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segunda-feira, 18 de julho de 2016

Nem duvide... Sou um extraterrestre !




A nave espacial aterrizou direitinho entre as pernas de minha mãe e me ejaculou dentro do canal. Tive que percorrer o árduo caminho num  , e ser o primeiro a encontrar a entrada de um portal para uma nave esférica que me aguardava. Éramos muitos, milhões no inicio, mas foram ficando para trás. Logo que entrei, a porta da nave se fechou, e comecei a sofrer uma grande transformação que durou nove meses mais ou menos, cada parte minha se juntando a outra parte igual, a menos de uma parte em um bilhão. Cresci e fiquei enorme. Pensei que estava pronto, mas depois percorri o mesmo caminho de volta, pelo canal, desta vez muito devagar. Fiquei meio desorientado. Pensei que aquela nave redonda fosse o meu destino, mas não. Agora eu era uma coisa muito maior, precisava de algo que me enchesse o peito e o estomago. Sentia falta de ar, sentia fome, havia algo dentro de mim que precisava expelir. Eu precisava sair dali. Mas o que era eu?



Não lembro de nada. Passei anos, uns dois, eu acho, imitando o que os seres mais parecidos comigo me faziam. Eu ria se eles riam, chorava se eles choravam. Puro instinto de sobrevivência. Tudo eram sorrisos, afagos, carinhos, comida, roupa nova, até o dia em que veio o primeiro esporro e ai me toquei que eu tinha que começar a agradar a eles, que tantos agrados me tinham feito. Eles eram comerciantes, certamente. Tudo que me davam era para receberem em troca, porque quando eu fazia do meu jeito, me ralhavam, faziam má cara... Mas quando eu crescesse mais ainda, eles iam ver o que é bom pra tosse. Mas não me lembro de nada desse tempo. Nada. Eu queria aprender, e tudo o que eram imagens e fatos sem importância, eu desprezava. Aquele negócio de festinhas, beijos e abraços, eu nem ligava mais... Chorava pra reclamar, quando me tiravam de meu conforto. Eu também era egoísta. 



Só comecei a perceber que era um extraterrestre depois dos dois anos e até a adolescência. Foi um "pega-pra-capar", nada do que eu fazia estava de acordo com os "padrões"... Afinal das contas, eles que me ensinaram mal, ou eu que aprendi errado? Só atualmente é que percebi que somos assim... Meus pais eram extraterrestres também. Trabalhamos todos para voltarmos a nossas origens, de onde viemos, e para isso temos que evoluir, e para evoluir, há que discordar olhando sempre para a ciência a única forma de sairmos daqui ... Ou nos salvamos, ou nossos descendentes perecerão. 


A grande luta do século XXI será entre os que querem ficar neste planeta para sempre, querendo que tudo continue como está, regredindo para todos poderem caber até arrebentar pelas costuras, e os que querem partir... Um dia entrarão em acordo e uns ajudarão aos outros. A salvação está lá fora, mas tem que partir daqui de dentro, onde não cabemos todos nem tantos...     


® Rui Rodrigues





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