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terça-feira, 21 de abril de 2015

Tadinha... Ela tem 84 aninhos, virou neném...




Dona Ruth Moreira se indigna com Dilma e pergunta onde está a Maçonaria, o Rotary, o Lyons, a CNBB, a OAB... Vou tentar explicar da forma mais simples...

O Brasil é uma grande nação, rica, que paga impostos muito altos, juros exorbitantes e que vive sempre na merda...Quem explora?
Desde 1822 são sempre os mesmos: Os que podem... O que impressiona são duas coisas:
- O discurso político
- A realidade.
A realidade sempre foi a mesma e o povo sempre soube que era explorado e convivia muito bem com isso. Poucos reclamavam desde 1822.
O discurso político é que mudou...Desde Lula tem sido de promessas de paraíso para ganhar votos, mas que, em vez de pelo menos ficar como antes, ficou pior...
Assim, dona Ruthinha, minha doce senhora, o que nos irrita a todos é o abismo entre a realidade e o discurso político. Por isso que essas instituições deixam "rolar o rolo e se arrola com o rolar do rolo compressor"...
Claro que quem sabe reclama primeiro, e o povo só se dá conta depois...Mas já começamos a ir para as ruas...


® Rui Rodrigues

O planeta está ficando muito apertado.


A África inteira vai criar um problemão para a Europa dos não sei quantos... É como se o morro tivesse baixado para a cidade... Por lá o morro desembarca onde é mais promissor: Itália... Desembarcar na Espanha ou em Portugal, onde seria relativamente mais perto de atravessar o oceano, não há economia que suporte...

Estamos numa fase de movimentação humana em que se houver guerras, é fazer explodir um copo que já estava transbordando...

Já lá se vão os tempos em que os companheiros de Lucy saíram da fossa de Olduvai perto do Kenya e atravessaram para o Oriente Médio, a pé, pelo pequeno braço de mar que se abriu, e não encontraram ninguém... Eram os primeiros hominídeos...

Quando Cabral chegou aqui, como descendente de Lucy, encontram outros descendentes de Lucy que tinham atravessado o estreito de Behring para o Alasca e descido até a Patagônia sem também não encontrarem ninguém..


A Europa está atulhada de gente com problemas e problemas de gente...Mas farão mais proveitoso trabalho na Europa do que a Europa fez em África quando a invadiu...
Não se trata de "cá se fazem, cá se pagam", mas também não há alvíssaras para ninguém. A África se muda mais para cima. Sai debaixo ! 

Te cuida Frankfurt 


Por aqui, nada como ver o dia amanhecer. É como observar o nosso próprio parto, ao sairmos da escuridão e vermos a luz deslumbrante do sol, a vida se agitando em sons, cores, brisas, cheiros e afagos...
Mas em vez de chorar, vou tomar um café quente... O Planeta está ficando muito apertado.


® Rui Rodrigues 

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Assim Falou Zaratustra de lagostas, jamón e escargots


Pode ir ouvindo a musica, prezado leitor.

Ouvi por aí que é injusto que uns comam lagosta, caviar, escargots, e outros não.
Também acho!... Não ando comendo nada disso atualmente. Até acho bom que assim as lagostas, os esturjões, os caracóis se livram da extinção. O que não pode, nesse caso de intransigência e descriminação seletiva, é vivermos num capitalismo selvagem ou num comunismo irritante, e só ricos - num regime - ou chefes - no outro, comerem dessas iguarias que sempre me lembram também o "foie-gras"., as coquilles Saint Jacques, jamón...
Aprendi desde pequeno que uns podem umas coisas e outros não, e que para todos poderem tudo que os outros podem, têm que trabalhar muito, estudar muito.
Da mesma forma nem todo mundo pode ser doutor, porque com ou sem dinheiro, o que manda mesmo é a capacidade de cada um e a determinação pára se aplicar nos estudos. Uma forma de todos sermos doutores, é "facilitar" a obtenção de diplomas, quer seja porque se compram com dinheiro num sistema capitalista, ou se distribuem de graça entre os correligionários militantes, facilitando os exames.
E na música, pois fiquemos com o funk que é acessível a todos, porque manter orquestras caras não é possível porque não sobraria dinheiro para desviar das verbas e distribuir pelos cumpanheros...
Aprender a conviver com as diferenças, é uma linha reta em dois sentidos: Precisamos aprender a conviver com quem honestamente conseguiu ter o suficiente para comer as iguarias acima, ter um diploma válido em universidade credível, e ouvir musica clássica. E quem não pode tem que se habituar a lidar e conviver com os que podem.

Assim falou Zaratustra.

® Rui Rodrigues


NOVA REVISÃO ORTOGRÁFICA URGENTEMENTE NECESSÁRIA



Ás Academias de Letras do Brasil, Portugal, Angola, aos países lusófonos... Aos Ministérios da Educação, aos escritores, linguistas, puristas, etc...
Por favor, revisem nossa gramática, nossa escrita...Nos tempos modernos termos de bater em duas teclas para escrever uma letra apenas com acento, é uma constatação que nossa língua evolui muito devagar... Por outro lado, ter mais letras umas com acentos e outras sem, é outra dor na alma, nos dedos e nos relógios... E como tempo é dinheiro, nos bolsos também...

E olhem que já evoluímos bastante...Mas não - ainda - o suficiente!


® Rui Rodrigues 

domingo, 19 de abril de 2015

As novas filosofias políticas do século XXI



Não as há!

Podemos percorrer a NET inteira, esperar em portas de livrarias ou visitá-las todas as semanas, meses a fio esperando por uma nova filosofia política, que não há nada nem haverá tão cedo para mostrar. Existe sim a Democracia Participativa como “novidade”, mas essa foi a primeira a ser descoberta na Grécia, há mais de 3.000 anos, e foi derrubada pela Democracia Representativa pelos sofistas. Hoje existem muitas interpretações do que seja uma Democracia Participativa, mas apenas uma é verdadeira, completa, total [1]. Todas as demais interpõem entre os poderes e os cidadãos algum tipo de filtro, tampão ou intérprete que acaba por controlar os cidadãos. É muito difícil que a humanidade se habitue e cultue a pureza das instituições, porque no fundo todos nós queremos uma compensação pelo trabalho prestado ou tirar partido do poder, em maior ou menor grau, e acabamos por conspurcar as instituições ao longo do tempo. O que se passa na Venezuela, em Cuba, no Brasil, na Bolívia, e em alguns países africanos incluindo Angola, na China, na Rússia, é uma divagação sonhadora e distorcida do que é democracia. A ONU já é uma instituição falida que não pode nem tem condições de impor a sua moral e a sua ética, que se supunha ter, e levá-la a esses países. O mundo mudou muito nos últimos trinta anos ou pouco mais. O que aconteceu?


O que aconteceu devemos a Gutenberg, às árvores e posteriormente a Tesla e Marconi. Já mais recentemente, o devemos à Microsoft, à Aple e a Zuckerberg e a todos os economistas que conseguiram amainar a economia mundial a ponto de uma enorme porcentagem dela já ter seus celulares, computadores e outros artefatos de comunicação. Nenhum filósofo participou destas iniciativas. Todos técnicos. A Gutenberg porque inventou a “imprensa” e espalhou o conhecimento pelas classes menos privilegiadas barateando o custo dos livros que imprimia. Como a Bíblia era o livro mais procurado, foi esse mesmo que imprimiu primeiro. Provocou a divisão da Igreja Católica numa miríade de outras igrejas às custas de muita polpa de papel fabricado às custas da derrubada de árvores. Logo apareceu a imprensa escrita, apareceram os jornais, os grandes linotipos, e qualquer operário poderia ler os jornais e revistas, se soubesse ler. Quem não sabia ler, teve que esperar alguns séculos até que Tesla e Marconi dessem sua contribuição para a imprensa falada através do Rádio. 


Agora o mundo inteiro ouvia notícias pelas rádios em Ondas curtas, ondas longas, de todos os lugares do planeta. Surgiram os telefones para que em cada lar se trocassem informações com outros lares. E daí que foi um passo para a Televisão. Os jornalistas começaram a ter a importância que hoje lhes damos e a que fazem jus. E não tivemos que esperar muito tempo até que qualquer um de nós, sem sermos donos de nenhuma linotipo, sem termos sequer um telégrafo, uma rede de televisão ou donos de jornal, pudéssemos passar a transmitir nossas próprias noticias com o uso de computadores usando programas da Microsoft, a rede Net de Zuckerberg.


Sem nada mais se poder esconder de ninguém, o que esperar das mentiras que governos nos costumavam pregar? Impossível. Um povo tem que ser muito idiota para sustentar e apoiar um governo que lhe mente, estando a par das notícias a cada segundo e sabendo o que acontece. Dizer: Não sabia de nada, não convence ninguém se tudo indica o contrário. E foi assim que as filosofias que esquentavam as conversas diárias e os noticiários, começaram a perder a importância. O muro de Berlim caiu sem um tiro, e enquanto a revolução comunista russa tinha causado milhões de mortos enquanto durou, não se deu um só tiro por lá depois que Gorbachev escreveu seu livro “Perestroika”. Seguiu-lhe a China, e de um pouco mais de cem países que haviam escolhido o comunismo, não resta nenhum. Os regimes que ainda duram, como em Angola, Rússia, China, Cuba, Coréia do Norte, já não são comunistas. São uma perpetuação do poder porque seus líderes temem largá-lo por dois motivos: Dá-lhes conforto de todos os tipos, e se saírem às ruas temem ser caçados por algum “sniper” rancoroso. Não se vê mais nenhum Jean Paul Sartre distribuindo panfletos em portas de fábricas, os lideres sindicais já não vão para as portas de fábricas gritar por greves. Lula como sindicalista hoje não valeria um centavo e seria apenas um operário sem dedo vivendo do sistema de assistência social. Na Europa todos os governos “socialistas” vão entre mal, muito mal e pior em termos de economia. 



O que aconteceu afinal com as filosofias políticas?

Com a informação disponível de forma instantânea, já não há ser humano no mundo que não saiba que uma pátria precisa de dinheiro para ser distribuído. Esse dinheiro só pode ser obtido com todo mundo trabalhando e pagando impostos. Para isso é preciso economia forte, honesta, planejamento de recursos, cumprimento de leis, bons serviços sociais, liberdade de expressão geral e total. Isso não se consegue com ditaduras nem com oligarquias no poder, e o povo deve ser “ouvido” e atendido da mesma forma que se fazem pesquisas para eleições. 
Em republiquetas sul-americanas de faz de conta, ouve-se o povo nas ruas mas não se atende o que o povo quer, porque nada funciona, os governos se locupletam numa associação de partidos políticos onde cada um se aproveita do dinheiro dos impostos como pode segundo graus de hierarquia “partidária”. Esta hierarquia partidária se vê até, de forma gritante, nos tempos de propaganda em eleições. Ao partido do governo maior tempo, até o partido de menor expressão que só tem tempo para dizer ‘”Eu sou...meu numero é...” e isso é tudo o que se precisa para votar nele. Como piada não tem a menor graça. Os políticos passam o tempo todo discutindo distribuição de verbas, novas leis que alteram as anteriores, distribuição de cargos, e são aos quinhentos, aos milhares, 39 ministérios, verbas de representação, têm casas em vários estados, secretários, são uma “co-nação” dentro de outra nação, a co-nação mandando na nação. Com um detalhe: Ninguém sabe de nada do que se passa por lá nem por aqui nem por lugar nenhum onde mandam. Sempre com falas mansas e educadas, polidas, para mostrarem que são mais inteligentes do que o povo que exploram.



O que sobra para a filosofia senão ser ensinada como história nas cadeiras das universidades, e mesmo assim, só para quem seguir a profissão de filósofo. Mas já não formam opinião. Para quê? Ninguém “lá em cima” escuta... Dos políticos, a esta hora devem estar todos ou contando dinheiro em suas casas, ou guardando-o em cofres. Como é muito dinheiro, arranjam uns laranjas para guardar parte dele. Mas...E se os laranjas resolverem se apoderar do dinheiro? Bem... Para isso têm que ter uns seguranças especiais.  De onde vêm esses seguranças, daqueles que há sempre um que chama a atenção e sobre o qual sempre atiram, quando atiram, enquanto os que levam os diamantes e ouros, e dólares, vão disfarçados de gente comum? A Polícia Federal deve saber quem “faz bico”. Aperta que gemem.



® Rui Rodrigues

A maldição do tempo...





O paradoxo das viagens no tempo se traduz numa frase: Se as viagens ao passado fossem possíveis, poderíamos matar nossos pais antes de termos nascido. É usada na física e na cosmologia para demonstrar o que parece ser uma impossibilidade, um contra-senso. Alguns cientistas dizem que será possível viajar no tempo. Outros dizem que não e outros ainda dizem que o tempo não existe: É apenas uma convenção, um artifício para medir velocidades. Einstein provou que tempo e espaço são inseparáveis, e que quando um diminui o outro se “ajeita” e aumenta. Mas nunca se soube o que realmente é.

Segundo uma nova teoria em andamento e apreciação numa revista de ciência, a idéia de “universos paralelos” é altamente improvável. O que existem são “fatias” de tempo (até lembram os universos paralelos) que se dividem de forma infinitesimal em passado - desde o big-bang- e agora. O futuro vai sendo construído de forma infinitesimal numa sucessão infinitesimal e constante de “agoras”, o agora anterior passando a passado instantaneamente.    


Somos uma espécie viva que sonha. Outros animais também sonham, como cães e gatos, por exemplo, mas somos capazes de apostar que têm sonhos diferentes dos nossos. Refiro-me especialmente àqueles sonhos que costumamos ter quando estamos acordados. Sonhamos com a descoberta de um novo remédio, de uma fórmula mágica que nos faça emagrecer sem fazer exercícios físicos e sem parar de comer, e principalmente sonhamos em viajar no tempo. Fazer visitas ao passado para sabermos detalhes de alguns fatos, ou sabermos o que acontecerá no futuro. A maldição do tempo é muito mais do que esta impossibilidade – até agora – de nos movimentarmos no tempo, logo nós que já descobrimos automóveis, navios, aviões e foguetes para nos levarem mais rápido em nossas viagens no tempo. Viajando a pé demoraríamos uma eternidade e a alguns lugares nem chegaríamos durante toda a nossa vida. A maldição do tempo é que aparentemente nem o podemos controlar, fazer com que “corra” mais depressa ou mais devagar. O tempo nos mostra como somos impotentes e frágeis e o quanto dependemos dele para viver. Parece que estamos inexoravelmente confinados num cofre chamado tempo, embora possamos ir onde quisermos por mais difícil que pareça a viagem. E ninguém sabe o que é o tempo. Quer dizer... Não se sabia o que era, como era, nem onde estava “escondido” neste imenso universo. Então tentei descobrir.


Ao subir uma montanha, o tempo me acompanha. Quando desço ao vale de um rio, o tempo me acompanha. E quando vou para Norte, para Sul, Este, Oeste, ou vôo num avião em Ângulo de 45 graus, ou desço ou subo em qualquer ângulo em qualquer direção. Ou seja, a partir de um ponto qualquer do espaço o tempo “irradia” em todas as direções, mesmo que eu esteja parado. Irradia de qualquer ponto do universo em qualquer direção. Só há uma coisa que irradia dessa mesma forma em todo o Universo: A energia escura que o faz inflar a uma “certa” velocidade, velocidade esta conhecida como “constante de Huble” [1]. O tempo deve estar, então, associado de qualquer forma à energia escura. Parece uma maldição da qual não podemos escapar, por um lado, mas vendo a vida de forma positiva, não fosse o tempo não existiríamos!



E porque razões gostaríamos de voltar no tempo ou visitar o futuro?

Voltarmos ao passado, ainda que mais “distante” no tempo, seria excelente para historiadores, cosmólogos, biólogos e saudosistas das épocas do passado. Muitos de nós visitaríamos as casas de nossos pais, avós, e poderíamos até mudar o futuro, ou seja, o presente... Irmos ao futuro é o sonho de doentes incuráveis, caçadores de tesouros daqueles que gostariam de acertar em loterias. E sempre há quem creia que pode falar com os mortos. Será tudo isto possível?

Parece que não.

Podemos viajar até um lugar do espaço-tempo, nas zonas mais escuras do cosmos, onde a influência da gravidade é menor, e esperar uns tempos por lá. O tempo lá corre mais depressa, de modo que quando voltarmos, o resto do Universo estará ainda num tempo anterior, mas perderemos o mesmo tempo voltando e quando chegarmos estaremos no mesmo tempo deles. Poderíamos obter o mesmo efeito sem necessidade de viajarmos tão longe, expandindo o espaço-tempo por aqui, mas o efeito na volta seria o mesmo. Voltaríamos no tempo deles e ainda teríamos perdido o nosso tempo.

Também podemos ir até perto de um buraco negro e esperar lá, onde o tempo corre mais devagar... O resto do mundo estaria no futuro. E teríamos perdido o passado. Parece impossível estarmos no presente tendo ido ao futuro ou ao passado sem perdermos a “transição” do passado para o presente ou do futuro para o presente. Falar com os mortos que já ficaram estáticos num determinado momento é fisicamente impossível, mas cada um arranja sempre um jeito de fazer mágica. Até já conseguiram escamotear aviões e voltarem a reaparecer, com uma meia dúzia de gestos e muita musica de tchan-tchan-tchanchanchan.

A “maldição do tempo” só nos permite lembranças do passado, quer pela memória, quer por fotos, escritos e filmes, e, com a ajuda de um telescópio, ver o passado “dos outros” – corpos inanimados ou vivos em planetas - através dos raios de luz que tiveram de percorrer uma distância muito grande e só agora estão chegando por aqui. Ver o futuro, nem pensar, porque não há raios de luz chegando de lá.

Mas evidentemente, isto é tudo e apenas uma opinião. Tomara que esteja eu errado aqui na Terra, e tudo certo lá nos céus, que nem sabemos o que os “céus” querem, porque nada nos dizem. Temos que decifrar os céus e cada um os decifra como imagina. E são tantos os céus espalhados por este mundo, que fica difícil saber em qual acreditar. Nenhum parece ser único.No entanto se pudessemos comprimir suficientemente o espaço, ou estendê-lo no entorno de uma nave...Quem sabe?Ah..A Teoria a que me referi sobre o tempo é minha e aguardo apreciação da revista. 


® Rui Rodrigues    






[1] Constante de Huble = Ho = 74,3 ± 3% km/s Mpc-1 . Cada Megaparsec (Mpc) equivale a 3.086 x 1019 km.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Crônicas do Peró - Batalhas de tempestades e ventos


As nuvens vieram do sul... São cinza-azuladas, cinza-azuladas-escuras, quase negras, outras claras... Vêm em alta velocidade, taparam o por do sol, a noite vai chegar mais cedo e molhada, encharcada... As ultimas gaivotas já se recolheram a terra firme, sinal que haverá tempestade no mar, na praia... As duas lâmpadas dos postes de iluminação aqui da rua já se acenderam.
Mas ficaram como que estagnadas quase na vertical de onde estou, agora de uma cor só, cinza-chumbo-azulado, provavelmente extasiadas com a beleza do mar, da praia e das ilhas em frente. Mas talvez não seja por isso. O vento mais quente que sopra do mar como brisa, deve estar travando uma batalha pelos céus do Peró...
Talvez sobrem alguns pingos por aqui para rejuvenescer a esturricada vegetação do lugar. Semana passada alguém pode ter ateado fogo à reserva das dunas do Peró que queimou quase por completo. Eu tinha saído para Cabo frio. Quando cheguei a estrada estava interrompida por uma viatura da polícia. Ainda deu para ver as ultimas brasas da vegetação junto á rua da divisa deste loteamento com a mata.
Meu filho e minha neta viram o cadáver de uma ave apanhada pelo fogo, domingo passado. Não duvido que o fogo tenha sido criminoso. Sem vegetação nem vida, não haverá o que preservar da APA do Pau Brasil..
E em cinco minutos, o céu azul desapareceu. Agora tudo é cinza, espero raios, trovões, chuva a cântaros...E se houvesse movimentos de rua nos céus, as balas não seriam de borracha mas de granizo, e os canhões não seriam de água, mas de aguaceiros torrenciais de afogar mergulhador experiente. Em nosso país, que é uma democracia, manda quem pode e quem não pode se sacode como em qualquer ditadura.  


® Rui Rodrigues

Coisas que não interessam mas das quais é bom falar...





Meus filhos, um casal, tanto aprenderam com a mãe, quanto com o pai, com os amigos, amigas, vizinhos, na escola, nas universidades, no trabalho... Tenho orgulho dos dois, os únicos que tenho. Já tenho orgulho de minha neta e continuarei tendo. Tenho certeza.

Um dia minha filha surpreendeu a mim e á mãe, com uma frase definitiva que jamais precisou repetir:

- "Eu cozinha" !... Tinha mais ou menos uns três anos e quis dizer que não queria ajuda, porque ela faria sozinha o que estava tentando fazer, nem que tivesse de descobrir - por ela mesma - como se fazia.

Eu cozinho!.. Estou exatamente na mesma, embora tenha pedido a ajuda dela. E já me ajudou bastante, pegando meu texto em inglês, descobrindo que só tinha um erro em 11 páginas, e transformando em PDF que eu não tenho. Para enviar para revista Science.

Meu artigo para a Science foi enviado assim, à "trouxa-mouxa" por ser imperioso que a enviasse com a intenção de ser o primeiro a chegar a algum lugar do qual estou certo, mas que preciso da conivência da revista para confirmar: a existência de celulas de espaço tempo.... E aqui estou, arrumando a "apresentação" porque o texto está em sua forma definitiva, não me arrependo de nada e nada tenho a revisar, tão seguro estou do que fiz, Passei mais de cinco anos revisando ideias com meu travesseiro, meus copos de vinho e minhas muitas noites insones. È justo que venha a ser reconhecido como o primeiro a falar sobre isso. 



Ou seja, o artigo já foi, tem que ser mantido confidencial, mas precisa de revisões, numeração de imagens agregadas, uso de textos ASCII, XTML, e uma porção de exigências que tenho que aprender rapidamente num curso pessoal na base do eu "cozinho"....

Ah !.... Mas creio que poucos sabem como é bom esse hábito do "eu cozinho"... Isso cria uma porção de "primeiras vezes" em nossa vida, que jamais podemos esquecer...

Um beijão para você, Maibi Vieira Rodrigues​, e outro para você Beto Rodrigues​. Da minha parte, grato mamãe Maíra Vieira​... Sem esquecer a Vó Suzana!


® Rui Rodrigues 


PS -  Na madrugada deste mesmo dia, recebi o seguinte e-mail da Science:



"Manuscript Title: "How dark matter, dark energy & time are confined in space-time cells that inflates and reproduces themselves continuously."
Author: Rodrigues
Manuscript Number: aaa4527
Dear Dr. Rodrigues:
Thank you for your submission to Science. We have successfully received your Letter.
You can see the status of your manuscript at any time by logging into your account at the Science Journals Submission and Information Portal athttps://cts.sciencemag.org. Your manuscript number is noted above. Your manuscript is now undergoing an initial screening to determine whether it will be sent for in-depth review. If the manuscript is sent to review, its status will change to "To Review".
We encourage you to login and link your account to your ORCID ID, an identifier that facilitates correct attribution of your publications. To learn more about ORCID or to obtain an ORCID ID, visit their site at: http://orcid.org.

Sincerely,
The Editors
Science "

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Um ponto sobre uma reta, sobre... (se gostar de astronomia)



Nada neste universo nem em outro qualquer se pode construir alguma coisa, seja o que for, até um outro universo, se não houver pelo menos um ponto. 

Mas um ponto só, não é suficiente. É muito pouca coisa, porque universos costumam ser muito grandes, cheios de volumes. Então precisamos também de pelo menos mais um ponto para se fazer uma reta, e muitos outros, para fazerem uma infinidade de conjuntos de retas, fazendo elas mesmas, cheias de pontos, uma infinidade de superfícies. 

E as superfícies, unidas, fazem volumes. Uma imensidão de volumes. Agora já podemos imaginar como se fazem universos enormes, infinitos e até qualquer criancinha pode fazer seus universos, ou pelo menos imaginá-los.

 Podem pintá-los de qualquer cor, sempre com muitas estrelas, um sol, e um planeta onde os elefantes não estejam em circos nem leões em jaulas, nem pássaros em gaiolas. E muito menos ninguém mandando em ninguém com policiais de cassetetes, balas de borracha e balas perdidas, canhões de água e bombas atômicas. Qualquer criancinha se pergunta quem foi que fez o mundo desse jeito que sempre tem alguém com força mandando nos outros para começar uma desordem, a título de impor a ordem. Os pontos dos “ii” não deveriam ser os mesmos para determinar um ponto final ou um ponto parágrafo. São essencialmente diferentes, e a única coisa em comum é circulo feito de uma reta só que de tão pequena e redonda, virou um ponto. Um ponto é um círculo infinito extremamente comprimido até virar um ponto. Já um Universo parece ser um ponto que saiu do papel para o espaço e se transformou numa esfera imensa, universal, cheia de pontos, retas, superfícies e volumes.   

Há um universo em cada ponto que escrevemos. Pelo menos é o que vemos ao microscópio. Estão cheios de poeira, há micróbios neles, e isso nos deixa uma pergunta: Pode um universo ser plano – como uma folha de papel - e ter coisas volumosas sobre ele? Poderíamos dizer que essas coisas volumosas não pertenceriam a esse universo tão plano e fino como uma folha de papel? 

Ou então, quem sabe, nós e os volumes, que como sabemos somos parte de um universo plano aparentamos ter volume porque o tempo se expande dando essa impressão (de volume). Afinal, tempo e espaço unidos têm essa mesma propriedade: Quando o tempo se expande, o espaço encurta. Quando o espaço se expande, o tempo encurta, como se um se transformasse no outro.

Qualquer físico ou astrônomo dirá que isto é um absurdo. Como seria possível que todos vivêssemos num universo plano, bem na sua superfície, onde o tempo fosse comum a todo o Universo – O passado ficaria no "interior" do universo como se fosse uma folha de papel– e o futuro se construísse na medida em que o “agora” evoluisse segundo a segundo na superfície externa, “avolumando-se” no correr do tempo em expansão para o futuro?

Claro que este nosso universo não poderia ser assim. Daria encrenca. Eu mesmo reconheço que não poderia. Nenhuma hipótese, mas daria um ótimo filme de ficção científica. Idas ao futuro somente na velocidade do tempo, porque o “agora” ainda não se teria expandido para o futuro... E viajar ao passado... Sem hipótese! O passado estaria confinado num plano tão fino como uma folha de papel em apenas três dimensões, e nós,  somos “volumosos” com quatro dimensões.

® Rui Rodrigues.





Baboseiras e outras virgindades mentais do estouro de manada.





Virgindade é algo assim como “estar pronto para a primeira vez sem a ter tido ainda”. Assim, qualquer notícia, arte, lei, novidade ou ato sexual pela primeira vez, é uma virgindade desflorada. Muito já se falou sobre o que é a virgindade, seus méritos e deméritos.  O maior demérito da virgindade é a falta de experiência. O maior mérito é uma pretensão: Ser o primeiro a deflorar!... E há quem pense que isto é um mérito do deflorador. Mas que mérito pode ter um deflorador se deflora algo que não tem experiência?

Deixemos então de lado este aspecto perturbador da defloração seja do que for, e passemos adiante.

Dilma é uma meretriz da defloração de idéias já defloradas e renegadas pelas comunidades internacionais, até as mais pobres e necessitadas. Ela e seu “arrebanhado” cartel de “pensadores” e ‘formadores de opinião” do que já foi comprovadamente prostituído como por exemplo, as idéias comunistas e o modo de atuar dessa filosofia que, mais do que decadente, já tem as asas negras dos anjos decaídos. Filosofia falida que atualmente se esconde sob o idealismo fantasma do “socialismo”. Ao verem o comunismo falido, as comunidades internacionais se voltaram para o socialismo como tábua de salvação da utopia da igualdade de direitos, de oportunidades, como se bastasse para este mundo, que, mesmo sem mérito se tenha direito a ocupar lugar de quem o tem. Por concurso público, tendo como julgadores do mérito dos que concorrem, gente postada para escolher como querem e não como deveriam escolher. E então, órgãos, entidades, empresas estatais, ministérios, tudo vai para a estagnação, para a nulidade, para o lixo, para a falência, porque o mérito foi descuidado, embora por breves instantes, alguns “coitados incompetentes” tenham sido beneficiados. Mas quem tem culpa de ser coitado e incompetente? Aparentemente é o estado. Aparentemente é o indivíduo que gastou dinheiro em outras coisas e não deu importância à educação dos filhos. Outros dizem que a culpa foi dos filhos que não quiseram estudar. Há muito para deflorar nesta vida. Deflorar é um ato de culpa. Ou de se culpar, ou de culpar o que não se relaciona conosco. Foi por isso que Dilma disse que o culpado da corrupção na Petrobrás foi o Fernando Henrique Cardoso. A incompetência sempre deflora a virgindade da competência, por ser exata e completamente incompetente. Há quem vá à escola e jamais deflore sua ignorância, mesmo tendo diploma.

Foi então que, mesmo os estudiosos avisando à volta do planeta que faltaria água, os ineptos do governo, eleitos por “popularidade” e não por competência, resolveram esquecer esse problema porque não era “urgente”. Com os olhos tapados por aquelas máscaras de beleza, e o cérebro enrolado por cabelos cheios de “bobs”, nada virgens de “mis-en-plis”, por serem de freqüente uso quando a mamãe lhes pagava os estudos e bobice, não puderam enxergar a urgência que caiu como um meteoro: Faltou água no Brasil, o custo da energia subiu, e se usou o diesel que vem do craqueamento de óleo estrangeiro e não da nossa orgulhosa pré-salinidade. Foi o caos, foi a pedra e o pau, que nem as águas de março fechando o Verão conseguiram solucionar.

Estamos sem água. O estouro da manada é eminente, e porquê? Porque até as estações de televisão apregoam a todo instante: A solução é economizar água... Com aquele tom apocalíptico segundo o qual para qualquer catástrofe desse tipo, jamais haverá solução... O que querem? Que as populações, por falta de água saiam das cidades e vão repovoar campos secos, florestas, até a da Tijuca? Porque não dizem que a culpa foi do governo por não se preparar para a falta, e que a solução é buscar novas fontes de água, como por exemplo, usar a do mar oceano?

Quando o governo é incompetente, os serviços do estado passam a ser efetuados pelas populações, mas os impostos não diminuem por isso, nem a pesar disso. Os políticos têm muitas criancinhas para amamentar. A população se vira nos trinta.



A boiada está prestes a estourar. Usarão bandeiras verdes, amarelas, e todas as poucas vermelhas que ainda se encontram por aí. Quem não entende, como na Venezuela, diz que a culpa é dos “comerciantes”, dos supermercados e das industrias... Mas quem entende sabe que a culpa é de quem aumenta os insumos básicos, imprescindíveis: Energia elétrica, impostos, água e combustíveis por parte do governo... Então, como isso gera inflação, o dólar “sobe”. Não, não sobe... É o real que desce por causa da inflação... E o governo diz então para se defender, mentindo: A culpa é do Dólar!!!!

E lá para os lados da Alemoa de Santos, disseram na mídia que o ar não preocupa com o incêndio dos tanques... E os peixes morrem nos rios até Cubatão... Quem não entende, aceita! Quem está interessado em não levantar marolas, apregoa. Os outros fazem parte da manada.

O estouro da manada é eminente!


® Rui Rodrigues 

sábado, 4 de abril de 2015

Viajando com tintas e algo estranho que ninguém sabe o que é





A velha tia falecera há pouco. Tinha sido como uma mãe por cerca de 11 anos que passaram rápido para gente madura e mais rápido ainda para idosos como eu, mas que custam a passar para crianças de seis anos. Fora como uma mãe, mas ele tivera oportunidade de conhecer mães, dos outros, muito melhores. Não tinham raivas no coração, muito menos das que não se sabem de onde vêm, assim sem razões, crianças objeto de descarrego e alivio de tensões. Não lhe foi ingrato, apenas a esqueceu. Como quem pinta uma esfera num quadro tornando-a num círculo. Falta-lhe uma dimensão. E sempre que lhe voltava a vontade de pintar o passado, era sempre o elétrico amarelo, um par de professores alguns familiares e amigos que sobressaíam na tela onde o circulo do tempo já fora pintado com casas de telhados vermelhos em adoração ao velho castelo de pedra, um holocausto de gente bem intencionada que se matou uns aos outros a pedradas e facadas porque ainda não havia canhões contra os quais se marchar.

Se fosse poesia daria um berro, mas em prosa pintada, preferia a mistura de cores fortes sob o frio invernal de uma paisagem coberta de neve. Tudo branco lá fora, interior aquecido com uma broa de milho, uma sardinha em cima e um copo de vinho com uma ou duas azeitonas. Era-lhe o bastante para pintar sobre o tal círculo que era na verdade uma esfera com luz em três dimensões mais o tal do tempo, cor e sombras, e muitas imagens a preto e branco, casas e paisagens sempre largadas para nunca mais, em breves vidas vividas entre um salto e outro sobre oceanos que rasgaram o tempo, separando-o em tantas partes quantas vidas parecia ter vivido. A tela é que só tinha duas dimensões mais o tal do tempo. A espessura da tinta não contava como dimensão extra.


Anita, sua pequena cabra e duas amigas, crianças ainda impúberes, mostraram-lhe pela primeira vez como eram exatamente as diferenças entre umas crianças que usavam calções e as que usavam vestidinhos de chita, não tinha ele nem quatro primaveras completas, mas que o fez sentir como se já tivesse quatro outonos, o que lhe fizera grande diferença no viver. Passou a querer crescer mais rápido ainda. E ei-lo às voltas com uma moça que, como era hábito e moda, passou a visitar ás escondidas em seu leito, quando já mais dez verões se haviam passado. Era-lhe tão prazeroso que emagreceu, suas notas no colégio baixaram um pouco, na relação inversa de sua alegria de viver. Passou a querer experimentar todas, a ter dessa infinidade de prazeres que as púberes lhe davam, cada uma tão diferente da outra quantos fossem os tipos de cabelos, cor de olhos, tipos de lábios, de sorrisos, de afagos, de suspiros. E o mundo ficou mais belo.  Por pouco tempo, dois anos de verão mesmo no inverno. Depois foi o oceano, desta vez de água azul, não de terras marrons, montanhas e verdes pastos a bordo de um combóio fumegante matraqueando junções de trilhos afastadas pelo frio do inverno como no passado fora. Daquela outra vez foi de silencioso navio branco cheio de janelas que só viu na partida e na chegada do outro lado do oceano, sem fados. Passou a sambar.

Assim como quem planta jovens mudas em pródiga terra, assim plantou o que de melhor tinha de si mesmo, e embora tenha colhido alguns cardos, nunca teve que colher espinhos porque nunca lhe cresceram nem em primaveras, nem verões nem desde o outono do ano passado até este e ainda espera por bastantes outonos pela frente. Ainda há o que se aproveite para pintar, embora não acredite que terá a quem o mostrar quando novamente se fizer ao mar sem ser azul, nem a bordo de comboios nem de navios nem em aviões em que tanto voou, que ainda se lembra até hoje do que são nuvens vistas pelo de cima, reflexos ondulados de sol em oceanos brilhantes, roncos de motores doentes que quase faleceram. Se lhe perguntassem onde vivia e de que mais havia gostado, se elevaria aos céus, sairia do planeta, e apontando seu dedo para baixo diria sorridente: Está tudo ali.. E na direção de seu dedo haveria uma tela ainda para pintar. E não veria nuvens. Veria uma pintura com um círculo que era uma esfera, um elétrico amarelo cheio de gente dentro, e paisagens de pradarias imensas, planas, com ovelhas, vacas, cavalos e um chimarrão quente antes do churrasco do almoço num dia de noivado, três amadas crianças que passam por sua vida das quais uma ainda cresce. 


Não se pergunta porque os planetas são redondos e giram. Questiona-se porque tem que mudar tanto e tão rápido o que neles se abriga e é à vida ao que se refere, principalmente aquela dos primeiros anos quando se começa a aprender onde se vive sem se saber que planetas são redondos, ou mesmo se sabendo que o são, sem saber que mudam tanto e tão depressa. Pessoas são assim como ele, e quando o descobrem, começam a pintar quadros em duas dimensões embora se lembrem tão bem do que plantaram e do que colheram, que até lhes poderiam tocar. O problema são os encolher de ombros dos que não se importam e pensam que plantaram belas alfaces colhendo urtigas que tragam como se fossem morangos doces e maduros entre dormires agitados, preocupações que enrugam e secam, lágrimas que têm que ser escondidas para que não solapem a muralha com que construíram suas frágeis defesas. Há quem nem possa pintar uma tela.

Assim como comboios navios e aviões o afastaram de continentes, e assim como dos plantares uns frutificaram e outros se confundiram com a terra sem florescer, assim também ele pinta seus quadros de vez em quando sem esquecer uma cor, uma pincelada, quaisquer que sejam porque de vinhos entende, até dos mais carrascões. Diz que para viajar no tempo não precisa de maquina alguma nem de painéis de comando. Tempo é o que precisa e vontade para abrir os portais de tempo que o levam até 70 anos atrás. Nada há além disso para trás no tempo, porque algo impede que se veja. Dedicou-se então a descobrir que coisa é essa, o tempo, tão estranha, que ainda ninguém haja descoberto que tipo de pneus, motores ou naves se deveriam usar, porque nem se sabe o que o tempo é. Mas ele já sabe. O garoto já sabe. Se estiver certo, abrirá uma garrafa de bom vinho que acompanhará uma broa de milho, uma sardinha por cima com um par de azeitonas pretas, as maduras. As outras são verdes. Se não estiver certo dirão que é louco.  E como se costuma preocupar com tudo de forma suave e tranqüila, já sabe que sem se tentar, ninguém tem a oportunidade de chamar os outros de loucos. E segundo ele, há que dar essa oportunidade aos que não tentam, ou porque não quiseram arriscar ou porque não puderam por falta de condições. Eles também merecem ser felizes mesmo sem motivo real.

O quadro, esse não tem data para acabar.


® Rui Rodrigues