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sábado, 24 de dezembro de 2016

Feliz 2017, tão triste, melhor não ler!

I- Pelo fim do ano de
Dois Mil e "Desejeis"
Que se vai esvaindo... 

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Lá se vai 2016(o ano velho, que deixou a desejar) com um enorme panariço no ânus, que dói do Oiapoque ao Chui, duas regiões tão opostas, evidentes e longínquas, que ninguém sabe exatamente onde ficam - exceto quem vive lá - e que apenas ouviram falar, assim como filho sobre pai e mãe separados. Vai chegar um ano novinho em folha que ninguém sabe quem pariu nem quem é o pai. Dois Mil e "Desejeis", depois do 2015 e antes do 2017, que não casou com ninguém, mas que se casasse iria parir sempre 365 dias, uns muito bons cheios de boas noticias, outros uns monstrinhos, por vezes secos outra vezes molhados, acompanhados de belas mulheres lindas e desinteresseiras!Tudo custa desde patacas e vinténs, a quilates de dólares, Libras e Euros. Papai Noel foi um delinquente de roupa comunista e botas pretas que ninguém mais usa, que ainda carrega sacos que ninguém também usa mais. Este mundo só vai ser adulto no dia em que todos admitirem que Papai Noel, esse pão-duro, que cada dia traz menos presentes, sempre com a mesma roupa vermelha, é uma farsa, parece politico que vem com aquele papo que se diz ser pelo povo... Rouba cada vez mais e cada vez nos dá menos. 
Imensa vontade de falar palavrões em nome de um nacionalismo que não se vê mais.Falar palavrões como quem solta confetes !!!!
Vamos dizer alguns!!!
(Só para lembrar, em 2017 terão passado 100 anos de uma das revoluções mais sangrentas e curtas da humanidade. Causou centenas de milhões de mortes em todo o globo, e o comunismo acabou!.. Foi um pesadelo...)


II- Os fogos de
Copacabana!
As casas e as ruas,
Kafka vestido de Papai Noel

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Muita gente vendo os fogos de Copacabana. Ratos tem de dois tipos: Os que fogem de estardalhaços, e os que andam pelas ruas de Copacabana até o lago Paranaguá em Brasilia, fazendo arrastões, levando a economia de rastos. O resto são técnicos chineses e outros disfarçados, que vieram para supervisionar as barcaças cheias de explosivos. A cidade explode em lampadinhas multi-coloridas que se apagam logo que se acendem. 
Ainda há árvores de natal que são verdes, mas a maioria nem é de árvores. Os peitos da senhora do 402 também não são, e ela nem queria que fosse o marido a ficar em cima dela. Preferia o Tião, mas esse tinha muitas e já não a preferia. O problema não era arranjar companheiro ou companheira. Desses sempre havia alguns, até mesmo os tarados do necrotério. O problema era arranjar quem durasse bastante e ficasse perto e junto para os momentos difíceis. O senhor do 703, por exemplo, depois que perdera uma perna e um braço ao pular do trem em andamento, vivia sozinho seus últimos dias. Como tinha fortuna, ainda era o padre que o fora visitar no hospital, que lhe mandara umas senhoras da Santa Casa que o visitavam agora, incomodando-o para deixar seus bens para a instituição. Nenhum dos empregados admitidos recentemente era realmente cristão. Diziam que sim, mas eram comerciantes e gente desesperada por emprego. A Santa Casa falira tecnicamente. Fortunas de milhares de gentes ricas, doadas por caridade no leito de morte, jaziam agora gastas, desperdiçadas em festas, iates, viagens, jóias... As viúvas vestiam-se de lingerie vermelha rendada, os sorrisos eram fabricados frente aos espelhos. Os viagras masculinos ora funcionavam nos horários previstos, ora se adiantavam. Outras vezes se atrasavam tanto que o tempo passava e ... Nada!... Não acontecia nada a não ser taquicardia. Na maioria das vezes o que funcionava era a língua nervosa e os dedos trêmulos que quanto mais Alzheimer, melhor, mais eficientes ficavam. A senhora da cobertura ainda atraía uns jovens, mas suspeitava-se que recebiam boas notas para isso, e umas balas de hortelã que ninguém mais  comia, lembranças do preparo bucal antes de entrar no cinema para uma matinée com a namorada de fé. O senhor do 102 era tarado por ela, mas ela não lhe dava bola. Um dia disse para o porteiro de uma forma muito educada, que ele era nojento. Disse que ela ainda era muito jovem para ele. Se os cabelos dele fossem pintados de verde, seriam uma grama artificial de campo de golfe, tudo implantado. Ah, as rugas... Pele de elefante isso sim. O que a gravidade pode fazer pelos caídos? Nada!... Empurra-os ainda mais, tanto os femininos quanto os masculinos. O senhor Pedro do 303 sempre diz que antes se assemelhava a um chifre de rinoceronte, mas agora se parece mais com uma trombinha de peru de natal, aquela pinguela que lhe cai sobre o bico e que nem se come. O senhor Pedro é muito gozado. Quando os fogos começaram a pipocar, foram todos para a janela remoer em seus "processos", ano a ano. Em cerca de 15 minutos passaram filhos, primos, colegas de escola, de trabalho, de tudo, amantes e seres detestados, alegrias, heroísmos e frustrações, maquilagens e roupas novas para cobrir deficiências de todos os tipos... Ah, se não fossem os perfumes, franceses de preferência. Mas ali todos eram do Paraguay. Perfumes do Paraguay, roupas da China, câmaras fotográficas da China, apenas os políticos eram nacionais, mas a maioria com casas nos EUA e Europa, contas na Suíça, a nova elite nacional. Eles também compram acoes de empresas nacionais e estrangeiras. As bolsas de diamantes normalmente são um agrado. Cabem em qualquer ânus ou xereca para esconder da alfândega. Na portaria o senhor do 101 olhava as orelhas de um livro com um barco antigo, um veleiro, na capa, em dia de tempestade. A certa altura murmurou em voz alta: - O que faria aqueles homens do mar largarem suas noivas, esposas e mães, para enfrentarem o mar oceano meses a fio, anos a fio e voltarem outros, diferentes, com a bolsa mais cheia? Como podiam acreditar tanto na castidade, na Terra e na Grei, se era a carne que realmente sempre fraquejava  em todo o esplendor de sua fortaleza, entre gemidos de prazer?           


III- Um sonho para 
(Um novo ano feliz Síria, Alepo)

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O vislumbrático, ou seja, aquele que tem vislumbres do futuro mas é sorumbático, fez as contas aos 2.017... Dois mais zero, igual a dois;dois mais um igual a três; três mais sete igual a dez, e noves fora, sobrava um. De um a nove era muito pouco, o inicio do começo, quem sabe 2017 fosse um recomeço de uma nova era mundial, ou de sua nação, de sua família, de si mesmo? O  que movia o mundo? 
Esperança. O segredo do que movia o mundo era a esperança, que funcionava assim: Para ter esperança de vir a ter qualquer coisa, de amor a riqueza, tinha que não ter. Assim, os felizes eram os pobres de amor ou de riqueza, porque tinham "esperança" de vir a ter, e os tristes e desesperançados eram os que eram amados e ricos, porque tinham medo de perder o que tinham. Quanto mais improvável de cumprir-se algum desejo, maior a Esperança. Por isso que a maior esperança pertence aos mais felizes do mundo, os que esperam a volta de Jesus. Esperam há dois mil e 17 anos. Pedrinho joga todas as semanas numa mesma combinação de sessenta dezenas consecutivas começando pela de 01, tomados seis a seis, mas precisaria de ter milhares de vidas para garantir que um dia acertaria no resultado que é extraído em máquinas de sortear dezenas, transportadas em camiões aos saltos em estradas esburacadas, manobradas por funcionários que ninguém conhece, sofrendo diferenças de temperaturas, engorduramento por manuseamento, susceptíveis a "olhares" quânticos que alteram as probabilidades de tal forma, que são certas cidades as campeãs de acertos, políticos os maiores sortudos, gente que já acertou mais de 50 vezes em cerca de 30 anos... Mais de uma bolada por ano! Realmente, o que nos faz duvidar de matemáticas, físicas e realidades. realmente, pensando bem, pior que a escuridão, porque nela nada há de esperança em se ver alguma coisa, é a luz do Sol em nossos olhos, que, a pesar de cheia de raios de luz, nos impede de vermos alguma coisa, seja o que for, e até nos pode cegar, mas aqui havia esperanças! Esperanças mortas doem mesmo entre sorrisos e ainda mais entre declarações que "a baixa popularidade não afeta o governo". O de Hitler nunca foi afetado por "popularidade". Nem no inicio nem no fim. Nem no governo de Stalin ou Mao. Temer sabe e sabia disso, Lula sabia e sabe disso, Dilma sabia e sabe disso. Iam defecando e rindo para os transeuntes que, desconhecidamente nem lhes importavam! Ladravam como cachorros para os helicópteros que cruzavam os céus. O que serão continências e outras honras militares pré e pós-pagas? 
                
Rui Rodrigues 

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