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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Grécia no Colégio


 
Professor – Quero dar os meus parabéns a alguns alunos de “ponta”, que têm sustentado esta Escola da União, e a alguns alunos repetentes que tão bem conseguiram se recuperar nos estudos em “segunda época”. Estes alunos negligenciaram, tal como a Grécia, mas se recuperaram.

Grécia – E eu, professor? Não vou passar de ano igual aos outros? Sou patinha feia da turma, é? Isso é descriminação...

Professor – Não é descriminação, Grécia... Todos pagaram as inscrições, pagaram as cotas para estudar, fizeram provas e passaram. Você não pagou as inscrições, não paga as cotas e sua prova está horrível Ainda estou esperando seu trabalho de recuperação... Assim você não passa! Você é relapsa!

Grécia – Mas a Alemanha recebeu ajuda da amiga dela, a América, que lhe pagou a inscrição... Isso lhe deu vantagem...

Professor – A ajuda foi de um padrinho dela que a tinha estuprado, depois que ela mesma o tentou assassinar à queima-roupa, não sem antes decapitar a Polônia, Esfaquear a França e a Bélgica, dar três tiros na Holanda e na Noruega... Aí veio o padrinho da Alemanha, que nem é daqui, deu-lhe um corretivo, umas porradas na cara, e a Alemanha entrou nos eixos, isto é, saiu dos eixos onde andava. O padrinho a corrigiu na porrada. Quer apanhar também?

Grécia – Não é disso que quero falar. Quero falar da ajuda do Marshal, o gerente do padrinho que teve compreensão e mesmo assim ajudou a Alemanha. E nós temos direito a uma indenização de guerra, porque...

Professor – Cale-se, Grécia... Aqui fala-se do que se tem que falar e não do que cada um em particular quer falar sem ouvir os outros e o professor... Não nos faça perder o juízo, eu e a sua turma toda contra você... Não fique com “complexo de Dilma”, ou teremos que te internar num manicômio... Se vai rever o passado, vamos ter que pedir indenização pelas ações do Péricles, pedir indenização pelas ações do Alexandre, que invadiu até a Índia... Não misture alhos com bugalhos só para ter razão... Pare de argumentar e cumpra o contrato... Ou paga os estudos e faz provas para mostrar que aprendeu ou estará reprovada.

Grécia – Não faz mal... Vocês me odeiam só por que sou diferente de vocês e gosto mais do Vermelho... Vou estudar numa universidade russa ou chinesa... Lá eles me adoram, pagam meus estudos, dão-me notas mesmo sem estudar e não me pedem nada...

Professor – Já vi que é isso que vais dizer em casa para convencer os teus pais, a tua família. Nunca vai ser ninguém na vida, depois que sentiste o gosto de receber sem ter que contribuir... Aqui nesta escola somos todos iguais, não tem aluno “bonito”... Somos socialistas. Todos iguais... Comunistas que só querem receber o dinheiro dos outros e que quando acaba o dinheiro dos outros mudam de lado, como a URSS e a antiga China, não nos servem... Só sabem tentar, forçar desculpas, como mulher gastadora, de shopping, que gasta o dinheiro do marido sem fazer nada, e ainda quer indenização na separação. Trouxe o trabalho escrito?

Grécia- Não, não trouxe... Primeiro o senhor me compensa e me dá uma ajuda de custo, depois eu resolvo como vou pagar...

Professor - Está expulsa do colégio... Mas para não dizer que somos injustos nesta instituição, vamos te dar uma ajuda financeira por uns dois anos mesmo que já não pertenças a esta instituição. Não somos “maus”. Somos trabalhadores que produzem. Você é Dilma, é Maduro, é Fidel, é Evo, é Cristina... Só querem receber sem ter que pagar...

Grécia – Não... Nem sei quem são esses aí... Onde moram?

A turma caiu na gargalhada... A Grécia, aluna indisciplinada, não sabia nem em que mundo vivia. Vai acabar por viver fora da Zona, em outra Zona, onde se acolhem meninas bonitas que não querem trabalhar nem estudar, não contribuem, mas querem ser independentes gastando o dinheiro que vem fácil dos outros.

Os alunos chamados Portugal, Irlanda, Itália, Espanha, foram trabalhar em estágios, estudaram noites a fio, e estão com boas médias. Vão passar de ano.


® Rui Rodrigues 

terça-feira, 7 de julho de 2015

Quatro histórias entre amor e traição



Podemos sempre nos perguntar até que ponto um pequeno fator, como por exemplo, uma temporária situação econômica, pode afetar um relacionamento ou como ele pode ser afetado por que um dia se esqueceu a data de aniversário da mulher amada e até mesmo se o que afetou o relacionamento, foi apenas esse lapso de memória ou uma soma de outros fatores. O que não se tem questionado em si, é o amor, o que ele significa. Parece que quando falamos em amor todos temos o mesmo sentimento do que isso possa ser. Pensando melhor, podemos questionar sim, porque amor não significa a mesma coisa para todos nós. Há sempre um ponto de discórdia. Amor não é absoluto e não é gratuito. Assim parece. Muda de lugar para lugar, de época para época do ano e da história, de pessoa para pessoa, e é impossível conhecer todos os tipos de amor que existem neste mundo. E amor não é nada “particular”. O que é “particular”?  

  1.  Cabo frio, Junho de 2009.


Era inverno, quando os hormônios masculinos e femininos mais pedem para se unir, ficar junto, unirem-se, buscando o calor do verão que agora faz falta. No supermercado só tinha menina bonita para os padrões da cidade. Carolina com seus 17 anos não precisava trabalhar para os “outros”. Seu pai tinha um pequeno negócio que lhe permitia a ela e à mãe viverem com tranqüilidade. O pai, separado, mantinha duas casas. O irmão tinha um táxi, e embora morasse sozinho, sempre ajudava. Carolina queria ter sua própria vida independente e foi procurar emprego. A melhor oportunidade que encontrou foi num supermercado, aquele mesmo, no centro da cidade, onde agora estava aguardando a entrevista. Na sua frente havia mais duas concorrentes ao posto de menina de balcão de laticínios, doces, e outros artigos de maior cuidado. Olhando-as de alto a baixo, e imaginando que só houvesse uma vaga, tranqüilizou-se. Nenhuma das duas tinha um corpo mais bem delineado que o dela, nem eram tão bonitas, nem tinham a mesma postura. O lugar seria seu. Ela sabia o quanto era importante ter boa apresentação, ser bonita e simpática para lidar com o público. Foi contratada. Logo no segundo dia viu uma colega do supermercado, uma das caixas, entrar no reservado dos banheiros acompanhada do rapaz do açougue. Trocavam olhares discretos de conivência e notava-se em seus olhares que havia “um caso” entre eles. Ficaram lá por uns bons dez minutos. Na hora do almoço as duas conversaram. A moça pediu a Carolina que não contasse nada para ninguém porque embora todo mundo fizesse isso ali dentro, ninguém deveria falar do assunto. Nem era preciso pedir. Carolina se lembrava do dia em que transou pela primeira vez, quando tinha quatorze anos, mais por curiosidade do que por vontade. Queria saber como era. Não foi o que pensava que seria, pelo que ouvia falar. A vontade de continuar transando veio depois. Era o momento, o envolvimento, os beijos, o tocarem-se mutuamente, sentir-se ficar úmida entre as pernas, perder a noção do tempo e do lugar, uma vontade que agia como droga. Precisava de mais. O problema era pegar alguma doença ou ficar grávida. Claro que usava camisinha, mas houve oportunidades em que era ali ou nunca mais. Até então tinha tido sorte. Só ficara grávida uma vez quando tinha 16 anos. Casara e se separara. O marido era mais velho que ela. Ele largara a mulher por sua causa e ela o largara porque se enchera dele. Havia pelas ruas rapazes mais jovens, até bem de vida, que a olhavam com olhares de desejo. Como lhes dizer não, se não havia conseqüências? Gostava que a cortejassem, de sentir-se desejada. Para ela não havia traição alguma em ter outros relacionamentos fora do relacionamento principal. Sexo era uma questão de vontade e oportunidade sem outras conseqüências. Não casou novamente. Isso não, mas agora, já em 2015, vive de modo muito confortável com o gerente do supermercado que a admitiu. Claro que de vez em quando não resiste a um olhar, mas é tudo muito rápido, num piscar de olhos, pouco mais de meia hora, quando mata uma ou outra aula de um curso que está fazendo num estabelecimento de ensino que fica fora da cidade, bem ao lado de um Motel. Muitas vezes falou com sua mãe perguntando como seria o amor tempos atrás, nos tempos de sua juventude antes de casar com o pai. As duas se perguntavam como seria o amor até em outros tempos de que ouviam falar em livros, vendo fotografias antigas. Para a mãe, sempre fora a mesma coisa. A diferença estava no modo como se entendia o amor. 

  1.  Londres, junho de 1942.  


Era verão, quando os hormônios masculinos e femininos mais clamam por união. Caíam bombas em Londres todos os dias. Os bombardeiros alemães apareciam de repente sobre o canal de Dover e avançavam sobre Londres despejando bombas de arrasar quarteirões. As sirenes tocavam sons que mais pareciam gemidos de dor gritados por moribundos. Quando se ouviam algumas pessoas caminhavam tranqüilamente para os abrigos, mas sempre havia gente que chegava correndo atrasada. Poucos não chegavam a tempo. Caroline [1] e Thompson conheceram-se no abrigo que ficava ali na King William Street. O marido de Caroline andava na guerra, embarcado num vaso de guerra comboiando navios mercantes no Atlântico. Passava meses sem ir a casa. Caroline, num país em regime de guerra, com todos os bens limitados á disponibilidade de cupons, trabalhava num escritório do Almirantado ligado à Inteligência. Isso a mantinha de certa forma mais ligada ao marido, porque sabia exatamente onde seu navio estava. Notícias de afundamentos de navios eram constantes. A vida na Inglaterra só tinha uma certeza: Era preciso sobreviver para poder garantir a existência do povo inglês, livre da ocupação nazista. Qualquer outro pensamento era uma precariedade. Nada estava garantido nem a própria vida. A vida poderia durar décadas, um ano mais, meses, dias, ou apenas horas. Muitas vezes o viver dependia apenas do fator sorte. Não estar no caminho de uma bomba. Thompson trabalhava ali perto e era a segunda vez que se encontrava com ela. Aquele ataque alemão iría demorar. Resolveram ficar os dois, deitados lado a lado, perto dos banheiros. Tinha sido uma sorte terem ficado na própria estação. Assim sairiam logo que o ataque acabasse. Thompson então lhe contou que partiria daí a um par de semanas para uma missão. Era piloto de avião e seria deslocado para um porta-aviões que atuaria no Mar do Norte. Falava-se muito num vaso de guerra alemão, o Bismarck. Thompson desconfiava que essa seria a sua missão. Volta e meia sentiam o piso tremer. Eram as bombas explodindo lá fora. Parece que o desejo ou o amor tem uma noção perfeita do tempo. Os dois não tinham tempo nenhum. Nem Thompson nem Caroline perceberam quando começou o desejo ou a concessão a si mesmos. Porque não? Quando sentiram a primeira bomba explodir, Caroline teve a intenção de encaminhar sua mão para a de Tom, mas se conteve. Tom percebeu o movimento e desejou que ela o repetisse se mais alguma bomba caísse. Havia luzes tênues na estação que mal davam para ver alguma coisa, mas quando a segunda bomba caiu, nem Caroline nem Tom viram no olhar do outro um olhar de medo ou pesar. O que viram foi o desejo estampado no olhar, no rito dos lábios, nas sobrancelhas, nos músculos de seus rostos, e as mãos se buscaram, se entrelaçaram, os corpos se uniram, os lábios se beijaram. Nesse momento a guerra deu uma trégua, não existia, nada existia, a não ser um banheiro ali perto, longe dos olhares dos outros que se aninhavam nos trilhos dos trens do metrô. Do pensamento de Tom desapareceu a imagem de sua noiva, do pensamento de Caroline seu marido não fazia parte. Não havia pensamento, mas quando horas depois saíram da estação, com as ruas atulhadas de escombros, mas de uma nação ainda livre, Caroline não soube dizer-se a si mesma porque fizera amor com Tom. Ficou na duvida se por pena dele partir para o front e poder ter sido ela a ultima com quem ele fez amor, se foi para seu próprio prazer apenas. Perguntou-se o que era o amor e se ela estava muito avançada para a época ou se sempre teria sido assim tratado o amor. Essa foi exatamente a pergunta que Tom se fez. O que seria o amor?

  1.  Paris, Abril de 1792.


Era Abril... Primavera em flor, quando os hormônios masculinos e femininos se procuram inebriados e carregam os corpos para a celebração do amor. As putas mais famosas dos EUA vieram de França na época da corrida do ouro, e chegavam á Colônia americana normalmente na primavera ou no verão. Não eram famosas porque sendo francesas fossem menos puritanas que as demais mulheres do mundo, mas porque sempre trataram o amor como o vinho: Algo inebriante, que deve ser tomado com certo cuidado, mas que no momento certo tem que permitir total liberdade e evaporar até se esgotar naquele dia, inebriar, alegrar, divertir, e se entrar alguém amigo e não estranho, o sexo deve continuar como se quem entrou realmente existisse. Mulheres casadas faziam o amor através de um buraco aberto no lençol, para evitar o cheiro mútuo. Naquela época já era comum o uso de perfumes, mas o tomar banho quase que diariamente era quase que exclusivo das cortesãs, porque se davam muito e tinham que se limpar. Mulher casada que se banhasse muito podia ser confundida com as cortesãs. Mesmo sem banho, mulher casada estava sempre “limpa”, homem casado também. Somente aqueles que viviam naquela “imundície” e “promiscuidade” da corte, principalmente em Versailles, precisava lavar-se. Homem que se lavasse muito poderia ser olhado com a desconfiança de ser promiscuo. No livro “Shogum”, logo no primeiro capítulo, esta tendência a rejeitar o banho por toda a Europa, fica bem descrita e explícita. Caroline [2] era uma cortesã. Casada certamente, por consenso bem explícito, de que cortesã tinha sido enviada para a corte por seus dotes que compartia pela corte, e que o marido os consentia porque estava lá pelos mesmos motivos: Usufruir. Há sempre quem “usufrua” do marido, e quem “usufrua” da mulher, cada um “assistido” pelo outro. Marcel era o marido de Caroline. Naquele reinado de Louis XVI e sua esposa Maria Antonieta, a corte de Versailles estava radiante. Havia uma grande inflação, tudo custava mais caro a cada dia, a corte se divertia. Não havia muito para pensar na verdade. A única preocupação eram os mexericos na rua, criticando a corte, a luxuria e o luxo, as despesas exorbitantes, e o que o povo chamava de “pouca vergonha”, embora o desejo de todas as mães de França fosse ver seu filho ou filha fazendo parte da corte. Caroline sempre evitara ter seus encontros enquanto seu marido Marcel estivesse em tempo livre, exatamente a mesma atitude que Marcel tomava. Só tinha seus encontros amorosos quando tinha certeza que sua mulher estava nos aposentos da Rainha Maria Antonieta ou servindo-a em alguma viagem. Naquele dia, porém, com as árvores em flor na primavera, o tempo era diáfano. Havia uma luminosidade primaveril, um cheiro no ar provavelmente proveniente do polem das flores, sonhos e expectativas para o verão, que Marcel se descuidou e deixou cair um copo em presença de Louis XVI interrompendo-lhe o discurso para uma meia dúzia de nobres provincianos que o visitavam. Mostrando ser magnânimo e compreensivo, o rei com um gesto largo, indicou a Marcel o caminho da porta, deu-lhe um sorriso e disse-lhe que fosse para casa porque já tinha trabalhado bastante e merecia descansar. Este gesto do rei teve enorme impacto entre os nobres que o visitavam, mas teve um impacto ainda maior em Marcel, que foi para casa onde não era esperado. Encontrou a mulher, Caroline, na cama com outra mulher que ele conhecia bem e com quem já se tinha deitado. Eram amigas. As duas se beijavam, Caroline como que sentada na cama, de costas para a porta, fazendo movimentos para frente e para trás, a amiga beijando-lhes os seios e sua mão esquerda tocando-a por trás. Parecia que Caroline se sentava na mão da amiga. No primeiro instante Marcel ficou chocado. Depois ficou mais chocado ainda. Sua mulher cavalgava um homem, Pierre, seu amigo de infância ido para Versailles mais ou menos na mesma oportunidade que ele. A amiga de Caroline acariciava na verdade a amiga e o amigo. Marcel não teve oportunidade de falar nada. A amiga e sua mulher Caroline, olhos enlevados, sem pararem o que estavam fazendo, lhe fizeram um gesto para que ele se aproximasse e entrasse na cama junto com elas. 

  1.  Portugal, Abril de 1128.


Junho já não estava muito longe, mas já se falava sobre uma possível batalha, talvez no campo de São Mamede, entre os fiéis de Afonso Henriques, um garoto imberbe ainda de seus 13 anos, e as forças de sua mãe, fiéis á palavra dada em tempos de feudalismo religioso, a seus suseranos da Galiza. O jovem Afonso seguia o conselho de quem pensava no seu povo e não na palavra, seus conselheiros. Eles queriam a independência de Portugal contra a vontade dos suseranos e da própria igreja católica.

Carolina era a moça mais desejada de Lamego. Seus vestidos farfalhudos não conseguiam esconder as curvas de seu corpo, por mais que seus pais a obrigassem a usar vestidos que lhe “enchessem” o corpo e a fizessem parecer mais forte e larga. Amor, paixão, desejo, não se resumem a um corpo e um olhar. Fazem parte de um ritual impresso no cérebro de todo o ser humano que congrega todos os sentidos ao qual a emoção pergunta a cada um deles o que acha do que vê, cheira, ouve, degusta, tateia, sente. Amor, desejo e paixão são o resultado final de uma análise inconseqüente e inconsciente que tanto pode demorar segundos como meses, anos, até que transborde e se manifeste, nem sempre de modo a que se possa chamar de tradicional ou normal. Se Carolina tinha apenas 16 anos, já não era considerada muito jovem por aquelas épocas em que aos 45 anos em geral já se era considerado velho. Tomaz pouco mais tinha, beirando os 17. Um dia, por puro acaso, quando Tomaz cavalgava pela margem do rio Balsemão, parou seu cavalo para que ele se aliviasse um pouco e pastasse ervas frescas. Ouviu então vozes alegres femininas e o barulho de água sendo jogada, como se mulheres se divertissem por ali. Afastou uns ramos que lhe impediam a visão, e não pode mais esquecer aquele sorriso, aquele corpo semivestido, apenas com um corpete molhado que lhe faziam sobressair os seios, as pernas salpicadas de cabelinhos louros que brilhavam à luz do sol, como se fizessem parte da auréola de um ser angelical, virgem, que nem a religiosidade de pensar num ser angelical lhe impedia o desejo. Seu coração disparou a bater, como de corcel a galope, queria pensar, mas não podia. Não sabe como poderia ter sido tão desastrado, mas se deparou de repente não mais olhando e apreciando a beleza de Carolina, mas sendo olhado e apreciado por ela e sua amiga. As duas o olhavam á distância despertas talvez pelo relinchar do cavalo, ou por sua desastrosa posição que nem se prevenira em fechar os galhos da moita que tinha afastado para ver quem estava no rio. Elas não saíram do lugar, assim como confiantes em sua presença, e ele resolveu se aproximar. Conversaram meio a medo, não fosse o caso de outros olhares indiscretos que fossem contar na cidade de Lamego que as duas não eram decentes a ponto de falarem naquele estado com estranhos, o que acabaria por lhes impedir casamento com gente decente da terra e a ele, a anulação de sua vida obrigando-se, na melhor das hipóteses a partir da cidade para sempre. Carolina nunca tinha visto homem numa situação assim, Tomaz jamais vira uma mulher assim, com a roupa tão colada ao corpo que até o sexo se lhe via, fosse de que idade fosse. Só tinha desejos desde os quatorze anos que aliviava em suas idas ao rio, masturbando-se atrás das moitas. Não era diferente com Carolina que sonhava em ser possuída por um homem, um príncipe encantado e se masturbava pela noite entre suspiros e lençóis. Sua amiga estava na mesma situação. Sua ida ao rio só fora possível porque o abade e uma freira foram com elas, mas o abade disse que tinham algo a fazer, e saiu com a freira, dizendo que voltaria logo que resolvesse um assunto numa aldeia a um par de léguas. A amiga de Carolina afastou-se dos dois, a pretexto de ir vestir-se. Carolina ficou olhando Tomaz que a olhava. Não era preciso que falassem. Sentiam que não era necessário. Apenas se foram aproximando um do outro até se tocarem, se beijarem e se deitarem à borda do rio. Ela sabia que outra oportunidade como aquela não voltaria a ter tão cedo, a menos que combinasse com ele, agora que o conhecia. Ele sabia que dificilmente voltaria a vê-la. Então se amaram docemente entre suspiros, ali mesmo, à luz do sol, na natureza, ao som do marulhar da água do rio que apenas num pequeno ponto ficou vermelho. E foi tanto o desejo, já misturado com paixão, que voltaram a se amar. Carolina arriscava-se a ir para um convento e passar o resto da vida entre grades, entre suspiros e lençóis que ela mesma lavaria nas águas daquele rio. Mas nem ela nem Tomaz pensavam. Apenas faziam. Faziam... E jamais esqueceriam.

® Rui Rodrigues.      







[1] Lê-se “ Carôlaine”
[2] Lê-se “ Carrôlíne”.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Polenta de Mandioca à moda Sapiens Mandiocalensis.





Um dia destes Diuma nos surpreendeu com seu amor pela mandioca, uma grande invenção depois do milho. Duvidamos que alguém tenha inventado a mandioca e o milho, e que folhas de bananeira sejam melhores para fazer bolas embora possam quicar. Até as de capotão são melhores, com couro de vaca brejeira. Nós aqui da cozinha popular não somos daqueles de jogar a mãe no chão pra ver se quica. Vamos fazer uma polenta á moda da Diuma e do PT que foi quem a trouxe ao mundo. A receita é feita com milho, e é italiana. Agora o PT poderá dizer que graças a sua receita com mandioca, o prato do pobre não se encheu de arrodz como dizia o Lula, mas de mandioca... Da grossa!... 

A receita já contém as recomendações inerentes.

Esta receita é para os companheiros que apesar de terem salários bem pagos, abonos, contribuições, do partido, ainda se aposentam mais cedo, recebem apoio do INSS, e outros benefícios de modo geral, mas que apesar disso são muito econômicos e ainda querem economizar mais, além de gostarem de mandioca a nossa maior invenção da história.

Ingrediente:

- Dois litros de água – Se não souberem o que é um litro de água, nem multiplicar por dois, usem litros de leite vazios. Primeiro despejem um cheio de água com a mão direita, e outro com a mão esquerda. Pronto. Não precisam saber quanto é um litro nem aprender a multiplicar. Se não encontrarem água, peçam ao vizinho. Se o vizinho não tiver água, façam um gato no encanamento da concessionária de água que a gente resolve no final do ano com novos aumentos no custo do metro cúbico. Metro não é metrô... Deixa pra lá. Quando chegar a conta paguem.

- 400 gramas de fubá – Fubá é de milho... Se fosse de mandioca seria Mandiocá. Porque que seria mandiocá? Porque quando é de fubo vira fubá... Quando é de mandioca, vira mandiocá. Claro que fubo é a mesma coisa que milho numa língua que agora não lembro... Alguém aí lembra que língua é essa que milho vira fubá e milho chama fubo? Pois é... Se preferirem de trigo, será triçá. Vou mandar fazer um decreto para instituir o dia do triçá. Não do milhá... Milha não... Do Mandiocá... Se não tiverem nada disto, chupem a mandioca assim mesmo ou fritem no óleo e parem a receita por aí. Não se precisa acabar nada que se começa. Fazemos outras coisa com mandioca, sempre bem lavada. Se não tiver água, espere chover.

- Duas colheres de sopa de manteiga – Se não tiver manteiga, use margarina que é uma manteiga que não é manteiga. Ou óleo que é uma manteiga que não é manteiga que já vem derretida de fabricação. Se não tiver óleo, ou colher, peça ao vizinho ou num posto do minha casa minha vida que lá tem que ter. Estão vendendo as casas todas e vai sobrar muito móvel, equipamentos e colheres.

- Uma colher de sopa de sal – Este é fácil de obter. Vá ao mar, pegue água salgada e use como se fosse sal. Não precisa mandar cristalizar feito pozinho.   

 Como preparar

O ideal é chegar numa padaria, dizer que é do PT, que precisa de votos e que para cada 40 votos que conseguirem pra nóiz, vos enviem uma dúzia de polentas de fubá ou milhá, mas se os companheiros falhar, preparem vocês mesmos.

- Coloque a água pra ferver em alguma coisa que não seja panela porque tenho horror de panelas. Os nossos inimigos fazem terrorismo e incendeiam o ódio batendo panelas contra mim. Acrescente a água salgada e a tal da gordura que conseguirem. Se roubarem em super-mercado, mandem os di menor e não se preocupem. Quem tira ladrão da cadeia também tira ladrãozinho. A Maria do Carmo vai lá chorar na delegacia. O gás... O gás, se não for gás é restos de madeira. Tasca no forno do fogão que prende fogo direitinho. Pode botar papel higiênico se ainda não faltar no mercado. Mas quem surrupia manteiga também pode surrupiar papel higiênico.

- Quando começar a água a ferver, que é quando solta bolinhas... Sim... Tem que ser quando solta bolinhas, e porque solta bolinhas? Solta bolinhas porque a água tem bolinhas que a gente não vê. Estão lá escondidas sem ninguém ver. Ninguém viu bolinhas sair de água sem ferver. Se viu não viu... Pensa que viu. E quando começar a soltar bolinhas, vai jogando o pó de mandioca e mexendo para não fazer bolinhas... Bolinhas de Pelotas, que são as que empelotam. Um dia desses me deram uma pelota, uma bola, de folhas de bananeira mas não é dessas...

- Depois de cozer sempre mexendo a mandioca, passe queijo ralado por cima e cubra com o molho que mais gostar. Fale com o di menor que vai lá no super que ele encontra pacote de molho de montão.

Espero que vocês gostem e que tenham aprendido a economizar. Foi o que eu disse quando disse que apesar da crise e da alta inflação era para vocês continuarem consumindo. Se quiserem economizar mais, comam uma colher de sopa cada um, que a mandioca dará pra duas famílias por duas semanas.

Esta receita só foi possível com o apoio do Ministério da Educação e seu programa Pátria Educadora.

E continuemos com a campanha que “dinheiro não é tudo na vida”... Quantos mais aderirem, mais dinheiro dispensam e mais dinheiro sobra para o partido, isto é pra nóiz...

® Dirma Rouçéfala, Mulher Erectas Mandiocaliensis Sapiens Sapientíssima.



domingo, 5 de julho de 2015

Hino Nacional corriqueiro ?


Não sei nem quero saber quem obrigou à "execução" do Hino Nacional Brasileiro antes dos jogos de futebol... Não quero saber pra não xingar !!!!
Primeiro porque o termo "executar" não se deveria utilizar quando referido a hinos nacionais. Ninguém executa uma peça de teatro, um filme, um espetáculo, um discurso discursivo de presidente de república, e se perguntarem, talvez o presidente passe pelo vexame de nem saber o hino nacional como as tri-medalhistas volibolianas lá na Holanda, onde o mais importante a dizer é que lá só tinha holandesinho louro de olhos azuis e que lá gostam muito de morenas. Pena de morte só aos crimes previstos em lei e de lesa Pátria.
Segundo, porque o "executam" só com música, a granel, sem o significado da letra, que é quase uma constituição de amor à Pátria... Se souber quem foi que mandou "executar" o hino antes de cada jogo de futebol, vou xingar e se pudesse deportava para o Xingu, mandava tomar óleo de urucu, mandava catar truta que fugiu... Como não deu importância á forma como o Hino seria tocado, cantado, divulgado, operado, elaborado, efetivado, praticado, exercido, realizado, feito, efetuado, encenado, desempenhado, INTERPRETADO, atuado, representado, entoado?
Jamais executado, matado, assassinado. Já basta o que estão fazendo com a nação! Essas interpretações do Hino nacional soam como piada onde a lei nos coloca como uma das mais sérias, honradas, e éticas nações do mundo, e os que fazem as leis e as devem aplicar, a transformam a cada dia numa República palhaça, de mentira, terra da enganação...
Ordem e Progresso, senhoras e senhores que se banqueteiam e se lambuzam com propagandas e atos que mostram poder, enganação, corrupção, falta de moral e de ética... Queremos Ordem e Progresso!!!
Que um infinito numero de pragas caiam sobre as vossas almas, que a vossa pele purgue pus fedorento, que o vosso hálito seja de dragão, que vossas pernas arrastem os pés pelo chão, que vossas mãos fiquem trôpegas, que vossa vista se turbe, tremule e se ofusque, que vossas mentes se iluminem e fiquem cada vez mais sensíveis á dor, que vossos sovacos e pés se encham de fedores, que tenham caspa ás toneladas, que vossas fístulas sangrem ... Que vossa vida vire um inferno...
Políticos brasileiros, o povo indignado com vossa lambança, vos reprova, vossas mães deveriam ter fechado as pernas nove meses antes de terem nascido, a maternidade não deveria ter tido médicos disponíveis.

Isto não é discurso de ódio... É uma carapuça fenomenal para ser vestida por quem tem culpas a serem anotadas no futuro, no dia em que forem mandados para o inferno por anjos munidos de tochas, comendo mandioca e quicando bola de capotão de bananeira, vocês com uma fome infernal de vos doer as entranhas desde o esôfago ao olho do urucu.


® Rui Rodrigues.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

A Maria Farinha e o Siri numa fábula de Ensopa.




1. Câmara “um” focada na cidade. A cidade não tem focas, o esclarecimento é para quem precisa nesta Pátria Educadora. “Brasil... Aqui não precisa de educação”. Porquê? Porque “Brasil... Aqui tem educação”, já tem!... (Repórter reporta numa reportagem com sua voz grávida de homem grávido).

“Carros, ambulâncias, ônibus e carros “patrulha” da polícia, todos com buzinas e sirenes; prédios, e pessoas enchendo ruas e praças; sinais de trânsito, vitrines e shoppings nos obrigando a parar e olhar; aviões, avionetas, helicópteros e asas delta no obrigando a levantar a cabeça para ver se estão caindo; ouvidos enormes, olhos esbugalhados e pernas para fugirem de balas perdidas; serviços básicos muito caros, impostos caríssimos, inflação altíssima, remédios pela hora da morte, gente morrendo em fila do SUS, casas do “minha casa minha vida” se transformando em “minha casa meu negócio”, morros pacificados são comunidades não pacificadas, as drogas são negócio, o craque é de crack e o crack é de craques. Na propaganda as granas destinadas são trilhonárias, mas não chegam nem milionárias aos seus destinos. O que é não parece, o que parece não é, o que será que será que não parece e é, que parece e não é, será sexo ou será política?”

2. Câmara “dois”, focada numa arrebentação de ondas na Praia do Pontal do Peró, onde conversam discreta, pacífica e tranqüilamente um siri e uma Maria Farinha (MF), ao nascer do sol. (Repórter reporta numa reportagem com sua voz grávida de homem grávido dizendo: Olha gente, que coisa mais linda e sensível que escutamos na tranqüilidade da praia do Peró).  


MF – Que belo amanhecer, siri... Que mundo é este de praia tão lindo... Se tivesse mais comida até que poderíamos ser em maior número, mas somos muito poucas e temos que nos esconder em buracos...
Siri – É linda a praia e belo o amanhecer... Que a paz reine entre nós... Só somos mais porque nos comem mais do que a vocês! Não temos como fazer buracos, o que podemos fazer é espadanar umas areias em cima de nós para nos camuflarmos. Este mundo é muito pequeno!
- Engano seu, siri... Daqui posso ver o mar e é enorme. Onde vivo é só uma faixa de terra imprensada entre o mar e “eles”, os humanos.
- Vocês vêem muito MF, mas sabem pouco da nossa vida. Não podemos penetrar muito longe no mar. Só perto das ondas. Nossa “praia” é menor que a vossa.
-Pode ser, siri. Nunca vamos para o mar, não sabemos o que tem por aí. Você sabe?
- Mais ou menos. Eles vêm para cá quase nus, trepam dentro d’água e jogam camisinhas no mar, uns plásticos que engasgam até tartarugas e pingüins.
- Aqui na areia, siri, fazem o mesmo. Já assisti a muitas cenas de sexo. Vi tudo, porque eles têm tanta pressa que nem vêem o que tem por baixo. Fazem sexo até por cima dos buracos de nossas tocas. Assim na lata. E alguns ainda se injetam com substâncias que nos deixam em transe.
- Como em transe, Maria Farinha?
- Um dia destes, uma seringa ficou vazando e experimentamos o sabor daquele líquido. Ficamos em transe, sem comer durante três dias, vendo coisas que não entendemos bem, nem reconhecemos, mas tão cheias de “nada” que foi o nada que nos emocionou mais. O nada deve ser como a morte: Uma tranqüilidade sem nada que perturbe. Aquilo é uma droga...
- Então droga é bom, Maria?
- Pra nós não foi, mas para eles que não entendem nada, o que é bom é ruim e o que é ruim é bom. Se todo mundo sobe, acham que é ruim e passam a descer. Se todo mundo desce, eles passam a subir. Eles contestam muito porque precisam lutar contra alguma coisa nem que sejam fantasmas. São muito complicados. Vai tudo bem? Eles mudam tudo para começar a ir mal, depois se arrependem e querem mudar novamente, mas tem sempre alguém que inventa algo novo para mudar novamente noutra direção.
- Já sei... Li num jornal velho que deu à praia, batido pelas ondas... As barricadas de Paris, pedindo liberdade, fraternidade e igualdade. Nós somos iguais, Maria Farinha? Acho que somos parecidos, mas iguais não somos... Somos?
- Se é por comermos carniça, somos todos iguais, menos os japoneses que comem até peixes vivos. Todos comemos carne morta, meu amigo siri... Até os urubus da praia. Tem que matar para comer... De resto, a não ser os japoneses, somos todos iguais... Lutamos para comer, crescer, engordar e morrer o mais tarde possível. A propósito, siri!... Pára de ficar disputando comigo a carne morta da praia...Você e sua família têm o mar todo, e eu só a praia...Não posso entrar no mar...
– Nem eu na praia, Maria Farinha...Como fazer para vivermos em paz?   
- Eles têm armas, bombas, inventaram gaivotas metálicas que atiram bombas, tubarões metálicos que atiram torpedos explosivos, e umas gaivotas do tipo mergulhadoras que em vez de mergulhar, sobem aos céus em vôo picado e fazem explodir bombas atômicas que destroem tudo... Você crê que temos que recorrer a uma corrida armamentista para resolver nosso caso de área de alimentação? Vai... Fala, siri...
- Não... Não precisamos de tanto. Basta que se não houver comida se transe menos, e assim podemos controlar a população para a disponibilidade de comida... Já eles, os humanos, trepam e fazem filhotes como se quisessem encher a praia de gente. Cada vez nos invadem mais a praia. Imagina que para se divertirem estão atirando balas perdidas em gaivotas de verdade. Não as podemos comer porque atiram quando elas estão paradas na praia. Vocês é que as comem. Nós não. Deveriam gostar deles porque vos proporcionam comida grátis.
- Olha quem fala, siri... E quando os pescadores vêm para a praia, pescam peixes de tudo que é tamanho e os deixam morrer na praia porque são menores de idade?
- É... Na verdade tiramos certas vantagens dos pescadores, mas vocês também... As ondas levam os peixes mortos para cima, para o topo das areias até onde as ondas podem alcançar e deixam os cadáveres dos peixes “neném” ao vosso alcance. Não vem com essa que só nós, os siris, temos vantagem.
- Vamos fazer amor, siri?
- Vamos... Mas preciso saber se você usa silicone, batom, todas essas coisas que não me deixam saber se você é como é, ou se é diferente... Gosto de você assim cabeluda como é. Gosto de acordar sabendo com quem dormi, e com a certeza que se arrumou só para mim, e não para o resto dos machos de sua espécie, como vejo de montão aqui pela praia.  
- Uma pergunta: Vocês trepam entre o mesmo gênero?
- Às vezes... Depende da vontade, na base do “não tem tu, vai tu mesmo”, por engano... O mais fraco não tem opção e se deixa penetrar. Depois fica tão moralmente “fraco” que qualquer outro o penetra. É como transar com criancinha...   

3. Câmara três – Focando na repórter – ou no repórter – bonitinha(o) que é burra(o) como uma porta e que “apresenta” o trabalho duro das(dos) demais repórteres – de quem deveria ser realmente o mérito - só porque é mais bonitinha ou deu para o diretor do programa.

Repórter gostosuda (o)- Como puderam assistir a esta fábula de Esopo, em que os animais falam, nós que somos animais sem “introjectarmos” que somos animais de verdade, também falamos igual a eles. Trepamos por vontade de gozar enquanto eles trepam sem saberem porque razão trepam, mas gozam. Capaz de ser gostoso para eles, senão não trepariam, mas independentemente disso, gozem com novelas porque quem não tem com quem gozar, goza vendo o prazer dos outros. Nós não mostramos por ser uma cena muito violenta, mas chegaram à praia alguns farofeiros, e apanharam a Maria Farinha e muitos de seus familiares. Cozinharam ali mesmo na praia, juntaram farofa e uns temperos e as comeram assim mesmo, sem saberem que tinham trepado minutos antes e se preparavam para procriar. Um outro grupo, munido de puçás, invadiram as ondas da praia e caçaram siris até quase a extinção, a maioria fêmeas prenhes cheias de ovas.


Depois que comeram, eles, ou seja “eles”, deitaram-se na praia e discretamente foram-se despindo, e começaram a trepar, enfiando-se, trepando, uns com camisinha, outros sem camisinha, mas com a certeza quase certamente incerta de não procriarem. Inocentes pulgas da praia transavam freneticamente para procriarem, sem saber que um dia serão caçadas para alimentar os humanos. Tatuís faziam o mesmo, mas estes sabiam que os farofeiros os caçavam para os cozinharem com temperos e farinha de mandioca, a preferida da presidente do país.

Ainda hoje se discute quem herdará a Terra. O ser humano não será. Ficou muito sofisticado e exigente, não olha ao redor, não percebe onde vive, passa o tempo no celular e nos shoppings, seu mundo é virtual. Trepam desesperadamente por prazer, até de trair, e a natureza só observa. Nunca se preocuparam em descobrir a “fala” dos demais seres vivos que habitam o mesmo planeta. A maioria deles já conseguiram extinguir. Fazem ensopado de tudo que podem.  


® Rui Rodrigues.         

Amanhã é sábado...Dia de descanso!



E devemos agradecer ao povo judeu que instituiu o sábado como dia de consagração ao Senhor. É um dia em que não se trabalha. Pela primeira vez na história da humanidade o ser humano não era obrigado a trabalhar todos os dias da semana...Agora a semana tinha apenas seis dias de trabalho.

Depois vieram os ingleses, que acharam muito pouco um dia apenas de descanso e criaram a “semana inglesa”, e pela primeira vez na história da humanidade o ser humano não era obrigado a trabalhar seis dias de trabalho. Agora trabalhava apenas cinco dias. 

Depois veio o PT e toda a base aliada que achou que trabalhar dava muito trabalho e nem todo mundo sabia trabalhar e dividiram os trabalhadores em dois grupos: Os trabalhadores políticos e os trabalhadores populares. Os trabalhadores populares continuaram trabalhando cinco dias na semana, mas devido à inflação têm que fazer bico na semana inglesa. Os políticos trabalham apenas três dias, têm tudo pago, até roupa, casa, comida, assessorias, transporte de avião, férias pagas, despesas hospitalares, e defesa pública para casos graves.

Esses políticos e partidos, apesar dos nomes não são nem socialistas, nem comunistas nem capitalistas... São "coletores"... Políticos que não representam nem participam. Apenas coletam sem trabalhar, e fazem e aprovam leis sem serem juízes, advogados ou na maioria das vezes sem terem instrução... 

Como a semana tem sete dias e só trabalham três, foi graças á gestão do PT que se instituiu a "semana política brasileira"... Mas só para políticos da base aliada e conivente.



® Rui Rodrigues