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sábado, 31 de março de 2018

Cura-me a mim mesmo


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Nem tive muito tempo pra crescer naquela aldeia no sopé da Serra do Marão onde tive uma pneumonia dupla por amar sentir a neve gelada sob meus pés descalços. Por falta de veículos motorizados e de telefones, meu pai teve que ir a pé a Peso da Régua, a cidade mais próxima, para comprar e me injetar a recém descoberta Penicilina. Estávamos em 1949, eu tinha 4 anos de idade, e logo partiríamos para Lisboa em busca de melhor vida, embora eu achasse que "melhor vida" era aquela que eu levava naquela linda terra. Fornelos é uma linda, boa terra, mãe terra de lindos seios que amamentos, úteros que dão belos frutos. Mas já tinha escutado dizer que A Jesus, que tinha curado tanta gente, lhe dissessem já pregado numa cruz: "Salva-te a ti mesmo". Como ressuscitou, era natural que não precisasse ter sido morto, e portanto, poderia ter se salvado. Achei esquisito. E salvar-se ou curar-se a si mesmo, implica basicamente no mesmo tipo de "milagre". Depois aprendi que as vacinas "ensinavam" as nossas células vigilantes, as que patrulham organismos intrusos nas veias pelo corpo todo, a reconhecer esses intrusos e a digeri-los por fagocitose. Isso mudou tudo no meu entendimento: Algo em nosso corpo podia  ser ensinado a combater doenças. O problema era como transmitir essa "ordem" e a "que" a dirigir. 

Imagem relacionadaLá pelos meus cinco a seis anos, já começava a dizer a mim mesmo num dia mais frio, ou num arranhão mais profundo: "Cuida... Abate esses germes, esses vírus, essas bactérias... A função de vocês é essa!". Mas com o aprendizado em biologia, passei a saber a função do tutano dos ossos, de uma porção de glândulas, órgãos, e aqueles rios de sangue que percorrem as veias para entregar e recolher toda a espécie de "mercadorias"   

Pelos 18 anos me interessei pelos ensinamentos de Freud, conhecia os órgãos, glândulas, e um "rudimentar" processador de comunicações sobre o qual não temos comando algum consciente: O cerebelo...
Ainda hoje tento reverter essa impossibilidade dizendo ao "cerebelo": 

-"Cuida... Abate esses germes, esses vírus, essas bactérias... A função de vocês é essa!".Mas a maioria das vezes nem digo nada. Apenas i faço sentir, respirando fundo, dando um sorriso, fechando os olhos, coisa que não dura nem 2 segundos, quando muito uns sete.




Depois daquela pneumonia dupla aos 4 anos, tive uma gonorreia por causa de uma bela enfermeira traíra, e não tenho dores de cabeça... Nada...
Estamos em 2018 e ainda acredito que com umas vacinas, óleo de fígado de bacalhau na infância, uns beijos em mulheres gostosas, e comida sem doces, frituras, gorduras nem muto sal, podem servir para alguma coisa, mas as "ordens" enviadas ao cerebelo para que fique "atento" e faça seu trabalho, parecem-me fundamentais. De algum modo ele deve receber a comunicação.

Hoje, 31 de março de 2018, a temperatura em Fornelos, terra de bons vinhos, demarcada como de vinho do Porto, é de 5 graus centígrados pelas 7 horas da manhã. A foto foi tirada com minha filha e netinha em Búzios, quinze dias atrás....

Rui Rodrigues 


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