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sábado, 5 de setembro de 2015

Conto de Terror – Os vermes da Terra.

Há histórias que parecem verdadeiras apesar de mal contadas. Há histórias que são a pura mentira apesar de bem contadas. O que será esta?  

Introdução- O clima


Em 1963 o Rio era uma cidade tranqüila, onde despontava um ou outro meliante, coisa rara. O governo tinha dado um ultimato aos políticos para se deslocarem para Brasília em definitivo. Havia relutâncias porque o Rio era o centro cultural da Nação. Por outro lado havia movimentos estudantis, liderados pela UNE - União Nacional dos estudantes, a favor de uma socialização política. Ativistas políticos tentavam sublevar os sindicatos por todo o país. Os movimentos se baseavam mais no comunismo de Marx, Lênin, Mao Tse Tung e Fidel Casto do que no socialismo. Não tinha nada, aparentemente, de parecido com o nacional socialismo nazista da Alemanha. A maioria esmagadora do povo brasileiro via nesses movimentos uma “ideologia sonhadora” coisa da juventude. Já se falava em “golpe” para derrubar o presidente João Goulart, Jango. Era voz corrente pelas ruas que a reforma agrária teria que ser efetuada para valer, tal como o presidente apregoava. Che Guevara e Fidel Castro chegaram a visitar oficialmente o Brasil, e esta atitude vista como apoio político ao governo, que era de esquerda, além das contribuições monetárias para alguns movimentos armados criaram um impasse político.


Em época de guerra fria, a nação tinha um grande problema. Ou caía para o lado comunista, ou se mantinha na mesma linha de pensamento dos aliados na segunda guerra mundial. Para piorar as coisas, Fidel se envolveu juntamente com a URSS numa crise envolvendo mísseis nucleares que até começaram a ser instalados em Cuba. Fidel e Nikita Kruchev perderam esta queda de braço para JFK , o presidente dos EUA. A melhor fotografia que se pode tirar desta fase política é que o governo socialista de João Goulart queria dar um golpe para mudar a constituição e impor o comunismo no Brasil. Forças sociais e militares queriam dar um golpe para acabar com estes movimentos. Quando as forças militares se envolvem, o resultado de vitória só pode ser do lado que apóia. Se a população está do lado das forças armadas, tudo corre normalmente na política. Se não estivesse, e fosse de opinião geral, não poderiam calar a população. Eram muito poucos os que queriam uma revolução de esquerda no Brasil . Os terroristas estavam em Agosto de 1963 em plena fase de guerrilha no Araguaia tentando sublevar as populações á moda da revolução russa. Nunca conseguiriam.
Não era o povo que queria o comunismo, porque nosso povo não tem "o perfil". Eram os interessados no poder querendo impor-lhe o comunismo. Queriam sua vez de mandar. Os únicos realmente socialistas e comunistas eram os intelectuais.


Ao anoitecer no Bar do Chopp Grátis


Não se pode imaginar como chovia naquele dia ao entardecer. Chuvas torrenciais são sempre desagradáveis por que acabam por trazer para o Bar do Chopp Grátis pessoas molhadas que nem pensariam em entrar com tempo mais agradável. O cheiro a molhado é sempre desagradável. Essas pessoas aparecem para se proteger da chuva, e acabam até por tomar alguma bebida só por vergonha e não “fazerem feio”. Nenhum cliente habitual as conhece, os olhares são de curiosidade. Naquele dia, de chuva, raios e trovões, um sujeito de aspecto tétrico apareceu imponente na porta, justamente quando a energia elétrica se foi abaixo e um relâmpago iluminou o céu e a rua e a luz invadiu o bar parecendo que tudo era feito de eletricidade azulada tremeluzente como a luz negra das boates do Rio de Janeiro. Corria o ano de 1963, pelos meados de Agosto. Um homem apareceu na porta de entrada do Bar. 





Ouviu-se um murmúrio. O homem era alto, sua silhueta contrastou com a luz que iluminou a rua com o relâmpago. Usava um chapéu de abas horizontais e largas. Vestia uma japona escura sobre os ombros. Não era uma figura usual. Parecia uma assombração que ficou por algum tempo no olhar de todos quando se deu o primeiro apagão. A energia elétrica voltou logo em seguida. Os sons que vinham da rua e se misturavam ao tilintar de copos e pratos e a vozearia do bar misturava-se aos da chuva torrencial batendo forte nas pedras da calçada e ao rolar de pneus afastando as águas da rua em sua passagem. Alguém colocou na velha vitrola da Phillips um disco de 78 rotações com uma versão de “El condor pasa”, uma linda música triste tocada com flauta peruana [1]. O novo cliente procurou uma mesa, viu que uma delas estava vaga, perto da porta, e sentou-se tirando o chapéu e a capa. Pediu um Bourbon e um charuto cubano, um puro Montecristo. Sua pele parecia de cera. Quando o garçom chegou com o seu pedido, puxou de uma carteira e pagou com uma nota de cem dólares. Enquanto esperava o troco acendeu o charuto e tomou seu primeiro gole de Bourbon. Deu uma baforada, recostou-se na cadeira e caiu com um estrondo. Enquanto alguns clientes e o garçom corriam para a mesa do freguês a chuva caía implacável. E mais um apagão. Esse durou um pouco mais de tempo.

1. Dois dias antes.




Usar estolas de pele mesmo sendo inverno no Rio de Janeiro, somente por vaidade, não por necessidade, mas para quem embarcava no Aeroporto argentino de Ezeiza, tinha toda a razão. Lá faz um frio de rachar.

Os últimos passageiros subiam as escadas móveis para embarcarem no aeroporto de Ezeiza num Super Constellation da Panair do Brasil, vôo 263, debaixo de chuva. Essa chuva chegaria ao Brasil em mais um par de dias aproximadamente. São as frentes frias que vêem da Antártida. Iza Lendel era uma bela mulher, habituada aos olhares de admiração e desejo dos homens. Sabia como atrair os homens sem chamar a atenção nem se mostrar oferecida, e era exatamente por isso que decidira usar seu vestido tubinho preto, sapatos pretos fechados, de salto alto, chapéu de tule com uma discreta flor, e uma estola de marta para embarcar. O batom rosa discreto realçava levemente os lábios carnudos numa boca perfeita. Ela tinha uma missão. Para cumpri-la tinha que atrair um homem. Esse homem estava justamente atrás dela preparando-se para subir as escadas de acesso á aeronave. O homem parecia um criador de gado argentino. Usava um chapéu de abas largas, parecido com aqueles usados nos pampas pelos gaúchos e japona de tweed. Virou-se lentamente para trás como se procurasse alguém que deixara na gare do aeroporto e seus olhos pousaram docemente no olhar do homem, voltando-se imediatamente para frente. Para ela seria o suficiente.

 

Rafael Perez tinha uma missão. Sua primeira regra era não se envolver com estranhos nem para dar informação. Nada de simpatizar com ninguém. Desde que recebera a missão até que fosse cumprida, tudo deveria decorrer como se o tempo não existisse entre os dois extremos sem envolvimento, nada a lembrar a não ser a normalidade. A mulher á sua frente era linda. Passaria por essa. Durante o vôo percebeu que a mulher o olhou mais uma vez. Depois adquiriu um semblante de cera, impávido, indiferente. O que chamou a atenção de Rafael foi o ar de pessoa confiante e determinada que ela passou a ostentar. Sua viagem iría apenas até o Rio de Janeiro. Não iría até Londres. Perguntou-se qual seria o programa da bela mulher. Não lhe pareceu que fosse daquele tipo de mulher fatal.
Quando desembarcaram no Rio de Janeiro, Rafael e Iza se encontraram no ponto de táxi. Ela se ofereceu para dividir o táxi com ele. Ambos iam para o bairro da Glória, Hotel Glória, perto do Palácio do Catete. Foi durante a viagem que decidiram como passar o tempo. Jantaram juntos no restaurante Casa da Suíça, na subida para Santa Teresa. Passaram a noite no mesmo quarto no Hotel.



Iza Lendel era uma ativista comunista que operava na Argentina. Roberto Perez estava de passagem pela Argentina. Tinha viajado de Washington para Santiago do Chile, e de lá até Buenos Aires. Para todos os efeitos, parecia mais um chileno que visitava a Argentina e que se dirigia ao Brasil. Iza sabia quem era Roberto. Roberto não sabia quem era Iza.



2. Um dia antes.


Aquela era uma missão muito simples para Roberto Perez. Tudo o que tinha a fazer se limitava a apanhar um pacote de documentos que lhe seria entregue num bar da cidade. Depois pegaria um vôo para Washington, e o entregaria diretamente a seu chefe no FBI – Federal Bureau of Investigation. Havia um ponto de interrogação que lhe roia o cérebro: Porque o pacote não seguiria diretamente pela mala diplomática. Será que temiam os “acordos diplomáticos” pessoais do embaixador no Rio de Janeiro? Só saberia se nos próximos dias, um par de meses, chamassem o embaixador a Washington e não voltasse mais. De qualquer forma, tinha ainda quase dois dias inteiros para se divertir. Iza era uma mulher muito interessante, daquele tipo que não pergunta sobre o sujeito, e se concentra em agradar ao máximo. Só tinha conhecido uma assim no Japão, mas achou que fosse por causa da língua. Aproveitaria sua estadia o melhor que pudesse com Iza na bela cidade do Rio de Janeiro. Quando acordou, o sol já brilhava na cidade, o povo carioca tentava chegar na cidade com ruas inundadas. Havia uma enchente devido ás chuvas torrenciais que começaram durante a noite. A temperatura da cidade estava amena mesmo em pleno inverno. Iza tinha passado cerca de duas horas com ele em seu quarto, depois se retirara para o seu. Nada de anormal em sua atitude que lhe despertasse qualquer suspeita, a ele, membro treinado da melhor agência do mundo, o FBI e a CIA. 


Não é qualquer um que pertence ás duas organizações. Foi por isso que notou uma ligeira desarrumação no modo como suas roupas estavam dispostas no quarto. Adquirira o costume de colocar primeiro a calça sobre o assento de uma cadeira, e depois a roupa restante, de tal forma que um alinhamento da borda da camisa ou camiseta indicasse a direção de sua maleta de viagem, assente no piso, a exatos dois passos. Não estavam assim, embora a diferença fosse muito sutil. A nota de cem dólares em sua carteira, bem no meio das outras, porém, estava certinha no lugar. Não deveria estar. Ele a deixara levemente fora de alinhamento das demais. Tinha sido espionado, mas não se incomodou muito. Sua missão era tão simples, que tudo o que tinha que fazer estava em seu cérebro. Não havia nada que o pudesse incriminar, denunciar. Teria sido Iza, o pessoal do Hotel, ou algum vizinho de corredor? Arrumou-se e bateu no quarto de Iza. Quando ela abriu a porta do quarto fecharam as cortinas e se entregaram ao sexo mais selvagem que ele já tinha praticado na vida. Ficaram no hotel até á noite. Saíram para jantar na casa da Suíça já passava das 22:00. Saíram a pé e caminharam por algumas ruas na direção da Cinelândia. Antes de apagar por breves instantes, Roberto se criticou por ter sido tão ingênuo.Iza chegou sozinha no Hotel. 

3. Os Vermes da Terra. 



Roberto estava completamente lúcido mas não podia se mexer. Nenhum músculo seu respondia a qualquer comando. Apenas ouvia e pensava. Não sabe como aconteceu, mas tinha sido muito rápido. Não chegou a cair quando a paralisia surgiu porque Iza e dois sujeitos o ampararam. Colocaram-no num táxi e o levaram para algum lugar do subúrbio da cidade onde havia um descampado logo depois que as casas começaram a rarear. Depois que pararam ouviu os sons de pás cavando a terra, as conversas, e deduziu que não sabiam nada de sua missão. Era um alívio que não ajudava muito. Tentou imaginar o que teria acontecido. Devem ter-lhe dado uma droga que o deixara em estado catatônico, em letargia. Talvez introduzida em sua bebida. Poderiam também ter-lhe dado alguma pancada na cabeça de que não se lembrava, ficando naquele estado. Sabia que se recuperaria, mas se o estavam enterrando é porque esperavam ter dado uma dosagem mortal, certa. Depois que o jogaram na cova, sentiu pazada por pazada de terra se acumulando sobre si. Quando tudo ficou escuro começou a sentir os primeiros vermes tentando entrar em sua boca, percorrendo seu corpo por entre a roupa. Os vermes eram muito rápidos. Farejavam carne enterrada. Quem o poderia salvar? Foi uma agonia não poder se mover. Sentiu seu corpo ser mordido sem sequer poder gritar.
               
Não pôde precisar quanto tempo ficou enterrado. Lembra-se apenas do momento em que sentiu uma necessidade imensa de respirar e conseguiu encher os pulmões num urro.  Era noite ainda e estava deitado no solo. Via as estrelas e duas pessoas a seu lado. Eram pessoas simples. Contaram-lhe que tinham visto quando dois homens e uma mulher o enterraram e que logo depois que o automóvel em que tinham chegado se afastara correram para ver se estava vivo. 
Roberto perguntou-lhes se tinham contado para alguém. Ninguém sabia, afirmaram. Então levantou-se com esforço, tirou a carteira do bolso e lhes deixou umas notas pedindo para que ficassem calados. Depois saiu para a rua.Olhou o relógio. Tinha tempo ainda de cumprir sua missão. Depois de caminhar uns dois quarteirões, conseguiu um taxi. Rumou para o Bar do Chopp Grátis. Tinha um encontro inadiável. 

4. Décadas depois do apagão.  

Quando a luz voltou no Bar do Chopp Grátis, cerca de dois minutos depois, Roberto já estava de pé. Pediu um prato para viagem, esperou cerca de vinte minutos, recebeu o troco, pegou o embrulho com a comida e saiu. Nunca mais vimos Roberto Perez. Como dono do Bar deveria saber tudo o que se passa por aqui. Todo o meu pessoal é de confiança. Mas até que ponto?

Um dia destes, um sujeito que trabalhara para nós há muitos anos atrás passou por aqui. Fizemos-lhe uma festa que serviu para os outros empregados saberem como se tratam bem os empregados neste bar onde todos têm participação nos lucros. É muito modesta a participação, mas é incentivadora. Todos trabalham com prazer. Foi durante a libação em sua homenagem que ele contou o resto da história. Disse-nos:
"Naquela época eu era agente ocasional da CIA. Recebia uns trocados por cada serviço leve. Por mais fiel ou infiel que eu pudesse ser, não lhes importava, porque eram tarefas muito simples, como ser intermediário. O intermediário nunca tem responsabilidades muito grandes, e se for apanhado, só pode contar que um sujeito, jamais o mesmo, lhe entregou algo para dar a outro que jamais viu e verá de novo. 
Roberto Perez era também agente do FBI. Não se tinha muita confiança no embaixador, porque quando se comunicam com pessoal graúdo nos países em que atuam, para demonstrem confiança, costumam falar um pouco demais de vez em quando. Fora ele, o garçom, quem colocara no pacote da comida para viagem, que Roberto encomendara, um pacote contendo documentos importantes tal como instruído. Tinham-lhe mostrado Roberto Perez com a bela mulher no Hotel Glória quando o contataram para lhe entregar o pacote no dia seguinte. Deveria por na vitrola uma musica "El COndor pasa". Foi o que ele fez exatamene quando Roberto entrou no bar. Vinha sem a tal mulher. Anos depois, contou, viu a foto dela num jornal. Tinha sido morta misteriosamente mostrando sinais de tortura na Argentina."
Quanto aos movimentos de esquerda que não deram certo na época do regime militar no Brasil, e que não dão certo agora nem nunca darão, se deve principalmente ao fato de a população - apesar do nivel baixo de instrução continuar praticamente o mesmo - não ter o perfil adequado ao comunismo e já saber um pouco mais de história que constata por todos os lados: Quem quer o poder faz a hora, não espera acontecer... Mas quem faz a hora? Nenhum movimento revolucionário foi feito pelo povo neste Brasil amado. Todos foram feitos por outros que querem pensar "pelo povo". E quando os movimentos são feitos por outros, minorias, com botas de veludo ou com coturnos, o povo desconfia... O povo brasileiro pode ser qualquer coisa, menos burro!... O PT sempre foi mais ignorante do que o povo. COm os cofres abertos por ter ascendido ao poder, comprou o que pôde e quem pôde até o dinheiro acabar...

Pois que acabe o PT - que não tem perfil nem de socialista nem de comunista - e toda a corrupção deste país que o PT incentivou e ampliou. Companheiros no PT são os que eles mesmos chamam ao poder e com eles divide "benesses". O povo não é companheiro. O povo está sendo roubado a cada dia e é chamado a comparecer em manifestações de apoio á base de pão, mortadela e uns trocados pra se sentir feliz.  

 
® Rui Rodrigues


PS - Dedico este conto aos leitores de Allan Edgar Poe e de Agatha Christie. Nos dias atuais nossa realidade é ainda mais amedrontadora do que no tempo deles.



[1] Se desejar ouvir a bela música enquanto lê, favor clicar em https://www.youtube.com/watch?v=M_gSydN_BYM


[2] Fidel Castro sempre disse que os americanos o queriam matar. Quem morreu assassinado foi JFK em novembro de 1963. Esta história se passa em agosto do mesmo ano.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Conversas Hipotétricas [1].



1.   Conversa Hipotétrica na reunião de ministros

Chefa - E então? Quem acha que seu ministério deve se sacrificar e acabar?
Ministro 1 - E os pixulecos? Se não vamos mais receber pixulecos vou me queixar ao Lula.
Chefa - Prometemos aos companheiros que não serão esquecidos. terão uma aposentadoria integral e mais umas benesses extra.
Ministro da Economia - Eu... Podem acabar com o meu Ministério inteirinho... Torrei o saco de falar merda e saber que todos sabem que estou falando merda só para manter o cargo e os benefícios decorrentes.. É um vexame!...
Chefa - Ah.. Então.. O Minha Pátria Minha Educação, NÃO funcionou... Se já todos sabem, ensinou errado ... Era para todos concordarem com o governo...
Ministro do Planejamento - Eu também... Já perceberam que não planejo nada, que nada dá certo... Estou passando por burrinho de presépio, dizendo sim prá vaquinha...
Chefa - Mais alguém aí ????
Depois do silêncio, os Ministros fizeram uma reunião secreta e votaram pela demissão sumária da Chefa... Sem pixulecos, não aceitam continuar.


2.   Conversa Hipotétrica na sede do partido dos trabalhador.

Hipotétrico 1 - Fárcão!... Ó Fárcão !... Preciso de grana pra levar o pessoal lá prás concentração....
Hipotétrico 2 - Ué? Já cabô a grana que o companheiro Vaccari trouxe?
Hipotétrico 3 - Xi... Faiz é tempo!... Agora está todo mundo cuz óio na pixulecage...
Hipotétrico 1- Então vamos esperar o Orçamento aprovar e aguardar a distribuição das verba.... Falow?
Hipotétrico 4 - E inté lá, até desfazer esse rolo orçamentário que grana que usamos, a que está guardada para as próxima eleição?
Hipotétrico 2 - Não, não, dessa não... Liga lá pra papuda e bate um papo com o Zé...


3.   Conversa Hipotétrica no Palácio do Planalto



- Tá vendo, Dilma, o safado do Zé dizia que só recebia uns pixulecos e recebeu mais de 30 milhão e não disse nada...
- É um ingrato... E nós pensando que era tudo pelo partido e pela revolução...Pra mim só me deu um Rolex de presente. 
-Pra mim me mandou uma cachaça lá de Minas.


Entrementes numa conversa Hipotétrica na Papuda

- Tão vendo, companheiros? Pelo tamanho dos pixulecos podem avaliar o que já fiz pelo partido...
-É Zé... Se só você recebeu 30 milhão, imagina os chefões lá em cima, o partido, e os companheiro importante... 
- Afora o que entrou pelo Vaccari, né?

4.   Conversa Hipotétrica na Reunião na Câmara dos Deputados

Deputado Hipotétrico 1 – E Aeo, Chefinho... Quanto que ela vai nos mandar neste final de ano? No passado foram mais de setecentos milhões...

Deputado hipotétrico 2 – Permita-me o aparte, excelentíssima excelência, mas nem a oposição disse não!... Isto deve ser notoriamente notado e anotado...

Chefo – Não sei, mas deve ser maias ainda, até por causa do apoio. Vamos manter este jogo de pescador: Primeiro dar-lhe linha para ela correr e dar saltinhos de contente, e depois um tranco pra ela estancar e contribuir, ficar mais macia e acessível...

Deputado hipotétrico 3 – E quando vai ser o dia dela ir pra panela? ... Isto é... Do Impeachment? Eu disse panela, porque é como se fosse uma galinha dos óvulos de ouro.

Chefo – Isso depende também dos companheiros lá do Senado... Temos que ver se vão ficar satisfeitos com as doações da dona do Bordel que é amante dos tesoureiros e dos donos do tribunal. Não vamos levar pra panela a galinha dos óvulos de ouro, como bem disse o nobre deputado hipotétrico 3.

Deputado Hipotrético 1 – Eu sei que a maioria dos deputados desta nobre casa, me desculpem vossas insolências, não entende nada de nada e são umas marias vão com as outras, mas ninguém se lembrou de perguntar sobre a aprovação do Orçamento da galinha dos óvulos de ouro?

Chefo – Pela ordem.. Pela ordem... Não se exaltem... Vamos deixar o governo sem orçamento, navegar á deriva, deixar que peçam licença item por item para gastar... Nós que damos aprovação ás contas deles... Se não aprovamos todos os itens do orçamento de uma só vez, vamos aprovar um por um... Teremos agora um Governo Orçamentário...


5.   Conversa Hipotétrica na Reunião no Senado.

Chefo – Senhores e senhoras estamos temendo que a Câmara dos Despistados nos tolha as verbas, porque não vão aprovar o orçamento furado com rombos... Íamos entrar pelo cano antes, agora entramos pelos rombos... A Câmara pensa em “administrar” o governo. É um golpe e estamos com a Câmara. Nem Temer nem Dilma vão mandar. Nós que vamos. O governo vai ter que dizer o que quer aprovar e nós aprovamos ou não.

Senador hipotétrico 1 – E o futebol quanto vai levar nessa?
Senador hipotétrico  2 - E o circo vai voltar para a cidade?
Senador hipotétrico 3 – E os sem terra agora vão ficar com a terra toda?
Senador hipotétrico 4 – Arrá... Finalmente vamos enterrar a classe média!
Senador hipotétrico 5 – E nossa aposentadoria integral como fica nessa penúria?
Senador hipotétrico 6 – E a Associação dos Marqueteiros?
Senador hipotétrico 7 – E....

Chefo – Que susto me deram... Pensei que alguém fosse tão idiota – aqui – de perguntar “E como ficará o povo”... Ainda bem que não perguntaram...



Um popular no ponto de Ônibus da cidade, ao lado de um posto do SUS com gente desmaiada na fila, que fica ao lado de um supermercado com clientes de cara á banda, que fica ao lado de um posto policial com um guarda reclamando que lhe roubaram um revólver, que fica ao lado de uma escola onde os alunos sob um cartaz de Pátria Educadora perguntam quando vai ter merenda escolar decente, boas instalações, e ensino que valha a pena estudar:

- Puta que pariu, que governo de merda, cheio de filhos da puta que só pensam neles... Será uma máfia chinesa, japonesa, italiana, ou de alguma outra origem que se apossou do governo? Se for, foi a Dilma que delatou todo mundo no DOPS lá atrás... Ela é traidora mesmo... Está dando grana só para os amigos...

Não pegamos a identidade do popular nem os nomes dos outros... Não interessa.



® Rui Rodrigues 





[1] Conversas Hipotétricas são conversas que além de serem hipotéticas são tétricas. Explico porque pode haver algum petista, pessoal do governo incluindo vereadores, deputados, senadores, ministros, que leia este texto e não entenda direito. Fazemos tudo pela educação. Basta querer ser educado. 

sábado, 29 de agosto de 2015

Concurso de fotos antigas no “Bar do Chopp Grátis”.



Atenção... As fotos  são para adultos e qualquer semelhança com pessoas, instituições, será apenas o seu ponto de vista. Coincidências são sempre coincidências. Não quer leia, não leia, se ler, não reclame.  Este texto destina-se a mentes abertas, corações abertos. Além do mais, nunca se sabe quem nos conta as histórias. São todos anônimos. 

No Bar do Chopp Grátis, meio Pub Inglês, meio boteco da Lapa no Rio de Janeiro, meio Academia Luso-Brasileira de Letras, meio qualquer coisa, do mais erudito ao mais bronco cliente, incluindo a gente da casa, não se aproveita ninguém quando o assunto é sexo. Este período histórico que atravessamos ficará na história brasileira como “A bomba política” que destruiu o Brasil. Se Juscelino progrediu o Brasil na base de cinqüenta anos em cinco, esse conluio político derrubou cinqüenta anos em apenas 13 com o 13 à cabeça. Para aliviar as tensões de fim apressado de mandato, o Bar fez um concurso de fotos. Esperavam-se fotos de todos os tipos e assuntos, mas a conotação foi puramente sexual. O povo realmente se sente fudido pela política, mas sem o menor prazer. Já no Bar vi perfeitamente quando a moça sentada na mesa dois tirou discretamente as calcinhas, se abaixou para apanhá-las e as deu lânguida e discretamente ao acompanhante á sua frente. Quando o acompanhante estava distraído cheirando-as embevecido, de olhos fechados, a bela cliente das calcinhas olhou amorosa para a mesa três bem ao lado, no que foi correspondida pelo solitário mancebo. Depois ela pediu a um garçom, na porta do banheiro feminino, que lhe entregasse, ao mancebo, um papel dobrado em quatro contendo o novo numero do celular dela. 

1.  Primeira foto - A tatuada pelada.  





Quem trouxe a foto foi uma freguesa de Nova York. Costuma visitar o Bar sempre que passa pelo Brasil quando vem para visitar a irmã que mora em Santa Teresa com um antigo engenheiro de trens que construiu a Central do Brasil. Moravam no Morro dos Ingleses, perto da rodoviária, mas depois se mudaram para Santa Tereza. Ela só vem ver a irmã por extrema necessidade porque as passagens estão muito caras, mas teve que vir três vezes nestes últimos três anos, por que a irmã foi encontrada três vezes por três balas que se perderam e a acertaram, uma a cada ano. Ninguém sabe como. A foto é de Emma de Burgh, que lá por 1890 viajou com o marido Frank por toda a Europa fazendo sucesso com suas tatuagens. As tatuagens foram feitas com uma máquina de tatuar inventada por Samuel O’Reilly. Disse-nos Miss Molly, a dona da foto, de 86 anos, ainda de peitinhos duros, que O’Reilly quando transava, fechava os olhos, ia aos céus e voltava com eles fechados, mas que o marido de Emma de Burgh, o Frank, sempre que transava, ficava olhando as tatuagens, uma por uma, detidamente, como se questionando sobre o seu significado, e por vezes até se esquecia de gozar. Ele também era tatuado. Miss Molly mostrou-nos algumas ainda feitas pelo próprio O’Reilly em seu corpo. As rugas é que atrapalharam um pouco as tatuagens, e ficamos sem saber se uma delas era de um touro ou de um veado.

A platéia toda bateu palmas enquanto a idosa e respeitável senhora sorria discretamente enquanto ajeitava a cabeleira, voltando ora a cabeça para a esquerda, ora para a direita. Muito simpática. Uma dama.

2.  Segunda foto – Na falta de livrinhos de sacanagem.




Quem trouxe a foto foi um sujeito barbudo, grande freguês do bar que bebe desenfreada e desalmadamente, já foi político ativo e atualmente se dedica a arrecadar pixulecos para melhorar a vida dos filhos. Parece ser grego e chamam-no de Octópodes. Para ele já não quer mais nada porque já arrecadou bastante e está rico. Com sua voz rouca, explicou: “... Aquela foto é de uma estauta heregilda a Adão e Eva, e eu e minha ex-mulher fomos os modelos. Foram os companheiros que a fizeram em puro mármore de Guaranhuns, que como sabemos é muito melhor que aquele de Escarrada. Custou cerca de dez milhão, e só não custou mais porque alguns companheiro falou que ia dar nas vista. Curioso é que foi colocada num portal de igreja, e os padrecos do lugar, segundo me disse uma prima que tenho por lá, por falta de gibis de cordel daqueles de sacanagem, e por não terem televisão em casa nem mulher, ficam se masturbando á noite só olhando pras estáutas. Inté falei pra minha prima pra saber se eles se masturbavam olhando para a figura da direita ou para a da esquerda. Aí mandei espalhar que estauta da direita era da Dilma, e eles não se amasturbam mais. Minha prima agarante que agora nem sai mais de lá”. E arrematou... “Nas próximas eleição, esqueçam a corrupção e votem no trezão”.

A platéia olhou com desconfiança para o freguês bem conhecido e alguns fizeram menção de atirar-lhe copos, pedaços de pizza, pratos, cadeiras e cusparadas, mas felizmente nenhum ato foi consumado. Palmas nenhumas, mas houve muitos arrastares de cadeiras, urros, gritos de ‘fora Octópodes’ e muitos deram “prataços”, batendo com os garfos nos pratos em completa reprovação. 

Naquele momento a direção do Bar do Chopp Grátis chegou a pensar que o concurso de fotografia não iria acabar bem e deveria ser encerrado. O bar não. O bar nunca fecha.

3.  Terceiro foto – A cavalo dado o mesmo que a égua dada...




A bela cliente das calcinhas chama-se Deizi. Na verdade é Margarida mesmo, e como tudo se sabe no bar, veio para o Rio de Janeiro fugindo de um puteiro lá do Paraná. Deizi é nome de guerra. Uns a chamavam de Mocha (Lê-se Moca) referindo-se ás vacas sem chifre, termo usado nos estados do Sul do Brasil. Entende-se. Também se fala muito por lá em “barranquear égua”, coisa que por vezes os cavaleiros se viam obrigados a fazer para aliviar o saco. Os costumes são ancestrais, quer o da piranhagem, quer o de barranquear éguas, quer mesmo de afanar grana pública, e se espalhou desde os tempos imemoriais em que crianças acompanharam o crescimento das éguas. A necessidade de comida leva ao roubo de alimentos, a de dinheiro leva á corrupção política, a sexual leva a tudo...Até buraco de fechadura serve em caso de aperto. Foi por pensar assim, que a Deizi nos trouxe esta bela foto tirada num templo na cidade Hindu de Khajuraho no estado de Madhya Pradesh. A religião deles, disse Deizi, nunca esconderam as práticas sexuais. Ela já estivera lá e o Kama Sutra é como se fosse uma religião, uma comida. Faz-se sexo de tudo que é jeito, todos os dias, em qualquer lugar todos protegidos por mantos que cobrem o corpo inteiro. Deizi ainda jogou uma alfinetada, não se sabe a troco de quê, na senhora inglesa que tinha apresentado a foto da mulher tatuada, a miss Molly, comentando “Ué... Os padres também usam batina... Sabe-se lá o que usam ou não usam por baixo... Por isso que deixei de ir a sacristias”. Miss Molly virou-se para ela e disse senhora de seu nariz com uma fleuma de dar inveja a Margareth Thatcher: Pode sim, mas sabe-se mais do que se faz e quem faz, em certos lugares mal freqüentados lá de Floripa. Olhe... Conheço uma tão depravada, que tinha um assessor pedófilo e até o defendeu. Como se não fosse bastante, votaram a favor do Shopping Center que deve até ter motel.
O prato voou célere com um zumbido riscando os ares e foi bater na prateleira de garrafas do bar. Deizi abriu a maleta dela, tirou seis maços de notas de cem e disse ao gerente do bar, que sou eu: -“Aí tem sessenta mil reais que deve pagar o prejuízo. Pronto. Não se fala mais nisso. Dinheiro tenho de montão”.

Miss Molly, a dama, mudou de mesa. Margareth, a Thatcher, era de ferro.             

4.  Quarta foto – Não é a ciência. É o sexo.




Todo mundo foi levado a pensar, pelos teólogos que propalaram essa imbecilidade, que a grande inimiga da religião era a ciência. Para provar que não, uma idosa caquética, chamada Estremadura, daquelas que acha ser intelectual, paulista, professora de filosofia, auferindo gordos salários, não dispensando ajudas financeiras, rica em suma, odeia a classe média. Nunca foi a mais linda de qualquer grupo. Ouvia as outras amigas contarem trinta por uma linha, de terem pintado o sete e o quatorze com seus noivos e amantes, e ela ficava sempre com o mais horrível dos rapazes quando saía com suas amigas, porque era o que lhe sobrava. Além de odiar a classe média, começou a odiar os rapazes. Estudou em França, adorou as barricadas de Paris, arrepia-se ao ouvir a “internacional Socialista” mas ao contrário de Jean Paul Sartre, que admirava, nunca leu o Neruda e parou por aí no tempo. Sartre passou-se para o ocidente até mesmo antes do muro de Berlim cair. Para ela, o muro continua de pé e se caiu foi por causa da falta de manutenção e tem que ser reerguido nem que seja na porrada. Mostrou a foto que trouxera e disse: O que resta ás populações pobres é trepar. Trepar dia e noite para ter felicidade, drogar-se para não sentir a falta de dinheiro. As igrejas são contra a liberdade sexual. Todo marxista sabe que as igrejas têm que ser derrubadas, não são os muros. A classe política, a que pensa neste país, crê com convicção plena que devem ter bons salários para não cair em vícios. Um tapinha na barata ainda vá...Esta foto é de uma manifestação em plena praça São Pedro no Vaticano quando o Papa Francisco já era papa. Ele é bem capaz de liberar a liberdade sexual e permitir visitas de instrução sexual nos "sêmenários"... Se for assim, todos os marxistas, os leninistas, os maoístas passarão a apoiar o papa.    

Ouviram-se murmúrios de reprovação apenas contidos pela afirmativa que os marxistas, os leninistas e os maoístas apoiariam a Igreja católica, a Adventista e a Evangélica. Afinal, se apoiariam, seriam mais dízimos e contribuições. Um grande negócio á vista. Paz no mundo através do sexo, deixando a ciência na paz. Darwin estava certo. O Homo evolui. Quando fizerem implantes de cabeças em frios e semi-metálicos mecanismos ambulantes, chamados robôs, o sexo estará completamente liberado. Livre do corpo. Ninguém mais enseminará as calças nem gozará nas coxas.

Ninguém falou de romantismo. 



5.  Quinta foto – A Moral e o moral de Pompéia.



O moral em Pompéia era altíssimo. Tinham santos da porta, como os lares e os penates, que garantiam a comida farta e a paz nos lares. Se não garantissem, bastava chamar um jovem ou uma jovem para a cama e se deliciarem com prazeres sexuais. Depois, ou antes, á falta de tabaco, umas ervinhas para delirar, como a mandrágora, e pronto, lá se ia ao céu sem pagar passagem nem morrer pelo caminho. Pão nunca faltava porque o Estado Romano o provinha e ninguém negava um copo de água de aqueduto. Ninguém deixou escrito nos muros que alguém morria de fome. Havia sempre lutas de gladiadores dispostos a morrer. A maioria das lutas eram perdidas quando a amante do gladiador, por umas moedas de cobre ou ouro, lhe negava sexo na véspera e dizia que ele tinha pau pequeno. O cara morria de raiva, de depressão instantânea no dia seguinte ensangüentando a arena. Não tinha a menor vontade de vencer a batalha. Também morriam muitos gladiadores por excesso de sexo. Ficavam suados, transavam a noite inteira, perdiam energia, e para recuperar, empanturravam-se com rabada com agrião e batatas, feijoada de pé de porco com toucinhos, paios, lingüiças e gargantas de porco. Dizem que a feijoada foi inventada no Brasil. Se foi, então os Pompeianos chegaram ao Brasil antes do Cabral. Vê-se pelas fotos que a cor nunca importou a esse bravo e nobre pessoal de Pompéia. Era preto no branco e branco no preto. Ooops... Ás vezes, porque na maioria das relações era Preto na branca e Branco na preta. Está lá nas fotos, onde falos e tetas são sempre fartas. Muita feijoada. Quem trouxe a foto foi algum cliente que não compareceu ao evento. Ninguém sabe, ninguém viu. Esse concorrente não vai pra Brasília nem ganha panelas. Parece que já está preso com tornozeleira. Disse-me a minha bela e inteligente secretária, que pratica artes marciais, Ella Athal, que foi um tal de Zeca Vamporra. Quanto a sexo, ainda hoje se pune quem o pratica nas artes futebolísticas, que é uma forma de luta jogada com cotoveladas, caneladas, cabeçadas, empurrões e cuzadas. Ah...A culpa é do árbitro que não viu... E as câmaras servem para quê? Para piorar só se não fizerem exame de vista nos árbitros e começarem a admitir cegos. Essa prática já é comum na política. Quanto menos o ministro puder enxergar, mais deixa passar. São os mais antigos funcionários, há muito plantados, quem mandam no ministério porque sabem boicotar, fazer aprovar, desviar, congregar, articular e roubar e assinar "em vez de". Em Pompéia não era assim. Sujeito que fosse apanhado roubando o Estado era enterrado no campo e deixado á mercê dos corvos, dos cachorros que lhes mijavam na cabeça, e aos garotos da caserna que lhes atiravam pedras no toutiço. Depois desenterravam o corpo do idiota e o deixavam aos abutres e aos lobos, ratos, baratas e bichos bernes. Nem o pirilau se aproveitava para conservar e botar numa redoma.    

6.  Sexta foto: Esta posição ninguém conhecia.


Quando o rapaz se levantou e trouxe a foto até o projetor de parede e ao scaner para gravação compilação e exibição, correu um murmúrio pela assistência. A foto trazida por Trembler, o rapaz, era do mesmo lugar da Índia, cidade de Khajuraho no estado de Madhya Pradesh, onde a fogosa Deizi “cara de anjo” já tinha estado também. Muitos se lembraram dos olhares deslambidos que ela tinha trocado com Trembler e desconfiaram de alguma ligação amorosa entre os dois. O marido parece que não. Nem franziu o cenho. Há sempre compensações em qualquer casamento. Já dizia um célebre filósofo que a melhor mulher é a que é uma puta na cama, não importa na cama de quem, e uma dama na sociedade. Se além disso for rica, seja por que motivo for, é sopa no mel, é tampa na caçamba, é toco na buraca, e se usar camisinha, cheiro de borracha queimada. Depois vota-se qualquer coisa, que nem tempo há para ler os conteúdos.Pedem-se resumos!  



7.   Sétima foto: Farda ainda atrai. É a guerra! 





Como se pode avaliar, sexo é uma obsessão humana desde que descobriram como funcionavam os aparelhos urinários em homens e mulheres. Mas não foi de inicio que descobriram como fazer nenéns. Quando descobriram se horrorizaram e inventaram camisinhas e pílulas. A espécie humana vive de susto em susto, de horror em horror. As primeiras camisinhas eram feitas de intestinos de porco, com nó na ponta. Tapava-se o nariz e pau na boneca. Mais tarde, ainda no século retrasado, abria-se um buraco no lençol e era por aí que o bruto procurava a moleza. Ninguém queria nem olhar para as partes pudicas. Não eram apresentados, não se conheciam. Com o uso de perfumes, banhos, desodorantes e práticas de depilação, tudo ficou limpo, apresentável, beijável, chupável, usável... Ora já se sabe que quem vê caras não vê corações, que não é o habito que faz o monge, nem a batina que faz o padre, nem a bíblia que faz o evangélico... Farda também não faz nada. Ah... Mas quem resiste a um bom sexo? Nem o diabo que dizem não ter sexo. Hum... Acho que de uma boa cantada ninguém se livra. Quem fez tudo isso, dizem, foi deus. Reclamam de quê?

Ah... Quem trouxe a foto foi uma moça que não quis se identificar pensando que a foto é recriminável e pode sofrer perseguição. Como se pode considerar recriminável, se sexo não é? Todo mundo faz. Se é sozinho com a namorada "palmita de la mano" ou é com cinco, isso é acordo mútuo...É um contrato verbal, anal, oral, de qualquer jeito.

8.  Oitava foto. A Vênus de Milo, ou o Vênus?


A oitava foto foi trazida por um senhor bem idoso que poderia competir em idade com Miss Molly. Antes de entregar a foto, segurou-a na ponta dos dedos e disse bem alto:
- Venho fazer uma revelação... Vênus de Milo não é a estátua de uma mulher. É de um homem...
Ouviu-se um “Óóóó” tão grande que parecia um grito de torcida no maracanã. Como seria possível? Ella Athal perguntou ao velhinho:
- O Senhor é técnico em avaliação de arte? Um expert? Marchand?
- Não, não... Mas andei muito pela zona so Rio de Janeiro, comi tudo que é mulher desde garoto. Agora é que não posso ir mais porque não tenho dinheiro pra isso. Mas foi na zona que aprendi a saber se alguém é mulher ou não. Vejam esta foto...
Todos no bar olharam para a foto agora projetada numa das paredes. Olhavam, viravam as cabeças para mudar o ângulo de visão e começaram a notar-se alguns “assentimentos”, cabeças para cima e para baixo... Pelo menos a dúvida fora instaurada.
- Notem, continuou o velhinho, o cabelo da estátua. Isso é cabelo de homem. E os traços do rosto? Façam o seguinte... Olhem apenas para o rosto e esqueçam o resto, o vestido. Notem a largura dos ombros, cortaram-lhe as mãos porque eram grandes demais. O modelo para o artista era um mancebo, provavelmente amante dele, coisa comum na Grécia antiga.

Para mim, que sou o dono do Bar do Chopp Grátis, estragou-me a estátua de vez. Nunca mais a olharei, se voltar a olhá-la. Nessa noite pedi a Ella Athal que posasse nua para mim, vestida igual á estátua. Só não lhe pedi para arrancar os braços. É claro que a Vênus de Milo é o Vênus de Milo. Puta experiência do velhinho lá na Zona do Rio de Janeiro, ali no Canal do Mangue... Por lá passava até miss do subúrbio apenas por prazer. Mulheraço ela... A miss! Segundo o velhinho nunca lhe cobrou um centavo. 

9. Nona e ultima foto - Excluída do concurso. 


É uma foto que lembra Agalmatofilia, que é um tipo de atração sexual por estátuas. No entanto a foto sugere mais uma brincadeira de gosto duvidável, mas são tantas as coisas de que se tem dúvida, que pelo sim pelo não, esta foto foi eliminada do concurso.

Tempo para hoje até o fim do ano...

Na horta de alguém chove torrencialmente, mas jamais moedas porque pesam muito e valem pouco, mas como metal logo valerão mais que as notas. É a inflação corroendo a nação que a razão sumiu há 13 anos atrás.
Tempo quente e seco sujeito a tempestades em Brasília,que é agora um país independente do Brasil e diligências em Basileia, que continua na Suíça, assim como em Moscou, Cuba, África, Venezuela, Bolívia, Argentina,Portugal, China, que foi por onde espalharam o dinheiro todo. Neste verão, use toalha úmida sobre a cama para transar. Não suja o lençol, e umedece o ambiente. Evite estátuas de Etês, filmes de anti-heróis, falsos heróis, falsos profetas, falsos políticos. Exame de urina antes de cada votação é imprescindível para se saber se votam conscientemente ou se estão sob efeito de drogas. 

Sexo, futebol, novela e funck... Drogas não!... Se perder a razão, não saberá a quantas anda. O tempo exige a máxima atenção.  

® Rui Rodrigues.











sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Inglaterra, a velha e boa Albion, reino amigo e admirado.


Não sou amante das monarquias. Nenhuma é igual á inglesa e as que lhe são parecidas a copiaram em toscas letras em cartas magnas.Quem faz, faz. Quem copia adapta e isso não é a mesma coisa.Monarquias: Acho-as teatrais, Hollywoodianas, os reis são figuras emblemáticas, sem realmente qualquer função determinista de estado. São a verdadeira "representatividade". Só representam. Reis não mandam nada. Mas do tempo em que mandavam, os reis ingleses foram sempre os mais humanistas e democráticos de que se tem notícia. Até aqueles que apoiavam os não menos Hollywoodianos flibusteiros e piratas reais. Sir Francis Drake foi até promovido a Almirante e comandou a armada inglesa contra a derrotada “invencível armada” comandada por rei espanhol metido a besta que empurrou para o calvário uma esquadra portuguesa e espanhola. Isso porque a sucessão de reis portugueses era feudalista e independia da vontade da corte ou do populacho. Ingleses sabem quem presta e quem não presta. Portugueses e brasileiros também sabem. 



Posso imaginar em 1150, por esse ano, as ruas da incipiente Inglaterra como reino, comentando sobre a independência de Portugal em 1143, um pequeno reino no continente, ali mesmo tão perto... Por essa oportunidade, o reino do que seria a futura Inglaterra estava sob o poder de reis normandos que a haviam invadido. Em 1154, Guilherme II da Inglaterra consegue unificá-la sob as mesmas leis. A carta Magna de 1215, que é de uma magnanimidade impressionante para a época, totalmente contra as linhas de governo autoritárias dos reis franceses, Como Luiz XIV [1], chega a ser impressionante. Era o prenúncio de uma democracia popular. E foi. A Inglaterra é um exemplo de democracia.A carta magna, tão simples e tão curta, é como uma constituição para os ingleses. Pelo tamanho e funcionalidade, dá inveja á Constituição portuguesa e brasileira: As nossas funcionam menos e são enormes...Acho que não penso nem como português nem como brasileiro. A aliança entre Portugal e Inglaterra data de 1373. Acho que penso como judeu, muito prático, objetivo e direto. Não reparem por favor nestas características aqui expressas nesta dissertação de amor à velha Albion, ao povo português e ao povo brasileiro.
  

Dos meus tempos de adolescente, estudante, recém-saído da infância, lembro-me bem das brigas de rua entre portugueses e ingleses. Os portugueses de rua, os britânicos dos porta-aviões e submarinos que aportavam em viagens para cooperação com a marinha portuguesa ou em viagens de volta ao mundo. Assisti a essas brigas em 1960 e em 1994 e 2004. Nunca soube de vencedores ou perdedores. Os dois lados sempre saíram combalidos como treino de irmãos que medem forças. Os nossos portugueses por terem perdido a hegemonia dos mares mas querendo mostrar que eram “bons” no oficio, e os ingleses na defesa, achando que os portugueses estavam passando dos limites.



Pelo verão aportavam navios com ingleses estudantes em férias. Portuguesas se entregavam ao amor, inglesas se entregavam ao amor... A paixão era recíproca. Ficaram em Portugal muitos portugueses que os pais jurariam que eram seus filhos. Pais ingleses até hoje juram que os filhos são seus, apenas um pouco mais azeitonados. O mundo é assim. A novidade desperta amores, mas hoje há a pírula que evita esses acidentes.O verão incendeia os amores. Ambos exércitos, portugueses e ingleses, gritam por São Jorge, o maior "Santo" do Brasil da igreja católica á Umbanda.
  
Rainha Elizabeth desembarca no Tejo em sua visita pelo final da década de 50.  

Quando visitei o Reino Unido na década de 80, andei nos velhos táxis pretos, de trem, frequentei pubs, curti o páis olhando sua história, entendendo o que estava vendo, fruto de uma história milenar, de muitas atribuições, obrigação de escolhas governamentais a cada ano que passava desde sua fundação como país. As boas escolhas a levaram a ser um Império, mas o mérito não foi esse do Império, mas de ter logrado o entendimento para uma grande comunidade de mesma língua.

Vista da esquadra Inglesa, Pintura de Leandro Joaquim, 1790. Esta pintura ficava no Pavilhão do Passeio Público e hoje está no Museu Histórico Nacional.

A Inglaterra já cooperou na guerra peninsular ao lado de Portugal contra napoleão, e assegurou a independência do Brasil logo após a declaração de Dom Pedro I no grito do Ipiranga. Dizem, os que não entendem, que a dívida á Inglaterra pela Independência esvaziou por anos os cofres da nação brasileira por anos, mas esses não sabem dos riscos que o Brasil correu para mantê-la. Franceses, holandeses, espanhóis,sem a sombra da frota inglesa, eram pretendentes poderosos. O império português já não era tão forte. Era mister assegurar a independência do Brasil. 

Ultimo adeus ás tropas portuguesas partindo para a Flandres. A maioria não voltaria a ver os seus. Foram aliados dos ingleses e franceses.  

Da primeira guerra mundial (1914-1918), o Brasil não participou. Inglaterra e Portugal, sim. Os portugueses foram mandados para a Flandres. Fizeram uma comovente participação. Morreram cerca de 2.200 soldados. Dirão que foi pouco e foi. Mas esse era quase todo o seu exército enviado para frente de batalha. Venceram a guerra. 

Exército brasileiro antes de disponibilizar suas vidas pela liberdade e a deocracia. Muitos genes índios, negros, portugueses, e de outros povos á misturam desde antes da invasão romana á península  

Na guerra de 1939-1945, os portugueses viram ingleses e brasileiros brilharem. Venceram a guerra! Monte Cassino é uma excelente lembrança! Há uma herança celta em cada gene de gente inglesa, brasileira e portuguesa. Quem dizia que portugueses gostavam das "neguinhas" da senzala porque tinham o poder e eram ricos se enganaram. Depois que o Brasil se tornou independente, portugueses, portuguesas e "neguinhos" e "neguinhas" brasileiros continuaram a trocar seus genes. Somos povos irmãos. Está no sangue, nos genes, na alma, em todas as partes onde houver um português, um brasileiro, um inglès. Amamos o mundo, este planeta, esta terra, esta gente...Portugueses e brasileiros também têm uma carta magna inglesa no coração. A carta magna inglesa vem da herança celta que proliferou na Europa continental, voltada para o bem estar das suas comunidades. Portugal está cheio de heranças celtas e judias. É uma excelente mistura passada ao Brasil quando adicionou genes índios e negros. E posteriormente, alemães, russos, italianos, franceses, de todos os lugares do mundo. Nós, brasileiros, representamos a genética terrestre. Ninguém nos representaria melhor numa competição galátia. Somos a síntese terrestre.



Nosso futuro ainda está para ser escrito. Não há nada humano melhor do que o Brasil. Nem pior. Acharmos que estamos no topo seria uma temeridade inconsequente, mas que somos o que de melhor existe em trocas genéticas, não me resta dúvidas. Talvez peque pelo otimismo, mas o futuro o dirá. Acredito no Brasil e não desisto nunca.Pátria Educadora é uma forma de dominação da cultura, mudar a história, negar as evidências de que o mundo se dirige para o sentido contrário ao que o PT e seus aliados e oposição "esperta" mas inoperante, nos querem levar...

Olho vivo!...

 ® Rui Rodrigues



[1] Ele dizia: “O Estado sou eu”, totalmente contra a linha social e política da Magna Carta que tinha o Rei como uma figura publica a ponderar e não a seguir como se fosse um Deus e sua palavra a lei...