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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Um demônio no céu, outro no Paraíso, dois anjos!



Entre vozearias, altos falares e sussurros, tilintar de copos pratos e talheres, o Bar do Chopp Grátis é um paraíso tropical no verão e um bunker sofisticado no inverno. Nenhuma mulher que entra no bar veste calcinha ou usa calças ou shorts: Usam saias e cruzam e descruzam as pernas. Homens podemos usar shorts, mas são folgados: Os shorts e nós. Agora tenho uma nova gerente: Eis a foto dela. Depois revelo o nome. Pouco rodada mas experiente... Um doce!
E um esclarecimento: Este não é um  bar "machista" ou descriminatório  seja do que for, mas no qual homens apreciam mulheres  e vice-versa, por preferência! 



Quanto ao que por aqui se escuta, conta, se vê e se sente, ai vai...


1 - Assim avança o grande exercício da humanidade. 


Dia de extremo calor no subúrbio do subúrbio de  uma cidade cujo centro é como um subúrbio. Falava-se em 50 graus e tinha acabado de sair do supermercado onde o ar condicionado não aliviava a onda de calor. Logo ao lado um trailer que faz pasteis na hora e onde vendem cerveja. No balcão uma atendente que lembrava Romy Schneider e que não merecia estar ali, como se algo estivesse errado embora ela não parecesse sentir-se deslocada. Na porta lateral uma amiga com quem ela conversava enquanto preparava,fritava e servia pasteis, compunha e servia copos de Açaí,recebia pagamentos e dava trocos. A amiga não lhe devia nada em beleza. Ambas eram sorridentes, alegres, conversavam sobre carnaval. Sentei-me num dos bancos do balcão, e tomei minha cerveja. Crianças, homens, mulheres, todos nós, em qualquer momento da vida, pensamos que somos o centro do mundo, o umbigo da vida, a fonte dos desejos e a vida eterna para a qual nem precisamos pensar que possa fazer sentido. Tudo e  nada importa, em fracão de segundos, no correr do pensamento. 


-Sabe com quem passei este carnaval? Perguntou enquanto colocava uma musica carnavalesca das antigas no celular e recheava um pastel para fritar.

- Não...O Nelsinho?
- Que nada! Foi com o Adson. O melhor carnaval da minha vida. Encontrei-o na rua, dormiu a primeira noite lá em casa e ficou comigo até ontem. Passávamos o dia  na cama, saíamos para a farra de noite. Ontem disse-me que ia embora e deu desculpa. Sei que foi para casa da Angelica. Ainda lhe disse: - Pode ir. Lavei suas roupas, estão todas passadas, só botar na mala...Hahahahah
- Já ficou lá em casa também. Você sabe...te contei. 
- Sei sim...Um cara legal. E você com quem passou? 
- Hahaha... Nossa... Todo dia levava um pra minha casa. Carnaval é pra isso mesmo. Pode tudo!E o Ilson, o teu namorado?
- Disse que só voltaria depois do carnaval, que tinha  uns serviços pra fazer... 

Continuei tomando minha cerveja gelada. A conversa exposta e alegre estava tao adoravelmente gostosa que pedi outra. Cheguei a pensar que era proposital para que eu a ouvisse. Pensei também que com a evolução atual em breve haverá "call-centers" para sexo. Você se inscreve para ficar disponível, informa se prefere em sua casa, num motel ou na casa de quem se interessar, e terá sexo por um par de horas. Todos os aparelhos reprodutores masculinos e femininos serão medidos e informados para que não se perca tempo nem oportunidades. A privacidade será levada a zero. Amor, nem para os filhos que podem vir a ser cada vez mais raros. Parece que temos uma humanidade cansada de procriar para amar e de amar para procriar, gerando filhos do deus dará.


(Um aparte.. Creio que um dia inventarão o "Gozadriol":Toma-se um comprimido e têm-se orgasmos garantidos por uma hora, quando termina o efeito. Então toma-se outro de acordo com a vontade e o estado físico. Viciaria tanto quanto sexo porque serviria para isso mesmo e não dependeria de se ter ou não parceria... O Mercado de artefatos mecânicos iria falir porque o mercado de namoros e casamentos também já está em falência. Poderia ser usado enquanto se tecla, assiste TV e naturalmente não seria aconselhável em lugares públicos por questões de higiene e privacidade...Namorar, casar, fica mais complicado e trabalhoso a cada dia, além de chegar a ser decepcionante na maioria dos casos)


2 -  Um demônio no céu, outro no Paraíso.  

Quem vivia no céu e era dono do paraíso, era eu. Mas isso foi ha muito tempo atrás. Elas eram visita. Não eram sete nem virgens, apenas duas. Uma a namorada oficial e a outra esporádica. 


Há alguns longos minutos que discutíamos, eu e a oficial, e o assunto era tão importante que nem me lembro. - Pra trair e coçar é só começar!... Disse ela um dia, imperativamente, sem olhar para mim. Um sinal de que já estava traindo. E nem estávamos casados nem namorando. Trepávamos ha apenas um par de semanas mais dia menos dia, mas ela levava a coisa muito possessivamente. Respondi-lhe:

- Por favor me avise só por consideração... Devo passar a usar camisinha? Aquele tal de "trair e coçar" mexera comigo. Ela me atingira, mas tentei imaginar que ela não tivesse certeza. 
- Bobo!...
(ela tinha certeza).
Fizemos pazes com  sexo,  de deixar o Schwarzenegger pálido e raquítico, pela tarde afora. Pela noite, saí. Ela sabia que eu tinha pouso em casa de meus pais, onde pernoitava para estudar.
Lá pelas nove, a  esporádica ligou. Sem desculpa, me arrumei e sai de casa. Sabia que ela era esporádica não só para mim. Levei-a num motel com o dinheiro da mesada. O resto do mês, e ainda estava no começo, seria de pura dureza...
Passamos a noite no Motel. Como consegui forças? Creio que foi pelas dificuldades financeiras... Até o final do mês, agora o sexo teria que ser com a oficial. Foi na  saída do Motel que vi a oficial num carro saindo  de  lá também... Resolvi rapidamente - sou adepto do "pense rápido" - que a partir daquele instante teria duas "oficiais". Não gastaria dinheiro em Motel, teria  que arranjar a segunda oficial. A esporádica seria demitida. 

Afinal, amor e sexo não é nem nunca foi uma  questão de beleza, dinheiro ou intelectualidade. É uma questão  de oportunidade. Já vi muita gente bonita, rica e intelectual sendo traída, já sei muito bem o que as mulheres traídas costumam alegar para a "traição". Sei também o que nós homens alegamos para trair. A ignorância é  a causa maior da felicidade, e gente "esperta" causa muitos problemas e não serve para namorar.  

Transe e viva. 

Rui Rodrigues   


    

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