Liguei a TV do bar. Eis as notícias.
Bom dia meus amigos, A seguir as previsões e as visões do tempo:
Mais vale uma boa imaginação que qualquer previsão...
Podem viajar tranquilamente porque não nevará nos próximos 15 dias por causa do esticamento da Terra no Hemisfério Sul que o aproxima mais do Sol, aquecendo-o. O Sol brilhará onde não houver nuvens, exceto onde chover torrencialmente, esperando-se rajadas de chuva a qualquer instante nesses locais. Se gosta de ler, fique perto de raios, que iluminam muito mais que a Ampla no interior de qualquer estado ou município. Esperam-se ondas entre 1,99 metros e 2,01 metros, excelentes para surfistas anãos. Os surfistas anões também podem surfar se tiverem prancha e não tiverem vergonha. Para os anões gigantes, recomenda-se que vão surfar na Ilha de Páscoa onde se esperam ondas onduladas uma atrás da outra enquanto houver ilha. Cientistas estão na ilha para decifrar um enigma: Porque as ondas atacam a ilha que é quase redonda, por todos os lados e nunca por um só... Para a semana que vem esperam-se nuvens rasantes ao nível do mar, excelente para casais de namorados expositores, aqueles que ficam como manequins em vitrines dando beijinhos públicos e fazendo inveja em quem passa que também quer tirar casquinha.
Tenham um bom dia, e não se molhem se entrarem no mar. Pra se secarem mais ecologicamente, peguem um avião e sequem-se no Saara!
____________________________
Afonso Pélvis Engalanado, 76 anos, aposentado, resolveu viajar pela primeira vez depois que a moça do tempo sumiu da pantalha.
Voo GIG-SVO para Moscou!
Praça Vermelha em Moscou.
Afonso Pélvis conseguiu uma passagem por R$ 34,00 daquelas promocionais. Era pra Moscou e tinha que embarcar no dia seguinte do aeroporto do Galeão. Subiu as escadas como quem tem 76 anos (ele nasceu em 1940)e sentou-se direitinho sem precisar de ajuda da aeromoça. Sua bagagem era apenas uma mochila. Pretendia passar em Moscou apenas 5 dias. Ia lá pra poder dizer que tinha ido, mas sem saber pra quem diria, tomar umas vodcas baratas, ver a Praça Vermelha de qualquer cor porque o comunismo já tinha acabado, beijar loucamente o interior de uma calcinha russa recém despida de preferência de uma loura, e ver se Putin era mais alto que o Papa Francisco. Saiu do Aeroporto do Galeão pela KLM às 21:45. Pelas 21:30 viu luzeiros lá embaixo pela primeira vez. Perguntou se era a costa portuguesa. A aeromoça disse que tecnicamente sim, mas que portugueses havia poucos agora. A maioria eram velhinhos agarrados a umas propriedades pequenas e trabalhosas, aldeias vazias, cidades cheias de gente cansada de trabalhar para pagar impostos, loucos para emigrar, e emigrantes de outros países loucos para emigrarem para a Alemanha porque ganhava, bem mais por lá. Por volta das dez para a meia-noite, o avião pousou no aeroporto de Schiphol em Amsterdam. Trocou de avião e depois de 15:35 horas de voo chegou ao aeroporto de Sheremetyevo em Moscou, pelas 18:20. Foi então que se deu conta que fazia um frio dos diabos e que só de camisa não ia aguentar sair do aeroporto. Ali mesmo comprou um agasalho chinês, tomou duas vodcas e foi para uma hospedaria barata pra ver se encontrava uma loura disposta.
Manifestação em Amsterdam contra o fechamento de vitrines de prostituição.
Afonso Pélvis Engalanado, 76 anos, aposentado, logo que voltou de viagem vendeu o agasalho que jamais voltaria a usar num brechó do Rio de Janeiro por R$ 34,00 pagando assim a sua viagem em promoção. Nunca soube que as vodcas que tomara em Moscou eram importadas do Brasil onde se fabricavam mais barato, que a louraça que devorara com toda a vontade nascera em Santos e tinha sido convidada para desfilar nas ruas de Moscou. Usava calcinhas com perfume intimo da Avon... Mas quase morreu de bronquite, salvou-o o Rhum Creosotado!
O Putin, tal como o viu, é um pouco mais crescido que um guri de 10 anos, um pigmeu ou um lapão ... Os baixinhos poderosos normalmente querem tirar onda de machos, mas se irritam muito e rodam a baiana em cima de tamancos... Foi o que disse o sr. Afonso Pélvis Engalanado, 76 anos, depois que foi a Moscou e viu o Putin, depois de ter ido a Roma em 2015 e não ter visto o papa.
Rui Rodrigues
Páginas
- Início
- Usos e Costumes
- A morte de Pancrácio.
- Vagabundeando pelo passado
- Repositório de algumas frases minhas no face book.
- Um momento de reflexão (Ou a re-história dos três porquinhos)
- O futuro próximo... (... é o do próximo)
- Reflexão sobre o momento econômico atual: (Ou da contra-informação na política econômica- desculpem os neologismos)
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
domingo, 18 de dezembro de 2016
O desperdício da administração portuguesa...
Por falta de politicas governamentais que fixassem o "homem na terra", a população do interior de Portugal começou a decrescer quer por falta de dinheiro para poder ter filhos, quer porque as populações emigraram deixando as aldeias vazias. Espera-se que em 2.050 D.C. Portugal passe dos atuais 10.000.000 para 5.500.000 habitantes, ou seja a metade... Os campos ficam vazios, pessoas de outros países compram uma ou outra casa para veraneio, a população diminui mas pior ainda, se substitui... Com melhor poder aquisitivo, os estrangeiros em breve contratarão emigrantes como auxiliares e criados... Não bastasse a perda de população, a diáspora, acrescente-se a "lavagem étnica"...
Por isso, fecham-se estações de caminhos de ferro, por não serem "rentáveis" quando em todos os outros países são, e ficamos sem saber porque fizeram tantas estradas novas e ainda queriam o trem "supersônico"... Por essas coisas somem depósitos em bancos, vende-se tudo, que tanto custou ao povo português, ao desbarato...
A quem está no governo, eleito com tapinhas nas costas, sorrisos e algumas benesses, nada importa. Os que governam aproveitam o momento atual, as oportunidades de ainda fazerem alguma fortuna...
Então, quando as tetas estiverem tecnicamente secas e mirradas, os socialistas se afastarão do governo, sem esquecerem de criar alguma confusão na retirada, para poderem alegar "golpe" e voltar no futuro...
As "Obras" com estradas, etc., serviram para gastar dinheiro, que não se usou onde deveria e fazia mais falta, porque para cada vez menos portugueses já sobravam as que tínhamos...
Rui Rodrigues
sábado, 17 de dezembro de 2016
Um Natal sem partos
A casa um no lugar dois.
A mesa estava posta, farta e parecia uma catedral gótica estendida, cheia de rendilhados e rococós coloridos prontos pra comer. Os cheiros iam desde a churrasqueira de gado e aves, até os pomares, as vinícolas, as fábricas de perfumes e chocolates. Havia sempre alguém vindo da cozinha com algum prato cheio de algumas coisas gostosas no aspecto, cheirosas. Os mais velhos evitavam beber muito para não ficarem descompassados quando chegasse a hora. Alguém ligou a vitrola e começaram a ouvir-se musicas de paz e alegria. Junto à janela vi um casal com uma criança rebuscando coisas junto aos latões de lixo. Passei pela mesa, roubei um frango inteiro já cortado, e desci para a rua. Era Natal. Depois voltei para casa. Mas cada um tem sua casa e sabe como se é acolhido.
A casa três no lugar um.
Olhou a cidade do alto da colina. Parecia enorme, viva, como se respirasse. Falava com sons de palavras, buzinas de automóveis, pregões, tinha cheiros. Nem tinha certeza se realmente ouvia os sons ou se era apenas uma sugestão, mas era como se os ouvisse, nitidamente, como um troar monótono, grave e abafado de onde sobressaía de vez em quando uma sirene de ambulância ou de policia. A cidade era uma coisa viva vista e sentida daquela distancia. Mas esse era o reino da luz, o reino visível dos vivos. O outro reino era o dos "mortos e ausentes", como os doentes dos hospitais, os dos presídios, os mortos em velório, sua mãe na aldeia, sozinha no interior de Portugal, vivendo do que cultivava, do leite de uma ovelha para fazer queijo, do leite de uma vaca, do pouco dinheiro que ele lhe mandava. Ela mesma dissera que não precisava de dinheiro, e que nunca quisera ter vivido em cidades. Seu pai falecera ano passado. Naquele mundo invisível os natais eram muito tristes. Chorava-se em vez de sorrir, nem que as lágrimas se vertessem olhos adentro. Sua mãe! Não podia trazê-la, não podia ir fazer-lhe companhia, viver com ela. Não sabia de onde lhe vinha aquele sentimento de remorso se não podia fazer nada. Ou poderia? Mas cada um tem sua casa e sabe do que tem remorsos, mesmo a milhares de quilômetros de distancia, tanta água e tanto tempo pelo meio.
Em frente à casa dois no lugar três
Já não existia tal casa, a sua casa. Nem seus pais. Estavam mortos, junto com seus tios, um avô. O rei sírio e seu amigo russo matavam quem estivesse na cidade sem se incomodar com gênero, idade ou crença. Os alemães tinham feito a mesma coisa na guerra civil espanhola, em Guernica.
Depois do terceiro dia de bombardeamento, quase não havia mais alimentos a não ser enlatados e pacotes de bolachas, uma ou outra embalagem de café, mas o pessoal das milicias andavam checando as casas abandonadas, mesmo as que tinham sido destroçadas pelas bombas. Eles tinham cinco e sete anos. Nunca conseguiram entender, nem lhes explicaram direito, de onde vinha todo esse ódio se eram o mesmo povo e apenas pensavam de modo diferente, num mundo de tão raros e escassos reinos. A Síria precisava de uma república, não de um rei que buscava legitimidade num fictício contrato entre Alah e o rei como seu representante. O representante de Alah era Maomé, que se foi depois de deixar o Corão, seu livro de comportamentos. Cristãos comemoravam o natal. Ali não havia nada para se comemorar. Não sabia ainda se se mataria,mas primeiro mataria sua irmã. Todos os que atacavam estupravam crianças e adolescentes... Ouviu dizer que havia outros lugares da Terra muito mais lindos e prósperos,mas deveriam ser muito covardes, porque os deixavam sozinhos.
Natais são sempre tristes. Sempre. Mesmo quando as crianças têm tenra idade mas conseguem perceber que há quem não tenha o que comer ou comemorar no natal, ou quem se sente bem ou mal. Não ha nada mais atento que o espirito de uma criança mesmo quando parece dispersa, distraída. O Natal é um atentado ao bom-senso, uma ode à luxuria e a todos os 7 pecados capitais, uma falta de caridade e compaixão com o próximo. O Natal é uma afronta ao pobre, patente em sua alegria e sorrisos, com um mundo de mortos e ausentes coberto pela escuridão dos lugares escondidos das fotografias de consumo.
Feliz Natal, exceto para os políticos do mundo inteiro. Andam muito preocupados em passar um Natal muito Feliz, como se fossem pessoas decentes! Alguns até são, mas andam em péssimas companhias.
Rui Rodrigues
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
Cavalgando num relógio...O cuco não falava!
Cavalgando no tempo, vi um cavaleiro sem cavalo, montando um relógio. Os ponteiros e as horas não diziam para onde ia, nem qual o rumo. O cuco não falava, nem tinha penas, mas as badaladas assustavam, como se estivéssemos atrasados de algo que nem sabíamos o que era..." Tínhamos de chegar a tempo de alguma coisa!... Éramos um só, o cavaleiro era eu!
(Recomenda-se, ao ler, que seja para meditar, mas pode ser lido como quem não tira os olhos do filme comendo pipoca uma atrás da outra, mas a ser lido, que o seja durante a semana, com calma...Depois de uma boa sopa, um bom drinque, uma boa "acamação acompanhada"...)
Perguntei ao cuco onde estaríamos dentro de meia hora, mas ele manteve silêncio até o ponteiro marcar a meia hora. Então saiu pela porta, abriu o bico e disse:"- Cu-co!", recolhendo-se em seguida sem mover uma unica linha de seu corpo. Aquela cuco só sabia dizer cuco. Não poderia contar com ele. Era impossível conhecer o futuro mesmo cavalgando o tempo num relógio suíço. Talvez se pudesse conhecer o passado se o relógio andasse pra trás sozinho, sem que ninguém lhe mexesse. Olhei em volta. Eu estava em alto mar, numa cabine de uma nau de madeira, iluminada por archotes e velas, em meio a uma tormenta que fazia gemer as cordas, as madeiras. Na minha frente, pendurado numa parede, o relógio cuco que eu já não montava, marcava cinco e trinta e cinco da tarde. Perguntei-me o que fazia eu ali, num barco à deriva, sem tripulação porque não ouvia nenhuma voz, vestindo uma roupa de astronauta... Estaria sendo posto à prova de alguma coisa que não me lembrava. Tanto poderia ter batido com a cabeça como estar sonhando. Eram tantas as hipóteses que não me pude fixar numa. De repente ouvi a voz de um vulto que se levantou de uma cadeira escondida num canto do comodo. Vestia-se como nobre de esquadra portuguesa dos descobrimentos.
- Lembra-te que até as pedras falam. Podem humanos dizer-te o que quiserem, tal como acham mais conveniente, mas os genes e as pedras falam! Quem fala mais verdades? Os homens ou os genes e as pedras?
E antes que eu esboçasse uma resposta, ou lhe perguntasse quem era, passou por mim, e desapareceu pela unica porta que existia.
Saí para o convés. Todas as velas estavam içadas, o timão amarrado com cordas para fixar um rumo, cordas balançando retesadas ao vento, respingos de mar por todos os lados, velas escorrendo água a cântaros, um corvo estava pousado na roda do Leme. Ali perto, dentro do quarto de onde eu acabara de sair, ouvi um "crroac" de corvo. E logo mais um, e outro e outro... Contei seis. Entrei para ver. O relógio marcava seis horas da tarde, o tempo estava normal, meu traje já não era de astronauta. Agora vestia um traje de homem-rã e estava num porta-aviões da segunda guerra mundial. O cuco tinha sido substituído por um corvo. O comandante do porta-aviões veio ter comigo mas não entrou. Falou da porta. Disse-me: - Partirá em meia hora no seu P-47. A dois minutos do alvo, no rumo estabelecido, salta com a carga e deixa que o avião siga. Exploda então o alvo. Passaremos para pegá-lo logo que possível. Se despediu dizendo "Semper Fi" dos fuzileiros americanos!
Resolvi sair do cubículo onde estava. Olhei para trás. Não havia relógio algum parecido com os de cucos. Em compensação havia muitos instrumentos ao meu redor, alguns piscando, outros parecidos com relógios. Estava a bordo de uma ogiva na ponta de um foguete e não sabia para onde ia. Escutei uma voz fazendo a contagem regressiva 9... 8... 7... Tinha que me preparar psicologicamente para o tranco no arranque do foguete, a que o pessoal mais técnico chama de empuxo. Um tranco terrível, que nos esmaga o peito, impede a respiração. Muita gente desmaia... 3... 2... 1 ... Devo ter desmaiado, porque não me lembro de qualquer impacto, mas cheguei a algum lugar. Marte não era assim tão parecida com a Terra, cheia de árvores, planícies, animais.
Não estava em Marte. Temíamos os animais. Olhei meus braços, depois meu corpo. Estava coberto de pelos, minha pele era escura. À minha volta havia o pessoal do Clã. Éramos uns sessenta entre homens, mulheres, velhos e crianças, todos negros. Aprendêramos a andar sobre as duas patas traseiras que agora chamávamos pernas, cada uma com um pé, cada pé com cinco dedos. Sabíamos contar mas não tínhamos consciência que isso se poderia chamar de matemática, nem noção de que fosse uma ciência. Contávamos os frutos, filhos e coisas pelos dedos das mãos. Falavam os mais velhos que tínhamos vindo de muito longe, e olhávamos para as terras que se viam ao longe separadas por um oceano de água que nossos mais velhos diziam já ter sido maior. Ha décadas que havia seca. Estávamos a ponto de atravessarmos de África para a Península do Sinai, ali perto do Suez. Disse um velho:
- Partiremos com os primeiros alvores da manhã. Enquanto meus braços suportarem o cajado no ar, atravessareis. Depois disso, ninguém mais passará. Decidam-sequem quer ir. Recomendo os mais jovens!
Notei então a sombra do Sol proveniente de um cajado suportado em pé por um homem da tribo. A sombra era muito longa. Sabíamos assim, pela sombra, que horas eram. O cajado ou bengala, era encimado por uma cabeça de avestruz. Mas isso foi há cerca de 50.000 anos atrás, quando, dizem os da lenda, o mar vermelho se abriu. Prestei atenção ao velho de barbas muito brancas sobre aquele peito ainda forte escuro como breu e peludo. O velho achou que a seca estava no auge, e assim de repente, levantou o cajado e o manteve na horizontal, braços abertos. Tínhamos que atravessar para o outro lado e não esperaríamos pelos alvores. Foi assim que o Mar Vermelho se "abriu" para dar passagem aos povoadores Sapiens do mundo. Quando despontei do outro lado, cercado de tanta água vi-me a bordo de uma nau de madeira, em meio a uma tempestade. No comodo havia um relógio cuco que eu cavalgava. O cuco não falava. Em meio a chiado do cordame e das madeiras rangendo, respingos do mar por todos os lados, relâmpagos e trovões, um vulto se levantou de uma cadeira e me disse enquanto saía:
- Nem devem ter sido 20 que atravessaram. Uns dez eram suficientes para garantir toda uma humanidade de sete bilhões e meio de seres humanos.
E tudo se desfez numa espuma branco azulada, deixando no ar uma leve brisa com cheiro de peixe e iodo. Era esse o sabor dela quando era mais jovem, e não deixou perceber que tinha outras companhias. Depois se transformou num cuco estragado repetindo motes e modos. Perdeu o cheiro e o sabor. Não era marinheira de primeira viagem! O grumete era eu, querendo decifrar o tempo e quanto custava.
Rui Rodrigues
(Recomenda-se, ao ler, que seja para meditar, mas pode ser lido como quem não tira os olhos do filme comendo pipoca uma atrás da outra, mas a ser lido, que o seja durante a semana, com calma...Depois de uma boa sopa, um bom drinque, uma boa "acamação acompanhada"...)
Perguntei ao cuco onde estaríamos dentro de meia hora, mas ele manteve silêncio até o ponteiro marcar a meia hora. Então saiu pela porta, abriu o bico e disse:"- Cu-co!", recolhendo-se em seguida sem mover uma unica linha de seu corpo. Aquela cuco só sabia dizer cuco. Não poderia contar com ele. Era impossível conhecer o futuro mesmo cavalgando o tempo num relógio suíço. Talvez se pudesse conhecer o passado se o relógio andasse pra trás sozinho, sem que ninguém lhe mexesse. Olhei em volta. Eu estava em alto mar, numa cabine de uma nau de madeira, iluminada por archotes e velas, em meio a uma tormenta que fazia gemer as cordas, as madeiras. Na minha frente, pendurado numa parede, o relógio cuco que eu já não montava, marcava cinco e trinta e cinco da tarde. Perguntei-me o que fazia eu ali, num barco à deriva, sem tripulação porque não ouvia nenhuma voz, vestindo uma roupa de astronauta... Estaria sendo posto à prova de alguma coisa que não me lembrava. Tanto poderia ter batido com a cabeça como estar sonhando. Eram tantas as hipóteses que não me pude fixar numa. De repente ouvi a voz de um vulto que se levantou de uma cadeira escondida num canto do comodo. Vestia-se como nobre de esquadra portuguesa dos descobrimentos.
- Lembra-te que até as pedras falam. Podem humanos dizer-te o que quiserem, tal como acham mais conveniente, mas os genes e as pedras falam! Quem fala mais verdades? Os homens ou os genes e as pedras?
E antes que eu esboçasse uma resposta, ou lhe perguntasse quem era, passou por mim, e desapareceu pela unica porta que existia.
Saí para o convés. Todas as velas estavam içadas, o timão amarrado com cordas para fixar um rumo, cordas balançando retesadas ao vento, respingos de mar por todos os lados, velas escorrendo água a cântaros, um corvo estava pousado na roda do Leme. Ali perto, dentro do quarto de onde eu acabara de sair, ouvi um "crroac" de corvo. E logo mais um, e outro e outro... Contei seis. Entrei para ver. O relógio marcava seis horas da tarde, o tempo estava normal, meu traje já não era de astronauta. Agora vestia um traje de homem-rã e estava num porta-aviões da segunda guerra mundial. O cuco tinha sido substituído por um corvo. O comandante do porta-aviões veio ter comigo mas não entrou. Falou da porta. Disse-me: - Partirá em meia hora no seu P-47. A dois minutos do alvo, no rumo estabelecido, salta com a carga e deixa que o avião siga. Exploda então o alvo. Passaremos para pegá-lo logo que possível. Se despediu dizendo "Semper Fi" dos fuzileiros americanos!
Resolvi sair do cubículo onde estava. Olhei para trás. Não havia relógio algum parecido com os de cucos. Em compensação havia muitos instrumentos ao meu redor, alguns piscando, outros parecidos com relógios. Estava a bordo de uma ogiva na ponta de um foguete e não sabia para onde ia. Escutei uma voz fazendo a contagem regressiva 9... 8... 7... Tinha que me preparar psicologicamente para o tranco no arranque do foguete, a que o pessoal mais técnico chama de empuxo. Um tranco terrível, que nos esmaga o peito, impede a respiração. Muita gente desmaia... 3... 2... 1 ... Devo ter desmaiado, porque não me lembro de qualquer impacto, mas cheguei a algum lugar. Marte não era assim tão parecida com a Terra, cheia de árvores, planícies, animais.
Não estava em Marte. Temíamos os animais. Olhei meus braços, depois meu corpo. Estava coberto de pelos, minha pele era escura. À minha volta havia o pessoal do Clã. Éramos uns sessenta entre homens, mulheres, velhos e crianças, todos negros. Aprendêramos a andar sobre as duas patas traseiras que agora chamávamos pernas, cada uma com um pé, cada pé com cinco dedos. Sabíamos contar mas não tínhamos consciência que isso se poderia chamar de matemática, nem noção de que fosse uma ciência. Contávamos os frutos, filhos e coisas pelos dedos das mãos. Falavam os mais velhos que tínhamos vindo de muito longe, e olhávamos para as terras que se viam ao longe separadas por um oceano de água que nossos mais velhos diziam já ter sido maior. Ha décadas que havia seca. Estávamos a ponto de atravessarmos de África para a Península do Sinai, ali perto do Suez. Disse um velho:
- Partiremos com os primeiros alvores da manhã. Enquanto meus braços suportarem o cajado no ar, atravessareis. Depois disso, ninguém mais passará. Decidam-sequem quer ir. Recomendo os mais jovens!
Notei então a sombra do Sol proveniente de um cajado suportado em pé por um homem da tribo. A sombra era muito longa. Sabíamos assim, pela sombra, que horas eram. O cajado ou bengala, era encimado por uma cabeça de avestruz. Mas isso foi há cerca de 50.000 anos atrás, quando, dizem os da lenda, o mar vermelho se abriu. Prestei atenção ao velho de barbas muito brancas sobre aquele peito ainda forte escuro como breu e peludo. O velho achou que a seca estava no auge, e assim de repente, levantou o cajado e o manteve na horizontal, braços abertos. Tínhamos que atravessar para o outro lado e não esperaríamos pelos alvores. Foi assim que o Mar Vermelho se "abriu" para dar passagem aos povoadores Sapiens do mundo. Quando despontei do outro lado, cercado de tanta água vi-me a bordo de uma nau de madeira, em meio a uma tempestade. No comodo havia um relógio cuco que eu cavalgava. O cuco não falava. Em meio a chiado do cordame e das madeiras rangendo, respingos do mar por todos os lados, relâmpagos e trovões, um vulto se levantou de uma cadeira e me disse enquanto saía:
- Nem devem ter sido 20 que atravessaram. Uns dez eram suficientes para garantir toda uma humanidade de sete bilhões e meio de seres humanos.
E tudo se desfez numa espuma branco azulada, deixando no ar uma leve brisa com cheiro de peixe e iodo. Era esse o sabor dela quando era mais jovem, e não deixou perceber que tinha outras companhias. Depois se transformou num cuco estragado repetindo motes e modos. Perdeu o cheiro e o sabor. Não era marinheira de primeira viagem! O grumete era eu, querendo decifrar o tempo e quanto custava.
Rui Rodrigues
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
Atentai e vigilai, dispersivos da humanidade, Atentai e vigilai !!!!!
Se, e como, somos realmente feitos à imagem de Deus, e creio fundamentalmente nisso, porque Deus está dentro de nós e o inventamos, daí que existam tantas noções diferentes de quem ou o que é ou seja Deus, então, feitos à imagem de Deus, temos que ser bem mais inteligentes e espertos... Muito mais!!!!!!!!! (Afinal somos criadores dos deuses e fazemos isso desde os primeiros alvores da humanidade)
O "pessoal", ou seja, os políticos, tentam passar a ideia de "idealistas", humanistas", "socialistas"... Na verdade são "políticos" e ganham gordos salários com isso. Muitos desviam verbas onde trabalham... Uma coisa é filosofia, outra o pessoal esperto que vem atras , pega as ideias dos filósofos e as usam para fazer politica!... Fiquemos atentos, vigilantes e fortes!!! Um mercado... Alguns se utilizam da "filosofia" para escrever livros e ganhar dinheiro com isso. Ha um mercado do qual não nos apercebemos...
O resto do povo brasileiro é como eu: Cada vez ganha menos salário de aposentado, cada vez tem menos serviços públicos eficientes, cada vez mais se odeiam os "politélicos" que falam, falam, falam, mas só nos prejudicam, mesmo com seu silencio. E não falam porque têm culpas no cartório!
Nunca houve na história aquilo a que chamamos "filosofias politicas" nem "idealismos"... O que houve foi os senhores do governo que passam ricamente, os seus amigos e apoiadores que passam igual ou melhor, e o povo, a arraia-miúda, os sem-culotes, o povaréu, os eleitores, a ralé da sociedade...
A história do seculo XXI, neste inicio até os anos 20, caracteriza-se principalmente pela exploração selvagem e esclavagista das populações instruídas ou não, por políticos que se dizem de muitos "vieses filosóficos" para agradar no trato, e que usam a maquina do estado para se imporem sobre a vontade popular...
O que vivemos atualmente são ditaduras de definições de "significado de Estado" ... Que porcaria é essa de "Estado" que sempre prejudicam os cidadãos, quer sejam comunistas, capitalistas, socialistas, cristãos, ateus, maometanos, xiitas, sunitas, liberais, antiliberais, monarquistas, imperialistas, republicanos????...
Atentai para isto que acabo de dizer, porque tudo é comércio, sobrevivência... Os mais inteligentes e ou espertos sempre vão ter mais e isso é mérito deles, desde que não abusem, mas "abusos" devem ser redefinidos entre o que seja abuso e o que seja sobrevivência empresarial que propicia empregos, por exemplo. Ha lucros que se acham excessivos e que não são nem "lucros", porque incluem uma parcela de reserva para que se reconstrua ou atualize a empresa que gera empregos... A "ignorância Huna" (dos Hunos) não pode prevalecer... Ela destrói por ser ignorante!...
Rui Rodrigues
Rui Rodrigues
terça-feira, 13 de dezembro de 2016
O Tempo e as risadas!!!!
Ontem um céu azul de anil deslavado, quente de arreganhar, fazendo suar em bicas, que se não fosse proibido, tirava a roupa e andaria pelado em C. Frio.... Hoje um silencio profundo de céu acinzentado em que nem os pássaros apareceram para cantar. A temperatura sofreu um escorregão, e não pude segurá-la, mas se quebrou alguma coisa não adianta passar aqui no posto do SUS, porque por falta de pagamento ha mais de ano, os médicos não aparecem...
A população continua rindo dessas pessoas que roubaram muito e são apanhadas pela Policia Federal... Ha também as que roubam menos, embora bastante e não sejam apanhadas pela PF... Também se ria outrora, desde os tempos do assalto ao trem pagador na Inglaterra, milhões de libras esterlinas... Quando a Inglaterra pediu a extradição do assaltante, o Ronald Biggs e o Brasil negou!!!! E agora mesmo ha pouco tempo, recusou-se a extradição de 4 terroristas, para a Itália, dentre eles um tal de Cesare Battisti ... Um estranho modo de demonstrar soberania, acolhendo ladroes e terroristas, ou não se sabe bem o que seria... No entanto pode entender-se que se ria, sorria e gargalheie...
Mas rir de quem nos rouba, a nós mesmos... Me perdoem a minha idiotice, mas parece idiotice mesmo !... Não devo ter entendido algo que me teria passado... E talvez nem se trate de soberania ou justiça, mas de politica suja, torpe e besta, da qual o povo está completamente alheio, e nada representado!...
Eles merecem é cana dura !!!!
Rui Rodrigues
Mas rir de quem nos rouba, a nós mesmos... Me perdoem a minha idiotice, mas parece idiotice mesmo !... Não devo ter entendido algo que me teria passado... E talvez nem se trate de soberania ou justiça, mas de politica suja, torpe e besta, da qual o povo está completamente alheio, e nada representado!...
Eles merecem é cana dura !!!!
Rui Rodrigues
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
Traços de passos, pegadas de indícios...
Políticos...
(Das brumas da história aos dias atuais)...
Político era o Juscelino... Político era o Getúlio Vargas, por exemplo, e outros como eles, sobretudo patriotas, brasileiros de seis costados como os cubos, que construíram Brasília, Petrobrases de montão... E tinham mãe! ... ... Sobretudo tinham mãe que é exatamente o que os distingue dos atuais, que em vez de reconstruir uma Brasília, nem conseguiram construir uma valeta pra levar água ao Nordeste, e arrebentaram com as Petrobrases, todas, aos montões!...
Talvez os historiadores do futuro escrevam que Getúlio e Juscelino assumiram jurando sobre a Bíblia e que os atuais nem os juízes que nomearam juraram nada, estes também sem mãe a que se possam chamar de "senhora dona". Mas as juras não interessam, porque o que vale é a moral e a ética e a constituição!... Já as Forças Armadas juraram fidelidade à Constituição, independentemente de ordens vindas de nomes de políticos!... Baita juramento senhores!... Este sim um juramento cheio de testemunhos e testemunhas, com moral e ética!...
Desculpem-me, mas o presidencialismo não se rege pelas leis de "Falências", pelo que não faliu de verdade, tal como se entende o falimento... Para se manter, transformaram-se num bando que rouba e abandalha e assim se mantêm... (Para o povo, quando se diz: Faliu!... Pensam que fechou as portas e sumiu, dando o paradeiro como desconhecido, ou que "andam a monte". Mas não... Trabalham apenas 3 dias por semana, normalmente pela noite para ganharem horas extras, e têm sede em Brasilia, passagens pagas de ida e volta como uma boa masturbação aérea paga pela mão do Estado, em aviões muito bem conservados, que nunca caem).
A lei poluta dos vazamentos
(A propósito de quererem melar, anular a validade da delação da Odebrecht a pretexto de vazamentos)
Os vazamentos são uma ação consequente de outra ação, que não pode invalidar a primeira, mormente quando, na maioria das vezes, nem são praticadas pelo autor ou autores da primeira ação, nem lhe tira o mérito. O que se tem que punir são os que fizeram os vazamentos, se e somente se, o ato de vazar informação for criminalmente punível.
Explica-se e destrincha-se para os confusos ministros, entre a bolsa e a moral: Alguém mata João. Enquanto a lei investiga, um terceiro vai para os jornais e conta o que Pedro o assassino confessou, ou seja, que foi o assassino de João... E Pedro, o assassino, fica livre para cometer mais crimes, sob alegação que houve "vazamentos"... Ora senhores juízes... Tende juízo e deixai de empatranhar, que as coortes populares, onde ha de justos advogados a justos juízes e justos professores, estão de olhos nos senhores e nas senhoras encapotadas !!!!! (Pareceis advogados de porta de cadeia de província)
(Das brumas da história aos dias atuais)...
Político era o Juscelino... Político era o Getúlio Vargas, por exemplo, e outros como eles, sobretudo patriotas, brasileiros de seis costados como os cubos, que construíram Brasília, Petrobrases de montão... E tinham mãe! ... ... Sobretudo tinham mãe que é exatamente o que os distingue dos atuais, que em vez de reconstruir uma Brasília, nem conseguiram construir uma valeta pra levar água ao Nordeste, e arrebentaram com as Petrobrases, todas, aos montões!...
Talvez os historiadores do futuro escrevam que Getúlio e Juscelino assumiram jurando sobre a Bíblia e que os atuais nem os juízes que nomearam juraram nada, estes também sem mãe a que se possam chamar de "senhora dona". Mas as juras não interessam, porque o que vale é a moral e a ética e a constituição!... Já as Forças Armadas juraram fidelidade à Constituição, independentemente de ordens vindas de nomes de políticos!... Baita juramento senhores!... Este sim um juramento cheio de testemunhos e testemunhas, com moral e ética!...
Para quem acha que o presidencialismo faliu:
Desculpem-me, mas o presidencialismo não se rege pelas leis de "Falências", pelo que não faliu de verdade, tal como se entende o falimento... Para se manter, transformaram-se num bando que rouba e abandalha e assim se mantêm... (Para o povo, quando se diz: Faliu!... Pensam que fechou as portas e sumiu, dando o paradeiro como desconhecido, ou que "andam a monte". Mas não... Trabalham apenas 3 dias por semana, normalmente pela noite para ganharem horas extras, e têm sede em Brasilia, passagens pagas de ida e volta como uma boa masturbação aérea paga pela mão do Estado, em aviões muito bem conservados, que nunca caem).
A lei poluta dos vazamentos
(A propósito de quererem melar, anular a validade da delação da Odebrecht a pretexto de vazamentos)
Os vazamentos são uma ação consequente de outra ação, que não pode invalidar a primeira, mormente quando, na maioria das vezes, nem são praticadas pelo autor ou autores da primeira ação, nem lhe tira o mérito. O que se tem que punir são os que fizeram os vazamentos, se e somente se, o ato de vazar informação for criminalmente punível.
Explica-se e destrincha-se para os confusos ministros, entre a bolsa e a moral: Alguém mata João. Enquanto a lei investiga, um terceiro vai para os jornais e conta o que Pedro o assassino confessou, ou seja, que foi o assassino de João... E Pedro, o assassino, fica livre para cometer mais crimes, sob alegação que houve "vazamentos"... Ora senhores juízes... Tende juízo e deixai de empatranhar, que as coortes populares, onde ha de justos advogados a justos juízes e justos professores, estão de olhos nos senhores e nas senhoras encapotadas !!!!! (Pareceis advogados de porta de cadeia de província)
Rui Rodrigues
domingo, 11 de dezembro de 2016
Fingindo "ques" pela vida afora...
Foi num ônibus de Cabo frio para o Peró. Tanto eu quanto o ônibus quanto os passageiros, a tripulação, o mundo lá fora, éramos reais. A moça que subiu no ponto antes da ponte, também, mas chegou deslumbrante em seu corpo maravilhoso, e aquele olhar prescrutador e languido procurando admiração de admiradores possíveis. O andar era assim meio tropego como é moda. Com os meus 71 anos não poderia competir com olhares mais jovens, portanto fingi não perceber o olhar da moça e me escondi atrás dos meus óculos escuros para continuar a apreciar-lhe a "figura". Mas entre ela subir, pagar a passagem, e em seu "apogeu" de entrada deslumbrante se agarrar ao balaustre, foi tudo muito rápido. O ônibus chegava na ponte, virava à direita e a menina tombava no colo de um passageiro. Fingi que não sorri, fingi que não vi, ela fingiu que nada tinha acontecido, e vai continuar sem prestar atenção no que importa realmente vida afora, fingindo que não importa. O que importa é a "figura", a imagem que se passa, sem se saber que imagem realmente se passa!
Quando cheguei em casa e finalmente pude sentar-me para escrever estas linhas, pensei também em fazer uma lista de coisas que nos rodeiam e "fingimos que". Fiquei impressionado e resolvi escolher uma meia duzia de "banalidades" que não são nada banais. Muitas vezes "fingimos que" por praticidade ou para não nos incomodarmos. Por exemplo como ainda hoje no supermercado quando vi a senhora com o filho de uns 7 anos, escolhendo lascas de bacalhau. Mas aquilo não era de bacalhau nem lascas. Eram metades salgadas de pequenos peixes. Sequer mostravam o "curtimento" do peixe. Tinham separado os filés dos pequenos peixes e os salgado há relativo pouco tempo. Pensei em avisar a senhora sobre a fraude, como se ela não soubesse, mas me arrependi. Provavelmente a senhora sabia, e aquele "bacalhau" era o que ela podia comprar. A criança nem perceberia, muito provavelmente, ou fingia que não percebia. Fingi também que estava mais cansado do que realmente estava e fingi que o responsável pelo supermercado não escutaria uma reclamação minha. Em todo caso, para simples peixe salgado estava muito caro. Não comprei. Este ano não tem bacalhau no pré-natal.
Eu mesmo resolvi me fazer um pré-natal. Comprei uma garrafa de vinho, um queijo roquefort e dois pacotes de creme-cracker, meio quilo de castanhas e fingi que era Natal, como nos tempos em que fingi apreciar essa festa familiar em casa de meu pai, mesmo com todos discutindo sobre banalidades que os separariam em futuros natais. A ceia veio depois da libação, da queijação e da castanhagem. A sobremesa adormeceu exausta!
Nós fingimos, a humanidade finge, todos fingimos, não era apenas o poeta de Fernando Pessoa que fingia ser dor, a dor que apenas sentia. Ainda hoje fingimos não ter importância que Lula não devolva os objetos que levou do Palácio e que pertenciam ao Estado. Fingimos não ter importância que Lula e Dilma tenham arrombado o Brasil, Dilma assinando tudo. Fingimos que Temer seja honesto mesmo sabendo que desviou milhões, fingimos que pelo menos um politico nosso - em Portugal ou no Brasil- seja honesto e que ao votarmos nele tudo melhore. Fingimos que "não sabemos votar" mesmo sabendo que somos obrigados a votar naqueles que os Partidos nos indicam, assim como "prato feito" de políticos sujos. Fingimos que os partidos sejam honestos. Enfim, fingimos até que amamos este modernismo em que ninguém é de ninguém, e todo mundo é livre pra transar com quem quiser desde que não seja a nossa cara metade. Somos uma civilização! Somos Ocidentais!... Ou também fingiremos, digo eu...
Também podemos fingir que eu não escrevi isto e que ninguém leu.
Rui Rodrigues
sábado, 10 de dezembro de 2016
E lá se foram os Reinos... O de lá e o daqui!
Reinava D. João III prestes a morrer sem descendente homem para assumir o trono. A arraia-miúda, ou seja o povo, torcia para que sua filha tivesse um menino... UM GAROTÃO!!!! O Rei desejado, como foi o cognome que lhe deram. "O rei desejado"!
Rapá.. E num foi que nasceu UM GAROTÃO ??? Ou, se nasceu mulher, a treinaram convenientemente para parecer homem como foi o caso da rainha Hatshepsut do Egito... Puseram-lhe o nome de Sebastião.
Mas D. Sebastião não podia ter filhos - poder podia - porque não suportava nem ouvir falar em mulher!... Um dia encostou o cotovelo no peito de uma serviçal do palácio, e passou 3 dias na capela rezando a Deus para lhe perdoar... Rezou logo a um Deus que mandava "Crescer e multiplicar-se"...
Evidentemente que quando D. Sebastião em seus sapatos altos, meia-calça ajustadinha mostrando o rego, e shorts rodados tipo balão, decidiu acompanhar as tropas numa guerra contra os mouros no norte de Africa, ele foi feito prisioneiro. Os muçulmanos se aproveitaram de suas fraquezas, os cristãos e Deus o largaram. Dizem que o rei fugiu antes da batalha começar rebolando como rabo de pato ao sair da lagoa...
Tal como cristão esperando a volta de Cristo ou milagre divino para acertar na totoloto, boa parte do povo ainda hoje espera que D. Sebastião volte num dia de nevoeiro... Seria mais um traveco nas ruas de Lisboa.
Por causa das frescuras sebastianas, Portugal perdeu a nacionalidade por 60 anos para Filipe II,III e IV de Espanha que destruíram a Esquadra portuguesa com a "invencível armada" e aumentaram os impostos no Brasil...
E por falar em Brasil... ... A economia nos tempos do ciclo do café ia de vento em popa, falava-se em arvores das patacas: Abanava-se e o dinheiro caia a rodos como azeitonas varejadas. Depois do ciclo do cafe, a nação se recuperou, e até meu pai veio para o Brasil em 1951, mas veio plantar uma alfaiataria com seu trabalho porque se plantando tudo dava e deu. Em 2008 veio uma crise mundial, e Lula foi para a Europa dizer que nossa divida interna estava paga, e que podíamos até ensinar e ajudar a Europa. Era mais uma mentira, e Lula tinha passado a divida externa para a divida interna, onde Bancos trabalham com juros de 600 por cento ao ano em cartão de crédito. A nação trabalha para pagar juros e pagar corruptos com altos salários no governo! Explica-se: Os políticos, depois de Tancredo Neves, passaram-se todos para uma pretensa linha politica de "esquerda" que agradava ao povo, ao qual passou a pedir votos. Foi apenas um engodo. Todos os políticos eleitos foram e são altamente capitalistas e ambiciosos. Dilma foi colocada e indicada por ser a pessoa mais idiota, burra e tapada da nação, assinando tudo que a mandavam sem questionar. Era tudo para o bem do partido que sempre cuidara dela. Se pedissem pra ir pra zona receber uns senhores em seu leito, receberia, mas era péssima pra decorar. Por isso seus discursos se caracterizavam por "a bronca é livre", dizendo coisas de criança que nunca passou do pré-natal.
Desta vez foi o Brasil que perdeu o reino!
De tão mal habituados que estavam, a viver como queriam sem dar ao povo, apenas dando-lhe "conversas", não há sucessor para o trono. Precisa-se treinar sucessor urgentemente! O restante dos políticos podem prender, trancafiar.
Curiosamente, Portugal parece sofrer do mesmo problema. Precisa que o povo se ponha em campo, denunciando o que sabe... Muita gente do Ministério publico pode ajudar a descobrir...
Rui Rodrigues
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
Virgindade, safadeza e esperteza.
De vez em quando me junto a uns grupos de praia aqui no Peró, Cabo Frio, normalmente grupos mistos de homens e mulheres. Discutimos sobre tudo: Politica, madames disfarçadas de piranhas, piranhas disfarçadas de madames, a traição masculina e feminina, coisas sobre as quais quase ninguém mais fala, porque têm estes tipos de relações humanas como "cabeça feita" e resolvida, ou seja, os homens são todos iguais, os políticos são todos iguais, as mulheres são todas iguais, e ficamos sem entender porque acham que somos racistas, e alguns somos brancos e outros negros, uns lésbicos e outros gays, e... Principalmente, porque quase todo mundo mente e quando aparece alguém falando a verdade todo mundo foge e finge que não acredita. Claro que Freud explicaria, mas morreu e seus seguidores cobram muito caro... Nos EUA por exemplo, qualquer um se consulta pelo telefone, porque precisa de uma "muleta" e no Japão ha empresas que mandam gente em sua casa fingindo serem seus pais para jantarem com você, te darem abraços e beijos... Num mundo como o de hoje, de gente carente mas que não quer perder a pose de independente, me indispus hoje com um velho amigo meu, desses que frequentam o Bar, enquanto tomávamos uns "chopps". Ele me mostrou uma foto e me disse:
- Benditas as putas mesmo quando são nossas familiares, conhecidas, profissionais ou por amor...
- Pera ai... Não entendi!... Mesmo quando são nossas mulheres e "por amor"... Como é isso ???
- Sendo a nossa mulher, por exemplo, e se tu fores sempre fiel, vai ser aquele papai e mamãe que ninguém aguenta por muito tempo e os dois vão acabar traindo mesmo.. Deviam ambos trair, fazer o mesmo.. Transar por fora, adquirir experiencia e aplicar os conhecimentos no casamento para durar uma eternidade...
- Mas isso é nojento !!!!!! .. E por amor ?
- Nem todas as putas se vendem por dinheiro... Algumas querem amor... Se souberes dar-lhes amor nem te cobram... Algumas são melhores que as nossas mulheres. Mas são poucas. Mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que encontrares uma boa.
- Mulher???
- Ambas!!!!!
- De que tipo???
- Virgens, santas, putas e idiotas.
(Parece que neste mundo se deseja o impossível e depois as pessoas se frustram. Dizem os velhos e as velhas da praia, que quando já sabem muito ou já não precisam ou já não podem mais. Perguntei-lhe então, antes que saísse: - Olha lá...
Rui Rodrigues
(A foto é do interior de Goiás. Meu amigo disse: - Vá ser gostosa assim lá na puta que pariu... Se ela fosse minha mulher, virava muçulmano pra enfiar uma burka nela e mais ninguém comer. Por isso deixei de ser amigo dele)
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