Fiz o planejamento da construção (Pert-CPM) do edifício da Antonio Carlos 51, no centro do Rio de Janeiro pela Montreal Engenharia e a Construção até o quinto ou 6o Pavimento. (neste local, no prédio que demolimos para construir aquele, morou o Carlos Drummond de Andrade. Lembro que havia paredes pintadas de vermelho)
O acabamento já se tinha iniciado vindo logo atrás da estrutura, mas saí porque a Natron me acenou com um belo aumento de salário. Pela qualidade e cumprimento dos custos e prazos recebi uma bela carta de parabéns do Manuel Mendes, o proprietário da Embraplan-Multiplan, a Incorporadora e também proprietária do Barra-Shopping.
A Montreal foi um amor bandido: Larguei a empresa umas 3 vezes e por 3 vezes voltei a entrar. Promessas, promessas, promessas, prêmios prometidos e não recebidos, mas sempre me acolhiam...
Ali bem perto ficava a Igreja de Santa Luzia. Passava por lá de vez em quando. A empresa que demoliu o antigo prédio foi a mesma que demoliu o Palácio Monroe.
Num dos tubulões a ar comprimido foi encontrada uma forquilha de cobre, pequena, que servia para apoio de remos de pequenos botes. Amostras do solo mostravam que por ali o mar beijava a terra em ondas calmas, e que bem perto dos degraus da Igreja, a uma distância de atravessar a rua se chegava ao Cais de Santa Luzia.
Não sei quem pintou este quadro que parece uma aquarela, mas deveria ser mais ou menos assim...
Eu amo esta terra Brasilis, dos papagaios, e gostaria muito de ter vivido numa época em que a natureza era mais límpida, mais natural, e em que esta bela terra tinha uma fama diferente desta que estamos tendo agora...
Rui Rodrigues
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