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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Já não conheço este Brasil

Já não conheço este Brasil. Onde anda o zarolho?

Esqueci o hino!... Porque não faz mais sentido... Restaram-me os amigos tão incrédulos quanto eu. Não é sonho, é realidade.



Nem há fronteiras... Drogas, armas, mercadorias entram e saem sem controle, no que pese a tecnologia moderna que se despreza por que a lei é ainda mais permissiva do que as frágeis e inúteis fronteiras onde não há guarda credível e eficiente.

Grupos armados de traficantes, ladrões e ativistas agem impunemente espalhando o terror, porque presos, a lei solta em troca de fianças mesmo para crimes inafiançáveis. Presos, podem usar telefones das prisões e continuar comandando os crimes. Suas contas em bancos não são devassadas, e na saída da prisão têm o “futuro” garantido. Morrem mais cidadãos dentro das risíveis fronteiras do que em guerras pelo mundo afora. Se tivéssemos terroristas confessos no governo, não nos seria pior a vida, mas ligeiramente igual. O crime parece compensar aos olhos esbugalhados de uma população temerosa da própria vida.



O povo vulgo ao ouvir tiros morro acima, morro abaixo e pelas cidades florestas e prados, chega a pensar que é coisa das elites contra o governo e que este merece ser defendido, mas por vulgar, não percebe que é o próprio governo o grande inimigo da cidadania que não protege, não cuida, desdenha. Crêem, os do governo, que por eleitos podem fazer o que querem, porque as forças da nação os protegem. Partidos se locupletam na divisão das verbas públicas que, distribuídas documentadamente, não chegam ao seu destino incólumes. As que chegam, chegam estropiadas, insuficientes, caem em saco roto que mãos ávidas desnecesitadas, apressada e dissimuladamente escamoteiam, tudo sob os olhares de boi morto da lei. A lei não é cega: tem olhos de boi morto. Confunde-se socialismo social com socialismo partidário, democracia com concordância quando interessa e discordância livre sem obrigação de se ser ouvido em reclamações. A liberdade de imprensa tem pernas curtas e jornalistas são assassinados. Presos que são também políticos são mancomunadamente considerados como presos políticos. Confundiram o socialismo social com o direito de roubar impunemente. A pena aplicada, considerando a devolução das verbas roubadas considerou não o total, mas pequena parte, não fizessem eles parte do partido no poder e que lhes nomeou juízes. Aqueles que compraram com as verbas roubadas, continuam votando tudo no Congresso nacional. Nem se sabe quem são, mas eles, os que estão no governo, sabem.



Há hospitais, médicos e enfermeiros, transportes, professores, escolas e merenda escolar. Mas reza-se para não se precisar deles, e mesmo quando se paga, a peso de ouro, não há garantias de nada. Joga-se a vida nos dados viciados do azar do momento. A propaganda do governo está tão viciada quanto eles. A Ordem se perdeu sem Progresso. O Progresso se perdeu na Desordem. O socialismo se corrompeu mais do que o capitalismo porque não sabe lidar com o capital: Gasta enquanto há e arranja desculpas para o gasto. Quando acaba, pede emprestado, não paga, dá calote, culpa o passado, o capitalismo. Temos agora um socialismo completamente capitalista, ignorante e selvagem.  Viadutos caem um atrás do outro ainda em fase de construção. As valas de esgoto continuam a céu aberto, as estradas esburacadas.  Urubus do FMI estão de malas prontas, cheias de dinheiro para empréstimos. Já vimos isso antes, e veremos de novo em breve.

Esqueci meu hino.





O Brasil mudou-se para fora das permissivas e descontroladas fronteiras e não se sabe onde está. As forças armadas estão muito ocupadas no morro do alemão, o crime tem armas iguais às do policiamento, derrubam helicópteros, a aviação nacional voa promessas de fé no futuro. A base da Antártida queimou-se, a barreira do Inferno perdeu a tecnologia nacional de foguetes. O salário de aposentados não consegue pagar os remédios e os alimentos já comidos por inflação e impostos. A turba malta, crédula e crente, acredita que vive momento de glória porque a esquerda chegou finalmente ao poder. Como se Jesus tivesse ressuscitado. De porre de vinho e empanturrado de pão feito com trigo ainda argentino. Reduziram o tamanho das hóstias, em breve as bocas ficarão menores.  É o milagre da divisão do nada entre todos os famintos. 



Ar e água são vendidos ao mesmo preço pelas tubulações residenciais, mas entra mais ar do que água; os sinais de concessionárias para uso de Internet são interrompidas a todo o instante, não cobrem o território que dizem cobrir, e é tanto mais fraco quanto mais caro que ao redor do mundo. País pobre que é cobrado como se fosse rico. E nem temos frota de respeito, não temos uma Nasa, importamos armas para defesa nacional. O orgulho das vitórias no futebol, que antes serviam de “mas” para nosso atraso geral internacional, perdeu de sete a um. Está lanterna.



O país do futuro ficou no passado. O futuro chegou com futuro imprevisível, alheio, ausente talvez. Que o diga a juventude. A inflação não inflacionou a confiança, a fé, a vontade de continuar progredindo na ordem para o progresso. Ou com progresso na ordem...

Que pesadelo é este, se não é um sonho? Mas, se em terra de cego quem tem um olho é rei, onde anda o zarolho?


® Rui Rodrigues

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