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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Subindo[1] muito francamente.






Sem essa que não nos deixaram indícios de como se faziam nenéns lá nos primórdios da civilização. Deixaram sim. Basta ler os Salmos de Salomão, um dos livros comuns à Torah e à Bíblia cristã. Sexo é bom e todo mundo gosta, seja com quem for, para uns e umas, seja só para uns ou só para umas. O que importa é “desafogar o ganso”, ou deixar molhar o biscoito. Há gostos para tudo e com camisinha não há problema desde que ninguém as tenha furado previamente. Vejamos como caminharam os conceitos de sexo e de amor ao longo dos tempos...Sem esquecermos que instituições sempre aparecem para fazerem “lavagens” cerebrais e, por alguns tempos, mudarem conceitos e a forma como se encaram estas coisas. Depois a humanidade vai para onde quer ir ou entende, sem que possamos mudar – e nem queremos – os seus rumos. Rumos da humanidade não se mudam. Apenas se desviam por alguns tempos.

1.    As primeiras tribos de pré-humanos antes das civilizações.



Não havia o conceito de família, e sim de tribo. O chefe da tribo, do grupo humano era sempre o mais forte. Ele tinha o “direito” de transar com todas as fêmeas da tribo, na frente de todo mundo para que vissem e soubessem quem dominava, quem era o macho dominante. Evidentemente que, pelas sombras e ausências, machos pegavam outros machos por falta de fêmeas, um sempre dominando o outro que queria ser dominado para ter proteção já que as outras fêmeas não os queriam por serem fracos, e alguns machos mais espertos transavam com as fêmeas do chefe em sua distração ou ausência. Submeter-se ao chefe ou a um possível chefe era uma garantia adicional de proteção e comida para os filhos. Elas não reclamavam por temerem que um dia numa disputa um deles se tornasse chefe. Com a decadência física do chefe isso era inevitável. Seria o sexo feito com amor? Provavelmente não. Mais provavelmente era uma cooperação. Feito normalmente por trás, na ignorância, e satisfeito o macho, a fêmea era largada. Normalmente quando iam apanhar água em poças ou rios. Por essa época o prepúcio já tinha a forma de “chapéu” destinado a extrair o eventual e provável esperma de outro macho que tivesse fecundado a fêmea. Falar de amor seria temerário. A tribo defendia as crias por serem da tribo e serem necessárias quando mais velhas, para a defenderem e participarem de caçadas, assim como para procriarem. O chefe da tribo acreditava, muito provavelmente, que fossem fruto de sua união com as fêmeas. Provavelmente. Não havia ainda testes de DNA nem sabiam o que era isso. Como todos eram da mesma família, todos eram parecidos e ninguém desconfiava de nada.

2.    No início das civilizações.


O velho problema dos excluídos das escolhas femininas continuava. Os mais feios, os menos “nobres”, os mais fracos, não tinham a preferência das mulheres. Muitos deles precisavam de proteção, que lhes era dada por outros iguais a eles, mas com um pouco mais de alguma coisa, força ou hormônios masculinos, por exemplo. Alguns ainda tinham alguma oportunidade dos dois lados do gênero humano. Transavam com homens e com mulheres, mas sempre havia os que tinham nascido com essa tendência. Gostavam porque gostavam. Estes eram aceitos na sociedade, tal como o haviam sido nos tempos de pré-civilização, porque, imprestáveis para a caça, podiam ficar entre as mulheres sem perigo de “concorrência”. Agora, no início da civilização eram eficientes em muitas outras atividades e sempre tinham protetores.


Nos impérios de Roma e da Grécia sempre sob o temor de partirem para a guerra ou serem invadidos, considerando a vida como uma existência precária, as diversões se limitavam a jogos, circo, sexo e bebidas. Não é, portanto, de estranhar a promiscuidade. Porém, havia a questão da família e o que a diferenciava dos demais indivíduos e situações civis. Mulheres de família não poderiam ser promíscuas como as mulheres da vida que existiam em Pompéia conforme anúncios – os primeiros grafites de que se tem notícia – anunciando seus dotes e os preços. Esta moralidade se deve principalmente á construção de um patrimônio e à possibilidade de o patriarca se vir a tornar um tribuno, um homem do governo, um homem de moral que tinha uma mulher que o respeitava. Fugas a padrões estereotipados sempre foi uma característica humana, até mesmo porque para se firmar como “homem”, macho, guerreiro, era necessário que tivesse fama com as mulheres, e até de vez em quando comer, subjugar, dominar outro macho. Esta forma de dominação levada ao extremo era dominar e “comer” um inimigo valente que se batera em combate humilhando-o. E qual a mulher que agüentava sem sexo por anos a fio com o marido longe em batalhas ou na administração de feitorias, sem saber se voltaria?
A historia da Odisséia de Homero é uma ode á fidelidade de Penélope, esposa do ausente Ulisses, assim como de seu filho Telêmaco, ela resistindo ao assédio sexual de pretendentes.
Os grandes profetas hebreus, e em geral os homens ricos e proeminentes do Oriente Médio sempre tiveram seus haréns, suas vinhas. A proibição do álcool em algumas religiões é hábito mais recente que não fazia parte dos primórdios das religiões. O que se pode inferir é que o sexo fora do âmbito da família era “consentido” sempre e quando “não corressem vozes” ou não houvesse flagrante.

3.    Na idade Média.



A idade da consolidação da moralidade das religiões, impondo ás sociedades a moral de sacerdotes interessados em, exatamente, religião, aumentar o número de fiéis, conquistar espaços e simpatias pela identidade da fé, aumentar os cofres, recebendo mais do que davam. Recebiam em dobro, em triplo, mil vezes, sete mil vezes sete o pouco que davam. Se olharmos pelo aspecto do benefício “moral”, causaram mais incômodos tentando mudar o imutável na natureza do ser humano. Quantos se abstêm da mulher do próximo ou do homem da próxima? Já em termos de “conforto” as religiões são notáveis. O que se pode desejar de melhor do que morrer, ir para o paraíso, e lá encontrar a paz de uns, sete virgens de outros, milhares de paraísos a que se vai acedendo aos poucos, de acordo com a religião do Tao. E se não fosse pelo convencimento era pela força. E foi assim que certo dia as mulheres viram chegar no mercado uma peça de ferro com fechadura e cadeado: O cinto de castidade, alguns com lâmina para que se algum pretendente tentasse penetrar a esposa, tivesse seu falo cortado – ou a língua. As amizades secretas de esposas com os armeiros que trabalhavam em fechaduras, não passaram desapercebidas.   
  
4.    Nos tempos modernos.


A humanidade move-se por terrenos espirituais que estão em sua origem. Não abdica de princípios, e esta tem sido a luta de religiões e políticos tentando desviá-la normalmente pela privação, através de proibições. É uma luta em vão. Alguns “líderes” que assumem governos de religiões ou de Estados conseguem mudar suas sociedades por algum tempo, mas a humanidade dá-lhes a volta. Revoltam-se as sociedades e a humanidade. Acontece a todo instante, e após 12.000 anos de civilizações, e finalmente, a mulher consegue atingir a sua igualdade perante o homem, podendo votar, tendo seu trabalho, podendo voltar a ser a matriarca de uma família como já o tinha sido em algumas sociedades do passado e mesmo antes deste século XXI, já em algumas sociedades africanas, em Roma, na Grécia, Oriente Médio, até com direito a harém, tudo de forma oficial e aceita pelas sociedades. Assim como existem homens que estão sempre prontos e dispostos, também há mulheres que têm a mesma disposição e estão sempre prontas para fazer sexo.


A humanidade, sociedades em geral como parte da humanidade, na verdade, parecem-se muito com uma esponja ou uma massa de moldar. Confinem-se entre as mãos, apertando-a num sentido e ela se moverá para o outro, buscando espaços. Não podem ser comprimidas. No caso da esponja, vomitam pelos poros, no caso da massa, fogem do controle por entre os dedos da mão. Não estou certo se Maquiavel de injusta má fama, percebeu isto embora explicitamente não pareça que tenha construído uma “máxima” que assim definisse as sociedades e a humanidade. Para esta, o tempo flui de forma diferente. O indivíduo tem pressa, a humanidade não tem tanta. Quase nenhuma. E mesmo quando parece mudar, volta ao mesmo, às mesmas atitudes, apenas com roupas e equipamentos diferentes.

5.    O futuro da liberdade sexual.



É inevitável que a promiscuidade traga a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis. Vírus sofrem mutações a tal ponto que alguns chegam a parecer que são vírus diferentes, mas não passam de vírus modificados. Entre a vontade e a obrigação de usar um preservativo, vence sempre a vontade. São poucos os casais que no gritar dos hormônios, se abstêm do sexo esperando uma outra oportunidade em que haja preservativos disponíveis. O indivíduo tem pressa. A liberdade sexual de hoje é fruto de uma série de “condições” em que se vive no dia de hoje. Como simples exemplos, é fruto de uma perda de força das religiões, da necessidade do mercado lançando mão do trabalho feminino e de sua igualdade aos homens, da existência de preservativos mais suaves do que as antigas tripas finas de bois e vacas, da evolução do Estado democrático, da simplificação de tarefas através das facilidades permitidas por modernos equipamentos, a perda de rumo e até certo ponto do enfraquecimento do homem como “senhor” da situação, a perda de posição como chefe da “tribo do lar”, onde fatores econômicos têm peso substancial. Em palavras bem diretas, a mulher se masculinizou e o homem se afeminou. É o estado híbrido, do meio termo, que parece irá dominar o futuro da humanidade nos próximos séculos, tempo muito curto para a humanidade a ponto de aumentarem sensivelmente os casos de hermafroditismo.

Adicionar legenda
Quanto tempo a humanidade irá esperar para uma nova mudança, talvez com predomínio completo da mulher ocupando aquele lugar que o homem já teve, não se sabe. A humanidade sabe, mas decide devagar e após decidir muda vagarosamente, no que pese a facilidade das comunicações atuais. É que não se trata de velocidade de informação, mas de velocidade da vontade de mudar, que geralmente advém de uma necessidade premente, ou de uma submissão temporária, mas, da mesma forma, premente, iminente.     



O grande segredo da humanidade é a adaptação e a inovação tudo com muita paciência, sem pressas, e se o conceito de família já não é como antes, quem sabe voltará um dia a sê-lo ou desaparecerá para sempre? Qualquer tentativa no sentido de mudar a determinação da humanidade, isso sim, será em vão. O problema é: O que quer a humanidade? O que governos, filosofias ou religiões querem é volúvel e passageiro, sempre de forma apressada porque é coisa de indivíduos.

® Rui Rodrigues





[1] A bem da verdade, trata-se de “Trepando no tempo, com toda a Sinceridade”

Que país é esse?

Estão fazendo hora com a nossa cara... Estão capitalizando a lei, descapitalizando a economia, deseducando a saúde pública, adoentando a educação, e acabou a pomada para calos! O esparadrapo está sendo usado para juntar folhas de processos, os processos vão todos para um processador, o ministério está de trombas, os fantasmas são mais que eminências cinza, o homem da capa preta foi-se. Resta-nos saber que a tempestade está chegando sem termos onde nos abrigarmos.

Quem vê não pode, quem pode não vê, quem fala consente, quem sente nem fala. Estamos na fase do não vale a pena. Quando a pena vier, valerá, mas a fase terá passado. Andamos todos procurando a mãe do Mateus para que o embale, mas só aprendemos a sambar. Pois o que parece é que a lei enxerga muito mal, mas enxerga, a balança está desequilibrada, e a espada essa sim está completamente cega.

Houve um ultimo dos Moicanos, mas isso foi lá no Norte, e nós somos do Sul e não somos moicanos, muito menos os últimos e somos muitos, mas não sabemos jogar esse futebol xadrez da política. Somos demasiadamente crentes, lobos nos pastoreiam, caravanas nos ladram e ficamos parados esperando o trem que não vem. Se vos perguntarem que país é esse, não adiantará porque a canção também já se perguntava, mas se vos perguntardes a vós mesmos o que sois, sabereis que essa nação vos fugiu e já não a reconheceis.

Um bom brasileiro não foge à luta nem desiste nunca.




® Rui Rodrigues

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Já fui caçador ...


Já fui caçador. Na minha terra, aos quatro anos de idade, via o pessoal sair para a caça às perdizes e de vez em quando a uns javalis que andavam a monte e de vez em quando baixavam para comer das lavouras. Por aqueles tempos de pós-guerra, as lavouras eram muito mais importantes. De vez em quando caçavam umas lebres que faziam exatamente o mesmo que os javalis.
Há décadas que deixei de caçar, embora não ache muita diferença entre caçar e abater bois e vacas do plantel para consumo. Ou coelhos, galinhas, frangos, ovelhas, carneiros, cabras e bodes. Matamos para comer, plantamos e matamos vegetais para nos alimentarmos...Deixei de caçar mas não foi por isso.

È porque a cada dia que passa vejo nos animais apenas uma leve "diferenciação" de nossa anatomia. Noventa e nove virgula nove, nove nove por cento das espécies não nos atacam. Têm veias e sangue correndo nelas, morrem como nós, comem, defecam, urinam, têm filhotes... E pensam! Decidem a todo o instante o que fazer... Ovelhas choram quando pressentem a morte.
E de vez em quando nos dão olhares como o desta preguiça.

Amo o Brasil...


® Rui Rodrigues

domingo, 26 de abril de 2015

Os Mercados Globais




E certo dia a primeira caravana decidiu-se a partir em busca de lucros. Levava o que tinha porque tinha ou porque houvesse comprado vindo das fronteiras e levava para outros povos fazendo a troca por produtos que seriam vendidos na volta dentro de suas fronteiras. Os donos das caravanas, porque as caravanas tinham donos, os investidores, lucravam duas vezes: Na ida e na volta, exceto quando sofriam ataques de bandidos pelo caminho. Antes de partirem, porém, já os governos dos países que as caravanas iriam atravessar haviam feito acordos para passagem e venda. E a Terra se encheu de rastros de patas de muares cavalos e camelos, de navios singrando mares calmos e bravios, duras pedras de estradas romanas ficaram sulcadas pelas rodas ferradas de suas carroças. Comerciantes passaram a viajar pelo mundo, o mundo tornou-se mais conhecido, menor, a concorrência aumentou, houve duras batalhas pelo comércio, que se não fosse pela economia, o era pela religião, mas sempre pela força. Que nem só com espadas e canhões se mostra a força. O comércio tem o dinheiro que dá, ou tira, a força a governos. A religião diz se deve ou não haver calma.


Num mundo sem religião sobrariam o comércio e a força, num outro sem força sobraria o comércio e a religião, num outro ainda sem comércio sobraria a religião e a força, caros leitores, num grau de intensidade de 0 a 10 de cada um destes três fatores escolham o melhor que lhes convém, que nada para além disto determina as filosofias políticas nem os governos que temos. Nosso mundo reflete exatamente isto.Ficou famosa a Rota da Seda. 

Mas o que se vendia pelos idos da antiguidade e até o século XIX?



Havia mercados enormes no Cairo Lisboa e Xangai; Jerusalém Paris e Oslo; Tunis Alexandria e Istambul; Veneza Moscou e Atenas; Tiro Londres e Cabul; Casablanca Madrid e Alepo; Roma Teerã e Katmandu; Pequim Calecute e Trípoli; Rabat Tóquio e Ulan Bator, e em muitas outras. Vendiam de tudo que não se deteriorasse: Ouro e prata eram geralmente as “mercadorias” para base de troca. Depois que se inventou o dinheiro, as moedas, as trocas ficaram muito e muito mais fáceis, aumentando o comércio. Vendiam-se tecidos de seda da China, ânforas de vinho da Grécia, Roma, Jerusalém, espadas de bronze do Egito e de ferro de Constantinopla (Istambul), bordados de linho e filigranas de ouro de Lisboa, especiarias de Calecute, marfins do Cairo, tapetes de Cabul, queijos de Rabat e de Paris, azeite de Trípoli, madeiras perfumadas de todo o oriente. Eram mercadorias de peso, de valor indubitável, porque eram “pesadas”, avaliadas até à vista. Existiam. Eram “palpáveis”. Podiam guardar-se, servir como “economia” e venderem-se mais tarde. Muitas chegaram até nós e valem fortunas.


Muitos séculos depois, novos mercados apareceram: Rio de Janeiro, Washington, N. York, São Paulo, Buenos Aires, Santiago do Chile, Panamá, Barranquilla, Lima, Antananarivo, Luanda, Maputo, Adelaide, Montego Bay... E muitas outras que para os efeitos nem é necessário nomear. Mas o que vale a pena indicar pelo menos, é que os produtos se diversificaram bastante. Agora se vendem armas, petróleo, veículos, terras de minérios que mudam de continente, navios, aviões, trens, remédios, perfumes sofisticados, e os mesmos tecidos, os mesmos vinhos, os mesmos queijos, sapatos, roupas, cada vez mais caras por mais que a mão de obra seja substituída por robôs, e as máquinas produzam milhares de vezes mais peças que antigamente. Há uma “inflação” invisível, surda e muda, da qual ninguém fala, que não se vê e da qual nada se escuta. Só se sente.  Os primeiros carros Ford foram vendidos a 850 dólares cada – e note-se que eram novidade e caros - e hoje, o Ford Ka que é o mais barato, custa em média 5.000 dólares no Brasil. Das outras marcas nem se fala porque os preços aumentaram ainda mais absurdamente. È desta “inflação” surda a que me refiro.
Em menos de duzentos anos estamos comprando virtualidades que no fundo só servem para aprendizado ou como comunicação. O resto é perda de tempo. São os famosos gigabytes que circulam pelo espaço em ondas de energia enviadas por equipamentos que se comunicam com satélites no espaço e refletem o sinal para os lares e “celu-lares” de cada um. Coloquei um tracinho em celulares porque passaram a ser o lar de quase toda a humanidade, substituindo a sala, o jantar, a cama e o sexo... Quando em 2000 voltei do Chile encerrando minha participação num mutirão de cinco indivíduos que destrinchávamos uma série de reclamações contratuais referentes à Mina de Los Pelambres no Chile, entrei de gaiato no projeto que implementava as primeiras transmissões via satélite para todo o Brasil, de norte a sul, leste a oeste, pela Intelig. Digo de gaiato porque me indispus com a diretoria da empresa que me colocou lá por não me quererem dar férias atrasadas e terem dado a um outro individuo porque tinha que voltar ao Chile para apanhar seu cachorrinho, e, aproveitando o ensejo, tiraria suas férias em dia... Como não tinha cachorro, e teria que ser eu ainda por cima a fazer o trabalho dele, e como sou hetero, pedi demissão, não sem antes entrar com atestado médico. Eu estava esgotado. Subir a cordilheira andina uma vez por semana a 3.800 metros de altitude, durante quase um ano, cansa e dá raiva quando não se é compreendido. Quem criou o problema foi um sujeito que dizia: Aqui dividimos tudo! E eu nunca tive nada para dividir. Era motorista de seu próprio carro como qualquer Jarbas de que falam as histórias em quadrinhos.



Mas note-se que o minuto custava para cada empresa – e depois retransmitir aos usuários - a fabulosa quantia [1]de $ 0,0001 Real e passou a ser vendida a cerca de três reais o minuto... Evidentemente que o Ministro das Telecomunicações deve saber quanto custa a cada empresa, das quatro ou cinco que dividem o bolo. Todos os ministros deveriam saber sem poderem alegar que não sabiam.

É este o mercado e a forma como se fazem as transações, e de como influem governos. Por petróleo até se declara guerra ou se perde a cabeça de um governo. E quem se atreve a pedir registro das telecomunicações corrompidas pelos corruptos?  

® Rui Rodrigues  

  





[1] Já incluídos os custos com transportes de satélites via foguetes, linhas de transmissão, etc... 

sábado, 25 de abril de 2015

Quem quer pêssegos grátis de Poraki?




Sabia-se que em algum lugar havia pêssegos grátis... Na verdade não eram grátis, mas o agricultor, riquíssimo, era descuidado...Então, um dia, correu notícia que andavam colhendo pêssegos grátis...Ele ria e achava que era um direito, que todo mundo tinha que ter pêssegos grátis... E assim começou a batalha dos pêssegos...

Hoje, passados 13 anos, a guerra continua porque o agricultor ainda está descuidado. Houve dizer que roubam pêssegos, mas não percebeu que são os seus pêssegos, seu pomar que está sendo invadido e roubado. Ele se distrai vendo partidas de futebol, novelas, shows de prefeituras, carnaval... Passa o ano se "distraindo"... E nem pode imaginar que se antes desses 13 anos roubavam às mancheias, agora enchem malas de carro, caminhões, cuecas, sutiãs e meias.

Com tanta fartura de pêssegos descuidados e disponíveis, hoje até OAB, Juízes de primeiro e segundo escalões, tesoureiros de partidos que repassam os pêssegos ao presidente, Ministros, ministrinhos e ministrecos, chefes de casas e de casos, vereadores, senadores e deputados, empresários sem tradição, gente sem tradução, professores de pitacos e filósofos de barraquinha... São tudo gente a granel que se julga importante e tenta de todo modo dividir os pêssegos. Os trabalhadores do “pessegal” ganham salário mínimo,pagam impostos, não têm acesso à saúde pública, a escolaridade não tem viés nem fies, a segurança é na porta do cemitério para não permitir que outros lhes vão roubar as flores cansadas de tantos enterros... Todos esses diminuem o salário dos aposentados para encherem o tanque do carro com gasolina e saírem furtivamente para roubar pêssegos.


Pêssegos made in “Poraki”.Tão fáceis de roubar, de dono distraído. 


® Rui Rodrigues

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Três tabus à pernada


Sinal dos tempos... Saravá S. Jorge ! Que hoje é teu dia !

Fui no terreiro hoje dar um abraço num São Jorge que iría baixar especialmente para mim no pai de santo do lugar...

Lá no terreiro as cabrochas dançavam e o pai de santo não tinha nem charuto nem cachaça, e o franguinho já depenado tinha uma tabuleta onde se lia: "Este galo era preto" ...
E dentro do tigelão de madeira havia uma pena preta de urubu. Senti vontade de ir embora, mas o pai de santo me chamou e disse:

- Olha meu filho, a maré tá braba. Querem proibir santo de fumá, de bebê, e tá todo mundo ficando lésbico. Cigarro já está mais caro que a erva do diabo. Cachaça a preço de gasolina e das cabrochas que arribavam a saia agora só as veias... E cê sabe que santo é meio esquisito nessas coisa. Mas temos que nos modernizar... Vou botar um saiote em São Jorge...

Foi então até a estátua de S. Jorge, tirou-lhe o manto das costas e passou-o pelos quadris do santo.

A foto é de Portugal!Lá. São Jorge é padroeiro das Forças Armadas, e na Inglaterra também.


Gay é moda também?

Um amigo meu me disse:
- Estamos na década de 60 em relação ao problema Gay...
Não pude deixar de me admirar, porque os progressos têm sido bastantes, e a Globo é praticamente uma emissora para gays nos dias de hoje, e provavelmente com muito orgulho e atualidade
- Na década de 60 - continuou ele - Inteligentes e progressistas eram os que gostavam de Che Guevara, do comunismo, do socialismo, de Fidel Castro, de Jean Paul Sartre, Neruda e admirasse os terroristas... O resto, era taxada de "a direita", e considerada toda burra... Embora a direita quisesse exatamente a mesma coisa que eles queriam: Um Brasil melhor. .A tal "direita" eram os que estavam no poder, que são exatamente os mesmos que hoje ainda estão... Dos daquele tempo, só o Sarney e o Suplicy caíram fora. Brizola morreu.
- E o mundo gay? - Perguntei...
- Então... Está na moda... O resto é direita! E quem não está na moda é homofôbico...
Estou muito propenso a concordar com meu amigo.



A Primeira guerra mundial e a batalha da Flandres

Esta foto é da partida de soldados portugueses para a batalha da Flandres na primeira guerra mundial. Estes são de Castelo Branco... De notar o soldado que se despede da filha ou da esposa... Na Flandres morreram cerca de 2.200 soldados e 2.800 ficaram feridos (portugueses) ... Alguns destes da foto não voltaram
Minha homenagem a todos os que morrem em guerras que jamais precisariam existir... Podiam disputar o que querem numa olimpíada, porque toda a guerra é uma aposta... E sempre alguém tem que perder a aposta.
Somos ainda uma estupidez ambulante muito primitiva"



® Rui Rodrigues 

Gregos, turcos, alemães, austríacos, e a discórdia...



Há muitos aspectos determinantes das tendências humanas, mesmo em função da natureza, que não são apenas geografia, economia e política...Nesse grupo se trataria de "aberrações" que em princípio não parecem se justificar, mas que tal como atratores na teoria do Caos estão agregando "massas" num turbilhão que não sabemos para onde iremos. Creio que sei: para mais um conflito mundial, quem sabe, sem fim bom para ninguém... 

É o caso da Grécia que pediu indenização da SEGUNDA guerra à Alemanha para fugir de uma dívida econômica provocada por seus próprios governantes. Embora pareça não haver relação entre os fatos, a Turquia recolheu hoje seu embaixador em Viena, a pretexto do reconhecimento do genocídio dos Armênios na PRIMEIRA guerra mundial. 

Grécia e Turquia estiveram seriamente envolvidas nestas duas guerras. A Turquia existia como Império Otomano na primeira guerra mundial quando houve o massacre de Armênios. (de 1 a 1,5 milhões de Armênios). O Império Otomano, imenso (incluía Líbia, Egito Servia, Herzegovina e outros) , foi desfeito após invasão dos aliados e surgiu a Turquia como reminiscência em 1922. Na segunda guerra manteve-se neutra mas alinhou ao lado dos aliados quase no final. 

A Grécia entrou ao lado dos aliados na primeira guerra mundial e participou na invasão da Turquia. Na segunda, neutra, foi invadida pela Alemanha e libertada pelos aliados. 

Agora, logo após o problema da Grécia em confronto com os alemães, surge o caso da Turquia que ao retirar seu embaixador da Áustria, parece aliar-se à Grécia contra a Alemanha, já que a Áustria e a Alemanha, de mesma língua, já através do Anschluss foi unida por Hitler á mesma causa da segunda guerra..

E não podemos esquecer a eterna disputa de influência na ilha de Chipre entre gregos e turcos. 



Há algo de “interessante” no ar... Ao qual certamente nem Russia, nem EUA nem China estarão alheios ....

http://www.lemonde.fr/europe/article/2015/04/23/reconnaissance-du-genocide-des-armeniens-la-turquie-rappelle-son-ambassadeur-en-autriche_4620893_3214.html 

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Petrobrás - Uma breve história de balanços



1 - Até 2014 a Pricewaterhouse Coopers (PwC) vinha assinando e atestando os balanços da Petrobrás sem problemas, embora Pasadena já tivesse sido mal comprada, A Petrobrás tivesse perdido a usina da Bolivia, tivesse feito maus negócios com outra na Argentina, e as propinas rolassem soltas. Como se lê nas camisetas ao desembarcar na Jamaica - "Jamaica no Problem", aqui também, "Petrobrás - até então - também no problem"
2- De repente, alguém caguetou os maus negócios da Petrobrás, as propinas e as roubalheiras, dizendo até que não tinham certeza de ser desde antes, mas que a partir de 2002 se INSTITUCIONALIZOU. A Pricewaterhouse Coopers (PwC) se apressou a negar apor a sua assinatura nos balanços da Petrobrás... A batata era muito quente. Como que uma empresa dessas não sabia o cheiro do chorume?
3- Numa operação limpeza, corre-se para esclarecer mercados políticos e econômicos, trocam-se os cabeças - a Dilma nem queria, a inocente economadária- culpam-se os pescoços, livram-se as pernas e dando-se de braços, mandam o Levy aos EUA nas vésperas de sair o balanço...Toda criança adora um balanço...
4 - E sai o resultado hoje... Prejuízo de cerca de 22 bilhões... Em 2014 !!!!
5- Assim pensaram... A Pricewaterhouse Coopers (PwC) fica limpa porque só analisa os resultados deste ano e os acumulados prejuízos dos anos anteriores?
6- O Mercado e os investidores ficarão satisfeitos porque as ações voltarão a subir, a Petrobrás conseguirá distribuir lucros (de onde virá o dinheiro dos "lucros" ? Do BB, da Caixa ou do BNDES? Será que vem dos fundos de pensão? Do Imposto de Renda? Ou dos desvios dos Ministérios para pagar a conta da Petrobrás?
7 - Que mercado aceitará esta merreca de 22 bilhões, se já se fala por baixo em 200 bilhões e deve ser realmente da ordem do trilhão ???? A Pricewaterhouse Coopers (PwC) dirá: Só assinamos o balanço deste ano... O PT dirá que o prejuízo foi menor que o imaginado e que a oposição exagerou...

São capazes de desmontar o Moro por exagerado, repor a Foster na presidência e dar a todos os corruptos uma medalha de São Jerônimo
Amanhã teremos a resposta do mercado. Muita gente passará acordada fazendo contas.



® Rui Rodrigues

A 22 de Abril de 1.500


As madeiras, os cordames e os panos assinalados e chiantes que por mares nunca dantes navegados chegaram a 22 de Abril.

Se não fossem os portugueses, outros seriam... Talvez os que originaram a cubanos, venezuelanos, bolivianos, guianenses, liberianos, quenianos, congoleses, surinameses (maroons?)... Mas se o Brasil não comemora o 22 de Abril de 1500 - aniversário hoje - Quem sou eu para comemorar?

Então comemorarei o feito fantástico de acharem que a Terra era redonda, que o mar não se transformava em água fervente, que era a Lua que rodava ao redor da Terra e esta ao redor do Sol, que a Terra não era suportada por tartarugas e à valentia e engenhosidade de se montarem em naus de madeira, cordas e velas chiantes e se fazerem destemidamente ao mar oceano..

O PT no governo também não dá muita importância á história e como Pátria Educadora deixa muito a desejar em suas comemorações..
Parabéns então, irmãos brasileiros e portugueses! E Viva o BRASIL!


® Rui Rodrigues

Volta ao mundo em 8 minutos.



Já fizeram a volta ao mundo em 80 dias num balão, e quando chegaram ao final havia um problema de fuso horário que salvou a honra não sei de quem. Já não lembro nem vou reler a história só por causa disso. Mas sei que quem escreveu foi um cara que gostava muito de viajar e até foi á Lua numa cápsula disparada por um canhão. Chamava-se Julio Verne e escreveu no tempo em que ainda não havia nem Hollywood nem “Hollyhood”, nem televisão. E se vivesse hoje como daria a volta ao mundo?

No trem bala da Dilma, impossível. O PT e ela mentem muito e gastam mais ainda. O projeto nem saiu do papel e até já gastaram quase toda a verba só em falar dele. De avião demoraria uns dois dias, o que significa que ou a Terra é muito grande ou nossos aviões são uns pangarés dos ares aos quais só falta parar nos ares para pastarem alguns barris de petróleo por uns minutos. Mas não do pré-sal, que esse é produto da importação de outros países e “etiquetado” como pré-salino. A viagem tem que ser “impactante” para prender a atenção dos Iphadianos e dos Uátzapistas que passam o dia e a noite grudados nesses aparelhos, escrevendo só consoantes, e rindo pra dentro para não pagarem mico. Fazem isso até dirigindo automóveis, mas só enquanto não se esborracham contra outro automóvel, caminhão, trem ou a porta da garagem... Depois fica tudo mudo, não se vê nada, nem se sente frio, e no dia seguinte é o enterro com flores recicladas que já foram usadas no enterro de meia hora atrás no mesmo cemitério. Só trocam as fitas com o nome do morto.

Nossa viagem à volta da Terra para ser completada em oito minutos começa agora via NET, numa máquina do tempo chamada memória. Os amigos leitores nem notaram, mas já partimos e chegamos a Londres. É lá o nosso ponto de partida. 

A ponte continua no mesmo lugar, a Torre também, e a monarquia tem agora mais um bebê com pretensões ao trono. A população não foi avisada de nossa chegada e por isso está todo mundo muito fleumático, sem chapéus de coco como antigamente, mas os ônibus vermelhos continuam com dois andares. O que acabou foram as cabines telefônicas. O centro da cidade foi todo comprado por ricos estrangeiros, porque na Inglaterra já não há muitos. E quando me preparava para partir, já havia chegado a Paris. A memória é muito rápida.


Mas não desci em Paris. Anda muito suja por causa da falta de verbas. Todo mundo anda economizando e guarda o dinheiro não se sabe onde que ele desaparece para tudo. Aquela Paris bucólica e citadina dos tempos de Jacques Tati não existe mais. Todo mundo apressado, louco para chegar em casa e pegar seus Iphodes e Uátzapes, que ir ao Ópera de Paris está muito caro e o gosto caiu. Até o circo do Soleil foi vendido para uns chineses que estão comprando o mundo a preço de banana. 


Ainda deu para ver a Torre Eiffel e os barcos quase vazios de turistas do Sena, mas já estava em Xangai. A memória é muito rápida e passou lotada por Berlim, onde sei que a Merkel está, fumando um cigarro às escondidas no banheiro da casa onde mora. Todos os que chegam com presentes em casa dela pergunta se é presente de grego. Sofre dessa paranóia por causa de uma dívida de guerra do tempo dos nazistas, e da qual ela não tem culpa nenhuma, mas os gregos dizem que sim. Se ela topasse pagar alguma dívida, a Alemanha ficaria pobre e o mundo inteiro apresentaria fatura. Os gregos não entendem. Falam outra língua!


Em Xangai, a primeira coisa que fiz foi perguntar a um vendedor de carne de cachorro, o que havia mudado na vida dele desde que a China tinha deixado de ser comunista. Ele esticou os olhos a ponto de as orelhas quase se soltarem, abriu a boca num fechado “O” e disse-me: - Não sabia!... Para mim, continuamos comunistas, e não mudou nada. Já vendo cachorro quente desde os tempos do Mao Tse Tung. Nunca ganhei nem mais nem menos. Desde então sempre comi arroz feito em casa com o que sobra dos cachorros-quentes. O sabor é que está diferente por causa da poluição. Agora praticamos Kung-Sifu, e na lareira por falta de madeira estamos queimando livros vermelhos da época do Mao. Um parente dele é que imprimia os livrinhos. Queimamos também aqueles bonés redondos cor de bosta para atiçar o fogo. E nem ele tinha acabado de falar quando cheguei a S. Francisco da Califórnia. Nenhum país ainda era comunista ou socialista, porque querem ter dinheiro para poderem distribuir, e sem um sistema produtivo, capitalista, é impossível.A população por lá não diz Xangai... Diz Xingai ! Xingai! Assim como os japoneses já disseram Banzai. Banzai...  Estão paus da vida. Meia duzia de ricos e o resto que são bilhões todos pobres ganhando 50 dólares por mês. 


Estava me perguntando porque a volta ao mundo é sempre no Hemisfério norte sem passar pela metade debaixo do planeta Terra, que nem é de baixo (mania que têm de representar o planeta sempre com o pólo norte para cima) quando olhei o relógio... Nossa... Tinham passado mais de sete minutos. Assim voltei logo a Londres e de lá voltei ao Brasil. 

Mesmo em cima da hora, vi passar uma bala perdida, li as notícias dos jornais, e percebi que o governo está governando com a cabeça na Lua, o estômago numa cozinha de luxo, o alfaiate preparou roupas com bolsos que são alforjes para guardar a grana, que os sutiãs e calcinhas de governantes são autênticos cofres, e até as meias, e que não têm mãos a medir para capitalizar todo o centavo que podem. Perguntei-me: Mas que país é este?


E o guarda do aeroporto me disse que também não sabia, e que não adiantava perguntar, porque todos os 200.000.000 de habitantes se perguntavam o mesmo. Olhei o relógio: Oito minutos cravados. Peguei meu velho PC, liguei na Net e li: Governador de Minas sob vaias condecora Stédile com a medalha de Tiradentes. Acho que foi só para irritar. Peguei a foto da presidente, dos presidentes do senado e da câmara, a de um pato rouco sem um dedo e uma estrelinha, adicionei uma porção de pimentas amassadas para se transformarem num pimentel, pus tudo no vaso sanitário e aliviei os meus intestinos. Depois dei descarga! Atos simbólicos são assim! Cada um caga no que quer.




® Rui Rodrigues

terça-feira, 21 de abril de 2015

Quando fui o gerente do Paraíso



Quando um dia me chamaram para ser chefe do Paraíso, deram-me as chaves e as instruções. Musica clássica todos os dias durante o dia todo. Nunca houve problema até por volta de 1920, quando começaram a chegar os primeiros daquela década...

Um belo dia, entre uma música e outra, ouviu-se alguém elevar a voz e perguntar:

= E vai ser só musica clássica? Não vai ter Lindy Hop?

E outra voz se elevou, e como a cada década morre mais gente que na década anterior, já eram muitos os que queriam escutar lindy hop em vez de musica clássica. Resolvi então dividir o dia em duas partes: Lindy hop pela tarde, e clássica  pela manhã...

Mas depois chegaram os da década de 30, 40, e quando chegaram os de 50, foi um rebuliço, porque tínhamos que ouvir muitos tipos de música... E aquele rock era de matar!...

Até que chegou o chefão e mandou desligar a vitrola celestial. o Paraíso tinha virado um inferno. Mas não foi por causa dos gêneros de musica... Foi pela dissidência entre os condôminos, cada um querendo a sua, segundo o chefe, mas para mim foi porque o chefão já não aguentava tanto barulho e não podia continuar dormindo como parece estar desde o big-bang...

Por aqui a musica que vem de palácio é sempre a mesma coisa, que mais parece o roer de ratos, ratazanas, roedores de todos os tipos, incluindo uma anta gigantesca que é quem abre os pacotes de papel impresso, e notificado, devidamente pelo tesouro nacional.

® Rui Rodrigues