As eleições de 2014
O mesmo filme contado por
diferentes pessoas, não será o resumo do filme tal como idealizado pela equipe
de filmagem... E no caso de filmes baseados em livros, não será certamente o
resumo do livro tal como “realmente” foi idealizado pelo escritor. Somos todos
diferentes geneticamente desde a nascença, e continuamos a ser diferentes pela
educação e pelo meio em que vivemos. No entanto, perante a lei, deveríamos ser
todos iguais. Não somos. Uns têm dinheiro para pagar bons advogados e por sorte
ou por outros meios, ter um complacente juiz no dia do julgamento, e outros
não. Em termos de política, não temos políticos credíveis pugnando por um posto
nos altos escalões da política nacional porque o próprio sistema está em
“cheque” à beira do “cheque-mate”. O sistema está corroído, contaminado pela
corrupção em todos os partidos, e há partidos que há décadas não têm mais do
que um por cento das preferências da população e continuamos pagando-lhes
verbas para propaganda e manutenção desses partidos, mesmo sabendo que nem com
ajuda “divina” um dia terão a preferência de parcela realmente
“representativa”. É dinheiro desperdiçado e não é pouco!
Apaixonado que sou pela
Democracia Participativa Socratiana [1]-
tenho uma palavra a dizer, e embora “democraticamente” me escutem não me dão a
mínima importância. Nem a mim, nem a milhões como eu e já somos muitos... – não
tenho nenhum partido que me represente. Nem a mim, nem a esses. Portanto, não
voto. Seria como ter que votar em sete diabos e me ver obrigado a escolher o
diabo “menos ruim”. Diabo é sempre diabo. Prefiro perder meus “direitos” a votar neles.
Esperarei pela completa, total e verdadeira democracia sem intermediários.
Hoje é sexta-feira e domingo
haverá votação para eleger, dentre outros contumazes políticos que fazem desta
obrigação social um emprego vitalício, altamente rendoso, o presidente da
República Federativa do Brasil de bandeira amada verde, amarela, branca e azul.
O povo , esse, anda vermelho de raiva, alguns com a esperança verde corrompida
pela falsa noção vermelha de um esquerdismo que jaz moribundo por todo o
planeta. Por aqui, a esperança é vermelha, mas a vermelhidão que acabou nos
demais países ocorreu por falência múltipla dos órgãos por falta de condições
para lidar com o capital, tão necessário até para os países mais comunistas do
planeta e que atualmente são apenas dois que nem vale a pena nomear por falta
de representatividade mundial.
Com o povo vermelho de raiva
e a presidente atual com uma rejeição histórica das mais elevadas, sendo vaiada
onde quer que vá, o país nos últimos lugares em tudo menos no voleibol, por
enquanto também no futebol e nos primeiros lugares de falta de segurança, falta
de educação, falta de saneamento básico, de excesso de corrupção... Bandidos
andam à solta desde as ruas até os palácios, invadiram a jurisprudência,
comandam das prisões.
Com este panorama, vemos
três candidatos potenciais ao palácio do planalto, uns quatro que não têm
representatividade alguma e uma
candidata do RGS que parece saída de um centro comunista da KGB, cheia de
respostas explosivas mas sem cultura alguma, agindo na base da “ignorância”, um
fogo de artifício político adquirido das “bases” sessentistas da política
internacional da velha, falida e extinta URSS.
Os três candidatos são Dilma
Rousseff, uma ex-terrorista de codinome Vanda, uma militante que militou no
mesmo partido de Dilma de nome Marina Silva, e um neto de um grande político
que não faz dele um político grande: Aécio Neves.
Dilma aprendeu “política de
guerrilha” na mesma escola da candidata grosseira, esposa de político do RGS: A
cozinha, onde eram governantas e alcovitavam sobre a forma de tomar dos patrões
um pouco mais do que lhes davam, sabendo perfeitamente que se chegassem algum
dia a ser patroas, tratariam os seus empregados da cozinha de igual forma que
estavam sendo tratados pelos patrões. Ainda nas cavernas há bilhões de anos, os
seres humanos já se dividiam entre os que iam à caça, os que esperavam a caça
chegar e eram servidos primeiro por que tinham “mais força” e eram chefes, e os
que cuidavam do harém de fêmeas dos chefes (do político e do religioso) e eram
servidos depois, submetendo-se aos primeiros. Sonhar com mundo diferente deste,
é sonhar com uma nave espacial que colonize um outro planeta e tudo comece
diferente, porém com a certeza que, passados milhares de anos, prevalecerá o
domínio de uns pelos outros. Basta olhar à nossa volta. Vemos algo diferente,
depois de tantas promessas de “revolução”, das quais despontam a da Queda da Bastilha
na França e a Revolução Bolchevique de 1917 na Rússia czarista. Não mudou nada.
Se mudou foi na Suíça, na Suécia, na Noruega, na Dinamarca, na Islândia, mas
nesses países a Democracia é Participativa e não Representativa. Desta forma,
como as eleições terão lugar no domingo sob bases representativas, nada
mudará... Vote-se em quem se votar.
Votaria em Aécio como o “menos ruim”... Mas nem nesse votarei... Não agüento participar de um “esquema” no qual me impingem para votar. O esquema tresanda de mau cheiro nas confrontações entre candidatos nas redes de televisão. Se não têm mais nada para mostrar, isso é muito pouco para um povo ávido de justiça de todos os tipos, incluindo a justiça social. Querem que mulher vote em mulher, gay em gays, nulidades em nulidades. Vão escolher errado por falta de opção correta (votamos em quem nos empurram para votarmos) e passarão mais quatro anos reclamando.
® Rui Rodrigues
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