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segunda-feira, 25 de maio de 2015

Quem disse Afundem o Brasil?



No palácio a maior correria. Como desviar dinheiro para a Petrobrás, economizar 60 bilhões, voltar a desenvolver o Brasil, tantos problemas...

A primeira coisa a cortar foram os problemas. A palaciana foi para a TV de olhos esbugalhados, radiante como quem tivesse descoberto que a Terra era redonda. Disse que a economia na sua máquina de governo não seria tão grande que fosse enorme, nem tão pequena que chegasse a ser minúscula, o que todo mundo entendeu que seria uma grande cagada.

Depois, já que estavam contra ela e não votavam o pacote de maldades que ela mandou para aprovarem, tomou as suas medidas.

Cortou na saúde, na segurança, nos investimentos, na educação, nos transportes, e tirou do panelão das bruxas, fervendo, um acordo com a China, num negócio da China para os chineses. Tirou fotos com os dossiês do contrato, um duma cor e outro de outra. Claro que depois das câmaras de TV terem sido desligadas os dossiês foram discretamente trocados, porque as cores estavam trocadas e era para ser ao contrário, assim como o dentifrício que depois de sair da pasta do tubo não entra mais .

Mas a palaciana é também palhaciana e precisa de muita grana não se sabe nem para quê, porque suas contas são cercadas de sigilos. Antigamente havia restrições para cheques passados em branco. Agora, com ela, esse problema acabou. Dão-lhe dinheiro a rodos e ela lhes devolve uma parte. É dando que se recebe, já dizia o mestre Collor, o espichado impichado.  

Assim, feitas as contas, o dinheiro da China não entra, mas entra uma entrada no balanço que diz que entrou, e o dinheiro vem de outro lugar. Como não vem da China, para pagar, entra nas contas do déficit externo que o povo paga. O povo paga tudo. Mas de onde virá o dinheiro? O jogo da Megasena já passou de dois reais para três reais e meio. Não é porque os custos tenham aumentado nem para aumentar o prêmio. É para cobrir rombos e tapar buracos que não são de estradas. É para dar sobra numa contabilidade semelhante aquela que esburacou os balanços da Petrobrás. E jogando com o Banco do Brasil, o BNDES, a Eletrobrás, a Petrobrás e todos os “Brás” e Ministérios e outras fontes, que o dinheiro que sai, sai, mas não sai, entra uma parte, desvia, e no balanço geral da nação se gastou todo o dinheiro público em nada que não se vê, e ainda aumenta a dívida interna e a externa. JEZUIZ... MILAGRE !!!!

Complicado?

Complicado é o brasileiro pagar. Os que morrem não reclamam nunca. Os desempregados vão competir com os Haitianos, africanos, sul americanos no desemprego. Choraremos juntos. O que não falta é desemprego e as novas luxuosas instalações do palácio do planalto são uma migalha, um pum, no bafo de dragão que se aspira e respira nesta terra á beira mar encalhada. As empresas oferecem desempregos. 

Ah... Mas nas próximas eleições não vai faltar dinheiro para comprar votos, propaganda, senadores, deputados, vereadores, com muitas verbas distribuídas para empresas que ficam com uma parte, devolvem a outra e não fazem nada.Até a Petrobrás oferecerá dividendos aos seus acionistas, e,quem sabe, José Dirceu receberá uma parte em assessorias. Ele sabe onde estão os petrodólares. 

E ninguém – dos que julgamos importantes – se incomoda. São todos cegos, surdos e mudos. Ou se fazem de mortos, ou são tão vivos, tão mais vivos que os viventes, que se julgam anjos, santos, deuses do Olimpio. Sentados à direita de Deus, tirando o lugar de JEZUIZ...MILAGRE!... Cadé o Suassuna? 

Mas não temos problemas... Estamos morrendo às facadas, com balas perdidas, e mortos não reclamam.  

Nem se mexem. Vamos nos distraindo, exercendo toda a nossa democracia aos trancos, barrancos e panelaços. Riam... Dizem...E os palhaços riem... Sentem... E os palhaços sentam... Somos realmente muito democráticos. Ou será que somos é outra coisa?


® Rui Rodrigues 

domingo, 24 de maio de 2015

BRASIL... S.A. (Brasil, Sociedade Anônima)



Imagine – melhor pensar porque é verdade – que o Brasil seja uma Sociedade Anônima, composta por setor produtivo, setor de infra-estruturas, serviços públicos e que nós todos, cidadãos brasileiros, nomeemos uma “diretoria” para gerir nossa Empresa, porque estamos muito ocupados trabalhando para pagar os salários de nossos “expert” em administração.
Então os diretores e seus “empregados” se unem para fazerem o que querem afundando a empresa... (isto não é imaginação porque é real)
E não podemos demitir a diretoria até por falta de confiança, já que também elegemos a "diretoria" por confiança?


A partir de 26 de junho de 2015 vamos focar-nos no direito de DEMITIR IMEDIATAMENTE diretorias e “empregados” das diretorias que não atendam nem suas promessas, nem nossas expectativas, ou que de qualquer forma percam a nossa CONFIANÇA.

POR NOVAS ELEIÇÕES GERAIS DIRETAS JÁ com direito a deseleger.

O Brasil é nosso, de todos os cidadãos! Não pertence a políticos. Não podem agir à revelia e têm que nos perguntar o que queremos, como quando e onde, Estado não é pai nem mãe nem família.
GOVERNO - a diretoria - TEM QUE DAR "LUCRO" PARA A POPULAÇÃO.


Pensamento para refletir



As estrelas (celestes) formam-se, têm um tempo de existência e acabam, mas a maior parte delas explode e dá origem a novos sistemas solares e até a galáxias. É certo que o tempo que levam para desaparecer, em nossa escala de tempo, é muito grande, e nos parece que tudo está hoje como era ontem e que amanhã continuará assim. 

A vida, tal como a conhecemos, também. Indivíduos nascem, crescem, reproduzem-se e morrem. Todos se modificam pela evolução, na escala de tempo das estrelas. Mas isso conseguimos ver e entender sem sabermos exatamente "para quê". Pode ser que não haja exatamente uma razão, uma finalidade, um "para quê".

A Humanidade também nasceu com o indivíduo, e tal como ele se desenvolveu, está cada vez mais numerosa e se modifica. A humanidade cresce e se modifica, e em nossa escala de tempo podemos percebê-lo também. Costumamos dizer que nada - ou quase nada - é como era "dantes", há umas cinco ou seis décadas atrás.

Também a humanidade não tem que ter um objetivo determinado para sua existência. Mas pode explodir como as estrelas e não dar origem a nada mais.Mas aproveitemos para nos distrairmos um pouco vendo os primeiros 21 dias de vida em 60 segundos de uma simpática abelha que vive muito menos tempo do que nós e não tem muito dele para pensar.



® Rui Rodrigues

sábado, 23 de maio de 2015

O ENSINO, a instrução e as Responsabilidades.


Lembro-me perfeitamente que lá em casa havia muito pouco mais que nada. Morávamos num quarto alugado. Ninguém tinha curso superior. Nem médio. Sabiam todos ler e escrever. A jornada de trabalho era sem horário desde que não fosse menor que 10 horas. Disseram-me quase todos os dias que se eu não estudasse e/ou não trabalhasse bastante feito um condenado, não seria ninguém na vida. Avisaram-me que quem me sustentava em garoto e desde neném, um dia morreriam e eu teria que viver sozinho. Cheguei a ter medo de vir a ser grande, tal a tarefa que me esperava. Quando entrei no primário numa escola pública (levava uma marmita de casa) escutei o mesmo da professora durante quatro anos, e quando saí, escutei o mesmo do mundo que me cercava. TEM QUE HAVER COERÊNCIA ENTRE O ENSINO EM CASA e NA ESCOLA, e ao olharmos para fora não podemos ver nada diferente do que nos ensinaram, para que não haja descrédito. Uma ou outra discrepância é normal. Quando a esmagadora maioria é uma anormalidade "normal", então ou a escola ou a casa estava errada.

Parece que esse "negócio" de transformar o indivíduo pela educação e formar uma sociedade igualitária, não funciona como comprovadamente não funcionou onde se tentou. Além da responsabilidade do individuo em se adaptar ao meio, há a responsabilidade da educação nos lares, nas escolas e o maior ou menor grau de coerência entre o meio e o que foi ensinado. Se houver trabalho com salários justos e impostos decentes, o Estado não é necessário para sustentar a vida do indivíduo. Ele mesmo se sustenta e paga suas contas.

Mas há sempre quem não aprenda ou queira coisa diferente. 


® Rui Rodrigues

Socialismo é possível...



... Mas só no dia em que uma banca de jornal possa estar aberta sem guardador, e cada cliente leve o que quer deixando de livre e espontânea vontade o preço marcado do que levar numa cesta também aberta. A qualquer momento o dono da banca passa e recolhe o dinheiro ou faz o balanço.


Até políticos poderiam comprar em bancas...
Acham que já estamos preparados e podemos começar a ser socialistas, ou vai demorar um bocado por que o que temos é só "conversa" política pra tirar vantagem? Deixariam menos dinheiro do que as mercadorias levadas marcam, achando que o jornaleiro é um capitalista e já cobra e ganha demais?
Este tipo de “educação" se faz em casa sem ajuda de professores. Não precisa de aprendizado básico de leitura e escrita.
De "estados protetores e educadores" o mundo já se encheu e rejeitou...


® Rui Rodrigues 

sexta-feira, 22 de maio de 2015

O descobrimento do Brasil pelos chineses e Jessica Rabitt



Como todos sabem, os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, mas só em 1580 a colonização começou de fato. Trouxeram muitas contas para negociar.

O que vocês não sabiam é que os chineses chegaram primeiro (Rá-rá-rárá), em 1421, mas só agora em 2015, com o governo do PT conseguiram chegar e ainda vão colonizar este país.  Atrasaram muito mais... Nossa!... E como... E também trouxeram muitas contas... 150 bilhões de contas, mas para pagarmos, porque são muito melhores negociantes que nos!...



Confiram como os chineses – Hong Bao - descobriram o Brasil em 1421, com juncos cujo leme – só o leme -  era do tamanho de uma caravela, quem sabe até do Bairro do Leme no Rio... Por isso que índios têm os olhinhos puxadinhos. Pelo menos é o que se está ensinando por aí... Confira no link abaixo. 

Alguém que hoje faz parte do PT foi exilado para a China ou entrou em contato com o Estado Islâmico que está destruindo a história de cidades históricas com milhares de anos?
  


Uma cilada para Roger Rabitt. Um grande barraco.

Sinopse
Ela voltou a aparecer em público exuberante, peituda, com aquele olhar 43 da diarista sessentona que casou com o patrão e pensa que lhe pode enfiar a mão em 160 bilhões de reais. Assim como quem se acha. Entendemos porque já vimos o filme na casa do vizinho venezuelano. e sabemos que não entendem de contas. .
Ganhou um extra com impostos bancários, energia elétrica, aumento na gasolina e aumento da dívida do Roger. A polícia lhe prende os afilhados, mas ela arranja e indica outros.
A cidade vai virar um barracão lá no morro sem telhado.
Panelaço nela é muito pouco para quem desperdiça tanta grana. Quem tem que ir para a panela não é o Coelho. É Jéssica.



® Rui Rodrigues

O choque termo-anafilático político e a palavra de conforto.


Refiro-me aos movimentos mundiais e em especial aos de nossa terra amada Brasil que, independentemente das particularidades, influencia e sofre influência desses movimentos.

1. O estado de satisfação das populações mundiais
Fatos acontecem todos os dias e quando acordamos ou estamos numa crise mundial ou numa guerra localizada, ou em nível mundial. O que nos deveria preocupar não seriam as guerras latentes em si, mas os motivos dessas guerras. Até recentemente, pouco mais de uma década atrás, baseavam-se principalmente em lutas pelo poder local, em conflitos étnicos, uma ou outra por potências mundiais querendo manter suas regras sobre o mundo, algumas por movimentos de independência. O terrorismo no Brasil nunca foi por independência, nem nos movimentos separatistas do passado. Havia racismo e fatores econômicos à mistura. Há sempre motivos econômicos para dissensões e guerras internacionais.

Hoje a imensa maioria dos movimentos populares e guerras são por questões de insatisfação. As populações mundiais estão insatisfeitas, infelizes, o sentimento é de insegurança e sentem que algo deve mudar, sobretudo na política, acreditando que, em decorrência, a economia e tudo o mais melhorará. O “tudo” é vago, generalizado, e cada povo ou região do planeta tem seus motivos para querer mudar. Boa parte está em tal estado de desilusão que não sabe bem o que quer. Tem certezas que o mundo pode ser melhor, bem melhor, mas não consegue definir o “melhor” e as soluções decorrentes. Fala-se numa “nova ordem mundial”, há quem alerte que a vida tem que ser mais suave e natural.

2. Os movimentos mais recentes.

Com o IRA e o ETA apaziguados por promessas e necessidades de reunir forças para gerir o Reino Unido e a Espanha face á crise econômica que se avizinhava e eclodiu em 2008 [1], o mundo parecia estar livre dos movimentos sociais. Com a crise de 2008 surgiram movimentos preocupantes na Espanha, na Grécia, no Reino Unido, em Portugal, Turquia e em outros países em menor escala. Num desses movimentos decidiu-se “ocupar a Wall Street”, N. York, surgiu o M-15 na Espanha e outros semelhantes em outros lugares do mundo surgiram também. Governos decidiram ir em auxilio de Bancos emprestando-lhes ou doando verbas públicas que por esse motivo foram transferidas de serviços sociais e de investimento, os Bancos retiveram essas verbas por precaução, o meio circulante diminuiu, e a crise de 2008 se estende já até 2015. Há recessão ou crescimento quase nulo em muitos países do mundo. Países como o Brasil, os BRIC, aproveitaram esse período de 2008 a 2015 para crescer muito mais do que os países desenvolvidos. Menos o Brasil sob governo do PT e da base aliada que se crê mais ampla por falta de uma oposição mais operante que se esperava do PSDB e de seus aliados.

Recentemente apareceram novos movimentos. Dentre eles o Boko Haram e o ISIS, mas estes de cunho aparentemente religioso que no fundo se podem encaixar em movimentos de revolta contra as regras que regem o mundo, envolvendo economia, racismo, religião ao mesmo nível deplorável do stalinismo, do nazismo, do fascismo, senão pior.

No Brasil os movimentos mais representativos se traduzem pelo movimento dos políticos corruptos, tendo como oposição os movimentos de rua contra a corrupção. Por falta de representatividade política, e porque o governo e os políticos contam com forças de segurança, o mais provável é que a corrupção continue com leis e emendas “constitucionais” que os políticos corruptos farão aprovar para continuar com sigilos que levam à corrupção.

3. O choque termo-anafilático político.

O que se espera dos governos que têm oposição efetivamente oposição, é que, quando acontecem fatos que fogem do que se entende por ética e moral por parte do governo e que afetam a população, a oposição exerça seu papel e corrija as causas desses fatos para que cessem os efeitos. Por falta de oposição efetiva, o povo saiu para as ruas. A oposição preferiu omitir-se nesses movimentos alegando que assim se demonstraria que esses movimentos eram genuínos – e foram de fato – e não uma sublevação apoiada pela oposição. As manifestações de rua no Brasil têm o suporte da veracidade dos fatos que levam o Brasil, dia a dia, para uma situação política e econômica degradante. Esses fatos são do conhecimento público. O governo nega todos, exime-se de culpas, ninguém sabe de nada.

Por abstenção da oposição, uma considerável parte da população em todo o Brasil cogita de intervenção militar constitucional, o impeachment da presidente. É uma escalada na busca de uma solução para um governo que vem apresentando os piores índices – em tudo – da história do Brasil. Índices econômicos, de ensino, de segurança, de saúde pública.

A população mais esclarecida, depois de 13 anos contra o governo, está numa situação de que se sente só, sem que alguma instituição ou partido se mostre disposto a representá-la. Julga-se que esta população seja a maioria, não só porque é esclarecida, mas principalmente porque as medidas, isto é, os erros do governo afetam diretamente e em maior grau as populações mais pobres, que têm que lidar com alta inflação, aumentos exorbitantes das necessidades mais prementes como energia água e combustíveis, enquanto se vota e é aprovada uma obra no senado para ampliar as instalações com construção de um shopping.

Juntando-se isto aos escândalos da Petrobrás, do mensalão, de obras superfaturadas, aos sigilos nos gastos, ás deficiências nos transportes, no ensino, na saúde pública, no aumento dos preços de remédios, dos altos índices de desemprego, de tanta coisa que vai mal, a situação é de desânimo. O povo se sente só como numa ditadura, em que a repressão pela violência é substituída pela repressão das canetadas da presidência, das votações dos políticos, e pelo descaso em o governo ouvir a voz das ruas e campos do Brasil.

A população está espantada, em estado de choque como se fosse choque térmico ou anafilático. Paralisada, acuada, num beco sem saída. Aconteceu o mesmo na Venezuela. Já tinha acontecido antes em Cuba, como se fosse possível transformar o ser humano no que os governos fortes querem que ele se torne, o que varia de ditador para ditador. A capa democrática quem a veste é o povo. Ditadores a usurpam por compra ou pela força “democrática”.

4. A palavra de conforto.

Com os políticos ganhando altos salários, cheios de benefícios, verbas doadas pela presidência para ganhar seus votos, o Supremo cheio de indicados pela presidência, não há esperança nem isenção. Como julgar que possam ser isentos com uma presidência destas, de tubinho de dentifrício do qual sai uma pasta que não entra? A população deverá continuar por bom tempo sob a tutela imperial de uma oligarquia de políticos. Eles mandam, desculpam-se, omitem-se e mentem, e, sobretudo, têm forças bélicas que garantem o que fazem, bem ou mal. Democracia também é arrasar a nação ou elevá-la ao lugar no mundo que merece.

Não há palavra de conforto. Quem a tiver que a dê. O povo brasileiro precisa de uma palavra de conforto, mas não só. Deverá também ser de esperança e solução em curtíssimo prazo.

® Rui Rodrigues





[1] Crises econômicas na maioria das vezes nem terminam e já outras se iniciam, como se fossem “Ondas”. Os efeitos de onda se somam, de modo que uma determinada crise econômica se pode ver aumentada em função dos efeitos de uma ou mais anteriores cujos efeitos ainda não acabaram. Quando o meio circulante começa a diminuir numa nação, é um dos sinais de que investidores temem o mercado e seguram o dinheiro para o que der e vier. Meio circulante imobilizado não produz, a economia se retrai e pode gerar crise econômica, dependendo do volume dos valores imobilizados. 

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Interpretar não ofende - O presídio ideal.


 Entrevistaram o diretor de um presídio que por sua vez representa o estado:
- E então, diretor, qual é o sucesso de ver seus presos tão bem comportados, bem tratados, alegres?
- Tratamos bem... Têm massagens todos os dias, direito a privacidade para transarem, boa alimentação, prática de esportes ou apenas ginástica incluindo artes marciais. Comida, roupa lavada e cerca de dois mil reais por mês. Se lerem livros ganham mais. Quando saem uma vez por mês para passarem uma semana fora, todos retornam...
- Isso é muito bom...parece um hotel cinco estrelas...
- Não, não... É uma prisão dentro dos melhores padrões. Eles estão aqui para cumprir pena...
-Pena? E então qual é o castigo? Qual é a "privação" deles?
- Não..Aqui só privamos da liberdade diária... O resto é tudo normal na vida deles. 
- Não poderiam ficar "privados" em casa"? Não sairia muito mais barato?
- Mas aí como ficaria a satisfação da sociedade. O povo acharia que eles estariam em liberdade? Assim a sociedade tem certeza que estão presos e muito bem presos...Eles gostam tanto desta prisão que estamos até ampliando as instalações, bem ao lado dos prédios antigos, aquelas torres gêmeas com um prato de um lado e um penico do outro. 
- para quê?
-para acolher os bandidos perseguidos pela política. Eles roubam, são apanhados e não têm para onde ir. Aqui os recuperamos. Todo dia chegam novos pedidos para encarceramento. Só temos problemas com os “de menor” porque são muito novos para serem políticos...
- Os tempos mudaram muito desde 13 anos atrás...
- Mudaram sim... Antes os bandidos passavam um perrengue danado. Agora são bem vindos em todos os setores da sociedade e no Governo. 
- Então somos uma Democracia: Mata-se e rouba-se sem medo de ser preso e perseguido, não é? 
- É sim... Progredimos muito... E porque batem nos manifestantes que reclamam, pelas ruas?
- AH.. Isso... Deve ser porque há muita gente querendo ser presa e aqui não cabe todo mundo...


® Rui Rodrigues 

Besteirol das besteirolas - a arte de pandemoniar.


(Na reserva nacional dos corruptantes)



Andaram dando dentaduras, mas não serviram. Foram usadas mesmo assim até o dia em que fomos parar numa UTI. Cultivam UTI em todas as partes da cidade. Produzem doentes com aparelhos que apitam e acendem luzes, mas não há aparelhos nem luzes, já roubaram os fios, e há vazamentos. O Prefeito está lá, sorridente, com dois dentes de ouro, tremendo dos ombros aos pés, mas tem um contrato para não morrer, e o hospital é outro. Alguns na UTI estão sem contrato e as famílias até já encomendaram os funerais. As coroas de flores serão de dilmas vermelhas, meio marrons, das mais fedorentas, que são as únicas que existem atualmente. Os aparelhos de raios x estão em guerra com os aparelhos de raios y e de raios z. Os raios alfa, beta e gama, estão de passeio pelo hospital gritando em alta voz: Fies...Fies...Fies... As enfermeiras são cartazes em tamanho original e os médicos só aparecem em monitores de computador. Quando se ligam os computadores não há musiqueta. Escuta-se um coro cantando “granola, granola, granola” na música de “aleluia”, mas não há dízimos, o que é estranho, porque o país é rico. Não tem é nada de útil atualmente, porque desviaram tudo para o Senado. Senado é um lugar de reunião de pássaros raros, os corruptores, que são os predadores dos corruptados, devido á imparcialidade de uns pássaros com penas pretas que parecem morcegos vampiros com canetas nos dedos em forma de garras. Distribuem bulas dos papais, que o Papa nem se mete nisso. Os papais nunca aparecem e dizem que não sabem de nada. As bulas servem para anular as balas, permitir a comilança, a lambança e o crescimento da pança. Deviam ir para o Xingu e tomar no ocuru, que é um lugar esburacado igualzinho aquele onde nos enfiam os impostos e as desgraças. Uma santa, a santa Martha, disse que deveríamos relaxar e gozar, mas a santa mudou de céu. Foi para Paris desfilar modas e agora procura trabalho em outro céu. Esses céus são seus, deles, não são nossos, os popos. Popos quer dizer populares, de população, que não tem adicional de salário nem para se transportar, nem para engraxar sapatos, nem para aluguel, nem para viagens, e nem para ternos, gravatas, meias e sutiãs, que é onde se guardam as verdosas, frutas especiais notificadas com linha d’água e tudo. Crescem em árvores que só podem ser plantadas por habitantes com direito a um tal de cartão incorporativo e que em se abanando a árvore ou o cartão, sempre que eles querem, cai fruta verdosa a dar cum pau ou se abrem portas às carteiradas... Bendita árvore, adubada com pão e regada com vinho dos popos que representam a carne e o sangue de Jezuiz, um santo padroeiro da grande empresa Dízimos & Cia Ltda, que na verdade é uma S.A. cheia de filiais. Filial vem de filho. Todos os popos são filhos, e os pais estão no céu. As mães ninguém sabe onde andam.Todos querem essa fruta chamada verdosa. É o que dizem os donos da Dízimos $ Cia Ltda que é uma S.A. Se uns phodem porque outros não phodem phoder? E ficam todos phodendo os popos. Não reparem no Ph, que não é ácido nem básico, é apenas a forma como antigamente se escrevia o verbo mais delicioso do planeta, mas que agora é broxante por falta de tensão na rede elétrica que está muito cara, água para lavar por que falta, e de tesão que é o que os popos já perderam. Não há UTI nem verdosas para os popos. O que há, os corruptantes levam.


E como se isto não fosse suficientemente bastante, já que os morcegos vampiros assinam bulas papais pafilhos, patodos, alguns muitos, uma multidão de popos, saem agora pelas ruas pintadas de vermelho para demarcar bicicletódromos, a preço de aeródromos, esfaqueando, atirando balas que não são de café nem de chocolate, mandando mais gente para a UTI, onde como sabemos, também existem corredómetros que é um lugar engasgalhado tipo garganta do inferno, onde os utintes – que são os utentes das utis – fazem o favor aos corruptantes de morrer antes do tempo porque as enfermeiras são de papelão fotografado como propaganda e os médicos só aparecem em monitores de computador. Os outros monitores são como os motorneiros de bonde que já não existem.

Talvez seja por causa da evolução da língua, que quem reclamava nas décadas de 60, 70 e 80 não entenda o que os popos reclamam hoje, e se reclama muito mais hoje do que então, com muito e muito mais gente do que naquelas priscas eras. Se não entender alguma coisa, por favor, dirija-se ao guichê ou balcão da Pátria Educadora. Não se esqueçam de levar um ramo bem grande de dilmas vermelhas e fedorentas, as preferidas dos insetos que atrai. preteridas pelos popos. 



® Rui Rodrigues

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Cuidem bem das crianças




Na maior parte das vezes em que somos levados a raciocinar sobre o mundo que nos rodeia, há sempre algum “dispositivo” que antecipadamente nos remete para um dos dois caminhos possíveis: Acreditar ou não no que “vamos pensar” ou no que vemos. Um dos motivos desta forma de avaliação se remete à necessidade de diminuir nossas preocupações, que já são muitas, do dia a dia. O pessoal da psicologia talvez descubra este dispositivo onde ele provavelmente deveria estar: No ADN e no complexo reptiliano, numa atuação similar à da produção de adrenalina. 


Há uma seleção de “preocupações” que devem estar presentes em nosso consciente de forma latente e outras que podem ser esquecidas por não serem “tão” importantes. No que se refere a crianças, as mães são as que têm esta percepção mais sensível. Sua linha de pensamento racional segue os “instintos” dessa característica inserta em seu complexo reptiliano, embora haja pais que têm esse instinto tão desenvolvido quanto elas, as mães. 



Em termos de herança genética de “padrão comum” a toda a humanidade e de certa forma a todos os mamíferos, pais se dedicaram por milhões de anos a tarefas de interesse comum á família ou ás tribos ou nações, que os afastaram dos filhos. Como cobra comendo o próprio rabo, a necessidade alimentava o instinto que se reforçava no complexo reptiliano, este alimentava a consciência que agora podemos chamar de “maternal”, a que cuida das crianças. Assim têm nascido e se educado os filhos, e ao percebermos isto, podemos explicar muitas coisas: Os filhos são das tribos, das cidades, das nações, e seu fascínio pelas tribos, cidades e nações é maior, sempre que pelos pais. Por isso não se consegue – nunca - a perfeição de “filho ideal” sob pena de forçá-los à infelicidade. Quanto mais os tentamos “educar” com particularidades, mais eles se aproximam das generalidades das massas humanas que os cercam. Há quem diga que os filhos não nos pertencem, que pertencem ao mundo, que logo que criam asas voam. E o amor? Na ausência o amor se transforma em saudade sem nunca deixar de ser amor.



Crianças devem ser preparadas para o mundo e não para nós. Aquilo a que se chamava – talvez ainda se chame – “investir” nos filhos, para que um dia nos “ajudem”, ou à família, é daquelas percepções com as quais nos iludimos. Conscientemente esse pensamento nos pode confortar para que não nos possamos sentir infelizes, mas no fundo, vindo lá do complexo reptiliano, sabemos que não é assim. Filhos são criados para enfrentarem o mundo e sobreviverem, e o que lhes podemos ensinar é o que sabemos, quer por parte de pai, quer por parte de mãe. Se num casal com filhos um dos cônjuges nega ou denigre o outro, a criança crescerá – até entender a realidade – com o conceito distorcido e equivocado do outro. Faltar-lhe-á uma parte do conhecimento de que precisa para alçar as asas e voar pelo mundo. Sempre soubemos disto. No entanto há por vezes certas confusões em que misturamos umas coisas com outras, e a raiva, o asco, sobre o outro cônjuge nos leva a dar mais importância á destruição da sua imagem do que à “educação” das crianças. Para estas, nestes casos, o pai é sempre o errado, ou a mãe é sempre a errada.


Já sabemos quais são as conseqüências quando as figura do pai ou da mãe –ou ambas -  são destruídas ou simplesmente “arranhadas”: Crianças ficam com a mente confusa, porque também sentem a “falta” de um deles ou de ambos, na construção de suas personalidades, e na sua presença. Toda a criança precisa “ter” um pai e uma mãe, e não é porque os outros têm e ela não, como efeito do comportamento generalizado do meio que a cerca. Essa necessidade vem do interior da herança genética da espécie, desenvolvida há milhões de anos, como base necessária para a procriação e a manutenção da espécie. É preciso haver “papai” e “mamãe”. Nos dias atuais passamos por um momento especial da espécie humana que cada vez nos coloca mais longe dos demais mamíferos. Podemos procriar sem papai nem mamãe, numa simples “proveta”, em barrigas de aluguel, com genes até de gente que nunca se conhecerá. Teremos então uma nova humanidade em luta contra os instintos que lhe chegam do complexo reptiliano, e a consciência da adaptação ao mundo cada vez mais diferente que a cerca ao nascer. Se desejarem chamar a isto de “paradoxo X”, podem chamar, mas o resultado será uma distância cada vez maior entre a essência latente mamífera e a vivência real humana tão grande entre essas duas forças tão fortes, que o elo se pode romper. E não podemos acreditar que possamos mudar o futuro para o qual caminhamos. O futuro não se escolhe, nem que seja imposto pela força. O futuro é ditado por dois fatores: O tempo que pertence ao espaço, e a humanidade como um todo. Nosso problema é que não sabemos para onde a humanidade resolve ir a cada instante e não podemos assim impedi-la.
Uma criança bem educada, o que quer que isso possa significar, terá grandes chances de não se perder na vida e ser feliz enquanto viver sem correr grande risco até suas asas crescerem e poder voar. Os fortes ventos da humanidade a levarão para muito longe ou a manterão bem perto.

Cuidem muito bem das crianças. Elas são adoráveis mesmo quando crescem. Afinal, já fomos uma delas.


® Rui Rodrigues  

primeira tarde de um homem – Só para adultos.(não insista)






Ella Athal, a belíssima jornalista israelense apareceu no bar do chopp grátis numa outra noite dessas, casa cheia, odores aliciantes de bolinhos de bacalhau, calabresa levemente frita com cebola, camarões no alho e óleo, azeitonas pretas, nacos de queijo, pão tostado. Copos de whisky com pedras de gelo tilintantes, em meio a olhos já revirados, pernas bambas e muita, muita mesmo, muita vozearia. Como dono do bar tenho que exercer minha supervisão sobre o ambiente, e juro pela minha alma que Afonso, o barman, já está de porre e que tem caso com Corina – La belle – uma de nossas quase nuas garçonetes. Ela adora que lhe dêem umas tapinhas na bunda e as gordas gorjetas até por causa disso. Para agradar às mulheres, convidamos o Pierre para ficar também só na zorbinha.  Ele adora que as mulheres lhe passem a mão no enchumaço de algodão que sempre usa por baixo da cueca. Sente-se muito macho. Este bar é uma perdição. Um dia passo o ponto, mas vou cobrar uma exorbitância. Não há um bar igual a este. Acho que vou pendurar um outdoor com aquela cena de Casablanca em que o pianista canta a canção sob os olhares embevecidos da Ingrid.  

Ella Athal trazia na mão uma carta de um garoto que resolveu ler para nós. Antes, porém, fez uma introdução. Disse quem era o garoto, até disse o nome, mas com ressalva que era falso só para preservar a garotice dele. E perguntou se gostávamos de sexo. Quase que o bar vem abaixo. Havia gente gritando “u-u... u-u...” e tivemos que pedir aos fregueses que se comportassem. Três caras abotoaram a bragueta (me lembraram da ponte do Bragueto lá em Brasília naqueles dias em que ela sai de moto sem que a reconheçam, senão a vaiam) e três moças voltaram a subir as calcinhas que já tinham caído por cima dos sapatos. 

Ella Athal disse: - Oká... Então vou ler... Mas comportem-se. E depois de me dar uma olhada... Começou a ler:

Querida Ella Athal,
Minha primeira tarde foi um desastre. Eu tinha apenas dezoito anos, completados aos quatorze, quando a mulher do 218 entrou pelo apartamento adentro acompanhada de minha mãe. Minha mãe disse-me muito séria:
- Tenho que passar dois dias fora e tu vais ficar com a Laura, a nossa querida vizinha que vai tomar conta de ti. Não faltes ao colégio, estuda e come direito. Comporta-te!
Meu coração pulou de alegria.
Ella, você não conhece a Laura... Dá vontade de ficar colado nela. Tudo nela é gostoso, dos pés à cabeça, e aquele olhar me devora. O perfume que usa me faz viajar. Ficaria na cama com ela por uma eternidade até que todos os meus membros, menos um, ficassem paralisados.
Naquela manhã minha mãe pegou as malas e saiu de táxi para o aeroporto. Laura ficou comigo no apartamento. Era um domingo. Preparou-me um enorme hambúrguer, como eu gosto, e enquanto eu comia, ela me disse que ia aproveitar e tomar um banho ali mesmo no apartamento. Quase desmaiei, tal o pulo que o meu coração deu. Não foi só o meu coração que pulou. Minhas cuecas também, ali bem na frente. Acho que ela viu, por que olhou para mim, para a parte debaixo, sorriu e foi tomar banho. Mulher faz bem para o coração. Faz ele pular bastante. Do banheiro me perguntou:
- Você toma banho com sua mãe?
- Agora não... Mas já tomei algumas vezes quando era mais novo.
- Quer tomar banho comigo?
Meu coração parecia o motor do carro do meu primo que tem uma geringonça do tempo da segunda guerra mundial. Um jipe com motor de tanque Sherman, guardado lá atrás do celeiro da casa dele.
Disse que sim. Fui devagar até o banheiro. Tirei minha roupa e então abri a porta do chuveiro bem devagar. Estava toda nua e não pode ser de outro modo que se deve tomar banho. Tudo certinho no corpo dela, a pele era incrivelmente rosada. Até nos seios, aqueles dois montinhos bem durinhos. Talvez reminiscências da minha amamentação, senti vontade de sugar, dar-lhes umas leves mordidelas. Sorria-me. Tinha uns cabelinhos suaves lá naquele lugar da Eva que o Adão invadiu.  Nunca tinha visto nenhuma que pudesse tocar, nem de perto.
Então ela me disse de uma forma muito suave:
- Vem... (e pegou minha mão puxando-me para junto dela). Gostou dos meus peitinhos? Vem... E pondo-me a mão na cabeça, me empurrou levemente para seus seios, enquanto me afagava o rosto, o pescoço, as costas, e enquanto me deliciava, puxou sua mão para entre as pernas dela. Meus dedos começaram a tocar aquele lugar úmido. Mas me ocorreram algumas dúvidas. Disse-lhe:
- Você fez xixi?
- Não... Porquê?
E com aquela voz suave, macia, segredou-me no ouvido enquanto sua língua me lambia as orelhas:
- Não é de xixi. É de tesão por você. Fico úmida pensando no que podemos fazer nós dois. Mexe mais, mexe...
E eu mexi. Era gostoso ver como o corpo dela tremia, e então percebi aquela verruguinha. Perguntei-lhe:
- Laura... Você tem piruzinho?
- Não, querido... Isso é o meu clitóris. Se você continuar fazendo carinho nele eu gozo. Faz... Faz mais...
E eu fiz. Então ela me fez ir baixando a cabeça. Eu entendi. Entendi muito bem e fiz o que ela queria. Sentia prazer em lhe dar prazer. Suas pernas se abriram mais e tremiam em meio a suspiros. E eu pensava:
Puta que pariu... E eu? Mas tive um prêmio fantástico! Ela se pôs de joelhos, e começou a passar a língua no meugluglu que cada vez inchava mais. De repente pô-lo todo na boca. Delírio. Perdi a noção de onde estava. Só me lembro de dizer: - Também vou gozar... Mas ela não o largou da boca, que agora fazia movimentos para frente e para trás de forma mais suave, esperando por mim. Secamo-nos rapidamente e fomos para a cama. Meu gluglutinha murchado. Será que iria ficar de pé novamente?

Querida Ella Athal... Estudei no colégio que um tal de Arquimedes disse: Dai-me uma alavanca e moverei a terra. Arquimedes nem sabia ainda que a Terra era um planeta e muito menos que era redondo. Quando Laura se deitou comigo atravessou-se na cama de modo a ficar com a cabeça em cima do meu gluglu e foi beijando, passando a língua, acariciando os ovos do gluglu, sempre me olhando com aqueles olhos pidões. Em trinta segundos minha alavanca podia mover o Sol e até o buraco negro que existe no meio da nossa Galáxia, que não é à toa que ela se chama de Via Láctea. Apenas com um carinho de mulher. Isso que é força. Ta me entendendo, Ella Athal? Ela se deu todinha sem esconder nada. Eu fiquei me dando a ela a tarde toda, a noite toda até ficar murcho.

Lá pelo meio dia abri os olhos e me lembrei imediatamente de ter estado no céu no dia anterior. Pensei que era sonho, mas algo me dizia que era verdade. Estava no quarto de minha mãe, em cima da cama.  Procurei Laura. Fui encontrá-la na cozinha, só com uma camisa por cima do corpo que mal lhe cobria as nádegas. Estava preparando o café. Ninguém tomou café. Nos agarramos e voltamos para a cama. Repetimos tudo, até o ritual do banho.

Minha mãe voltou na terça-feira. Eu tinha ido às aulas, sim, mas tinha dado desculpas e saído mais cedo. Devo ter emagrecido uns quatro quilos. Foi o que minha mãe disse quando me viu, mas reparou também na minha “alegria”. Mães percebem. Ela foi falar com a Laura. Passou uma hora mais ou menos no apartamento dela. Quando voltou não me falou nada. Bom sinal. Claro que Laura não ia contar as nossas aventuras. Continuamos a ver-nos por cerca de duas semanas na casa dela. Depois veio o desastre: Ela me disse que “não dava mais”, que eu tinha que compreender, que ela se enamorara de um sujeito e que pretendia levar a sério o relacionamento. Aquilo para mim foi como uma alavanca do tamanho do sol batendo em minha cabeça. Emagreci outros cinco quilos depois que ela me disse aquelas coisas. Foi uma desilusão muito grande. Vi o tal sujeito que ela disse que ia namorar a sério. Era careca, barrigudo e tinha um carro preto. Nada parecido comigo. Comecei a achar que para ter uma mulher para sempre teria que ficar careca, ser barrigudo e ter um carro preto. Foi bom pensar assim porque recuperei os tais cinco quilos em uma semana. Só voltei ao meu peso normal quando a vi com um sujeito bem arrumado, com os seus trinta anos, cabeludo e magro. Também tinha um carro. O gordo e careca tinha rodado como eu.

Querida Ella Athal, hoje vivo na Grécia e sou dono de um puteiro devidamente legalizado no Ministério da Saúde. É uma beleza. Pago em dobro quando as chamo para passarem uma tarde comigo. Elas gostam. Minha sócia, a Laura, me faz companhia de vez em quando. Damo-nos muito bem. Envio-te uma foto que não é da Laura, mas é a mais parecida com ela que encontrei. A outra, aquela em que não aparece o rosto, é ela. Estás convidada a passar uns dias aqui na ilha de Kos. Vais curtir um bocado. Garanto.


Houve muitos comentários no Bar. Ouviram-se muitos. Querem reduzir a maioridade para 14 anos. Até que não é uma má ideia e antes que a censura da NET exercesse seu poder, censuramos aqui mesmo no bar algumas frases como no tempo do regime militar. Naquela época podíamos imaginar o que estaria escrito com toda a liberdade. Hoje nos mentem sem censura e só temos uma opção: Não acreditar no que nos dizem, os que detêm o poder no atual regime.


® Rui Rodrigues.