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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Mas onde está a produtividade da crescente e emergente economia brasileira?

Mas onde está a produtividade da crescente e emergente economia brasileira?

È com ufanismo e um orgulho incomensurável que escuto nos jornais constantes notícias sobre a emergência da economia nacional. Escuta-se de vez em quando que países da Europa estariam contando com o apoio financeiro do Brasil para ajudá-los a sair de uma crise que os próprios governos provocaram...

Finalmente o país do futuro, é o País do presente!

Como engenheiro formado sem padrinho, que subiu um morro para pedir emprego como engenheiro e que foi admitido depois de dois dias inteiros de demonstração teórica de que não tinha passado colando dos outros, fui admitido e comecei uma carreira durante a qual tive oportunidade de usar tudo o que tinha aprendido na Universidade Federal Fluminense e muito mais. Principalmente economia.

Empresas que não têm uma boa produtividade não dão lucro... Também não dão lucro as empresas que não invistam em tecnologia, seja desenvolvendo-a, copiando-a ou comprando-a... Para dar lucro, uma empresa precisa de tecnologia atualizada, ter produtividade. Para darem lucro, as empresas precisam de muitas outras coisas, mas apenas estas duas são suficientes para explicar porque razão estou pasmado...

Empresas e governos (como nação) são a mesma coisa: O governo também tem que dar lucro, caso contrário, a nação vai à falência. Alguns empresários não avaliam bem isto, e muitos governantes não entendem nada disto, mas como os governantes governam e não entendem do que têm que governar, há sempre quem lhes faça o trabalho, chamados de “equipe técnica”, esta também sem muita responsabilidade, porque o dinheiro que gerenciam não é deles.

Parte do meu espanto é por constatar que nossa nação não tem centros significativos de desenvolvimento e pesquisa tecnológica. Pagamos royalties, diminuindo seriamente o nosso “lucro”, porque são despesas. Nossas indústrias, em sua grande parte, não são nossas. São de grandes acionistas e empresas estrangeiras que impõem certas exigências, como redução ou isenção de impostos, em troca de sua instalação no país. Na verdade, é quase uma troca simples: as empresas se instalam de forma quase grátis, pagam pouco imposto, têm o lucro delas garantido, e em troca dão empregos. Parte substancial dos lucros vai para o estrangeiro, outra parte é aplicada rendendo juros exorbitantes, coisa que o governo não faz com o dinheiro que colocamos na poupança. Nossa poupança rende pouco, porque os juros que nos deveriam pagar são dados ao capital estrangeiro que aplica no Brasil. Nossas poupanças são usadas quase grátis pelos Bancos para cobrar juros altíssimos por empréstimos a quem o pede. Uso indébito de capital. Deveria dar cadeia, porque emprestam o nosso dinheiro e não nos pagam o que deveriam.

Espanto-me também por ver que  nossa produtividade não se pode igualar á da Itália, Alemanha, EUA, Europa... O que nos aumenta os custos de produção e nos reduz os lucros como nação. Deveria faltar dinheiro nos cofres públicos... mas pelos vistos, e a julgar pelas declarações do ministro da economia, Sr. Mantega, o Brasil tem dinheiro saindo pelo ladrão, a ponto até de poder controlar a baixa ou a alta do dólar... E isto apesar dos desperdícios com a corrupção, como toda a nação já sabe...

Mas de onde vem tanto dinheiro, se temos baixa produtividade, muito dinheiro se desperdiça pela corrupção, e pagamos royalties sobre quase tudo o que produzimos?

Só há uma explicação: As sobras de caixa da contabilidade nacional vêm dos altíssimos impostos sobre os produtos, sobre a renda, e do lucro em se pagar baixos salários, dos baixos juros sobre as cadernetas de poupança, e da deficiência nos serviços públicos, barateando a administração.

Em outras palavras, há dinheiro em caixa, porque, apesar da péssima administração, os impostos, os baixos salários, a exploração do capital popular, garantem o caixa...

Em outras palavras, estamos sendo enganados, roubados, por falta de capacidade de administração do Estado.  

Culpar FHC, Lula, Dilma, Collor?

Não!

Sempre foi assim, para mais ou para menos, mas sempre foi assim...

A culpa é toda nossa! Não fazemos nada objetivamente para mudar. Apenas nos limitamos a reclamar, a protestar, injustiça por injustiça, mas são tantas as injustiças que levaríamos uma eternidade para protestar todas elas com eficiência de modo a resolver uma por uma, definitivamente...

Precisamos fazer algo mais... Exigir uma nova constituição aprovada item por item pela população e que não possa ser alterada sem votação popular.

Com uma nova constituição, desta forma, não teremos o que reclamar. O governo terá de agir segundo a vontade dos cidadãos.

Rui Rodrigues

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