Desvendado o caso do vôo Malaysia MH-370
“Ziru-Ziru-Eit”
é um agente triplo que trabalhou para o M-16 britânico, a CIA americana e a Bu
Guojia Anquan (ou Guoanbu) da China (中华人民共和国国家安全部中華人民共和國國家安全部). Cidadão nascido no território especial chinês de Macau, nos
tempos do mandato português, quando se aposentou pegou em suas tralhas e veio
para o Brasil. Ficou esquecido até que foi requisitado pela CIA por três
motivos: Sua experiência, seus olhos puxados e a cor amarelada de sua pele que
facilitavam sua penetração em países orientais e o previsto desaparecimento de um avião
comercial em circunstâncias muito estranhas: O vôo MH-370 da
Malaysia Air Lines.
- Espião de olhos amendoados interrompe coito – 28
de fevereiro 2014
Ziru-Ziru-Eit, ou melhor, Ziruziru, é um
espião mais de origem britânica por força do trabalho (viveu muito tempo em
Hong-Kong) do que portuguesa (nasceu em Macau), estava transando com uma
chilena gostosa que conhecera em Búzios, quando o seu celular – cedido pela CIA
caso viesse a ser necessário - tocou. Gritou um “puta que o paliu” sonoro,
desmontou da chilena e foi atender enquanto a moça de coito interrompido
acabava o processo de prazer manualmente, gritando extasiada: - No te pares...
Hijoeputa... Hijoeputa...
Escutou atentamente o que lhe diziam do
outro lado da linha. Ia aquiescendo com a cabeça como se tivesse alguém a seu
lado atento e precisasse demonstrar-lhe sua aquiescência. Tinha uma memória
sensacional como todo e qualquer espião digno do nome, de forma que nem precisou
anotar nada do que lhe diziam. Terminada a ligação, dirigiu-se ao banheiro,
lavou o saco no bidê, apanhou a sua mochila-kit – tinha várias todas sempre
prontas para viajar – vestiu uma roupa leve e saiu batendo a porta depois de
gritar para a moça quase desmaiada sobre a cama: - Eu te ligo logo que puder. É
uma emergência.
Antes de bater a porta tirou um pequeno
aviãozinho de papel de um compartimento externo da mochila – um origami -
atirou-o na direção da cama onde estava a moça e saiu definitivamente. Cada
mochila tinha um aviãozinho de cortesia sempre preparado para as suas saídas às
pressas, um velho hábito de cortesia. A moça pegou o aviãozinho, viu que tinha
um texto escrito e leu:
- Tive que sair às pressas. Voltarei em
breve para você. Aguarde-me e me desculpe sempre que pensar em mim até minha
volta.
- Algures na fronteira do Irã com a Ossétia do Sul
– 01 de março de 2014
Noite escura e fria em céu
enevoado que escondia a Lua. Primeiro desceu do céu, numa clareira da floresta,
um helicóptero russo. Menos de dois minutos depois desceu e pousou um iraniano.
De cada um dos dois helicópteros desceu apenas um homem que se dirigiram um em
direção ao outro. Apertaram-se as mãos. Um raio de Lua que conseguiu furar o
bloqueio de nuvens iluminou por segundos os dois homens: Dmitri Medvedev e
Mahmoud Hahmadinejad. Era um encontro sigiloso,
importantíssimo. Ninguém sabia do encontro nem mesmo os pilotos, de total
confiança dos serviços secretos das duas nações. A partir de certo ponto ainda
dentro das respectivas fronteiras os dois helicópteros tinham sido dirigidos
automaticamente através de GPS. Essa era
uma das funções dos satélites estáticos
russos. Mas lá em cima não havia apenas satélites russos. Muitos deles eram
americanos. Pelo menos um era e estava assestado para aquela clareira.
Após uma conversa que não
demorou mais do que dez minutos os dois se despediram e os helicópteros alçaram
vôo retornando a seus territórios.
- Ai!... Cruz credo...De
quem é este cachorro? – perguntou Medvedev, o corpo todo retesado, levantando o
joelho esquerdo para cima do direito sobre o assento e levando as mãos para
junto ao peito num gesto de nítida repulsa.
- Não é meu, disse o piloto.
– pensei que fosse de Vossa Excelência, disse o segurança.
Chegaram à conclusão
de que o cachorro deveria ser selvagem daquela região, e entrara no helicóptero
enquanto aguardavam o Hahmadinejad. Não viram problema nisso e resolveram
largá-lo em Moscou quando chegassem lá.
Em menos de um minuto o
Coronel Rinty (o cachorro era treinado pelo exército americano para cativar
desconhecidos e tinha aparelhos eletrônicos de escuta e vídeo implantados.
Fazia parte da operação de espionagem “Snowthen”). Mas a bordo começou uma
grande amizade entre o São Bernardo, coronel Rinty, e Medvedev, a segunda
estrela maior do kremlin depois de Putin, o presidente.
- Palácio do Kremlin, 01 de março de 2014.
Em sua enorme mesa
envernizada sem qualquer documento para despacho, ornamentada apenas com o
brilho do verniz e uns bricabraques de arte proletária russa – umas bonequinhas
de encaixar umas dentro das outras – Putin, o presidente russo levantava e
abaixava freneticamente o calcanhar direito para cima e para baixo como se
movido por motor elétrico. Estava impaciente. Levantou-se, descalçou um sapato,
tirou a meia, sentou-se no chão e começava a roer a unha do dedão do pé quando
pelo interfone ouviu a comunicação da portaria: - O camarada Medvedev chegou, camarada Putin.
Finalmente! Desabafou para
si mesmo um Putin agora bem mais alegre. Voltou a vestir a meia mesmo pelo
avesso, calçou o sapato que agora parecia mais apertado, passou a mão pelos
cabelos olhando para um espelho imaginário e dirigiu-se à geladeira disfarçada
de estante no fundo da sala. Quando Medvedev entrou, ele já estava com dois
copos de vodka na mão.
-Ele não é uma gracinha?
Perguntou Medvedev enquanto soltava um cachorro preto enorme, um São Bernardo
peludo.
Putin não teve tempo de
responder. O cachorro atirou-se ao peito do presidente e o lambeu no rosto.
- Que porra de cachorro é
esse, Med? Perguntou Putin.
- Encontrei-o na clareira
ontem à noite quando me encontrei com o Mahmoud. Estava meio perdido na
floresta e entrou no helicóptero. Foi amor à primeira vista. Ele não é uma
gracinha, Putin?
- Depois vejo isso. Agora
vamos a uma vodka e falar sobre o que interessa. Ele tem pulgas?
- Não... Só umas
verruguinhas minúsculas sem importância. Mas deixa-te contar do encontro com o
iraniano... Vai ser dia 07 de março deste ano. A operação foi elaborada para o
11 de setembro, mas substituída pela dos aviões que derrubaram as torres gêmeas,
que foi muito mais eficaz. Agora foi implementada logo que os ucranianos se
revoltaram contra a adesão à Rússia por prevenção. Como você mesmo disse, ou
foi o Snowden, não me lembro, é bom ter sempre uns planos prontos em caso de
necessidade.
- E como vai ser o plano?
Perguntou Putin enquanto se servia de outra vodka e oferecia mais um copo a
Medvedev.
- Mahmoud não deu a informação completa para não o
comentarmos com ninguém, por segurança Pediu para ficarmos atentos ás
comunicações malaias e chinesas. Isso é bom para nós para distrair as atenções
da Ucrânia...
- Qual é o grau de certeza
de sucesso? Putin estava preocupado, uma das raras vezes em que franziu o cenho
em toda a sua vida.
- Cem por cento. Desastre
aéreo, um só sobrevivente que já recebeu uma boa grana no Irã e que ao saltar
de pára-quedas no meio do oceano índico será recolhido por um barco de pesca.
Se a operação tiver dado errada, recolhem o sobrevivente e dão-lhe uns tratos
adequados para sabermos onde se errou. Se a operação der certa, deixam o cara
se afogar no oceano e vão pescar. Simples, né?
Ah... E não vão encontrar
facilmente os restos do avião...
E Medvedev entornou a vodka
de um trago só.
- Parabéns, meu amigo!...
Ficaremos então atentos (disse Putin). Amanhã trataremos da crise da Ucrânia
como ela merece. O mundo ficará dividido entre acompanhar a crise e o desastre
aéreo. Beijinho para despedir...
E os dois se beijaram ao
modo russo mais íntimo, na boca com direito a um linguado.
- Aquilo é uma ereção?
Perguntou Putin a Medvedev, apontando para o pênis do São Bernardo... É grande!
- É...- Respondeu Medvedev –
nos divertimos bastante durante o vôo de helicóptero ontem à noite. Você vai
gostar, prometo!
E Medvedev saiu da sala com
o andar bamboleante digno de uma Marilyn Monroe em seus dias de maior glória.
- Pentágono, EUA, 01 de março de 2014.
Uma sala enorme cheia de
computadores telas de TV, mesas, gente trabalhando, mapas do planeta, comando
de satélites, celulares, tinha sido montada para a “operação Snowthen” que
visava a detecção de ações e de problemas envolvendo territórios, fronteiras e
países de influência russa, o que compreendia países como a China, Malásia,
Irã, Vietnam, Síria, Paquistão, dentre outros, e até Brasil Cuba e Venezuela na América latina.
O coronel Tankersley começou
a rir de forma quase incontrolável. Ele costumava ser muito sério, mas daquela
vez não agüentou. Logo que se recompôs, sob os olhares admirados do pessoal da
sala, pegou o telefone vermelho. Do outro lado, o presidente Barak Obama
atendeu.
- Sim, coronel...
Novidades?
- Sim, senhor presidente...
O coronel Rinty foi adotado...
- Desculpe, coronel
Tankersley... Quem é o coronel Rinty?
- Bem, senhor presidente, eu
comando a operação Snowthen, senhor, e combinamos um código... “Au-au”, lembra?
- Ah... Sim... Quer dizer
que está atuando... E o que descobriram?
- Vou mostrar-lhe, senhor
presidente, Via WEB. Por favor, ligue o seu computador. Aguardarei na linha até
que me dispense, senhor... Mas saiba também que nosso agente especial está em
campo, senhor.
- Certo... Espere... Já
está... Estou vendo os dois... E... O coronel Rinty está com eles...
Incrível... (E Barak Obama caiu na gargalhada...)
- Está dispensado, coronel
Tankersley... Já desconfiava, mas não sabia que os dois se amavam tanto...
Excelente trabalho, coronel... Um beijo pra você! (e desligou rindo). Um coronel repentinamente
sisudo remoeu meia dúzia de “fuck, fuck, fuck” enquanto teclava em ritmo
alucinante em seu computador. Esquecera
de dizer ao presidente que o parlamento Russo autorizara Putin ao uso da força
na Crimeia naquele mesmo dia. Estava lhe mandando um relatório sucinto, de uma
página, para corrigir o esquecimento. Ficariam atentos ao dia 07 de março de
2014, mais especificamente na Malásia e na rota do vôo MH-370.
- Em um bairro de Kuala Lumpur, dia 02 de março de
2014.
Antigamente espiões tinham
que fazer todo o trabalho no campo de operações. Agora eram simplesmente “uns
braços humanos” do sistema. Tudo era feito nas agências de espionagem e os
dados transmitidos por comunicação segura para o teatro de operações. Por isso
a importância de Snowden, um agente americano que desertara de seu posto nos
EUA e estava agora na Rússia, foragido. Ele sabia tudo sobre espionagem no éter
dos bits que corriam em código pelas ondas das estações de transmissão de sinal
para a Internet e outros “centros” secretos de comunicação política e militar.
Até os celulares da ministra do Estado Alemão, Ângela Merkel tinha sido
invadido, assim como membros do próprio senado americano. Snowden tinha um
amigo colorido no Brasil e não era à toa. O Brasil é um país de largo uso da
Internet, com acesso fácil, enorme volume de bits em circulação, uma dor de
cabeça para o governo que quer reprimir a população impedindo-a de falar o que
quer por essas vias de comunicação. Usaram Snowden e sua espionagem para
votarem no senado uma lei para impedir e limitar a comunicação.
Ziruziru já em Kuala Lumpur,
num hotel de terceira classe, sentiu vibrar o celular que tinha comprado ainda
no aeroporto. Apertou a tecla para ligá-lo e viu na tela o aviso de um e-mail
cujo emissor já conhecia. Acessou o e-mail. Imediatamente um programa foi
descarregado em segundos. Seu celular agora era uma linha de bits impenetrável.
Ninguém mais em lugar nenhum do mundo poderia interferir nessa “linha” de
comunicação entre ele e o Pentágono. Desligou o celular e subiu para o seu
quarto. Lá voltou a ligá-lo. O primeiro documento era uma lista de passageiros
do vôo Malaysia MH-370 que partiria de Kuala Lumpur para Pequim na tarde do dia
07 de março ás 16:40.Na lista parcial, e do que lhe chamava a atenção, já
confirmados, constavam três americanos (ele era um deles), dois canadenses e
seis australianos que bem podiam ser também “americanos” com passaporte
facilitado politicamente para efeitos de espionagem, um russo e dois
ucranianos. O resto não lhe chamou a atenção. A maioria era chinesa. A lista
definitiva ele saberia logo que se sentasse em sua cadeira de primeira classe,
instantes depois da partida. No entanto algo lhe chamou a atenção. Faltavam os
iranianos, como o Pentágono avisara para que ficasse atento, já que a operação
era iraniana. Ziruziru tinha certeza absoluta que eles apareceriam no ultimo
instante. Voltou a ligar o celular para ter certeza de que nenhum detalhe lhe
passara, mas a mensagem havia desaparecido como que por encanto. Tinha que
ficar muito mais atento da próxima vez que recebesse uma mensagem.
- A situação se complica na Ucrânia. 06 de março
de 2014.
Na Crimeia as coisas corriam
ao agrado de Putin. Durante meses forçara o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych a trazê-la de volta para a
esfera de influência russa. O povo, pelo contrário, queria que ela fizesse
parte da União Européia. A população revoltou-se porque lhe parecia natural que
se fizesse um Plebiscito ao melhor estilo democrático. Viktor não tinha a menor
intenção disso em seu suntuoso palácio em Kiev. Nem ele nem Putin. Quando em 23
de fevereiro o presidente da Ucrânia foi deposto pelo Parlamento, Putin se
preocupou bastante. Tinha que por em prática o plano “B”, bem mais difícil, que
chamaria a atenção do mundo livre. Precisava de um terceiro plano que
distraísse pelo menos um pouco a opinião pública. Algo de grande impacto
emocional: Uma catástrofe!
Sabia que o Irã era um
refúgio para os “heróis santos” do Islã, dispostos a morrer por uma boa causa
islâmica, e alcançar o paraíso onde sete virgens os esperariam. Putin mandou
então tropas para a fronteira da Crimeia, a primeira e mais importante parte a
ser tomada da Ucrânia. Seu projeto maior era trazer para a esfera russa toda a
Ucrânia, mas o destino obrigava a que a tomasse por partes. Hoje, dia 06 de
março, o Conselho Supremo da Crimeia votou e aprovou sua anexação à Rússia.
Dias negros pela frente,
pensou Putin, e o disse a seu amigo Medvedev que brincava na sala com o São
Bernardo, deixando a mão escorregar de vez em quando pelos órgãos sexuais
avantajados do animal que ficava todo excitado.
- Nós os pressionamos com o
gás da Sibéria, Putin!
- Claro que sim... A Europa
não têm como se abastecer de gás em outras fontes. Pelo menos num período
próximo. Acho que vamos empurrar a Europa para abrir mais poços de gás, e
extrair gás de xisto. Até lá tomamos conta da Ucrânia. Depois volta tudo ao
normal.
- Amanhã é o dia. Prepara-te
porque o mundo vai desabar em cima da Rússia pela Crimeia, e vamos torcer para
não juntarem os fatos com o avião da Malaysia.
- Não importa... Disse
Putin... Esta crise vai me reeleger na Rússia. Ou a mim ou a você... Fica tranqüilo.
Aprendemos rapidamente como funciona o capitalismo democrático: Somos ricos. Se
a coisa pegar por aqui, nos exilamos na Suíça ou no Caribe. Brasil, talvez...
E depois de um longo beijo
de amor camarada, os três saíram do Kremlin.
No Pentágono, o coronel ria
mais uma vez ás gargalhadas. Do outro lado do computador, Obama e Michele
batiam com os pés no chão de tanta dor nas arcadas dentárias e nos músculos de
seus cérebros de tanto rir.
- O embarque no vôo MH-370 da Malaysia Airlines. Dia
07 de março.
Do dia 02 de março até o
entardecer do dia 06, Ziruziru dedicara-se a memorizar as listas de passageiros e
os informes da Inteligência do pentágono, e a fazer algumas compras especiais. Recebera
via inteligência, em Kuala Lumpur, uma máscara especial para gases, com ampola
de oxigênio, que lhe permitiria passar pelo menos uma hora oxigenado. As
exigências alfandegárias de verificação de bagagem em Kuala Lumpur eram suaves
por que não havia terrorismo por lá. Quando no banheiro do aeroporto, minutos
antes de embarcar recebeu uma chamada do Pentágono e conferiu a lista, notou
que dois passageiros tinham embarcado com passaportes falsos. Os passaportes
tinham sido roubados de dois italianos. As fotos deles estavam no relatório do
pentágono. Eram dois iranianos, que finalmente haviam aparecido.
Desde que os localizou na
fila de embarque passou a observá-los discretamente. Nenhum deles falou ou
olhou para o outro. Não chamavam a atenção. Notou também os outros dois
americanos. Provavelmente um deles seria da inteligência americana, mas por
questões de segurança nenhum saberia da existência do outro. A medida
destinava-se a uma possível falha de algum deles. Se um falhasse, o outro
assumiria o seu trabalho. Duzentos e trinta e nove pessoas a bordo, incluindo
12 tripulantes.
Prestou atenção também no comandante, Zaharie Ahmad Shah,
de 53 anos e no co-piloto, Fariq Abdul Hamid, de 27 anos que voava pela
primeira vez como co-piloto e tendo apenas experiência em cinco outros vôos
como “co-piloto de checagem”. Para a inteligência americana nenhum dos dois
representava perigo algum. Tirando o restante dos tripulantes e dos
passageiros, o principal perigo parecia vir dos dois iranianos. E preparou-se
para o pior. Estava ali para isso. Tinha que voltar para sua chilena gostosa,
lá no Brasil. Tinha que completar o coito interrompido. Tinha que sair vivo
dessa, mas tinha suas dúvidas. Ás 16:41 o Boeing 777-200ER com 53.465 horas de
vôo elevou-se nos ares a caminho de Pequim. Ouviu choro de crianças. Eram
cinco: três chinesas e duas americanas.
8. O vôo MH-370 da
Malaysia Airlines. Quase uma hora de vôo, 17:30.
Por volta das 17:00, com mais ou menos meia hora de vôo, Ziruziru
sabia que algo estava errado: O comandante pelo comunicador pediu
educadamente que desligassem qualquer aparelho eletrônico por que “poderiam”
interferir no computador de bordo. Para
o treinado Ziruziru, isso era sinal de que já estavam interferindo, porque o
avião continuava “inclinado”, subindo sempre e já deveria estar “nivelado” pelo
tempo de vôo. Se subisse a uma altitude próxima dos 13.000 metros, isso
significava que haveria descompressão e todos morreriam a bordo. E se
continuasse subindo isso só significava que ou a cabine de comando havia sido
tomada ou que o próprio piloto ou co-piloto haviam programado um vôo
“diferente”. Mas como “tomar” a Cabine de comando do Boeing, se ninguém tinha
passado pela primeira classe, onde estava sentado, a caminho da cabine do
piloto? Se sua hipótese estivesse certa, isso só seria possível se um hacker
estivesse a bordo interferindo eletronicamente no computador do avião.Às 17:25 o avião ainda continuava desnivelado
Então
Ziruziru resolveu agir. Primeiro consultou seu celular com GPS e verificou a
altitude: 11.000 metros. Até aí poderia ser considerada uma altitude normal,
embora não fosse comum. Só não poderia continuar subindo mais. Levantou-se e
foi até a cozinha do avião na cauda da classe comercial. Os dois iranianos
estavam tranqüilos, quase em meditação. Não olhavam fixamente para ninguém. Um
deles logo na segunda fila da comercial. O outro a meio da aeronave. Logo em
seguida sentiu seus ouvidos - treinados em tantos vôos que já efetuara –
começarem a sentir uma leve descompressão. Sua adrenalina subiu repentinamente
ao sentir o perigo e voltou rapidamente para a primeira classe. Ao passar pelo
iraniano na segunda fila notou que ele tirara uma máscara e se preparava para
usá-la. Olhou para trás e viu que o outro se levantava já usando também uma
máscara. Não teve dúvidas que eles iriam tomar a cabine de comando onde havia
condições de mantê-la pressurizada mesmo que houvesse despressurização no
restante da aeronave. Não tinha tempo a perder. Sentou-se em sua poltrona, e
tirou sua máscara que colocou discretamente cobrindo-se com o cobertor do
avião. Ouviu murmúrios a bordo. Logo em seguida alguns gritos roucos de
angústia. Em menos de 15 segundos só haviam mortos no avião exceto ele e os dois
iranianos, mas não sabia se havia mais deles ou cúmplices com máscara.
Quando os dois iranianos chegaram á porta da cabine,
Ziruziru sacou sua arma e atirou. Os dois caíram mortos. Atirou na porta da
cabine para entrar. Lá dentro, como suspeitava, também haviam morrido o piloto
e o co-piloto. Verificou os aparelhos da aeronave. Todos desligados, incluindo
o “transponder” .
Agora era o único ser vivo a bordo, sem qualquer comunicação possível.
Sentou-se confortavelmente na cadeira do piloto e tentou manobrar o avião
manualmente. Olhou o relógio. Eram 17:35. Conseguiu manobrar os “flaps” e
o avião deu uma guinada para a esquerda baixando a altitude. O avião começou a
descer. Poderia voar ainda por umas quatro longas horas, mas o oxigênio de sua
máscara não duraria tanto. Nem se ele usasse as máscaras dos dois iranianos
mortos.
Com o avião estabilizado, dirigiu-se a seu assento e
apanhou sua mochila, na verdade um pára-quedas. Depois foi até o assento onde
os iranianos se haviam sentado. Olhou sua bagagem. Nela havia duas pequenas
bombas programadas para as 17:40. Ele não tinha mais tempo disponível nem para desarmar as bombas. Eram duas e poderia
falhar numa delas. Calculou que o avião estivesse agora a uns oito mil metros. Voltou
à cabine e destravou as portas. Ali mesmo logo na saída do compartimento da
primeira classe, abriu a porta devagar e saltou. Um par de minutos depois viu a
explosão.Não sobraria nada do voo MH-370.
9. Final
O desaparecimento do avião gerou
controvérsias de 7 de março até hoje, 13 de abril, porque não se encontraram
destroços, e por outros motivos .
Sabe-se, entretanto, que a Crimeia passou para o controle russo, e que provavelmente
outras partes da Ucrânia cairão sob seu domínio. A União européia e o mundo
ocidental aplicam sanções crescentes de efeito sobre a Rússia que depende do
gás exportado para a UE. Putin, Medvedev e o coronel Rinty continuam muito
amigos e não raro dormem os três na mesma cama. Medvedev continuará tomando seus porres homéricos.O povo chinês continua
indignado porque ninguém sabe de nada, coisa a que deveriam estar habituados,
mas a empresa de aviação não é chinesa. Então podem reclamar. A caixa preta –
que na verdade é amarela - do avião esgotará suas baterias em mais um par de
dias e ficará perdida provavelmente para sempre. Sem avião e sem corpos para serem
estraçalhados em morgues para verificação da “causa mortis” ninguém saberá o
que aconteceu a menos que as agências de inteligência resolvam abrir o bico. Sem provas, os mortos serão dados como
desaparecidos, e sem atestado de óbito não se pode provar que morreram. Assim, só
os netos poderão receber indenização da
companhia aérea se algum dia a obrigarem a isso. Ali pelas bandas de Búzios, no
Brasil, uma chilena vive feliz sem coitos interrompidos e toda vez que chega
aos céus pelas mãos do competente Ziruziru, grita desesperada como estivesse
sendo esfaqueada. Os dois gostam de muita emoção. Ela perguntou-lhe onde tinha
ido. Ele disse que ao Uruguai. Deu-lhe de presente um lindo pacote de “Sativa
Canabis” puríssima, livremente cultivada por lá. No meio internacional da
espionagem, Ziruziru nunca pegou um vôo da Malaysia Airlines. Ele está pensando
em escrever um livro de memórias antes que perca a memória definitivamente com
a idade.
® Rui Rodrigues