Panorama mundial - 2012.
Sem preâmbulos, por
desnecessários, resume-se que o crescimento da economia depende da confiança, e
que a confiança atual é negativa. A confiança é uma força tremenda, que
movimenta ou pára a economia e a tendência não é melhorar: É piorar, e isso
acarreta crises políticas. O apagar do comunismo no mundo e a tendência
neoliberal do capitalismo, auxiliado pela facilidade das comunicações através
da NET provocaram a “primavera árabe” em busca da liberdade de expressão,
saindo do jugo de velhos ditadores que se perpetuaram no governo. A humanidade
busca alternativas á ditadura financeira imposta pelos Bancos para voltar a
progredir
Síria –Turquia - Líbano
Mais de 31.000 mortos em
guerra civil. As forças armadas de Bashar Al-Assad matam mulheres e crianças.
Irã, Rússia e China apóiam o ditador sírio. Após provocações à bomba, Turquia
responde com ataques armados ao regime sírio. Atacado o Líbano por forças
sírias - que já foi recentemente ocupado pela Síria - fecha as fronteiras. Sem
hipótese qualquer conflito mundial. Quando muito poderá haver instabilidade
política nos países limítrofes com a Síria e/ou invasão desta por um ou mais
países da região. Fraca componente devido à crise econômica mundial, forte
componente de movimentos relacionados com o desejo de democracia na região.
Israel
País sempre atento às
fronteiras e países limítrofes por ter consciência do perigo que corre. É uma
questão de sobrevivência. Nos últimos tempos desenvolveu ainda mais o seu setor
de inteligência e sabe reconhecer quais os perigos sem tomar iniciativa de ações
bélicas injustificadas ou precipitadas. Atua no sentido de minimizar esses
perigos ou anulá-los.
Irã
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad mantém e reitera
declarações negando o holocausto como provocação ao mundo judeu. Há fortes
suspeitas de que esteja acumulando material radioativo para construir bombas
atômicas. Já declarou que Israel deveria ser varrida do mapa. É um perigo
potencial para a paz da humanidade. O Irã corre o risco de, num futuro muito
próximo, sofrer ação de comandos e ver suas instalações nucleares destruídas,
ou confrontar-se com uma revolução interna influenciada pela “primavera árabe”.
Não se afasta a hipótese de intervenção internacional. A dialética de
provocação iraniana faz parte de uma demonstração interna de poder que
realmente não tem. Isso é possível em países dominados por ditaduras que tentam
vedar aos cidadãos o mundo fora de suas fronteiras. No mundo de hoje países
assim, como o Irã, costumam ruir e cair na guerra civil, na medida em que o
mundo exterior se desvela através das redes sociais.
União Européia
Portugal, Grécia, Espanha, Itália, sofreram o maior impacto da crise
econômica de 2008 quer pelos altos índices de corrupção, quer por incapacidade
de seus governantes. O povo continua saindo para as ruas porque as condições de
vida se tornaram insuportáveis e pioram a cada dia. Em 20 de outubro o povo
saiu novamente para as ruas de Londres, tal como recentemente na França,
reclamando do arrocho financeiro dos governos. Não se pode imprensar o povo até
onde se quer ou é “necessário” em função de contratos aceitos pelos governos
com a CE ou a Banca Internacional. A história é pródiga em revoluções pelo
sufoco e comoção causados por governos que não têm senso do que significa
governar. Na Espanha cresce a vontade política de separação da Catalunha, do
País Basco e da Galiza. Não há previsão para o final da crise que provavelmente
não terminará antes de 2020 face à gravidade e ao rombo nos orçamentos
públicos. A diminuição da qualidade e efetividade dos serviços públicos, em
decorrência, aumentará os índices de violência a nível de governo e na vida dos
cidadãos. Retomada da emigração como na década de 1920.
Ou os bancos negociam e até "esquecem" as dívidas, marcando um novo ponto zero - porque já ganharam muito - ou a Comunidade Economica Europeia se desmantela e a crise internacional atinge níveis de calamadidade incontrolável em todo o mundo.
Ou os bancos negociam e até "esquecem" as dívidas, marcando um novo ponto zero - porque já ganharam muito - ou a Comunidade Economica Europeia se desmantela e a crise internacional atinge níveis de calamadidade incontrolável em todo o mundo.
Rússia
A exemplo de outros governantes pelo mundo, Putin, o presidente russo
atual conseguiu a fórmula para se perpetuar no poder. Opositores falam em
fraude nas eleições. A forma truculenta como a Rússia tratou a Chechênia e a
Geórgia demonstram que a Rússia quer demonstrar uma força tal que não necessita
negociar. Apóia a Síria de Bashar Al-Assad e o Irã. Não faz parte da União
Européia nem da Otan o que a coloca num lugar de isolamento que somente é
rompido pelo comércio internacional. É um país forte com direito a veto na ONU.
Será sempre uma incógnita para o ocidente. Não demonstra intenções de invadir o
mercado internacional com manufaturados como a exemplo do Japão, Taiwan, China.
Sua economia em crescimento, não competitiva – faz parte dos BRICS - impede o
seu desenvolvimento maior, fato compreensível pelo passado político contrário
ao capitalismo. Por suas dimensões continentais, disponibilidade de recursos e
inventiva da população, poderia vir a tornar-se primeira economia mundial. Não
o alcançará ainda neste século.
China
Tal como a Rússia, um país continental, com recursos próprios, porém com
duas fortíssimas vertentes diferenciadas: Um senso de competição econômica
muito forte – faz parte dos BRICS - assim como forte ainda é a vertente
comunista nas relações entre estado e cidadãos. Apóia também o Irã e a Síria.
Tem direito a veto na ONU. Com baixos salários destrói as fábricas do mundo
ocidental pela forte concorrência nos mercados. O que não destruiu no passado
com o comunismo, destrói agora, usando as mesmas armas do ocidente: a competição.
Com perfil idiossincrático marcado pela resignação, o povo chinês, mesmo sendo
a primeira economia mundial, não alcançará o nível social da Europa nem dos EUA
neste século e provavelmente nunca o alcançará. A paciência chinesa não tem
pressa para este tipo de desenvolvimento que lhe poderá diminuir sensivelmente
sua necessidade de competir no comércio internacional. A “nação” em primeiro, o
que quer que seja que os governantes chineses entendam como nação.
Não se pode prever quanto tempo ainda a China suportará a existência da
dissidente Taiwan, podendo acontecer os dois extremos: a união dos dois países
de comum acordo, ou a manutenção da dissidência pacificamente, sendo improvável
o uso da força. No caso da disputa de soberania sobre as ilhas Senkaku/Diaoyu , com o Japão, apesar das
demonstrações de força, será pacífica.
EUA
A crise econômica mundial de 2008 começou exatamente em três bancos, nos
EUA por problemas ligados a crédito por deficiência de administração destes
Bancos. Por interligação de créditos com Bancos europeus, a crise se espalhou
para a Europa. Em vez de deixarem ir estes bancos à falência – teríamos uma
crise – resolveram, os governos de ambos os continentes, abrir mão de fundos
públicos para socorrer os bancos. A crise que até então não existia, passou a
existir. O que se pretendia evitar aconteceu, e os governos ficaram sem os
fundos públicos gerando desemprego, queda na qualidade dos serviços
fundamentais como saúde, educação, segurança, transportes públicos. Ficará
sempre a dúvida: Se os Bancos tivessem “inventado” uma falsa crise, o resultado
teria sido este?
Em época de eleições, eleger Obama ou Romney não mudará nada nem nos EUA
nem no mundo, exceto que se for Romney, os EUA ficarão mais propensos a ações
bélicas fora de suas fronteiras.
Brasil
Lula fundou o partido dos trabalhadores – o PT – baseado em seu carisma
como líder sindical. Por desconhecimento da “arte” de governar, associou-se a
antigos guerrilheiros que lutaram conta a ditadura, por crer que o sindicalismo
tinha mais a haver com a esquerda do que com a direita. Essa esquerda – que não
tem experiência na ciência da economia – caminhou rapidamente no sentido de uma
aproximação com Fidel Castro, Hugo Chávez, Cristina Kirshner, tentando fundar
uma esquerda comunista unificada que se perpetue no poder, auferindo os
benefícios de enriquecimento próprio, tirando proveito de sua posição. Membros
do PT desviaram dinheiros públicos para traficar influência num senado corrupto
liderado ou influenciado por José Sarney. Os fundos da nação, recolhidos em
impostos aos trilhões é usado para comprar votos do povo através de benefícios
como bolsa-família e não para o desenvolvimento do país, sem preocupação a
futuro no caso da crise econômica em que poderá – o que é muito provável – não
ter dinheiro suficiente para pagar esses benefícios. Nesse dia o PT acaba e o
povo se revolta. Até lá os militantes no poder ficarão cada vez mais ricos e
aparentemente influentes. Isto é possível num país com alto índice de
analfabetismo, número maior ainda de analfabetos funcionais que pensam ser
possível ter títulos por decreto. Um dos juízes da CPI do mensalão nem juiz é:
foi indicado por um dos juizes que por sua vez foi indicado por Lula para o
Supremo Tribunal Federal. O governo no Brasil transforma-se num grande arremedo
não confiável por falta de representatividade cidadã, embora represente o
partido: O PT. Faz parte dos BRICS, mas é o que menos cresce econômica e
culturalmente.
Argentina
A auto-estima do povo argentino é consideravelmente alto em relação aos
demais povos da América latina, talvez devido a uma inércia do passado em que o
mundo considerava este belo país como a “Europa da América do Sul”. Sucessivos
governos populistas, uma ditadura forte e implacável, a guerra das Falkland, a
tendência esquerdista de Cristina Kirshner e a crise de 2008 empurraram a
Argentina ladeira abaixo na economia. A falta de aplicação de recursos no
desenvolvimento fará com que permaneça mais tempo em crise do que deveria. A
presidente alimenta a incompatibilidade política com a Inglaterra como fator
para desviar a atenção dos problemas internos.
Índia
Dois fatores sempre atuarão contra o desenvolvimento social na Índia: O
sistema de castas e a superpopulação, por mais que este país se desenvolva,
cresça economicamente. Com altos índices de corrupção, é impensável um
desenvolvimento social que se compare ao europeu ou americano. Disputas
religiosas e por poder contribuem para o cenário. País tradicionalmente
pacífico em termos de política internacional.
África do Sul
Certamente os conflitos religiosos e étnicos continuarão a fazer
vítimas, suportados por ditaduras em toda a África. A África do Sul continua sendo
o país mais desenvolvido do continente e é um dos BRICS. Com uma industria bem
desenvolvida, diamantes e ouro, a crise mundial pode ser auspiciosa para este
país, gerando mais desenvolvimento. Conseguindo vencer o Apartheid, este país consolidou
a sua democracia que he permite a paz necessária para o seu contínuo
desenvolvimento.
A democracia participativa pode ser a resposta para todos os problemas
ligados à credibilidade nos governos representativos e ditatoriais, associados
à crise econômica mundial, às diferenças étnicas e religiosas, ao vácuo deixado
pelo comunismo que proporcionou a ambição sem controle dos que assumem
governos. Sobre democracia Participativa, ver em http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/
Rui Rodrigues