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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

HMS Terror e Erebus... Terror, terror, terror...

Imagem relacionadaLer contos de terror soltam adrenalina e nos fazem sentir bem. Minha netinha valente pede pra contar histórias destas provavelmente sugestionada pelas caveiras de boca aberta dos filmes de Steven Spielberg, cuja forma de contar histórias só encontra rival nos filmes de Quentin Tarantino. Mas quando a história é real, ou baseada em fatos reais, então a adrenalina tem um tempero especial, muito mais pura e merece um chocolate quente. Adultos tomam vinho perto da lareira enquanto leem contos de terror à luz difusa de um candeeiro de pé. Para terem ideia do que estou dizendo, comparem uma caveira dos filmes do Steven Spielberg com uma verdadeira como essa ai em cima, encontrada no Ártico, que pertenceu a um membro da tripulação de um navio de guerra de sua majestade a rainha de Inglaterra.

Os vasos de guerra HMS Terror e HMS Erebus. 



As duas embarcações, inicialmente movidos a velas, foram adaptados com canhões, motores a vapor de antigas locomotivas, e cascos de ferro para poderem romper o gelo. Fizeram uma expedição entre 1840 e 1843 à Tasmânia e à Antártida, sob o comando de Sir James Clark Ross para demarcarem acidentes geográficos, e fazerem outros tipos de observações. Andaram pelo Mar de Ross, o Mar de Weddell e as ilhas Falkland. Em 1845 zarparam juntos, novamente, para o Ártico, sob o comando de Sir John Franklin, para obterem dados magnéticos do Ártico canadense, e estudarem a Passagem do Noroeste. 


A passagem do Noroeste



Até hoje a humanidade abriu dois grandes canais para permitir que embarcações passem de um mar para outro sem precisar contornar (tantos) continentes: O de Suez ligando o Mediterrâneo (e portanto o Atlântico)ao Mar vermelho e também ao Oceano Indico, e o Canal de Panamá ligando Os oceanos Pacifico e Atlântico. A Passagem do Noroeste ligaria a America do Norte à Europa e Asia, a "dois palmos" de distância. Uma economia em tempo, menos desgaste de equipamentos, menos custos com combustíveis. Faltava apenas a calota polar começar a descongelar. Com o "desenvolvimento" industrial e efeitos cíclicos de nosso planeta, finalmente as calotas começaram a descongelar mostrando o "caminho do Noroeste" e os dois navios que afundaram depois de presos e esmagados pelo gelo logo após terem sido avistados pela ultima vez atravessando a Baia de Baffin em 1845. E o drama começou a revelar-se: A história de dois navios e 129 homens perdidos para o Oceano e continente gelados! Habitantes autóctones de uma tribo em Inuvik, Canadá, disseram que os dois navios estavam ali mesmo, na Baía do Terror, mas foram precisas oito expedições para comprovar.

O Inverno no Ártico



A Terra tem o eixo inclinado em relação ao plano de sua órbita em volta do Sol. Isso quer dizer que em situações extremas durante um ciclo completo de um ano, no verão os raios incidem no Pólo Norte (luz, dia) e no Inverno (escuridão, noite) não! Se o verão é gelado, imagine o Inverno. Já vivi a 3.800 metros de altitude, já viajei por lugares gelados mesmo ao nível do mar. Em cinco minutos exposto ao frio e vento, uma calça jeans fica dura como madeira. Agora imagine que enfia um pé na água. Em cinco minutos perde a sua perna. Imagine também que encosta sua mão sem luva num peça de metal. Sua pele gruda, cola, até ter que ser amputada. Foi o caçador e Ranger Inuit do Ártico canadense, Sammy Kogvik que levou pesquisadores para o encontro com o HMS Terror, seguindo uma história oral do pessoal indígena da região...

O contraste entre a partida de Londres e a chegada da morte.

Verão é tempo de ursos, raposas do Ártico, e outros animais mais inteligentes, e o que parece terra firme nada mais são do que poeiras misturadas com pedras e restos de tundras como toalhas que cobrem placas de gelo, o Permafrost ou (Pergelissolo) algumas com alguns centímetros de espessura, outras com quilômetros.



O HMS Terror e o HMS Erebus eram "bomb-Vessels", ou seja, navios de guerra preparados para bombardear posições em terra com bombardas. Isso poderia ser de muita utilidade para abrir passagem no gelo. As tripulações sentiam-se seguras. Viajariam uns anos, mesmo sem mulheres, mas os casados esperavam encontrá-las ávidas como se não transassem em suas ausências, e eles acreditariam, os solteiros pensavam em conquistar mulheres impossíveis que apenas bons soldos podiam atrair, e os noivos esperavam chegar para casar, mas todos com duas características em comum: Estavam demasiado habituados a não transar todos os dias da semana, e o dinheiro serviria para comprar uma casa melhor. Ainda não tinham saído e já estavam loucos para voltar. Um dia largariam aquela vida. Quando ficaram presos no gelo, tentaram de tudo, usaram bombardas para abrir passagem. Enquanto tiveram balas para suas espingardas e puderam pescar, pescaram e caçaram e afastaram os ursos polares no outono e na primavera e verão, mas quando o primeiro verão chegou, os marinheiros de sua Majestade já sabiam que a morte lhes havia chegado e estava entre eles, que os dois navios estavam no fundo do mar. Nos invernos havia a escuridão, o breu, e em dado momento não tiveram mais nada para queimar. Num dos verões, quando eram bastantes ainda vivos, alguns deles tomaram rumo sul tentando chegar a algum lugar civilizado do Canadá, mas nunca chegaram a lugar algum. Foram sendo comidos pelo frio e pelos ursos. E o vento... Sempre o vento gelado que sopra sem cessar e nunca leva sons a lugares habitados, lavando histórias, encobrindo o passado que congela também. 

As buscas de sua Majestade



Era soberana da Inglaterra sua majestade a Rainha Vitória, avó de Elizabeth II hoje no trono. Ela reinou por 63 anos e sete meses. A "Commonwealth" só seria fundada em 1931, e o Canadá era de colonização mista britânica-francesa. Napoleão, francês, tinha morrido h há cerca de 30 anos, e o Canadá queria ser independente. Quem daria ouvidos a uma tribo indígena dizendo que os dois barcos de sua majestade estavam ali mesmo, afundados, a um tiro de espingarda, provavelmente com os marujos ainda vivos, canibalizando-se enquanto havia esperança (foram encontrados ossos quebrados para sugar o tutano), os mais fracos primeiro. Em 25 de abril de 1848, dizem, a tripulação emitiu um comunicado informando que 24 marinheiros haviam morrido mesmo antes de abandonarem os navios. Depois, mesmo com os porões abarrotados de comida, resolveram sair dos navios para percorrer 1.600 quilômetros até um posto comercial no rio Back.
Evidentemente que ficam perguntas, muitas, no ar gelado do Ártico, uma delas porque não mandaram ninguém para salvamento se tinham informação de indígenas, e haviam conseguido mandar um comunicado...



Finalmente, em setembro de 2014, com a Rainha Vitoria já falecida, encontraram o HMS Terror no fundo do mar, 169 anos depois. Nem por isso a Coroa Britânica pretende indenizar as famílias dos desaparecidos. Se fossemos indenizar por erros do passado, nem pagando com vidas se pagariam as dividas.

A imagem que fica da Rainha Vitoria por vezes é esta, com a princesa Beatriz...

Imagem relacionada

Apenas o PT conseguiu indenizar quem aparecia na fotografia participando de manifestações gritando "abaixo a ditadura" a maioria aproveitadores do partido que como sabemos, arrasou com as verbas p
úblicas, os serviços públicos, a nação brasileira.

God kill the PT!
God save de Queen Elizabeth...
God shave the Queen Vitoria, 
God send Lula to hell!
God save our souls.

Vídeo... 

Rui Rodrigues

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