O paradoxo das viagens no
tempo se traduz numa frase: Se as viagens ao passado fossem possíveis,
poderíamos matar nossos pais antes de termos nascido. É usada na física e na
cosmologia para demonstrar o que parece ser uma impossibilidade, um
contra-senso. Alguns cientistas dizem que será possível viajar no tempo. Outros
dizem que não e outros ainda dizem que o tempo não existe: É apenas uma
convenção, um artifício para medir velocidades. Einstein provou que tempo e
espaço são inseparáveis, e que quando um diminui o outro se “ajeita” e aumenta.
Mas nunca se soube o que realmente é.
Segundo uma nova teoria em
andamento e apreciação numa revista de ciência, a idéia de “universos paralelos” é altamente
improvável. O que existem são “fatias” de tempo (até lembram os universos
paralelos) que se dividem de forma infinitesimal em passado - desde o big-bang-
e agora. O futuro vai sendo construído de forma infinitesimal numa sucessão
infinitesimal e constante de “agoras”, o agora anterior passando a passado
instantaneamente.
Somos uma espécie viva que
sonha. Outros animais também sonham, como cães e gatos, por exemplo, mas somos
capazes de apostar que têm sonhos diferentes dos nossos. Refiro-me
especialmente àqueles sonhos que costumamos ter quando estamos acordados.
Sonhamos com a descoberta de um novo remédio, de uma fórmula mágica que nos
faça emagrecer sem fazer exercícios físicos e sem parar de comer, e
principalmente sonhamos em viajar no tempo. Fazer visitas ao passado para
sabermos detalhes de alguns fatos, ou sabermos o que acontecerá no futuro. A
maldição do tempo é muito mais do que esta impossibilidade – até agora – de nos
movimentarmos no tempo, logo nós que já descobrimos automóveis, navios, aviões
e foguetes para nos levarem mais rápido em nossas viagens no tempo. Viajando a
pé demoraríamos uma eternidade e a alguns lugares nem chegaríamos durante toda
a nossa vida. A maldição do tempo é que aparentemente nem o podemos controlar,
fazer com que “corra” mais depressa ou mais devagar. O tempo nos mostra como
somos impotentes e frágeis e o quanto dependemos dele para viver. Parece que
estamos inexoravelmente confinados num cofre chamado tempo, embora possamos ir
onde quisermos por mais difícil que pareça a viagem. E ninguém sabe o que é o
tempo. Quer dizer... Não se sabia o que era, como era, nem onde estava
“escondido” neste imenso universo. Então tentei descobrir.
Ao subir uma montanha, o
tempo me acompanha. Quando desço ao vale de um rio, o tempo me acompanha. E
quando vou para Norte, para Sul, Este, Oeste, ou vôo num avião em Ângulo de 45
graus, ou desço ou subo em qualquer ângulo em qualquer direção. Ou seja, a
partir de um ponto qualquer do espaço o tempo “irradia” em todas as direções,
mesmo que eu esteja parado. Irradia de qualquer ponto do universo em qualquer
direção. Só há uma coisa que irradia dessa mesma forma em todo o Universo: A
energia escura que o faz inflar a uma “certa” velocidade, velocidade esta conhecida
como “constante de Huble” [1]. O
tempo deve estar, então, associado de qualquer forma à energia escura. Parece
uma maldição da qual não podemos escapar, por um lado, mas vendo a vida de
forma positiva, não fosse o tempo não existiríamos!
E porque razões gostaríamos
de voltar no tempo ou visitar o futuro?
Voltarmos ao passado, ainda
que mais “distante” no tempo, seria excelente para historiadores, cosmólogos,
biólogos e saudosistas das épocas do passado. Muitos de nós visitaríamos as
casas de nossos pais, avós, e poderíamos até mudar o futuro, ou seja, o
presente... Irmos ao futuro é o sonho de doentes incuráveis, caçadores de
tesouros daqueles que gostariam de acertar em loterias. E sempre há quem creia
que pode falar com os mortos. Será tudo isto possível?
Parece que não.
Podemos viajar até um lugar
do espaço-tempo, nas zonas mais escuras do cosmos, onde a influência da
gravidade é menor, e esperar uns tempos por lá. O tempo lá corre mais depressa,
de modo que quando voltarmos, o resto do Universo estará ainda num tempo
anterior, mas perderemos o mesmo tempo voltando e quando chegarmos estaremos no
mesmo tempo deles. Poderíamos obter o mesmo efeito sem necessidade de viajarmos
tão longe, expandindo o espaço-tempo por aqui, mas o efeito na volta seria o
mesmo. Voltaríamos no tempo deles e ainda teríamos perdido o nosso tempo.
Também podemos ir até perto
de um buraco negro e esperar lá, onde o tempo corre mais devagar... O resto do
mundo estaria no futuro. E teríamos perdido o passado. Parece impossível
estarmos no presente tendo ido ao futuro ou ao passado sem perdermos a “transição”
do passado para o presente ou do futuro para o presente. Falar com os mortos
que já ficaram estáticos num determinado momento é fisicamente impossível, mas
cada um arranja sempre um jeito de fazer mágica. Até já conseguiram escamotear
aviões e voltarem a reaparecer, com uma meia dúzia de gestos e muita musica de
tchan-tchan-tchanchanchan.
A “maldição do tempo” só nos
permite lembranças do passado, quer pela memória, quer por fotos, escritos e
filmes, e, com a ajuda de um telescópio, ver o passado “dos outros” – corpos
inanimados ou vivos em planetas - através dos raios de luz que tiveram de
percorrer uma distância muito grande e só agora estão chegando por aqui. Ver o
futuro, nem pensar, porque não há raios de luz chegando de lá.
Mas evidentemente, isto é
tudo e apenas uma opinião. Tomara que esteja eu errado aqui na Terra, e tudo
certo lá nos céus, que nem sabemos o que os “céus” querem, porque nada nos
dizem. Temos que decifrar os céus e cada um os decifra como imagina. E são
tantos os céus espalhados por este mundo, que fica difícil saber em qual
acreditar. Nenhum parece ser único.No entanto se pudessemos comprimir suficientemente o espaço, ou estendê-lo no entorno de uma nave...Quem sabe?Ah..A Teoria a que me referi sobre o tempo é minha e aguardo apreciação da revista.
® Rui Rodrigues
[1] Constante de Huble = Ho =
74,3 ± 3% km/s Mpc-1 . Cada Megaparsec (Mpc) equivale a 3.086
x 1019 km.
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