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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

DRAGA - Marlene Caminhoto


DRAGA
Marlene Caminhoto

E tal qual uma draga a retirar-me do peito
Os entulhos as tristezas e o lixo que removeu
Fui desnudando emoções neste meu leito
E tua figura que se delineou me comoveu
Mas o que me atraía era uma meada
De onde meu corpo sedento se envolveu
Num fio que um passado contornava
E nele esse homem aos poucos habitava
Mas o passado encantado vivido
Substituiu o desencanto do presente
E a ausência do sentido e do alento
E nessa gravidez de desejos que não mente
Foram paridos a vontade e o intento
Que nos dariam o necessário alimento
E como homem então eu passei a te ver
E como tua mulher quis infinitamente ser
E como homem eu então passei a te querer
Pouco importando se há porta ou travessão
Pouco importando com o tempo dessa atração
Despi-me do pudor e expus lhe a alma nua
E se teu desejo caminhar de encontro ao meu
Eu serei infinitamente só tua
E tu serás infinitamente só meu...

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