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sábado, 7 de janeiro de 2012

Ensaio sobre este admirável mundo novo do sexo quase livre



Ensaio sobre este admirável mundo novo do sexo quase livre

Quem pensa que o mundo está mudando, não leu nada do que autores do passado escreveram, ou leram e não deram a mínima importância ao que liam, porque o fizeram sob a ótica da religião ou da política, e assim justificaram os meios do que liam sem sequer desejar entender: a essência da humanidade.

Por isso, quando Abraão – o pai bíblico - disse ao rei filisteu Abimeleque que Sara, sua esposa, era sua irmã, este a tomou embora ela já tivesse 90 anos. Também, vendo as coisas sob ângulo livre, Jacó se oferece para trabalhar durante sete anos para pagar por Raquel. Como ele é enganado e acaba fazendo sexo com a irmã dela, Léia, ele tem que trabalhar durante outros sete anos para pagar por ambas. Podemos até imaginar um Jacó extremamente motivado para ser enganado e ficar com as duas... Quem pode garantir que não foi isso o que aconteceu realmente?

Podemos ler muito na Bíblia sobre sexo, traição, libidinagem, sodomia, tudo legalizado sob as bênçãos de Deus, se praticadas do “lado certo”. A humanidade não mudou nada sob este aspecto. O que parece ter mudado, foram as leis, mas estas não mudam a essência humana, porque apenas a põem á prova circunstancial e temporária: a moral muda com os tempos e volta sobre si mesma, reavivando o passado, tornando-se moda para depois cair na reprovação popular, em ciclos de maior ou menor duração. È fashion!

Os seres humanos já transitaram livremente completamente nus, compartilhando os mesmos problemas que hoje existem quanto às saias curtas, aos perfumes “atrativos” impregnados de almíscar, ou de roupas que sexualmente atraem. As próprias roupas femininas, de cor rosa, vermelha ou lilás, reproduzem as cores das genitálias femininas, um convite á prospecção masculina. As mulheres deixam os homens loucos com suas cores rosa, cor de seus sexos, mas negam a aproximação para aqueles que não desejam, porque, contrariamente aos homens, podem controlar seus desejos sexuais de forma muito mais fria e eficiente do que eles. O homem dá logo. A mulher controla e dá para quem quer.  

Do pouco que conheço de antropologia, e face á ascensão da mulher aos postos chave dos governos e á “igualdade” dos sexos perante a lei, os novos tempos são promissores para ambos os sexos, no que pese a velha guarda que dirá que tudo está mudando para a dissolução da família, dos costumes, do “status quo”. Ora, o status quo já vem mudando há séculos, renovando, alterando, mas voltando sobre si mesmo, aos velhos costumes que sempre existiram no “modus operandi” da convivência humana: o ser humano gosta de sexo, pelo prazer indescritível que nos dá, dádiva divina, que se não fosse para ser usada, nasceríamos assexuados, todos nós, homens e mulheres.

Mas então, alguns moralistas resolveram “legislar” sobre o sexo, segundo o seu enfoque: proibiram uma porção de coisas, que a humanidade continua desfrutando em surdina, na calada da noite, eternamente, desde os primeiros tempos de que temos conhecimento através da escrita. Tudo na base da resistência surda, como acontece com o contrabando: é proibido, mas existe há milênios e nunca se acabou com ele.

Quem não sabe ler e assume ares e linguagem pseudo-erudita de doutor "honoris causa" não é apenas analfabeto: É tendencioso, xiita, tapado, inocente, ignorante, convencido, presunçoso, limitado, imbecil, e de muitos outros atributos etecétricos, porque não vê o que é realmente verdadeiro e está na frente de nossos olhos de forma escancarada, renitente, não corrompível ao longo dos séculos: homem e mulher quando querem dar, não tem quem segure. Quem não acredita nisto, casa. Quem acredita, fica solteiro, gozando das delícias da liberdade. Essa coisa de que “tu és só minha, e eu sou só teu”, só funciona na perspectiva de crenças como em papai Noel, em duendes, em ressurreições, em fantasmas, em representatividade de senadores, deputados e vereadores, ou de governadores e presidentes.

Quem achar que estou errado, que me atire uma pedreira, uma chuvarada de granizo, ou raios que me partam. Perdoarei a todos porque não sabem o que fazem e principalmente o que lêem...

₢ Rui Rodrigues

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