniquilariam).
Essa pasta do Universo no primeiro minuto de “vida” está sujeita a leis que não sabemos de onde surgiram. Uns dirão que foi deus que as imprimiu logo no início da formação do universo com um peteleco. A física não tem respostas, mas sabemos que tais leis são verdadeiras porque explicam o universo tal como o conhecemos, e ainda não descobrimos todas as leis. E=mc2 é uma dessas leis descoberta por Albert Einstein.

Como curiosidade, descobriu-se que há uma densidade crítica a partir da qual os campos de higgs não produziriam um universo como o nosso. Chama-se a essa densidade crítica de “Omega”. A densidade crítica Omega deve ser igual a um ou muito próximo disso. A do nosso universo varia hoje entre 0,1 e 2. No inicio do universo variava entre 0,999999999999999 e 1,000000000000001 (quinze casas decimais). Na medida em que infla de forma exponencial ( o volume aumenta rapidamente) e para que a densidade se mantenha é necessário que surja mais matéria. A matéria é retirada da energia gravitacional que é negativa. Na medida em que o universo infla e se expande, a temperatura baixa quase que na mesma proporção e mais massa surge.

2-  E  a luz se fez.

Até 300.000 anos após o inicio do big bang havia uma sopa de elétrons super agitados. Até aqui, ainda não havia luz, mas o universo já era tão extenso que tinha uma dimensão de 900.000 anos luz. È a partir desta fase que o universo já super resfriado permite a interação entre elétrons e núcleos atômicos para formar átomos eletricamente neutros. A luz se faz, e à velocidade de 300.000 km/s tem ainda um horizonte de 900.000 anos para conseguir atingir os limites do universo. O universo torna-se finalmente transparente. Essa luz ainda não chegou até nos porque o Universo inflou muito mais do que esses 900.000 anos. Estamos hoje a cerca de 13,9 bilhões de anos desde o inicio do big bang.   

A análise da radiação cósmica de fundo – os ecos do big-bang – ainda chegam até nós e mostram a uniformidade do universo.

Para entrar em detalhes sobre todas as dúvidas que ainda deve ter – este artigo serve apenas para “tentar visualizar” o big-bang e mostrar que não foi uma “explosão” – consulte, por favor, literatura relacionada com William G. Guth, Stephen Hawking, Albert Einstein e outros.

Rui Rodrigues