Tudo e todos punem... Sempre seremos punidos!
Não
há como evitar, como fugir da punição!
Ainda
Moisés andava, e como andava, pela Terra, quando certo dia sentiu já no
deserto, que o povo, ignorante como sempre desde então, andava pensando por
conta própria e fazendo tudo que Moisés não queria que fizesse: desobedecer!
Irritado, subiu a um monte e ficou lá até sentir fome.
Voltou com dois pedregulhos esculpidos em letras onde os que sabiam ler- naquela época apenas uma meia dúzia de escribas sabia ler e escrever – poderiam conferir o que estava escrito. Provavelmente nada estaria escrito, porque Moisés não era escriba. Mas logo os escribas que obedeciam a Moisés se apressaram em ler o que estava escrito.
O
povo não gostou nem um pouco... Falaram mal do Moisés, quiseram fazer greve,
queriam até voltar para o Egito. Pelos escritos nas tábuas, a boa vida tinha
chegado ao fim e não se podia mais cantar a mulher do próximo, o homem da
próxima; roubar egípcios, dizer ao pai que tinha amantes que não gostava de
suas saídas noturnas, e muitas outras proibições, num total de 10. Felizmente
nada proibia que continuassem bebendo vinho ou cerveja, mastigar sementes
alucinógenas, hábito aprendido com os sacerdotes egípcios que em transe faziam
viagens fantásticas ao “além” de Ra, de Isis, Hórus e Pta.
Esse
negócio de proibir – é realmente um grande negócio porque redunda sempre em
multas caríssimas – foi se espalhando pelo mundo. Hoje se proíbe quase tudo. Há
sempre um lado da sociedade que proíbe alguma coisa, nem que seja urinar nas
calçadas em caso de aperto por incontinência urinária de idosos, mesmo não
havendo banheiros públicos por perto: Ou o idoso urina nas calças, ou paga
multa. Nem pensar das prefeituras colocarem urinóis públicos em cada esquina,
porque se o fizessem acabariam com a industria da multa...
A
julgar pelas estatísticas, grande e considerável parte da sociedade masculina,
em qualquer lugar do mundo e sob qualquer religião, tem, além da mulher,
encontros casuais de alto desempenho, ou um par de amantes para os dias mais
tristes. A sociedade feminina, também... Mas faz-se de conta que isso não é
importante, que nem exista ou seja representativo, e proíbe-se isso na lei
civil e nos casamentos religiosos. Assim se movimenta a lei, dando oportunidade
ao pagamento de advogados, taxas, emolumentos, contribuições, e em muitos casos
comissões para reversão da tendência do julgamento – Comprar a lei, em outras
palavras...
Os
anúncios de automóveis fazem sempre menção de “do zero aos cem” em 10 segundos,
velocidade limite de 180 km/hora, 220, 300 km/hora, e nós, que gostamos muito
de corridas da fórmula qualquer coisa, arrancamos e dirigimos em alta
velocidade. Policiais escondidos, disfarçados, e até pardais anotam a placa do
carro com radares sofisticados e punem os excessos. Nem pensar em diminuir a
potência dos motores dos automóveis para que se restrinjam às velocidades
limites, porque isso acabaria com a indústria das multas. Temos que ser punidos de qualquer forma.
O
que dói mais, porém, não são as punições de Deus, porque já sabemos – pelo que
parece - que Ele não nos entende muito bem, mas as punições dos amigos. Foi
assim que a esquerda chegou ao poder em todo mundo, com a ajuda de seus amigos,
ou seja, nós os cidadãos. Finalmente o socialismo ascendeu ao poder de forma democrática
e capitalista... E se apoderou do nosso capital guardado nos tesouros
nacionais, dando-o a bancos, distribuindo-o entre os amigos, empreiteiros e
empresários em geral, nomeando ministros que se revelam corruptos da maior
periculosidade, e ambiciosos, muito ambiciosos, porque furtam, roubam, assaltam
em milhões, bilhões. Apanhados com a boca na botija, com a mão no pote de açúcar,
com a boca no balão tentando arrebentá-lo... O dinheiro desaparecido jamais
retorna aos cofres .
Mas..
Mas... Mas quem os punirá?
Rui
Rodrigues
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