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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Curdos - Síria - Bashar al-Assad



Curdos - Síria - Bashar al-Assad

Temos assistido à derrubada de velhos ditadores no Norte de África como parte de um processo histórico a que damos o esperançoso nome de Primavera Árabe. O termo Primavera faz sentido como indicador de uma renovação. Novas flores, novos frutos para a democracia humana, entendendo-se democracia como integração livre, cooperação livre, convivência livre, sem estar dependente da vontade alheia que não é representativa.

Sadam-Husseín do Irã, Muamar Gaddafi da Líbia após 41 anos no poder, Hosni Mubarak do Egito – 30 anos no poder, Zine El Abidine Bem da Tunísia - 23 anos de poder foram falsos líderes que já largaram o poder. Digo falsos líderes porque não foram eleitos e muito menos de forma limpa. As monarquias, baseadas num conceito impingido às populações ignorantes de que os reis eram representantes dos deuses na Terra, tem seus dias contados, ainda mais se sabendo que se um rei tiver um filho menos capaz, este herda o governo da mesma forma: Seria neste caso a fúria divina lançada sobre o povo através de seu rei incapaz? Existem muitas tradições e conceitos a corrigir nos livros.

Como parte da Primavera Árabe alguns países estão ainda em estado latente de transição não resolvida: Na Síria, Bashar al-Assad (há 11 anos na Presidência); no Iêmen Ali Abdullah Saleh governa há 33 anos; Na Jordânia o rei Abdullah 2º que governa desde 1999, filho de Hussein (primo do rei Faiçal do Iraque) que reinou desde 1952 a 1999; No Barhein o rei Hamad al Khalifa  governa desde 2002 tendo sido emir desde 1999. Já não existem sociedades fechadas onde a informação não possa entrar após o advento da Internet. Por isso alguns governos ainda que considerados democráticos no mundo se preocupam com os estragos que a informação livre possa fazer em suas velhas e muitas vezes incongruentes formas de governar. Mesmo nas democracias representativas, o governo e a forma de governar se auto-sustentam por um motivo muito simples: a forma de governar reelege sempre o sistema, embora os governantes mudem em função dos votos. Se há algo a reclamar nesta forma representativa de governar, não é dos governantes eleitos, mas do sistema que os permite eleger, sem que possamos retirá-los de lá. Não nos permitem retirar o voto dado!

O que as sociedades árabes buscam em sua Primavera é o direito a terem uma voz no governo. Querem ser ouvidos e levados em consideração, mesmo que seja través de representantes, deixada a ressalva que terão de esperar quatro anos para votar em outros diferentes se os que elegeram se demonstrarem corruptos, assassinos, extremamente ambiciosos ou displicentes. Afinal, para se eleger alguém não se exige que faça um exame prévio psicotécnico... Estamos sendo governados por “incógnitas” políticas. Bashar al-Assad deve sair do governo urgentemente ou posto para fora pelo seu povo já em revolta.

O caso curdo não é Sui generis, isto é, caso único e o povo Guajiro no norte da Colômbia e da Venezuela, além do povo basco e outros, são disso testemunho cabal, mas o povo curdo é o maior de todos: são cerca de 36 milhões de seres humanos perfeitamente diferenciados etnicamente como povo, que vivem em pátrias usurpadoras que os submetem e muitas vezes lhes ignoram direitos como cidadãos.  

O povo curdo é descendente de tribos nômades que viviam onde hoje são a Turquia, o Irã, a Síria, o Iraque, a Armênia e Azerbaijão há cerca de 3.000 anos. Deram origem aos medos e persas e tiveram na história figuras como Dario - o Medo, que reinou na Pérsia no tempo do profeta Daniel e Saladino o bravo e inteligente opositor de Ricardo Coração de Leão.  

Se o Curdistão, agregando todas as terras curdas, constituísse uma nação, cuja bandeira até já existe, ocuparia uma área de cerca de 500.000 quilômetros quadrados, seria uma grande nação e teria petróleo, este em boa parte em terrenos sírios.
Por isso a relutância em reconhecerem este povo como uma nação. Mas que eles merecem, merecem. Têm sido perseguidos e não têm nem revidado. Somente Sadam-Hussein atacou o povo curdo com gases letais e matou cerca de 180.000 curdos.

Este é um problema que deve ser resolvido para o bem da paz e da tranqüilidade na humanidade. A ONU pode contribuir para isso.

Desejo sucesso á reivindicação de todos os povos por sua independência e a todas as nações na sua luta pelo acesso aos processos democráticos. O mundo moderno já não permite usurpadores nem corruptos.

Rui Rodrigues   


Para saber sobre democracia participativa, veja por favor conscienciademocrata.no.comunidades.net

2 comentários:

  1. muito bem dito! o povo curdo merece realmente ter sua independencia e seu cantinho.

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  2. É isso, Racquell... Existem no planeta muitos povos divididos que querem a independência, mas não a dão. Se a pedem pelas armas, dizem que são terroristas... O mundo precisa ser reconstruído e de preferência sem fronteiras, sob uma democracia participativa como em

    http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/...

    Aconselho a leitura.

    Um grande abraço

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