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quinta-feira, 19 de setembro de 2019
A água e as fontes.
Para começar a falar sem objetivo prévio basta abrir janelas que os objetivos aparecem, como acontece quando se abre a janela das fontes. Por exemplo...
(Abra suas janelas, pesquise, deixe entrar os ventos do tempo)
As fontes eram assim sem canos particulares para gente particular, desde os tempos bíblicos de Abraão. Os pais mandavam as lindas moças em idade casadoira colher água na fonte, para que os senhores janotas e príncipes as conhecessem e se interessassem. Os pais recebiam dotes que os deixavam ricos para toda a vida.
Mas as pobres moças sentiam-se traídas. Só raramente casavam com quem se apaixonavam.
Criou-se assim uma falsa noção de amor e de fidelidade no amor... Na verdade, 99% das mulheres não amavam seus maridos... Até torturas inventaram, cintos de castidade, chamaram as belas mulheres de bruxas, de piranhas... E todos sabemos disto, mesmo sendo gente que teve mãe, irmãs, tias... Mas que mulheres foram essas que se traíram a si mesmas educando machistas ????
Um certo dia liberaram os canos, as meninas deixaram de ir à fonte. Passaram a fazer passeios a pé pelas ruas centrais das cidades. O que não faltou foi encanador... A água deixou de ser fonte para janotas e príncipes, e passou a ser mais popular, dominada por encanadores que em muito contribuíram para a libertação feminina...
Janelas se abrem sem que se espere, mas nos abrem os olhos que não enxergam a luz, só as conexões da alma humana... E muita gente não quer ver... Ainda hoje muita gente é religiosa e crente porque não consegue enxergar essas tais conexões da alma humana. É muito difícil julgarmos a humanidade e depois nos olharmos no espelho e nos aceitarmos como sendo parte inseparável dessa mesma humanidade...
Rui Rodrigues
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