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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Preocupações e vitórias da semana


  1. RODOVIAS E PRÉ-SAL SEM INTERESSADOS IMPORTANTES OU SEM INTERESSADOS...

    Economia é mercado. Mercado é dinheiro, din-din, capital, capitalismo. No mercado estão todas as nações. 

    Uma economia livre, interna, produz conhecimento técnico, empresas de porte, geram recolha de impostos, cuja boa parte deve ser reinvestida no ... no... Mercado... Exatamente...

    Misturar política com economia, ou economia com política, desde que a política não atenda a economia, é... é... isso mesmo.. É burrada!...Burrada daquelas de esfregar as orelhas umas nas outras, porque... porque... Porque o mercado do dinheiro não dá a mínima para a política e pode derrubar qualquer político... E isto é... Isto é.. Exato !!!!!!!! Acertou... É o "mercado da política" ou a "política de mercado"... 

    Mas nossos políticos se satisfazem em levar a sua parte do bolo, tal como o Collor e o seu secretário PC (já falecido) fizeram... E não dá certo, a não ser por breves períodos da história...

    Não acredita? Então espere... E verá...

    ₢ Rui Rodrigues.
                                                              
  1. A CONFERÊNCIA DE IMPRENSA.
Vamos interpretar a conferência de Dilma e Mantega tentando explicar (para acalmar o mercado internacional a respeito do Brasil) que o Brasil manterá o interesse de investidores no Pais (o investimento estrangeiro baixou 10% em um ano de 66,6 bilhões para 60 bilhões, e as maiores empresas se afastaram dos leilões de um campo de petróleo do Pré-sal, da privatização de rodovias)

1 - Quando Dilma faz referência à manutenção do objetivo ( e garantias) dos contratos, fazendo referência ao governo de FHC, mente para a comunidade internacional de investidores. Nossa economia não suporta perdões de dívidas externas de países liderados por ditadores, nem de quaisquer outros, mas é notável que Lula e Dilma perdoaram dívidas de governos no mínimo "duvidosos". Para manter nossa economia em desenvolvimento, os "saldos" devem ser positivos, e estamos com problemas na balança comercial, no volume de investimentos estrangeiros, em índices de desenvolvimento. Internamente, dá uma sinalização de reconhecimento e capacidade do PMDB, quando na verdade o está desprezando. Os principais postos chave em Ministérios e outros, como no STF são ocupados por Petistas de carteirinha... 

2- O medo do mercado internacional (investidores) é que o governo do Brasil não cumpra os contratos. Na verdade pode cumprir sim, sem dúvida, mas isto gerará pressões internas capazes de derrubar o governo do PT e impedir a sua re-eleição: Os custos precisam baixar para tornar a nação competitiva, o que inclui mão de obra mais barata, diminuição de impostos. A diminuição de impostos reduz a capacidade do governo de arrecadar dinheiro para suas metas de salário-família e outras ajudas como as oferecidas a presidiários que ganham mais do que professores da rede pública, pessoal de portos e vias navegáveis, e os pedágios deveriam ser barateados... Todas as vitórias dos sindicatos seriam revistas com perdas para a mão de obra, e isto é ruim para uma re-eleição. Se o governo tira de um lado, tem que receber de outro para compensar. Não há compensações nos últimos doze anos de governo do PT... Estamos ladeira abaixo... O mercado internacional sabe disto.

3 - Dilma e Mantega adotam a mesma dialética infantil de convencimento quer para agradar aos simpatizantes do PT quer para agradar aos investidores estrangeiros. Isto é um erro perceptível pelo mercado internacional e por nós, que não somos do PT. Os simpatizantes do PT o fazem por fé esquecendo o conhecimento. Não têm crítica, e perdem terreno na massa votante nacional, porque as condições de vida e a inflação falam mais alto do que as palavras de Dilma, Lula, Mantega e seus colaboradores, 

Conclusão: 

Espero para os próximos dias uma redução na avaliação do Brasil no mercado da confiabilidade internacional através dos Bancos de avaliação... O Brasil está perdendo a capacidade de caixa para enfrentar os problemas que ele mesmo criou.

Para os petistas, é a glória... para nós, a constatação da desgraça que sobe em flecha inflacionária.

Rui Rodrigues.
http://estadao.br.msn.com/economia/brasil-respeita-institui%C3%A7%C3%B5es-e-contratos-diz-dilma-a-investidores

  1. Vitória
Boa, gostosa, saudável, construtiva, não é a vitória quando se tem dinheiro, poder, influência... É quando não se tem nada, os amigos não ajudam, se está pratica e inevitavelmente sozinho... 

Sozinho, mas jamais sós... Temos D'Us, temos nós mesmos, nosso cérebro, nossa vontade de experimentar como será vencer se estamos "sós", entregues a nós mesmos... 

Uns (e umas) dirão que estamos mal, que jogamos tudo no lixo, que desprezamos os amigos, que fugimos do sistema, que largamos tudo, que somos infelizes mas não queremos admitir... Quando tudo o que precisávamos era apenas uma ajuda curtamente temporária de apenas quinze mil reais... Não era doença, era falta de dinheiro.... 

Então após alguns anos de penúria, voltamos, mais uma vez a vencer... Tudo se acerta, a casa está impecável, linda, saudável, as contas sendo pagas, há uma garrafa de Santa Helena, Carmenére, aguardando o bife a cavalo acompanhado de batatas a murro...

Olho a garrafa e me pergunto: Que bem eu fiz a D'Us para que me retribuísse com tamanha gratidão ? 

E encontro sempre a mesma resposta... Quem faz por onde, encontra a D'Us, e não é D'Us que não nos abandona, mas nós que por vezes abandonamos D'Us... Seja qual for o nome que dêem a D'Us, que pode ser qualquer um, desde que D'Us seja uno e só Ele mesmo...

Salut, D'Us, com os vinhos da mesma parreira de Salomão, de Jesus, de Maomé, de todos os profetas que plantaram suas vinhas e tomaram do vinho... 

© Rui Rodrigues

terça-feira, 24 de setembro de 2013

O amor nos tempos do dengue.



O amor nos tempos do dengue.

 
 Vamos mudar?
Para se entender o amor nos tempos do dengue, seria conveniente que se entendesse “o amor nos tempos do cólera” ou "cem anos de solidão"  do Gabriel Garcia Marques, mas não necessariamente. Basta sabermos como era o amor nos tempos da guerra fria e como se manifesta agora com toda esta tecnologia no mundo em que vivemos. Os mais idosos sabem a diferença. Os novos só poderão entender se escutarem aqueles e aquelas de cabeça branca, o olhar perdido entre o ontem e o amanhã que os jovens não conseguem entender porque não viveram ainda o “ontem”, e se há coisa que neste planeta é diferente, é o ontem, o hoje e o amanhã de cada um. A maioria de nós consegue soltar-se do ontem a cada dia, mas uma boa parte não consegue largar o ontem e fica presa no tempo, sonhando ainda com os “bons momentos“ do passado ainda que tivessem sido terríveis. É por esse tipo de sentimento que os saarianos amam seu mundo de areia sem água, os do mangue os seus manguezais insalubres e lamacentos, os lapões seu frio mundo de gelo onde é proibido tomar banhos de sol. Ela não era general, detestava militares, detestava a rigidez da educação, ainda mais que seu pai tinha imigrado de um país comunista. Saíra de seu país para poder ser capitalista, ter sua liberdade, seu dinheiro. Sabia que para tudo era necessário dinheiro, e o problema era consegui-lo de um modo mais fácil. Seus pais a mandaram para um colégio, para estudar, se formar, mas a mesada era curta e sempre lhe cobravam os resultados. Era época de grandes mudanças no mundo impulsionadas pela juventude. Por aquela época, quando tinha apenas 12 anos, em 1959, estudantes faziam barricadas em Paris. Stalin morrera de acidente cerebral em 1953 e lhe sucederam desde então Malenkov, Krushchev, e o comunismo continuava de pé, vangloriando-se de sua educação, suas conquistas sociais, sua tecnologia de ponta que mandara homens para o espaço. Quem não se lembra de Yuri Gagarin correndo o mundo em viagem de glórias, a propaganda toda embandeirada com cenas de colheitas de trigo, o hino da internacional socialista arrepiando os cabelos dos braços dos mais sensíveis? Em plena guerra fria, parecia que o comunismo iria governar o mundo, vencer os americanos que haviam vencido o nazismo também tão forte, e que ditavam as regras do mundo com sua política bélica externa a título de acabar com esse comunismo diabólico. No ano em que Stalin morrera, o de 1953, Eisenhower, o general da vitória aliada sobre o nazismo, se elegeu presidente dos EUA sucedendo a Harry Truman que lançou as bombas sobre Hiroshima e Nagasáki. Aos olhos de comunistas, a Rússia e a China eram duas potências nucleares que provavam ao mundo a sua força, que o regime comunista era viável, que o mundo poderia ser melhor. Ficou essse sonho no passado. Jean Paul Sartre, o filósofo, por essa época distribuía folhetos de propaganda marxista pelas ruas de Paris e pela entrada de instituições de ensino como a Sorbonne, mas o mais importante de tudo era o plano de cargos e salários dos braços armados do comunismo, instalados em países democraticos porque em Cuba se implantara o comunismo, exatamente em 1959, Che Guevara o argentino fazia parte dos exércitos revolucionários que mudariam o viés político do mundo e em particular na América do Sul. Enquanto nos EUA e no mundo ocidental europeu os políticos tinham formação acadêmica, o comunismo permitia o acesso ao poder de gente popular sem instrução. O que ela, filha de emigrante comunista em busca do capitalismo poderia querer mais se tinha o mundo todo para ser transformado em comunista? Gulags, muros de abatimento a tiros de quem se manifestava contra o regime, o que isso importava se a causa tudo justificava? E que importava se as populações não podiam emigrar nem sequer receber prêmios Nobel oferecidos pelo ocidente? Que importava se filhos denunciavam pais que murmuravam contra o regime comunista que havia traído seus ideais, se fugitivos de seus países comunistas eram abatidos quando tentavam passar pelas fronteiras da Alemanha Oriental ou pelas águas do Caribe fugindo de Cuba? E nunca se constituiu uma comissão da verdade para esse efeito. O ideal comunista parecia-lhe, a ela, muito muito mais nobre do que tudo isso, os comerciantes eram gente má e ambiciosa, o dinheiro do capital tinha que ser colocado à disposição dos menos validos, do povo pobre. Nunca lhe passou pela cabeça, aos seus doze anos de idade, que acabado o capital, quem iria produzir capital para sustentar toda a pobreza do planeta... A guerra fria foi também a guerra do cólera. O mundo rachou em dois, definitivamente, no grande confronto entre a cortina de ferro e o ocidente quando navios provenientes da Rússia chegaram a Cuba com foguetes transcontinentais que poderiam atingir os EUA e seus amigos das Américas. Krushchev batia com seu sapato novo, que nunca pisara numa universidade, numa mesa da ONU durante conferencia. Kennedy ameaçava retaliação à Rússia, a China se calava observando o mundo ao seu redor. A China sempre foi eminentemente pacífica desde que não a tirem do sério, e já foi invadida pelo Japão imperial, já se envolveu em guerra com a Rússia e guerra não é a sua meta. Kennedy ganhou a guerra fria, reverteu a corrida espacial a seu favor, mandou astronautas à Lua, a cadelinha Laika parou de latir, o Sputnik parou de emitir os seus “bips”, Fidel de Castro recolheu os mísseis, o plano Condor voou sobre a América Latina, e os comunistas começaram a ser perseguidos, enquanto, para compensar, a juventude comunista chinesa percorria os lares chineses lendo em coro o livro vermelho de Mao, Fidel estendia sua experiência a Angola e à Bolívia em troca de diamantes e da experiência com o comércio da coca. Quando o muro caiu, a menina agora com muito mais de doze anos, que parara nos doze anos de idade, filha de emigrante comunista, ainda tinha vontades de desaparecer dos esconderijos e assistir a filmes em cinemas sem que a reconhecessem, embora cartazes com sua imagem estivessem afixados por todas as cidades do Brasil. Ninguém imaginava que Wanda, a terrorista, procurada por assaltos à mão armada a Bancos, rapto de embaixador, pudesse aparecer em cinemas ou ir a uma praia, a um restaurante gastando o dinheiro fácil recebido de Cuba, da China, da URSS e roubado dos bancos, para sustentar o ideal comunista. Dinheiro fácil porque a idade política continuava sendo a dos doze anos, quando despertara para o mundo. Não nascera para ser intelectual, e mesmo na escola não ia bem. Estava sempre ocupada em remoer contra a educação, os métodos, e achava que todos têm o seu lugar de liderança e compensação neste mundo independente do sofrimento de passar anos estudando em cadeiras de escolas e universidades. Seus colegas entendiam e conseguiu alguns amigos que lhe davam presença, e até a ajudavam nas provas. Por isso nunca desenvolveu a língua inglesa ou espanhola, ou sequer tem vagos conhecimentos de economia ou matemática. Nunca tinha tempo para estudar, era compreensível em sua situação de revolucionária, e mais tarde mentiria ao assinar seu currículo afirmando que tinha doutorado em economia. Quando inquirida a resposta foi honesta: Eu não tinha tempo para estudar. Mas a resposta foi também omissa, como nos tempos em que foi interrogada no DOI-CODI: Não informou nem se desculpou por ter mentido ao dizer que tinha o curso de doutorado. Nas malocas do terrorismo aprende-se a usar disfarces, a mentir, a desculpar-se, a tergiversar, a não responder diretamente como qualquer político costuma fazer em qualquer regime político do mundo. Wanda mentia e mente de forma natural e educada quando não a trai a sua expressão facial e corporal, a voz tremida, o olhar rutilante e desafiador quando a incomodam. A impressão que se tem é que não viu cair o muro de Berlim, a URSS se extinguir sem um único tiro e voltar ao regime capitalista ainda que mais suave do que nos tempos do kzar Nicolau regenerando até a própria bandeira dos czares, a China abandonar o comunismo paulatinamente ano após ano até se transformar na primeira economia mundial. Não viu Jean Paul Sartre abandonar o comunismo, nem viu como dos cerca de noventa países que abraçaram o comunismo, apenas dois subsistirem graças às esmolas de “amigos”, com a particularidade dessa amizade não ser proveniente dos povos, das sociedades, mas dos socialistas que ocuparam o poder. Wanda continua fiel ao velho amor dos tempos do cólera, infantil, dos doze a quinze anos quando se acha que existe um príncipe encantado, embora ela tenha abandonado o seu príncipe, e contrariando a história infantil, se aliado a um sapo barbudo para atingir o poder. Sem nunca ter sido a intelectual das ações, casou com o passado e dele não sai de forma alguma, porque o mundo é dela, e se o mundo muda, o problema é do mundo que estudou para mudar. Sem estudos, assim se entendendo a seqüência completa de assimilação, entendimento e retenção do que se aprende, vive seu momento de sonho já sem se importar com os amores. Afinal, a idade pesa. Não lhe é possível sequer entender que a elegeram por indicação e que os votos que recebeu foram provenientes da ignorância. Eruditos não lhe deram votos. Foi o povo ignorante que a elegeu por indicação do sapo adorado, rouco e barbudo, sem saber realmente porque foi escolhida se o único atributo seu era o da fidelidade, a ambição do poder. Por isso seus programas de governo não andam para frente. Precisa da ignorância para se reeleger. Precisa da pobreza do nordeste, da falta de água, de gado morrendo, de gente passando fome, perdendo suas terras e seu gado. Precisa do descontentamento porque afirma que a culpa não é de seu governo nem de seu adorado sapo barbudo, mas do sistema capitalista. Se seu assessor comprava ou mandava comprar o voto dos corruptos nos senados, sobre ela não se escutam essas coisas, mas a se aplicarem as regras dos últimos doze anos, podemos esperar mais ou menos tempo até que comecemos a escutar. Até agora todos os escândalos foram de seus indicados ou auxiliares e sempre nos fica aquele pensamento de que ou ela não sabe escolher, ou a assessoram muito mal e deficientemente, ou então estará também envolvida porque os escândalos em seu governo já bradam aos céus, e animam os diabos do purgatório. Há indícios de uma incompetência raivosa que fez afastar do partido dos trabalhadores a intelectualidade que deixaram nos anais da história pesadas críticas. Há um medo latente nos ares de denunciar, mas alguns ex-filiados têm falado de forma muita clara temendo até a morte por delação, por contar a verdade dos bastidores do governo. Ela e seu adorado sapo já deram a indicação de sua tendência: apoiaram Ahmadinejad, Fidel Castro, o ditador Mugabe do Zimbábue, ditadores e países africanos e da América do Sul. Suas amizades não são aquelas do mundo ocidental nem do mundo ex-oriental, nem de quase ninguém. È como se associasse – ela, não o povo brasileiro - aos mais escroques do cenário mundial. Muito mais importante do que isso é imaginar quais as razões de tal aproximação e constatar que ela não representa – efetivamente – o povo brasileiro, mas algo de perverso que lhes anda na mente, desses que têm raiva e vivem no passado e que não pode ser apenas a raiva de uma criança de 15 anos que nunca cresceu em educação nem em política, aliada a quem nunca trabalhou na vida e só fez política. Wanda não é assunto sério nacional. É assunto particular de um pequeno grupo ignorante, que ela resolve como quer enquanto tiver dinheiro para pagar a conta e corruptos para lhe seguirem o cheiro. O dengue não se manifesta com raivas, nem se trata com ignorância, e não foi nesta terra, cheia de dengues que se descobriu a vacina para a cura, porque educação e cultura não é nem tem sido a meta prioritária dos que se fazem eleger para governar, porque precisam de votos, e a educação e a cultura não votaria neles, como não votou nem votará. Quem vota vive de esperança enquanto vive, por toda a vida, até que tenha a oportunidade de sentar em bancos de escola e universidades que alguns, em busca de dinheiro fácil desprezaram.Uns foram condenados, alguns se afastaram da cena política até que tudo esfrie, outros pediram aposentadoria antes que lhe neguem os altíssimos soldos, alguns estão presos por corrupção. Wanda e seu querido sapo agora imberbe, esses continuam procurando alianças para se sustentarem, evitando que velhos amigos sejam presos apesar de condenados, perdoando dívidas de marginais enquanto o povo brasileiro - que não parece ser o seu povo - morre pelas secas, pelas tempestades, pela falta de serviços públicos.
O amor é lindo, mas tem que ser verdadeiro, evoluir, e não pode nem ficar parado no tempo, nem se basear na raiva ainda que surda, camuflada pela dissimulação. A não ser desta forma, há sempre situações do dia a dia que nos traem. Freud sabia disso e nós todos também sabemos. Quem governa não é Dilma. É a Vana.

 ₢ Rui Rodrigues

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

protocolo e cerimonial entre o Planalto e a Casa Branca

Conversa interativa de protocolo e cerimonial entre o Planalto e a Casa Branca

(ou de como através da criadagem e assessores se pode saber muito mais do que usando espionagem)


- Olha... Vamos ver então... Tem que ser um jantar leve, sem muita cerimônia, não é?
- É... A presidente não se sente muito à vontade com etiquetas. Só de marca.
- Não.. Não... Etiqueta a que me refiro são os procedimentos e os hábitos tradicionais de bem servir e bem ser servido, figurinos para as ocasiões, todo esse staff.
- Ah.. Sim.. Então.. Eu estava começando pelas roupas de marca que ela também não gosta muito de usar, só à noite quando ninguém está vendo. Durante o dia ela quase que veste com roupas parecidas com as do Mao Tse Tung para dar a impressão que é comunista. Mas essa etiqueta que você ta falando é negócio de garfos, facas, copos..
- Isso mesmo... Vou mandar o menu e fotos dos objetos a serem usados, para que ela possa decorar que copos usar, garfos, etc...
- É melhor mesmo... Ela costuma esgrimir os garfos enquanto fala e come e nunca tem tempo para aulas de nada... Na hora das aulas diz que tem que trabalhar, e na hora do trabalho diz que tem que ir para as aulas...
- Sei.. E como ela governa então?
- Ah.. Isso é coisa de meio dia de trabalho só... Reúne o pessoal em roda, cada um vai falando o que acha que ela deveria ir fazendo e ela vai assinando, dando telefonemas até que o ultimo comente. E ainda os apressa dizendo que são muito molengas. A maioria dos assuntos ela diz: - Deixa para amanhã que isso não é importante. Hoje estou muito ocupada.
- Entendi... Deve estar tudo atrasado no governo dela...
- Pois está... Não tem nada que esteja em dia. As verbas já foram todas distribuídas, mas os serviços estão todos atrasados. Os contratos não têm clausulas de multa, e quando têm podem ser impetrados recursos... Até o assunto dos aviões está pendente.
- Olha.. Diga-me uma coisa... Sabe que a Casa Branca é blindada para armas, smart-phones, I-tudo... Assim que se ela usa gravadores, câmaras, armas etc, tem que passar por revista e arrisca a não funcionarem lá dentro da casa branca. Mas como o jantar é íntimo, se vocês avisarem que ela usa esses aparelhos, nós abrimos exceção, exceto as armas, por causa dos terroristas..
- Ah.. Sim.. Terroristas... Ela já foi terrorista, já assaltou bancos, já fez hi-jack de embaixadores. Ela tem um baita currículo nessas tretas... É muito experiente... E sabe atirar.  Melhor o Obama se sentar com um Colt-45 na cintura. Ela é fogo na roupa..
-  Nobre colega.. Cheguei a pensar que eu estava falando com alguém de uma prisão de segurança máxima e não com o staff da presidente do Brasil... Tem certeza que não  adulteraram as urnas eletrônicas que vocês usam? O povo de vocês é flibusteiro que elege ex-terroristas?
- Ah.. Isso nem importa... Estou muito bem empregado, não tive que fazer curso nenhum de nada e estou aqui porque ela me convidou por ser de confiança. Eu fazia festinha de criança lá no meu bairro no subúrbio de Porto Alegre e para ser franco não tive muita oportunidade de aprender mais no palácio do planalto porque ela não dá jantares... Só lanches durante o trabalho e é na base da mão porque os convidados são antigos companheiros dela e um deles nem tem um dedo.  
- Sei... Acho então que vai ser difícil ela se adaptar ao nosso protocolo...
- Creio que sim... Muito difícil. È como se o Obama viesse aqui ao Planalto e ela lhe desse caranguejos para comer,sabe, com aquele martelo de madeira e...
- Nesse caso, o Obama saberia como comer, porque aqui temos king-crabs, dos grandalhões, e já vêm descascados, para não espirrar intestino de caranguejo pra tudo que é lado...  
- Então e a roupa? Que roupa que a esposa do Obama vai usar?
- Como é jantar íntimo acho que vai usar um lindo vestido rosa carmim até o tornozelo, sapatilhas porque ela é muito alta e não quer deixar as visitas desconfortáveis, e uma franja com laço como nos anos 60... A vossa presidente calça quanto?
-Quarenta e dois... Um pé de abafar vulcão... Ah... Anos sessenta., é ? Acho que nem há tempo para mandar fazer roupa para a nossa presidente. Faltam poucos dias e a roupa que ela tinha dessa época está toda furada por balas dos companheiros dela numas desavenças que houve entre eles e já nem servem. Ela só as tem ainda por recordação... Sabe... Naquele tempo não havia coletes à prova de balas... Mas aqui entre nós, ela usava culotes e dizem até que gostava muito de dar calotes... sabe?
- Sei.. bem... Estou de saída... o Obama já sabia de tudo porque nossa agência de inteligência assiste todos os dias ao vivo tudo o que se passa no Planalto, nos órgãos públicos... Você assistiu aquele filme Déjá Vue?  É assim mesmo.. Até o futuro a gente vê sobre o Brasil.. Vocês estão vendendo tudo e nós estamos de olho para comprar.
- Sei .. Entendi... Mas o Brasil não é nosso. É do povo e o povo cuida. Nós temos que ganhar o nosso pelo nosso trabalho em cuidar do povo. Claro que políticos também são povo e temos que os sustentar de forma a ficarem bem satisfeitos, senão largam o governo e fica tudo ao deus dará...
- Claro.. Claro.. Entendemos isso perfeitamente... Por isso nós da América do Norte somos um grande país... Se agíssemos igual a vocês estaríamos muito pobres  e seríamos comunistas.. Mas olhe.. Ela já não usa culotes. Se quer saber usa mesmo é cueca marca zorba só por questões de perfil psicológico para se sentir forte. Recebemos essa informação também..
- Espera.. Que palavras em inglês ela precisa aprender?
- Nenhuma... Ela já sabe dizer “Everiçin”...

E os dois se despediram satisfeitos. Ao que tudo indicava o jantar iria ser um pesadelo e teria que ser adiado.

© Rui Rodrigues




Captando o espírito de Chico Anísio e Salomé

A viagem


Alô Dilma? ... Sou eeeeuuuuu... Salomé...
.- Dor de cabeça? Mas bah, tchê... Logo hoje que eu ia te convidar para jantares comigo no dia 23... Um jantar informal, num restaurante muito famoso aqui de Porto Alegre, o Casablanca.
- Não Dilma. Casablanca não é italiano. É uma palavra espanhola que quer dizer Casa Branca... A dor de cabeça foi por causa disso mesmo? Olha, não entendi...

-Não, Dilma, não... O jantar do Obama era íntimo, de aproximação... Quase um “rendez-vous”, um “ménage a trois”...

-Não Dilma, não.. Não era para te render não, nem uma homenagem atroz...

- Não.. Não vou traduzir.. Largaste a tua tradutora sozinha lá no Panamá e não vou traduzir nada.. Vai lá apanhar a coitada e pede para te traduzir... E não te irrit...(Hi.. Irritou-se) ...

-Sei, Dilma...  Eles te espionaram.. E de que tens medo? De teus telefonemas para os ministros do Supremo Tribunal Fedegeral? Ora, Dilma... isso até a Inteligência de nossas forças desarmadas sabem disso.. Não é novidade.. Aquela correria para empatar em cinco a cinco, até parece coisa de cinema, quando sabemos que nove pelo menos estavam com vontade de mudar o placar para 9 x 2... Mas deixa pra lá... Toma um chá de Marcela para a tua dor de cabeça e solta um barroso porque pode ser prisão de ventre ou intestinos revoltados..

- Não Dilma.. Marechala ainda não existe nas forças armadas.. Eu disse chá de Marcela, aquela flor amarela dos pampas que cura dor de cabeça e outras coisas mais, e revoltados eram os intest... Mas que revolução Dilma? Parece que tens fobia de militar, tchê...

- Hi.. Desligou... Esta guria se irrita à toa... Tem um gênio difícil, suas palavras são balas de metralhadora, os seus amigos do supremo balas dum-dum que treinam nos alvos da lei, mas ela é simpática quando ri... 

© Rui Rodrigues



O prêmio Moliére de teatro





Trim... trrrrimmmm... 

Mas bah, tchê... Estou ligando para a Dilma, mas a guria ontem ficou irritada comigo outra vez por causa nem sei de quê, capaz de hoje não me atender. Convidei para jantar comigo, mas nestes últimos dias não quer jantar com ninguém... Ganhou ojeriza de jantar... Falou em jantar, sai voando as trança. Também pode ser esse problema das telecomunicações que só servem para irritar.. 

Trim... Trim.. 

- Ôi, Dilma, estou VIVA, Claro...Tchê.. Até que enfim atendeste... Sou eeeeuuuuuu... Salomé... Tua amiga.. Não aceitaste o meu convite para jantar, e ainda tive que engolir uns sapos servidos pelo STF, o Supremo Teatro Federal...

- Não.. Dilma.. Não estou te gozando... Jamais faria uma coisa dessas contigo. Nem mesmo quando eras ministra das Minas e Energia, quando se sabe que não entendes nada de minas... nem de Minas.. Só de Energia que tens bastante... Mas hoje...

- Ora Dilma... Ninguém é obrigado a entender de tudo... Nem mais ou menos, mas temos que convir que tiveste muita sorte em seres indicada pelo Dirceu ao Lula... Se não fosse o Dirceu, o Lula não te conheceria, não é? E foste ganhando ministérios até chegares á Presidência .. Mas deixa te dizer porque te estou ligando.. Posso? Não te vais irritar, tchê? 

- Então ta... Estou te ligando para te dar os parabéns... Ouvi dizer que vais concorrer ao prêmio Moliére.. Aquele de teatro... 

- AH! .. O prêmio acabou em 1994 por falta de patrocínio.. Sei.. Começou com a Air-France depois passou para a Air-France junto com a Citroen... E hoje não tem mais... É.. para tudo é preciso dinheiro, não é? Para financiar campanhas com propaganda, para ganhar votos, e quando o dinheiro acaba, acaba-se a ideologia não é? Viste a queda do muro de Berlim... Não eras nascida ainda? .. Mas bah.. Que barbaridade... Como mentes, tchê... 

- Ó.. Outro dia passei por ti na avenida Borges, em POA, e tu nem “Ó” me deu... Logo percebi que te estavas fazendo de leitoa vesga para mamar em duas tetas: Numa teta, votos do povo por acharem que és comunista, e por outro grana do governo para passares bem, não é tchê? Quem não gosta disso... Mas dinheiro acaba quando a economia for pro brejo.. 

- Não.. Não mintas nem te irrites.. Não estou dizendo nada demais, tchê.. Só queria que soubesses que em festa de rato não sobra queijo, tchê, e se nossa economia fosse um queijo, em breve acabaria que não é assim tão grande para tantas ratazanas.. Olha o STF, o Supremo Teatro Federal...

- O que tem?... (agora a guria se irritou... Está cuspindo marimbondo)... O que tem é que lobo guará perde o pêlo mas não perde o vício, e vão fazer novo julgamento... Desta vez vão livrar todos não é?

- E me diz.. Depois que livrarem os mensalistas, vais esquecer o Lula e indicar o Dirceu para presidente, tchê? São tão amigos que qualquer um...

- Hi.. Desligou... Não disse nada demais.. Vocês me desculpem dizer, chê, mas a guria está indo com muita sede ao pote e me deixa mais constrangida que padre em puteiro.. Acho que ela está mais enrolada que namoro de cobra, tchê.. 

© Rui Rodrigues

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Dor da perda de quem já não está.

Dor da perda de quem já não está.


Nascemos, aumentamos nossas dimensões em altura e largura com todas as dores inerentes ao crescimento e de repente nos vemos adultos. Até lá é quase impossível não perdermos entes queridos, amados, que muito para além dos laços construídos ao longo da vida, e a juntar-nos ainda mais a eles, existem os laços de sangue, genes gritando por uma entidade comum, anseios em comum, amores e sofrimentos em comum. Não importa a condição econômica, o lugar, os tipos genéticos, a morfologia corporal ou moral, laços de amizade e amor, dores de perdas são muito fortes e idênticas em qualquer lugar do mundo. Quase nunca são compensadas ao longo da vida.

Quando cheguei à Colômbia, e passado pouco mais de um mês, tive o prazer de visitar a Guajira, saindo de avião de Barranquilla onde se situava o nosso escritório, até Media Luna na zona do Porto, em pleno mar do Caribe. Fizemos uma reunião para que os representantes das empresas concorrentes conhecessem a área onde uma delas realizaria os trabalhos, almoçamos e de lá pegamos um ônibus alocado ao Projeto para percorrermos cerca de 150 km de estrada batida de terra até chegarmos à Zona da Mina para jantarmos. Pelo caminho visitamos lugares onde existia a possibilidade de canteiras de pedra e agregados para serem usados nos trabalhos a adjudicar. Nessa época eu ainda não imaginava que posteriormente me promovessem a Gerente de Contrato para a zona do Porto, posto máximo no Projeto para aquela zona, acima do Gerente de Construção. Sem minha assinatura não saía um tostão. Com os esforços e a dedicação de toda a equipe, o projeto total orçado em dois bilhões, setecentos e cinqüenta milhões de dólares (valores de 1982) foi completado com obras adicionais, por menos de dois bilhões e meio. Tivemos baixas nessa zona sob ameaça das FARC, as forças revolucionárias da Colômbia. Os EUA mantinham nas cercanias uma pequena frota para o caso de evacuação do projeto, o governo da Colômbia mantinha um posto do exército e uma pequena base aérea com pequenos aviões apreendidos ao tráfico de drogas cujas rotas para Miami passavam por perto, provenientes da Serra de Santa Marta. Apesar do perigo, nossas baixas deveram-se a ataques por motivos desconhecidos (dois americanos mortos a pauladas) e um grande amigo nosso cujo barco de pesca afundou no “Cabo de la Vela”.

Mas porque a alusão ao projeto e à Guajira, no contexto das dores que sentimos porque quem já não está, entre nós, presume-se?

Porque quando cheguei à região, naquele primeiro dia, vi desertos de areia salpicados de cactos, sem uma única árvore, a não ser pequenos arbustos espinhentos que me lembraram a caatinga no Brasil, porém de vegetação muito menos densa. Muito raramente, apareciam lá em baixo como pequenos pontos, pequenas sangas de água onde pessoas e cabras matavam a sede. Não se viam cavalos nem bois, apenas cabras e jumentos. O Departamento da Guajira tem um tratamento diferenciado dos restantes na Colômbia, porque seu povo é também diferenciado, constituindo uma etnia quase homogênea. A impressão que se tem é de estarmos em plena palestina, quer pelas roupas e mantos das mulheres, quer pelas dos homens que caminham pelo deserto, ladeando jumentos onde suas filhas e mulheres cavalgam sentadas de lado como as damas européias dos tempos da cavalaria romântica. Num deserto daqueles que nada dá, o que prende os seus habitantes àquela terra? Apenas a tradição, o fato de terem nascido lá, de toda a natureza em sintonia com a natureza dos corpos. O povo guajiro ama a sua terra, pertencerem à Colômbia é apenas uma contingência político-geográfica. Desde que o governo da Colômbia não interfira demasiado, a bandeira de pano não importa tanto quanto a bandeira de areias e cactos, águas e ondas, do leite das cabras, dos peixes do mar onde sob a qual nasceram e se criaram. Um executivo que conheci, nascido lá, tinha um de seus apartamentos em Barranquilla. Um dia me convidou para visitar sua casa na Guajira coberta de teto de palha, porque lá só chove de quatro em quatro anos quando chove. Paus de cactos a pique, preservavam a intimidade e segurança para as cabras e pessoas. Havia colchões para os hóspedes e redes. De uma sanga tiravam a água, alimentavam o gado. Seu traje resumia-se a um anteparo colorido e listrado que lhe tapava o sexo. Lá passava sempre que tinha um tempo livre com a mulher e os filhos, mantendo os laços com a terra, com o ar seco, com o vento, com as lebres fugidias que se viam surgir esguias por entre algum mato de folhas grossas e espinhentas.  


Perder entes amigos, gente conhecida, é triste. Quando se ama a terra em que vivemos, a amamos porque ela se identifica conosco e nós com ela, é como que perder muito mais do que os amigos. È como se fossemos árvores secas que perderam as raízes e tombam no solo inertes, olhando o sol passar no horizonte até cair a noite sem esperanças de haver outro amanhecer. Perguntei-me se, por ter nascido em zona de montanhas com cultivos e vinhas, água, neve e rio, animais de todos os tipos, num jardim à beira mar plantado e depois ter vivido, como vivo, num país varonil de encantos mil, teria a obrigação de ter mais amor por estes dois países do que o povo guajiro por sua terra, e cheguei à conclusão que não. Um índio norte-americano já dissera uma vez, descontente com a ocupação européia que lhe enterrassem o coração na curva de um rio. É o lugar, a natureza do lugar que nos cativa de forma igual. As fronteiras, traçadas em frágil papel, foram acidentes históricos provocados pela força das armas de quem as traçou, e pela ignorância e fraqueza de quem as teve que aceitar, mas no coração não existem fronteiras. E foi assim que passei a amar também mais uma região deste planeta, a Guajira, tal como amo o país em que nasci e este em que vivo, um pouco mais do que amo todos os demais deste planeta. Sentiria uma grande dor se soubesse que algo de mal acontecesse a algum deles.

A perda é como filme mudo, onde a natureza balança ao vento, pessoas passam mudas sem nos olharem, tudo nos fica alheio porque já não nos pertence, já não fazemos parte de sua natureza, de suas fronteiras, dos amanheceres e anoiteceres de dias de admiração e contemplação. Não há cheiros, choros e risos de crianças, perfumes de mulheres amadas. Isto é uma perda. A maior das perdas. A separação definitiva.

Hoje, 18 de setembro, enquanto escrevia este texto, dedicado à Guajira, a quem ama seus amigos e amigas, seu povo, sua gente, o planeta inteiro, minha amada terra brasileira dependia de um voto de um juiz para que se desse validade a um julgamento anteriormente efetuado no Supremo Tribunal Federal. Eram onze juizes, dos quais nove haviam sido nomeados pelo mesmo partido. O resultado esperado referia-se a terem ou não os condenados direito a novo julgamento. Ora, no primeiro julgamento haviam sido condenados pela maior instância do direito, o STF. Novo julgamento implicaria em admitir que teriam havido falhas no julgamento. Implicaria também no desconforto geral na nação e nos membros do tribunal, ao verem anulado seu julgamento, ao que tudo indica por distração ou incompetência. Implica também que todos os presos da nação possam exigir as mesmas regras e o mesmo entendimento para terem novo julgamento. Seja como for, a descrença nas leis é tudo o que é necessário para que qualquer país entre numa perigosa zona de descrença nas instituições, investidores estrangeiros retirem seus capitais, fábricas fechem e se transfiram para outros países, a fronteira entre a ordem e o caos seja ultrapassada: Os primeiros estertores de uma morte anunciada de uma nação, a separação de familiares e amigos.

Hoje, 18 de setembro, procurei pelo Brasil e encontrei outra nação. Não acredito que possa amá-la como a amava antes, enquanto usurpadores continuarem na posse do mando, esgrimindo leis como se fossem armas de destruição em massa. Continuarei amando o povo, a natureza, as cidades, os campos, mas não estou certo de continuar amando o que lhe falta para completar a região como uma nação. Há muito os índios já pensam como eu. E não só o povo índio. Há muitos que pensam como eu e nem nisso estou sozinho. Procurarei amigos entre os descontentes.

E nem sei se tenho forças para animá-la, à Nação, e dizer-lhe: - Vamos, Nação... Ânimo... Estávamos a um passo de sermos o Brasil do futuro e quase no final do presente voltamos nossos passos para trás, para o passado?



© Rui Rodrigues     

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Chupa essa mandioca Alexandre VI

Chupa essa mandioca Alexandre VI

Hoje acordei pensando neste belo, amigo e inteligente povo brasileiro. E a primeira frase que me ocorreu foi: Chupa essa mandioca Alexandre VI [1]!...


No tempo dele, a terra “era” plana e era também o “centro” do Universo. Era o que “diziam” as escrituras reforçadas pela teoria de Ptolomeu.  Tudo girava à sua volta e ai de quem dissesse o contrário. Iria preso, seria torturado e mandado para uma fogueira. O termo “ai de quem” vem desses tempos, da inquisição, pelos “ais” que os desgraçados davam quando eram torturados e queimados vivos. Desobedecer à Igreja era um crime, estivesse a Igreja certa ou errada. E era a Igreja quem, nesse tempo, nos dizia o que estava certo e o que estava errado, pela simples leitura das escrituras. O problema era que os papas até Alexandre Ve-i não precisavam ser sacerdotes. Muitos eram comerciantes, qualquer coisa, e tinham os seus interesses próprios de poder, de vaidades, sua própria ambição, e era nas mãos desses que o mundo estava. Mandavam em tudo, eram os donos do Sacro Império Romano Germânico, da França, de toda a Europa que era cristã.


Alexandre Ve-i soube constrangido, antes de 1503, ano em que morreu, que a Terra poderia passar a ser redonda e não uma placa circular suportada por uma quantidade enorme de tartarugas enormes que a suportavam, embora já desconfiassem de que poderia flutuar no espaço das águas que Deus separara quando fez os céus, mas como isso estava escrito no primeiro testamento, não tinha a mínima importância relativa, porque Jesus que tudo sabia como Deus, e que dera origem ao segundo testamento, este agora mais importante do que o primeiro, nunca discutira com os Apóstolos como o Pai tinha feito o mundo. O que Alexandre Ve-i soube foi que Pedro Álvares Cabral tinha descoberto as Terras do Brasil, num lugar onde os oceanos deveriam ter terminado, cheio de monstros que provavelmente protegiam as tartarugas e que serviam para assustar quem tentasse descobrir novos mundos, da mesma forma que o diabo assustava todo o mundo aqui na Terra, ajudado pela Igreja que também assustava com a fogueira, a dama de ferro e outros apetrechos de furar a pele, queimar, extrair unhas, e só não davam choques porque não tinham ainda descoberto a eletricidade. Morreu enquanto tentava organizar uma cruzada contra os mouros, os infiéis, os que pensavam diferente, para assaltar as suas riquezas. 


Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil, descobriu novas gentes pacatas que tomavam banho todos os dias, com as partes íntimas sempre lavadinhas, prontas para o uso, de perfil muito alegre, cujas penas só usavam em cocares, jamais na alma. Este novo povo não tinha igreja para lhes atazanar as idéias, viviam integrados na natureza de forma auto-sustentável, não tinham nenhum rei, e fogueiras só para assar mandioca, churrasquear uns peixinhos, espantar onças. Alexandre Ve-i não teve muito tempo para chupar aquela mandioca, porque lhe sucedeu em 1503, quando faleceu, o papa Pio 3-is, que morreu logo que assumiu no mesmo ano. Este não teve nem tempo de chupar nada. Julio 2-is, que lhe sucedeu, ainda em 1503, ficou chupando jaca até 1513, preocupado com o comportamento da terra, que parecia ser o centro das atenções para os próximos anos talvez séculos. O mundo ia mudar graças à teimosia dos portugueses que logo por essa altura começaram a instalação de bares pela cidade do Rio de Janeiro vendendo vinho importado da Europa e pesquisando sobre a destilação de suco fermentado de cana de açúcar.



Estes portugueses pensavam de forma muito diferente. Achavam que a Terra era redonda, que era o Sol que era o centro do Universo, e suspeitavam que até nem era, porque se guiavam pelas estrelas através de um instrumento chamado Astrolábio. O Universo inteiro parecia não ter um centro. Centro mesmo era o da cidade do Rio de Janeiro, ou de Lisboa. Julio 2-is parou de chupar jaca em 1513, quando morreu, sucedendo-lhe Leão Xis. Leão Xis ficou muito preocupado em 1519 quando Fernão de Magalhães, outro português se arranjou com os reis de Espanha para lhe arrumarem uma frota para dar uma volta ao mundo. Partiram de Sanlúcar de Barrameda na Espanha e chegaram a Sevilha – apenas um dos cinco navios que haviam partido – em 1522, depois de viajarem 1080 dias. No entanto, pelo diário de bordo, eles tinham viajado 1081 dias [2], gerando enorme discussão internacional. Mas o papa já não era Leão Xis, que tinha falecido em 1521 e sim Adriano Ve-i que morreu em 1523 sem ter definido a Linha Internacional de Data.


O Papa Francisco i, agora eleito, passados mais de 500 anos, cansou-se de ser empurrado pela humanidade que sempre desvenda e mostra os erros, embora com muita lentidão, aos que querem impor-lhe ordens sem fundamento que seja suportável pela observação e pela ciência. Ele está mudando a Igreja, corrigindo os conceitos equivocados, de braços dados com as verdades e não com as conveniências gerenciais. Esta humanidade vai à escola, estuda, sabe em que mundo está. Francisco i não chupa nada. Ele é bem vindo a este mundo, porque todos os outros Papas que o antecederam, eram de um outro mundo que não conhecemos, e que só eles imaginavam prometendo-nos esse tal mundo que jamais poderá estar ao nosso alcance em vida...

Bem vindo, Francisco i. Temos o maior prazer em conhecê-lo e ouvi-lo, o bem deve ser praticado para que se possa viver em paz e tranquilidade neste mundo, sem tantas desigualdades, e a conquista desse mundo para lá da vida, será apenas uma consequência do bem que nesta vida praticarmos. 

© Rui Rodrigues









[1] Até este papa, qualquer individuo poderia ser eleito papa, mesmo sem ter conhecimentos eclesiásticos ou teológicos. Era uma questão de prestígio, de jogo de interesses, de populismo, muito à moda de sistemas totalitários, como o comunismo e o bolivarianismo. È um perigo para as sociedades, porque não tem base racional. Sistemas assim funcionam na base da imposição da vontade, são verdadeiras ditaduras.
[2] Ainda não existia a “linha internacional de data” e um dia deveria ter sido descontado, porque a Terra é de fato redonda, e para quem não acredita, o homem já foi à Lua e há equipamentos por lá que o atestam.  

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Tudo vale a pena? Será a alma pequena?



Tudo vale a pena? Será a alma pequena? 

Dizia o poeta Fernando Pessoa que tudo vale a pena se alma não for pequena... Temos, grande parte de nós, uma alma grande, enorme, do tamanho do Adamastor, e parece não ser suficiente para vencermos almas tão pequenas e mesquinhas como as de nossos políticos  quer do lado ocidental quer do oriental do oceano Atlântico. Eis algumas das razões.



A CAMINHO DO PATÍBULO.



Estou pensando o que é "indignação" realmente e como esse sentimento se manifesta numas pessoas de forma perene até que os motivos dessa indignação sejam anulados, e como em outras é como ventania que apareceu em Junho de 2013 e em setembro já estava amainada, mesmo com declarações alienadas do governo dizendo que isto aqui é uma economia crescente melhor que a dos EUA...

O governo engana o povo, o povo das ruas se engana como povo, e parece que caímos no marasmo dos condenados à forca que cabisbaixos seguem rumo ao patíbulo... Conformados...

Restam ainda nas florestas de Sherwood, uma meia dúzia de Robin Hoods, outra de Robin Woods, sem que nos preocupemos realmente com o que perturba o ambiente fora das florestas. Vivemos enflorestados em apartamentos e casas, barracos e trapiches, enclausurados à espera do patíbulo.

A indignação ainda é auto-sustentável, auto-gerível, continuamos contando piadas, nossos impostos são dádivas a fundo perdido, a saúde não incomoda enquanto não precisarmos dela, a educação é só para os novos e nós já não somos tanto nem precisamos dela também, aliás, de que precisamos nós, 200.000.000 de brasileiros, senão de uma boa fofoca que nem nos incomodados em saber se é verdade ou mentira enquanto tomamos uma cerveja, gastamos do bolsa família o que a inflação ainda não comeu?

Não somos agora o país da cerveja, das novelas, do politicamente correto e das redes sociais?

Mas quando chegar a nossa vez de subirmos ao cadafalso do enforcamento por saúde, por ensino, por infra-estruturas, por inflação, falta de segurança e outros males, certamente gritaremos:

- GOVERNO DESGRAÇADO.... QUEM ME AJUDA ??????

Parece que por enquanto estamos apenas olhando os enforcados tal como os que seguiam para câmaras de gás. A nossa vez ainda parece longe...

₢ Rui Rodrigues.



SALOMÉ E OS ATAQUES CIBERNÉTICOS DA NSA
- Alô? Dilma?.. Sou eeeu... Salomé Tua amiga do Sul, tchê... Não estás ocupada falando com o Obama, né ?
----
Ah.. Estavas até há pouco... E já sabes se a Petrobrás vai dar lucro grande, muito grande ou enorme???...

--- Não.. Não... Calma.. Não te irrites, tchê, que até pareces azoada e isso não te fica bem, tchê... É que estão falando muito. Dizem que a NSA estaria dividindo informações contigo, para que saibas quanto que a Petrobrás tem disponível para as eleições de 2014... E de outras cositas mais que o Eike também soube..

---- &*(¨$¨5474_)*¨¨&$¨%#$%2

--- Calma, Dilma, calma... Eu não disse nada demais... Só estou contando o que dizem por aí...
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- Que cositas?... Do levante militar... Haveria forças pró-comunismo nas forças armadas e pró-contra-comunismo, e outras ainda em cima do muro vendo onde param os mísseis que compraste para a copa de 2014... Aquilo vai ser uma copa de futebol, ou de tiro de bola de canhão...

---- Não.. Dilma.. Não... Toma teus calmantes, vai.. Não te irrites... Hi... Desligou.. Eu não estava dizendo nada demais... Quando ela se irrita, nem fala direito, parece até que usa bombacha e peida depois do mate...



 Rui Rodrigues



FORTE KNOX E FORTE DE INOX




Fort Knox é um dos lugares onde os EUA guardam seu ouro. Não vivemos mais no “padrão ouro”, mas o dólar americano tem lastro na “confiabilidade” suportada pelo ouro que possui. Entra crise, sai crise, e o dólar americano baixa, sobe, mas se mantém como moeda confiável. Porquê? Porque se o mundo voltar ao “padrão ouro” por qualquer motivo que hoje não se possa prever, lá estará o ouro americano garantindo a moeda. Petróleo é tratado da mesma forma: Quando o petróleo fica mais barato, os americanos enchem os poços vazios de petróleo com o óleo “cru” importado. Outros países, como Portugal, por exemplo, em épocas de crise vendem seu ouro às toneladas. Podemos imaginar quem compra esse ouro disponibilizado para manter, como foi no caso português, uma administração deficiente destinada a manter os projetos e os amigos dos políticos representantes do povo. Os americanos sabem que acumular riquezas já permitiu a judeus se livrarem da câmara de gás durante a segunda grande guerra, e até mesmo sair da Alemanha nazista.

Países com alta corrupção e políticos corruptos, não cuidam de suas riquezas. Vendem tudo o que podem, até a qualquer preço, incluindo empresas que já foram públicas, fundadas e instaladas com dinheiro dos impostos públicos, minerais estratégicos como o nióbio, e mente-se muito, até quanto à disponibilidade de petróleo que ora nos é abundante, ora o estamos importando no Brasil. Somos o país da importação negativa, ou seja, do “não importa”... Estamos habituados a receber informações de “fatos consumados” do governo, que depois servem de desculpa para “consertos & reparos” em que geralmente a emenda é pior do que o soneto... No momento disponibilizamos verbas do tesouro até para perdoar dívidas externas de outros países, alguns onde os governos são ditatoriais, como se não tivéssemos pobreza dentro de nossas fronteiras. Agimos, ou melhor, nossos representantes agem como se fossemos ricos, mas nossos índices de desenvolvimento e de riqueza nos dizem que não, redondamente não, apesar de todas as despesas que o governo tem de nos mostrar em propaganda que somos dos melhores do mundo. Assim é também em Cuba, na Venezuela, na Coréia do Norte... Os filósofos de araque continuam fomentando as belezas do comunismo e do socialismo como se esquecessem que dos noventa países que já foram comunistas, apenas dois o são e mesmo assim, já nem tanto, e nem Rússia ou China se consideram comunistas.

Fico pensando em que poços estamos acumulando petróleo, em que forte de aço inox estaremos acumulando o nosso ouro, o que será deste país no dia em que todas as verdades vierem á tona como estão vindo... E, no entanto, apesar de não se verem movimentos na população contra este estado de coisas, ela se move... O povo no momento só grita, rabugenta, se indigna... Um dia parecerá uma manada de gado que estourou.

Seria um caso único em termos de manifestação sul-americana, algo muito pior do que a revolução russa, a queda da Bastilha, ou a guerra de Secessão dos EUA... Mas acontecerá quando se verificar que nossos poços e cofres estão realmente vazios porque foram assaltados a pouco e pouco por quem tinha as chaves.



© Rui Rodrigues






sábado, 7 de setembro de 2013

Veja como é possível ser feliz com um amor e uma cabana.

Veja como é possível ser feliz com um amor e uma cabana.


Realmente é simples, possível, e absolutamente funciona.

Comece por imaginar o que para muitos já é uma realidade:

Um amor para beijar, amar, transar, e se usar camisinha - ou se de acordo entre ambas as partes se mantiverem fiéis ao amor mútuo - nem precisam usar camisinha. Se pelo contrário e eventualmente a relação se deteriorar, as partes têm a obrigação de avisar que a relação não vai bem, e começam a usá-la porque são distribuídas gratuitamente, preparando-se para novos amores. Assim se evitam filhos em casais não muito seguros, as despesas não aumentam, não há que botar mais pratos na mesa, pagar escola, gastar dinheiro com médicos. O amor e a cabana se sustentam...E se a cabana ficar num terreno de mais ou menos mil metros quadrados, dá para plantar tanta coisa que a economia nos supermercados ou nos armazéns, será drasticamente diminuída, quase gerando subsistência auto-sustentável, agora bem na moda. Se nesse terreno houver uma cabra ou uma vaca, ou uma ovelha, terá leite quase grátis para um casal. Se o leite estragar, come coalhada. Se estragar ainda mais come queijo que é tão caro nos supermercados. Só terá que levar a cabra ou a ovelha ou a vaca para passear no prado para ela se alimentar sem custos para você. Mas tempo é o que não vai faltar ao casal. Só não tem tempo quem trabalha.

Água potável? Abra um poço... E garanta que haja energia elétrica nos arredores. Quem sabe até possa aparecer um “gato” legalizado nas redondezas se a companhia de energia elétrica não tiver condições de levar o posteamento até a sua casa e desta forma, obter a energia a que tem direito constitucional. Esgoto? Faça uma fossa legal com três poços para depósito de fezes, decantação fecal e sumidouro de forma a não poluir o sub-solo. Umas coberturas de plástico sobre as fossas e uma mangueira de plástico lhe garantirão o gás para o fogão em terceira mão.

Carro para quê? Quase nem precisa sair, então a economia com a gasolina que sempre sobe, pode ser usada para pagar os ônibus, ou então peça carona aos amigos que vos cercam. Até pode contribuir com alguns trocados para a gasolina, porque o custo da passagem dá para pelo menos dois litros e com esses dois litros qualquer carro anda pelo menos uns doze quilômetros. O supermercado e a cidade não ficam tão longe assim. E se ficarem longe, lembre-se que caminhar todos os dias dá saúde. Assim, vá todos os dias a pé ao supermercado e volte com duas sacolas uma em cada mão. No final do mês, verá que está com os músculos tonificados, terá transportado sessenta sacolas. Como não consome tanto, vá ao super e compre para os amigos e amigas da região e fature uns trocados. 

Quando construir sua cabana, ( se não conseguir invadir uma casa do minha casa minha vida) lembre-se de abrir bastantes portas e janelas e usar telas para mosquitos. Assim, nos dias de calor, abra todas as portas e todas as janelas, e nem precisará de ar condicionado ou ventiladores. Se não houver vento, tome banhos freqüentes com água de poço. E qualquer radinho de pilhas lhes dará notícias por pelo menos um mês sem ter que comprar mais desses cilindros tão caros. Notícias não faltarão em seu radinho, e se por acaso seu dedo parar naquela emissora que remete para igrejas que cobram dízimo, lembre-se: Seu dinheiro é curto, mal dá para comer e não pode ser desperdiçado, sendo melhor que deus lhe dê um dízimo mensal para que possa sobreviver melhor. Afinal você não é deus, Deus é ele e só ele pode fazer milagres de lhe dar uma grana extra todos os meses. Se Deus não fizer esse milagre, filie-se a um partido e terá ajuda do estado. E lembre-se sempre que quiser rezar, ir ao templo: Uma das premissas de Deus é que ele está em toda a parte. Por isso economize dinheiro em transporte público e reze em casa, na sua, ou junte-se com amigos e rezem na casa de cada um por método de revezamento. Deus entende essas coisas. Pastores sacerdotes é que não entendem nada disso. 

Sem muita diversão, coisas da vida para distrair, transe com sua parceira ou com seu parceiro. É uma boa diversão se usar camisinha para não haver filhos. Se for gay, não terá jamais este problema. É só transar...

Falta-lhe uma televisão? Para quê? Para ver novelas? Ora, ora... Sua vida é uma novela muito melhor do que aquelas a que assiste e que nunca acabam como você gostaria que acabassem, e quanto a notícias, tem o radinho de pilha, lembra? Mas repare, coisa que nem em Cuba se faz: juntem-se nas imediações em grupos de uns vinte e comprem um computador e um modem e podem ter Internet, tv, notícias... Se precisar de grana, venda o radinho de pilhas, e se sair briga entre os vinte para ver quem tecla o computador, nada que um esparadrapo e uma tintura de iodo não resolvam...

Ah... E tem que escolher o estado. Por exemplo, no Maranhão, o estado mais pobre e deplorável do Brasil, não dá para viver bem com um amor e uma cabana, a menos que tenham como padrinhos alguém da família mais rica do Estado, os Sarney... E esqueça o Nordeste e o Norte: Falta água e nem votando no PT se conseguiu água para o lugar. Dinheiro há de montão, como se sabe a julgar pelas verbas liberadas para as obras do PAC, mas... Ora... Pra quê saber se isso não muda nada? Então fiquemos no amor e uma cabana e esqueçamos o resto.  Coração que não vê, olhos que não sentem. Quanto mais conhecimento tiver, mais sofrerá, mais ficará indignado, e isso até pode tirar a vontade de transar e ser feliz. Transe...Transe bastante como quem fuma crack... Crack é um vício que destrói e custa caro, mas transar é grátis e distrai o suficiente para não precisar pensar na vida.

Roupa? Móveis? Nem precisa ir para supermercados ou casas de moda. Em casa podem andar nus porque são apenas um casal, o que permite uma certa privacidade. Para sair na rua, andar de ônibus (economize no ônibus e faça exercícios andando sempre a pé), duas bermudas e quatro camisetas, um par de chinelos e um par de tênis com direito a um boné. Isso dura uns quatro anos, e não custa tão caro se souber onde comprar. Os móveis podem ser feitos com objetos de lixo reciclável. Uma tesoura, um vidro de cola, uma chave de fendas, agulha, linha, e pode ter todos os móveis que quiser. Podem usar tábuas de demolição, tijolos que se encontram nas ruas, e sua imaginação. A cada móvel novo, um beijinho doce em seu amado ou em sua amada, comemorando com muita emoção, lágrimas de alegria, e o sentimento de que contra todos e contra todas, vocês conseguem. Agradeçam a Deus, mas não muito, senão ele pode achar que estão muito satisfeitos, que já vos deu demais e tudo piorar porque ele tem muita gente para atender.

Se só desejar isto, um amor e uma cabana, não precisa nem trabalhar. Basta ganhar uma bolsa família, usar o SUS sempre que precisar tratamento de saúde, mas com tanta felicidade e alimentos cultivados em seu terreno, e com a ajuda de Deus, nada lhe faltará, mas se contribuir com dízimos, ou terá que roubar, ou trabalhar, ou passará mal. E nem terá tempo para curtir o seu amor e a sua cabana, além do mais, há sempre um Ricardão, ou uma Teresona de olho no seu par. Mas se o SUS não resolver, vá até a Igreja do Valdomiro e espere para que se opere um milagre. Se todos têm direito a milagre, porque você não teria? E se mesmo assim não resolver, há sempre centros espíritas e pais de santo que operam verdadeiros milagres. Este mundo está cheio de opções.  

Diversão? Então não ficou sabendo dos shows grátis das prefeituras, todos os fins de semana? E nem se preocupe com a roupa para os shows. Ninguém conhece vocês, e nem terão tempo para reparar nem vocês querem que reparem. Vocês são um par que se completa e só têm olhos um para o outro.

E sorria... Sorria sempre... Mesmo quando olham para você de alto a baixo com aquele ar superior... Sorria porque está sendo invejado. Deus é fiel e lhe deu um amor, uma cabana cheia de coisas, notícias do dia a dia, só falta a câmara fotográfica, o celular, mas isso você encontra baratinho tipo três em um, e você Aipode sim... Aipode... Sem informar a proveniência vendem barato em segunda mão pelas praças e ruas deste Brasil.  

Afinal, se Lula sem nunca ter trabalhado e sem qualquer instrução chegou a ser presidente do Brasil, se Dilma foi presidente por indicação, se Maduro, um simples motorista de caminhão é presidente da Venezuela, se uma viúva de um político é presidente da Argentina, se bandidos ladrões fazem parte do congresso mesmo depois de condenados, alegre-se: Se um dia seu amor acabar e a cabana for pequena e achar que não vale a pena, ainda pode ser vereador, deputado, senador ou até mesmo presidente da república. Só falta aprender a roubar para ter mais sucesso.



© Rui Rodrigues