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domingo, 19 de abril de 2015

As novas filosofias políticas do século XXI



Não as há!

Podemos percorrer a NET inteira, esperar em portas de livrarias ou visitá-las todas as semanas, meses a fio esperando por uma nova filosofia política, que não há nada nem haverá tão cedo para mostrar. Existe sim a Democracia Participativa como “novidade”, mas essa foi a primeira a ser descoberta na Grécia, há mais de 3.000 anos, e foi derrubada pela Democracia Representativa pelos sofistas. Hoje existem muitas interpretações do que seja uma Democracia Participativa, mas apenas uma é verdadeira, completa, total [1]. Todas as demais interpõem entre os poderes e os cidadãos algum tipo de filtro, tampão ou intérprete que acaba por controlar os cidadãos. É muito difícil que a humanidade se habitue e cultue a pureza das instituições, porque no fundo todos nós queremos uma compensação pelo trabalho prestado ou tirar partido do poder, em maior ou menor grau, e acabamos por conspurcar as instituições ao longo do tempo. O que se passa na Venezuela, em Cuba, no Brasil, na Bolívia, e em alguns países africanos incluindo Angola, na China, na Rússia, é uma divagação sonhadora e distorcida do que é democracia. A ONU já é uma instituição falida que não pode nem tem condições de impor a sua moral e a sua ética, que se supunha ter, e levá-la a esses países. O mundo mudou muito nos últimos trinta anos ou pouco mais. O que aconteceu?


O que aconteceu devemos a Gutenberg, às árvores e posteriormente a Tesla e Marconi. Já mais recentemente, o devemos à Microsoft, à Aple e a Zuckerberg e a todos os economistas que conseguiram amainar a economia mundial a ponto de uma enorme porcentagem dela já ter seus celulares, computadores e outros artefatos de comunicação. Nenhum filósofo participou destas iniciativas. Todos técnicos. A Gutenberg porque inventou a “imprensa” e espalhou o conhecimento pelas classes menos privilegiadas barateando o custo dos livros que imprimia. Como a Bíblia era o livro mais procurado, foi esse mesmo que imprimiu primeiro. Provocou a divisão da Igreja Católica numa miríade de outras igrejas às custas de muita polpa de papel fabricado às custas da derrubada de árvores. Logo apareceu a imprensa escrita, apareceram os jornais, os grandes linotipos, e qualquer operário poderia ler os jornais e revistas, se soubesse ler. Quem não sabia ler, teve que esperar alguns séculos até que Tesla e Marconi dessem sua contribuição para a imprensa falada através do Rádio. 


Agora o mundo inteiro ouvia notícias pelas rádios em Ondas curtas, ondas longas, de todos os lugares do planeta. Surgiram os telefones para que em cada lar se trocassem informações com outros lares. E daí que foi um passo para a Televisão. Os jornalistas começaram a ter a importância que hoje lhes damos e a que fazem jus. E não tivemos que esperar muito tempo até que qualquer um de nós, sem sermos donos de nenhuma linotipo, sem termos sequer um telégrafo, uma rede de televisão ou donos de jornal, pudéssemos passar a transmitir nossas próprias noticias com o uso de computadores usando programas da Microsoft, a rede Net de Zuckerberg.


Sem nada mais se poder esconder de ninguém, o que esperar das mentiras que governos nos costumavam pregar? Impossível. Um povo tem que ser muito idiota para sustentar e apoiar um governo que lhe mente, estando a par das notícias a cada segundo e sabendo o que acontece. Dizer: Não sabia de nada, não convence ninguém se tudo indica o contrário. E foi assim que as filosofias que esquentavam as conversas diárias e os noticiários, começaram a perder a importância. O muro de Berlim caiu sem um tiro, e enquanto a revolução comunista russa tinha causado milhões de mortos enquanto durou, não se deu um só tiro por lá depois que Gorbachev escreveu seu livro “Perestroika”. Seguiu-lhe a China, e de um pouco mais de cem países que haviam escolhido o comunismo, não resta nenhum. Os regimes que ainda duram, como em Angola, Rússia, China, Cuba, Coréia do Norte, já não são comunistas. São uma perpetuação do poder porque seus líderes temem largá-lo por dois motivos: Dá-lhes conforto de todos os tipos, e se saírem às ruas temem ser caçados por algum “sniper” rancoroso. Não se vê mais nenhum Jean Paul Sartre distribuindo panfletos em portas de fábricas, os lideres sindicais já não vão para as portas de fábricas gritar por greves. Lula como sindicalista hoje não valeria um centavo e seria apenas um operário sem dedo vivendo do sistema de assistência social. Na Europa todos os governos “socialistas” vão entre mal, muito mal e pior em termos de economia. 



O que aconteceu afinal com as filosofias políticas?

Com a informação disponível de forma instantânea, já não há ser humano no mundo que não saiba que uma pátria precisa de dinheiro para ser distribuído. Esse dinheiro só pode ser obtido com todo mundo trabalhando e pagando impostos. Para isso é preciso economia forte, honesta, planejamento de recursos, cumprimento de leis, bons serviços sociais, liberdade de expressão geral e total. Isso não se consegue com ditaduras nem com oligarquias no poder, e o povo deve ser “ouvido” e atendido da mesma forma que se fazem pesquisas para eleições. 
Em republiquetas sul-americanas de faz de conta, ouve-se o povo nas ruas mas não se atende o que o povo quer, porque nada funciona, os governos se locupletam numa associação de partidos políticos onde cada um se aproveita do dinheiro dos impostos como pode segundo graus de hierarquia “partidária”. Esta hierarquia partidária se vê até, de forma gritante, nos tempos de propaganda em eleições. Ao partido do governo maior tempo, até o partido de menor expressão que só tem tempo para dizer ‘”Eu sou...meu numero é...” e isso é tudo o que se precisa para votar nele. Como piada não tem a menor graça. Os políticos passam o tempo todo discutindo distribuição de verbas, novas leis que alteram as anteriores, distribuição de cargos, e são aos quinhentos, aos milhares, 39 ministérios, verbas de representação, têm casas em vários estados, secretários, são uma “co-nação” dentro de outra nação, a co-nação mandando na nação. Com um detalhe: Ninguém sabe de nada do que se passa por lá nem por aqui nem por lugar nenhum onde mandam. Sempre com falas mansas e educadas, polidas, para mostrarem que são mais inteligentes do que o povo que exploram.



O que sobra para a filosofia senão ser ensinada como história nas cadeiras das universidades, e mesmo assim, só para quem seguir a profissão de filósofo. Mas já não formam opinião. Para quê? Ninguém “lá em cima” escuta... Dos políticos, a esta hora devem estar todos ou contando dinheiro em suas casas, ou guardando-o em cofres. Como é muito dinheiro, arranjam uns laranjas para guardar parte dele. Mas...E se os laranjas resolverem se apoderar do dinheiro? Bem... Para isso têm que ter uns seguranças especiais.  De onde vêm esses seguranças, daqueles que há sempre um que chama a atenção e sobre o qual sempre atiram, quando atiram, enquanto os que levam os diamantes e ouros, e dólares, vão disfarçados de gente comum? A Polícia Federal deve saber quem “faz bico”. Aperta que gemem.



® Rui Rodrigues

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