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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Piratas também amam: Mary Read.

Piratas também amam: Mary Read.

Se gosta de histórias de piratas, pegue seu chá, seu cafezinho, seu pacote de biscoitos, sua cerveja água ou uísque, e sente-se confortavelmente, por que a história não é curta, sem ser longa. Vamos começar sem o famoso “Era uma vez...” Saiba, porém, que naquela época quem tomava banho três vezes ao ano era cheiroso(a), os perfumes eram raros e caros, morria-se de doenças desconhecidas, roupas grossas escuras e quentes serviam para diminuir a fedentina corporal. Em dia que a história não conta, homens cortaram as calças pelo joelho para diminuir o calor, criando as primeiras bermudas e mulheres jogaram fora certas partes de seu vestuário. Anne Bonny e Mary Read usavam calças

  1. Mary Read
Mary Read desde cedo usava roupas de menino. Não por opção sexual. Nascera na Inglaterra filha ilegítima da viúva de James Kid, um capitão do mar, e sua mãe não quis perder a pensão da sogra, que só era dada a filhos homens. Ela tinha um irmão mais velho, mas este morreu e ela herdou a pensão. Aos 13 anos foi admitida como pajem de uma senhora francesa muito rica, mas não agüentou o trabalho. Fugiu ou foi apanhada pelos recrutadores que palmilhavam as ruas em busca de jovens em idade de embarcar ou combater, porque era assim que se fazia recrutamento, e embarcou num navio de guerra. Combateu na Flandres na infantaria com grande ferocidade. Alistou-se mais tarde na cavalaria e se apaixonou por um soldado pouco tempo depois de confessar que era uma mulher. Casaram-se e compraram uma taverna na Holanda. A “The Three Horseshoes” – As três ferraduras próximo ao castelo de Breda. Quando o marido morreu, logo depois, Mary Read voltou a vestir-se como homem, tentou engajar-se no exército, mas não deu certo e embarcou para as Índias Ocidentais como marinheiro. Durante a viagem seu navio foi atacado pelo capitão Jack Rackham e feita prisioneira.  

  1. Anne Bonny
A família de Anne Bonny mudou-se para o novo mundo com a família. O pai era advogado. Casou-se com um marinheiro pobre de nome James Bonny. Marinheiros pobres eram os comuns, da Marinha de Guerra, ou da mercante. Só enriqueciam marinheiros de descobertas e piratas, mas pouco havia já para descobrir por aquela época. Diz-se que o marido de Anne não era muito valentão e era dos valentões que Anne gostava. Homens para ela tinham que ser destemidos, valentes, aventureiros, estarem sempre ávidos para manter relações sexuais, coisa que só acontecia com maridos durante os primeiros anos de casamento. E com as esposas, também. Além de descobrir novos mundos, Anne queria descobrir novos homens e se possível ficar rica, mesmo que lhe custasse a vida. Qualidade e quantidade era o que queria, queria o mundo. Largou o marido e foi procurar seus objetos de desejo, suas aventuras, em Nassau [1] nas Antilhas Holandesas. Apaixonou-se por “Calico Jack” Rackham, capitão de um navio pirata. Anne Bonny deveria ser uma mulher muito interessante sob todo e qualquer aspecto, sempre pronta, disponível, conhecedora dos desejos dos homens sem, contudo, agir de forma a lhe faltarem com o respeito. Ela sabia defender-se com pistola e espada como qualquer marinheiro belicoso e usava calças.


  1. Na prisão
Agora Mary Read estava grávida e febril. A seu lado na cela escura e fedorenta, coberta com palha, estava Anne Bonny, sua companheira, também grávida. As duas haviam sido capturadas pela esquadra britânica enquanto praticavam a pirataria nos mares do Caribe a bordo do navio pirata da esquadra de “Calico Jack” Rackham. Estavam condenadas à morte na Jamaica. Rackham, o terrível, era casado com Anne Bonny. Mary Read com Bartholomew Roberts que se transformara num valente e temido pirata a serviço de Rackham. A lei inglesa nunca falhava com prisioneiros, assim que tinham a morte como certa. Seria uma questão de poucos meses. A corte as condenara mas a sentença só seria executada após o nascimento das crianças. Uma semana depois de dar à luz uma criança que morreria poucos dias depois, Mary Read faleceu. A criança de Anne Bonny morreu também, mas o pai, rico, pagou-lhe a fiança e ela voltou para o marido que abandonara. Não deixa de ser interessante que Anne Bonny voltasse para o marido e que este a recebesse, mas não podemos esquecer que o pai de Anne era rico. Há quem diga que não se juntou ao marido, mas que foi viver com o pai. Faleceu em 1782.

  1. Certas coisas essenciais antes de prosseguirmos.

Histórias de piratas são sempre muito interessantes por que causam medo, temor, sem ser um medo ou temor real: Piratas já não existem e todo mundo sabe disso. No entanto, no apogeu dos navios exclusivamente à vela, eles foram terríveis, cruéis, a maioria não fazia prisioneiros nem poderia fazer: Não haveria mantimentos para todos, raramente tinham tripulação adicional para fazer navegar os navios apresados, e muitas vezes estes eram muito pesados, lentos. Piratas sempre tinham pressa. Normalmente afundavam os navios que conquistavam em batalhas sangrentas.

Algo que é necessário saber-se, é que a Inglaterra começava a tornar-se a Rainha dos Mares. Não querendo entrar em conflito com seus amigos e aliados europeus, a realeza inglesa permitiu e incentivou a pirataria que lhe dava grandes lucros. Visando lucros, sempre lucros, criou o sistema de fiança: Alguns crimes poderiam ser relevados em troca de bom e gordo pagamento. Mas pirata que não desse os lucros que deveria dar, ou prejudicasse pessoas erradas, tinha a cabeça posta a prêmio sem direito a fiança. Teremos mudado muito de lá para cá? Bem... Estamos falando de um período que vai desde 1645 a 1782.   

  1. O mar
O mar atraía e assustava. Atraía porque significava conhecer novas terras, olhares amplos e infinitos entre muitos tons de azul – do céu e do mar até verdes - aventuras, mudança! O mundo sempre quis mudanças nem que fosse de ares. E medo! Medo de fogos a bordo, de tempestades, de marasmos, de sede, de escorbuto. Principalmente de piratas. Só mulher bonita se salvava de um ataque pirata e mesmo assim não eram todas. Por vezes os piratas tinham que escolher. Os mares estavam coalhados de navios piratas e de navios de guerra que vasculhavam os mares em proteção a embarcações comerciais que transportavam ouro, especiarias, pérolas, sedas, açúcar, rum... E escravos! Por esta época, a Inglaterra era uma das principais potências no trafico de escravos, que só desistiu desse comércio por causa da revolução industrial.

  1. Os piratas que navegavam pelos mares.

Por essa época andavam nos mares os piratas mais famosos e terríveis de todos os tempos como William Kidd, Edward Teach, Bartholomew Roberts, Sir Henry Morgan, Bartolomeu Português, Jack Rackham, Anne Bonny, Mary Read e alguns outros sem muita expressão, entenda-se “sem expressão” sem causar tanto medo. Sem medo não pode haver aventura, sem aventura não se sai do lugar.

William Kidd era um elegante escocês que nascera em 1645 e fora feito comandante por sua tripulação exatamente quando perseguia piratas a serviço da Marinha. Fora líder como cidadão de bem em N. York, e após ter apresado uma embarcação da East Índia Company, seu maior feito, enterrou o tesouro na ilha de Gardiner. Apanhado em Boston foi para a Inglaterra e condenado à forca. Por duas vezes se livrou porque as cordas se romperam, coisa inadmissível para os serviços de sua majestade britânica, mas acabou sendo morto e seu corpo exposto, amarrado com correntes à beira do Tamisa em 1701.


Edward Teach era o famoso “barba negra”, talvez o mais famoso de todos. Inglês, nascido em 1680, tinha quatro embarcações e cerca de 300 marujos de primeira. Atacou e venceu o famoso HMS Scarborough e capturou mais de 40 navios mercantes, passou na espada muitos prisioneiros reféns. Tinha uma namorada de 16 anos, que queria dizer-lhe como agir e fazer. Embora mulherengo, deu a menina para entretenimento da tripulação e não há notícias dela. Numa batalha com a Marinha real, O Barba Negra foi decapitado e sua cabeça pendurada no rio Hampton como exemplo em 1718. Mas que exemplo, se a Rainha incentivava a pirataria? Nada diferente dos dias de hoje...

Bartholomew Roberts “Black Bart” nasceu na Inglaterra em 1682, e ainda pequeno sofreu ataque de piratas. Em vez de se inibir, foi eleito por sua tripulação e se transformou talvez no mais bem sucedido de todos os piratas, se é que se pode chamar a isso de sucesso: Capturou mais de 400 navios, uma façanha. Era admirado por sua tripulação que lhe chamava de “à Prova de Pistola”. Foi morto por um capitão também britânico, Chaloner Ogler, durante uma batalha naval em 1722. Talvez seja o mais admirado dos piratas.  


Anne Bonny era irlandesa e nasceu em 1700, cerca de 12 anos após a morte de Henry Morgan, que de tão bons feitos para a coroa britânica [2], foi agraciado com o “Sir” de cavaleiro, mas durante muitos anos ainda seria um exemplo para todos de um pirata bem sucedido. Morreu confortavelmente na Jamaica, porque viver na Inglaterra que antes da condecoração o condenara, era-lhe demasiado penoso por se sentir isolado e descriminado. Por outro lado, e sob o ponto de vista da corte britânica, que piratas se atreveriam a invadir a Jamaica com Morgan por lá? Anne Bonny conseguiu arranjar uma amiga em meio a tantos navios e ilhas cheios de piratas truculentos, sanguinários, interesseiros, dominadores. Esta é uma das histórias sobre ela: É como a imaginei dentro do contexto da época. A partir deste ponto, muito é verdade, um pouco é lenda, uma pitada é de imaginação.  

  1. O encontro.
Quando o navio onde Mary Read viajava a caminho das Índias Ocidentais foi  atacado pelo de Calico Jack, nem toda a tripulação foi dizimada. Mary foi escolhida para continuar a bordo como parte da tripulação de Rackham, o Calico Jack, que tinha Anne Bonny como companheira. Ambas sentiram uma atração mútua, e ficaram amigas. Talvez mais que uma simples e inocente atração, porque tudo a bordo era muito estranho, fora dos padrões da época. As duas vestiam calças, lutavam como homens. Bartholomew que se apaixonaria de forma mútua ou conveniente por Mary, gostava de se vestir com um casaco vermelho com estamparia de flores douradas e era religioso, usando um crucifico enorme pendurado do peito, coberto de diamantes [3]. Bartholomew Roberts, aliás, mantinha regras de bons tratos a mulheres a bordo, proibia o consumo excessivo de álcool e fazia rezar missa regularmente aos domingos. A impressão que se tem é que o terrível era o Rackham, realmente, e o passivo era Roberts [4]. Nada de admirar portanto que houvesse a bordo todo o tipo de relação sexual entre os quatro, ficando até difícil dizer-se de quem eram os filhos de Mary e de Anne. Talvez de Rackham mais certamente ou do Roberts de casaca vermelha com estampas de flores douradas que rezava missa e desejava boa conduta a bordo. Não tomava rum como todo mundo. Tomava chá. Entre as duas, a julgar pela atração do primeiro encontro até que Mary revelasse que estava vestida de homem mas que era mulher, não se poderia descartar a hipótese de uma relação muito mais afetiva entre as duas. Mas não nos iludamos com Bartholomew Roberts. Ele e Mary atacaram as costas brasileiras, as de África, da América do Norte, enforcou o governador da Martinica Francesa, e impôs pesadas perdas à frotas mercantes de companhias britânicas. Afirmar alguma coisa sobre estes e estas piratas é temeridade. Podem ressurgir numa noite de nevoeiro e fazer-nos engolir as nossas más línguas.  



® Rui Rodrigues





[1] Nassau foi fundada por Maurício de Nassau, de certa forma um pirata que andou invadindo Pernambuco no nordeste do Brasil. 


[2] Invadiu a rica cidade do Panamá saqueando-a para a coroa britânica, com 1.200 homens.
[3] No filme os Piratas do Caribe, o capitão Sparrow sugere tratar-se de Bartholomew
[4] Assim como Batman e Robin.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A vida continua, sempre, na nova cidade.

A vida continua, sempre, na nova cidade.

Não vou dizer o nome, mas ela fica bem perto daqui. Chamo de cidade porque é uma grande comunidade com cerca de 35 mil habitantes. Conheço-a há uns doze anos, de passar a caminho da loja de conserto de bombas hidráulicas, de um ou outro artefato para o uso diário, recarregar um celular ou fazer compras de emergência nos dois supermercados.

Ontem faltou água e energia elétrica aqui no bairro à beira mar, e de tão comum, já sei o que fazer nessas largas horas: Saio de casa e vou até essa cidade para passar o tempo, comprar alguma coisa que precise em casa. Ir sem as pressas habituais nos alivia o caminhar, temos mais tempo para apreciar o que passa ao alcance de nossos olhos. Como a menina simples, simpática, que nos dá um leve sorriso sem comprometimento apenas porque somos idosos e lhe somos simpáticos. Mexia em sua bolsa enquanto caminhava de sandálias havaianas, duas argolas de pano em volta dos tornozelos. Passou sem som, assim como quando apreciamos a paisagem e não escutamos nada do que se passa em volta, e depois ela sumiu no meio de outras pessoas que passavam perto do Supermercado. Antes de entrar, vi na porta do mesmo bar os três fregueses habituais sentados, a perna cruzada, um copo e uma garrafa de cerveja, os olhos apreciando também a paisagem, só que, para eles, era sempre a mesma. Quando muito vieram de longe num ônibus, assentaram praça na cidade, viajam até Cabo Frio de vez em quando, e desde então ali ficaram até hoje. Devem saber da vida de todo mundo, coisas que não dizem, histórias que não contam. Talvez nem lembrem do que viram a cada dia que chegam em casa. Do que vivem ninguém pergunta. Nem eu! Nunca tinha falado com eles. Pedi que cuidassem de minha mochila que guardava uma cadeira na calçada, enquanto entrei para pedir também uma cerveja em lata. O dia estava quente.


Uma criança de seus 13 anos passou com outra de cerca de nove meses no colo e entraram no Bar. Eram mãe e filha. Não sei o que foram comprar, nem me perguntei naquela hora, mas fiquei pensando como se interrompem fases de nossas vidas que deveriam ter uma continuidade natural de paz e tranqüilidade sem muitas dificuldades para viver decentemente. As dificuldades deveriam ser apenas dos que querem ficar descomunalmente poderosos, ou roubar e matar os outros, mas jamais para quem não tem grandes “aspirações”. A menina perdeu parte de sua adolescência, ficou mulher muito jovem, dirá em poucos anos que era muito jovem, não sabia o que fazia e que seu marido não a entende (nem ela ao marido). A criança crescerá num meio em que ouvirá todos os dias que “os homens são todos iguais”, porque a cada novo companheiro da mãe, surgem novos desentendimentos. Não é diferente quando pais ficam com a guarda dos filhos. Sei disso porque o meu ficou.


Esperança é também desilusão, quase sempre. Lojas que vendiam certos produtos vendem agora outros e já venderam outros mais. É raro o comerciante que mantém o seu negócio por muito tempo: Os hábitos e as necessidades mudam a cada ano e é preciso ter a percepção do que a cidade precisa ou precisará a cada ano. Das lojas de material de construção sobraram apenas três, mas de dono, duas já mudaram, e anúncios de “passa-se este ponto”, ou “vende-se esta loja” são bastantes Também são muitos os comerciantes de ocasião, iniciantes, que tendo algum dinheiro resolvem aplicar  num tipo de negócio de sucesso numa loja do bairro pensando que dividirão os clientes, mas quem já chegou há mais tempo e conhece do ramo, leva vantagem e a nova loja fecha. Quem passa de ocasião pela cidade vê uma efervescência que não é “real”, ou melhor, que muda a cada dia em detalhes tão pequenos, que voltando duas semanas depois jurará que a cidade é igual, que nada mudou, até saber que o “sem queixo” do bar morreu, e que a loja de artigos sexuais acabou e agora vendem sorvetes lá. Mas se reparar melhor verá que não existe nenhuma livraria. Na verdade só há uma, é evangélica de propaganda maciça, em que o fiel se vê obrigado a comprar para mostrar que é da congregação, livrando-se de comentários no templo, como “esse aí nunca comprou nem uma bíblia na minha loja”. Outros da loja “Adonai” dirão que não comprou nem um saco de salgadinhos. Em horas de trabalho, a cidade está cheia de gente, homens e mulheres, fazendo alguma coisa, normalmente passeando, um passeio custa um sorvete que se come a meio do passeio. Sai barato. No verão vive-se da praia, no inverno o desemprego cai e não se pode trabalhar. Explicar é impossível sem esbarrar em conceitos, preceitos e preconceitos. Dirão que a explicação é pura propaganda, a novela ainda diverte, como a dona do bar que fica encantada no balcão, apreciando as cenas sem tirar os olhos da TV em frente, mas sem errar o troco. Quando acaba o capítulo, vai lá para fora pegar um ar, porque o balcão fica perto do banheiro, e quando alguém entra no bar, pergunta “o que quer ?”, porque dependendo do que o freguês quer, ela nem precisa perder seu tempo para o atender no balcão, lá nos longínquos fundos do estabelecimento...Freguês é apenas um consumidor que paga e a quem se tem que dar troco. Nunca aparece ninguém com dinheiro certo.


O centro comercial da cidade não tem Banco. Menos uma preocupação para os quatro pachorrentos guardas municipais de boné na mão, batendo um papo relaxante e alegre na soleira de uma loja, em frente à viatura. Não há Banco nem livraria. Que mais poderia estar faltando? Um cinema... Mas as lojas de aluguel de cds de filmes fecharam as portas. Não há mais nenhuma, nem nas grandes cidades. Se me perguntarem porquê, eu diria que a realidade que nos atravessa os dias já é um filme, por vezes de puro terror, outras de romance, e outras ainda de propaganda política feita por falsários com diploma e empresa. Dessa propaganda do que fariam se fossem eleitos, não se vê nada feito, o povo reclama por inteiro da candidata eleita, e ninguém consegue explicar por que ganhou. É o milagre sem redenção. Adonai por vezes faz tudo certo por linhas tortas, ou faz sair tudo errado por linhas certas, mas dizem, que o amanhã não é ainda o hoje, e que quando chegar trará a esperança do depois de amanhã, cortando o passado para sempre.


Não há doentes nem pobres nas ruas. Desses, uns ficam em casa porque não têm saúde, outros por vergonha de não terem dois reais para tomar um sorvete instantâneo que derrete imediatamente com o calor de quase 40 graus. E nem têm roupa por mais simples que seja que não os deixem envergonhados com as pessoas simples que passam pela rua, desocupadas. E se perguntam, esses envergonhados, o que não entendem de um mundo em que uns desocupados têm dinheiro e outros não têm. Será porque não têm partido, ou esqueceram que lhes venderam os votos? Não procurei saber nem perguntei, porque sem livrarias, não acredito que me pudessem responder. Nem universidade existe por ali.



Há um “lojão” na cidade onde se vende tudo a preço igual ou inferior ao de supermercado, e até pacotes de cigarro têm desconto. Não é das coisas para se entenderem, apenas para se saber que existem, mas as prateleiras que antes estavam cheias de pacotes, mostram suaves manchas de pacotes de tabaco cortado, a preço muito mais barato. Com um pacote daqueles se fazem cerca de 120 cigarros e custa 6,00 reais cada um incluindo dois livrinhos de papel para enrolar. A mesma quantidade de cigarros comuns, vendidos em pacotes de 20 custaria 40 reais mais dois livrinhos de papel de enrolar que custariam mais dois reais. Para alegrar a vida sem livraria, sem tabaco, sem cinema, só drogas, sexo e cerveja podem – mas não devem – substituir. É como se estivessem empurrando a sociedade para um novo tipo de consumo. Tudo na calada da política. A impressão que se tem é que foi um enorme desperdício todo aquele imenso dinheiro usado em propaganda política. Um desperdício. Nunca muda o que tem que mudar, como usar o nome de seu deus em vão para fazer comércio.  


® Rui Rodrigues    

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

O socialismo universitário dos anos 60-70

O socialismo universitário dos anos 60-70



Hoje, depois de tantos anos já passados, já posso falar livremente e à vontade. Não porque tenhamos o governo que temos, mas porque o povo brasileiro pode aceitar muitas coisas, menos perder o direito de falar livremente por ser a única atividade cultural grátis, a única forma de interagir psicologicamente sem ter que deitar em sofá inacessível de analista, a única forma de avisar sobre atividades contra os interesses de comunidades ou do município, estado ou nação.  Falar livremente é muitas vezes uma diversão, uma forma de expressão do humor, podendo usar-se como foco desse humor o Papa, Moisés, Maomé, o bispo Macedo, ou o apóstolo Valdomiro, deus até e ateus, sejam todos estes – ou em parte – gays ou outra coisa qualquer.



No final da década de 60, inicio da de 70, freqüentei a Universidade Federal Fluminense (Niterói) onde me formei em Engenharia Civil. A única instituição de ensino paga que freqüentei foi o colégio La-Fayette no Rio de Janeiro. Sempre fui um interessado pelas ciências, de forma que estudar nunca foi sacrifício. Foi um prazer. Por exemplo, quando assistia às aulas de Mecânica dos Solos do professor Homero Pinto Caputo, eu já tinha lido os livros dele antes das aulas. Era-me fácil entender o que ensinava. E onde arranjava tempo, eu não sei, porque nessa época eu fazia estágio numa empresa de engenharia, namorava três meninas ao mesmo tempo (mas em dias separados) e ainda fazia um curso de pós-graduação na PUC do Rio de Janeiro a expensas da Capes, incrivelmente longe de Niterói e da casa de meu pai na Haddock Lobo, Tijuca. Valeu-me uma parada respiratória e o médico me disse que deveria parar com quase tudo: Fiquei com o estágio, uma menina e o as aulas do ultimo ano do Curso.



Mas não era isto que queria contar. Foi só o preâmbulo a uma faceta do socialismo estudantil dessa época: A cola! Eu não colava. No inicio e de vez em quando, quando insistiam, eu dava cola. Depois parei de dar. Achava que cada um devia ter seus méritos num mundo de competição. Logo eu estaria disputando um posto de trabalho com um “colador” que se formaria sem mérito algum, não bastasse ter de competir por postos de trabalho com filhos de donos de empresas de engenharia. Este mundo tem de tudo, menos de sociedades socialistas. Só em pequenos grupos pode haver socialismo. É muito difícil dividir méritos e bens por quem não os tem. A única atenção que se costuma dar é aos mais necessitados não por pena, comiseração, mas por que incomodam. Esta é a verdade! Nos próprios templos, onde deveríamos ver a solidariedade e o socialismo, porque é isso que pregam, das esmolas e dízimos apenas uma mísera parte serve para aliviar os mais necessitados. Mérito e dedicação são bens próprios de cada indivíduo. Daí minha relutância em dar cola. Mas havia um outro motivo, Logo nas primeiras aulas de cálculo vetorial, no primeiro ano, senti imensa necessidade de um cola. Pedi e ninguém me deu. Tive minha primeira lição de socialismo universitário aplicado a bens imateriais. Por isso, embutido da mais sólida consciência que teria de me virar sozinho, passei a fazê-lo.

Agora imagine-se uma turma nas ultimas provas do curso, no ultimo ano, quase todo mundo pendurado na nota mínima para passar, e recebermos uma prova com apenas três questões cabeludas. Que sufoco. Eu via todas as cabeças se virarem ansiosas para o os lados, pés batendo na cadeira da frente, até que se voltaram na minha direção. Um chegou a dizer-me: - Porra português! Me dá a primeira e a segunda que só consegui fazer a terceira e tô fudido! Era um sinal de que ninguém sabia fazer as questões. Para mim bastava acertar apenas uma questão para passar sem ter que fazer prova final, mas se tivesse que fazê-la, não haveria problema. Então resolvi dar cola. De uma só, a segunda questão, porém, faltando uns cinco minutos para acabar a prova, notei erro meu nessa  questão e avisei o colega a quem tinha passado a cola... Mas não deu tempo para corrigirem: Creio que nem sabiam como lidar com a informação. Minha turma tinha 42 alunos. Só dois não tiraram zero, porque o professor identificou o mesmo erro numa questão da prova, a segunda, comum a 40 alunos.


Estes 42 alunos eram os únicos remanescentes das turmas que tinham iniciado o curso cinco anos atrás, com um total de 425 alunos admitidos em três vestibulares, porque o numero de vagas não era preenchido pelo alto índice de reprovações no vestibular unificado. Fazer engenharia naqueles tempos era dureza. Hoje não sei. Freud pode explicar muita coisa que eu não posso, mas fico me perguntando porque razão resolvi re-analisar a segunda questão tão tarde, a apenas uns dez minutos do final da prova e corrigi-la... Como não pensar que desde o inicio eu tomara um caminho errado de forma proposital, com um despertador interno que tocou o sinal a dez minutos do final da prova? É certo que ninguém deixou de ser formar por essa questão, o que tiveram foi que fazer uma prova final para a qual tiveram que estudar o que nunca tinham estudado durante o ano todo. Devo ter contribuído de certa forma para que estudassem. Todos tinham tempo para estudar, e o único problema eram as prioridades. Alguns faziam parte de “grupos de esquerda” que invadiam as aulas para dar prédicas. Combinamos com eles que, por estarmos ali para estudar, que cederíamos nosso tempo de intervalo para que viessem nos dar aulas de socialismo e que podiam trazer os livros vermelhos de Mao Tse Tung, que os ouviríamos tranqüilamente. Perdemos muitos intervalos de aula para ouvirmos, democraticamente, a esquerda “pensante” de nossa nação. Hoje estão no poder, mas me pergunto que aulas eles perderam que nada mudou neste país que piora a cada dia depois que gastaram toda a riqueza, como a Petrobrás e outras, herdadas de governos anteriores de que tanto reclamavam e de Fernando Henrique Cardoso, o governo que moralizou por alguns anos a economia e a política nacional e internacional. Devem ter perdido muitas aulas, colado muito, obtido diplomas às custas de amigos!



E não devem estar lendo notícias do mundo há pelo menos 40 anos. Durante este tempo a Republica Democrática Alemã, a China e a Rússia empurraram outros cerca de 90 países para fora do comunismo, e Cuba reatou as relações com os EUA. O socialismo europeu entrou em crise perturbando seriamente a solidez da Comunidade econômica Européia, na maioria dos casos por corrupção. Políticos do cone sul da América do Sul, concentram a política em “personagens” símbolos das dificuldades sociais como Lula, Chávez, Fidel Castro (antes de voltar a reatar com Cuba) e usam a linguagem dos anos 60 para mobilizar a ignorância em seus países para lhes dar votos eleitoreiros cheios de esperança e fé no imponderável: Qual a solução para a igualdade social? Esses políticos poderiam encontrá-la na Alemanha, na Noruega, Finlândia, Suécia, Suíça, mas dizem convenientemente que esses países são outra realidade. São sim, mas não são utopias. São reais!


® Rui Rodrigues

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Porque existo?



Enquanto faço meus estudos, e em decorrência, de vez em quando me preocupo com as velhas perguntas: Porque neste Universo existe um sistema solar com um planeta na distância certa do Sol, no qual apareceu vida sendo ela tão rara até numa Galáxia como a nossa, visto que até agora não recebemos ainda nenhum sinal de radio de outros planetas a demonstrar que por lá também existe vida inteligente?

Para a vida como a nossa, ela é uma decorrência de nosso Planeta em relação ao universo. Não é que tudo se tenha feito para que tivéssemos a oportunidade de existir, "termos sido feitos". De uma forma muito simples, não poderíamos ter nascido em nenhum outro planeta que não fosse exatamente gêmeo da Terra, numa Galáxia onde tivéssemos um Sol idêntico ao nosso, com planetas idênticos preenchendo as demais órbitas solares. Nem Deus nos poderia ter feito como somos nesses planetas diferentes: Se assim fosse, morreríamos em segundos por falta de adaptação para a vida.
Em outras palavras, não haverá ninguém, em planeta DIFERENTE do nosso, em todo o universo, que possa dizer:
Deus me fez!,... 

Simplesmente porque não existirá. Mas eu existo. Então a vida tal como a conhecemos nasceu no unico lugar do Universo onde teria condições para nascer. Se houver mais de um lugar neste universo, tal como o nosso Planeta Terra e sistema solar, e de mesma idade, então encontraremos irmãos nossos. Se o planeta for mais jovem que a Terra, encontraremos talvez dinossauros, se for mais velho, veremos gente como nós, bem mais evoluídos. Afinal... Deus não joga dados !


® Rui Rodrigues 

sábado, 17 de janeiro de 2015

Hoje às três da tarde não haverá futebol. Haverá fuzilamento.


Hoje às três da tarde não haverá futebol. Haverá tiroteio de um pelotão de fuzilamento e um brasileiro será abatido, deixará de respirar e morrerá sem assistência médica... Um drama !!!!
Sabem quantos dramas têm acontecido com famílias brasileiras que tiveram seus filhos levados pelo tráfico de drogas, como viciados ou como "seguranças" dos chefes de tráfico e dos pontos ?
Milhões!!!!!!! Traficante mata de forma indireta. É um negócio de risco, e deveria ser alto risco... Enquanto o risco for pequeno, mais haverá traficantes porque o lucro é muito grande...
Fazer tráfico de drogas na Indonésia, é assunto muito sério !
A execução deveria ser transmitida ao vivo para que a nossa juventude saiba duas coisas : 
1 - Que tráfico é passível de pena de morte e é assunto muito sério; 
2- Que nossos governos e o atual, por não combaterem seriamente o tráfico de drogas, estão contribuindo para mais um milhão de brasileiros mortos pelas drogas ou pelo tráfico de drogas
Ao interceder como mãe, Dilma Roussef intercedeu como madrasta que não consegue evitar - porque não aplica verbas nem interesse nisso - em acabar com o tráfico
Afinal, Dilma foi guerrilheira e sabe como atacar células de tráfico, quartéis de polícia, bancos... Qualquer coisa...Ataca até o Brasil em suas instituições.


® Rui Rodrigues

Todas as mulheres que preenchem uma só.

Descobri que as mulheres (assim como os homens) são, cada uma delas um envoltório de outras mulheres, de outros homens.



Assim como capas sobre capas.

Cada uma e a cada momento, despe-se de seu envoltório externo - aquele que ela gosta mais de mostrar para o exterior, no dia a dia - e deixa aflorar uma das muitas mulheres que a compõem por baixo. A "mulher" que conhecemos, é sempre a mulher que ela "veste". Para uns, ela se veste de outras mulheres, para outro, de uma mulher em particular.

Mas podem passar uma vida inteira sem que tenham tempo ou oportunidade de mostrar todas as que têm dentro de si.
Em algumas mulheres, não há muita diferença entre todas essas mulheres de que são compostas, que sempre se apresentam de forma suave. Em outras, as diferenças são enormes e chegam a chocar por essa diferença tão grande.
Não é possível amar todas as diversas mulheres que existem numa só. E quando no casamento dizemos: Sim! Estamos dizendo sim a uma delas em especial, talvez a uma outra mais sexual, a uma outra mais cooperativa, a uma que quer ser mãe de nossos filhos, contando que um dia não despontem as outras mulheres da zona mais escura e escondida, as que têm capas e capas de outras mulheres por cima...

Algumas que existem em apenas uma nunca teremos oportunidade de conhecer, e se fossemos diferentes talvez pudéssemos ser capazes de fazer despontar e amar todas as mulheres que existem numa só, em vez de procurar todas as outras mulheres fora dela.

® Rui Rodrigues

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O momento político e econômico no Brasil.

O momento político no Brasil.
Em breves e simples palavras

Um computador gigantesco dotado de software adequado pode dar-nos informações preciosas que nos permitam determinar qual a probabilidade do tempo: Chover, ventar, umidade do ar, etc... Mas jamais a certeza! Da mesma forma um computador aplicado à geopolítica ou à política nacional. São muitas as incertezas. Mas duas certezas nós temos em relação ao Brasil: Há corrupção e nunca foi tão alta. Ora isto leva descrédito ao governo dentro e fora das fronteiras.

Mas o Brasil não é apenas um vetor econômico. Pois não! Tem muitos vetores, alguns tão importantes como a economia que domina o cenário da política internacional, e qualquer sistema de governo que não se baseie fortemente na economia e na competitividade no comércio, está fadado a encolher até se reduzir a zero, à custa do sofrimento da população. Quem não sabe governar deveria sair antes que de sua saída dependa a vida dos que lideram o próprio governo como foi o caso de Cuba: Fidel Castro não poderia largar o governo sob pena de morrer na mão daqueles aos quais fez sofrer ao longo de muitas gerações. Cuba só pode mudar a partir do momento de sua morte ou se perder a noção de tudo, como parece ser o caso.

1.    Economia brasileira

No governo de Fernando Henrique Cardoso a economia brasileira pela primeira vez no ultimo século se livrou da inflação. Ou melhor, ficou tão baixa, algo em torno dos 5%, que poderia dizer-se que “acabou”. Mas esses 5% eram realmente cinco por cento. Suas instituições de governo não estavam “aparelhadas”, a mentira não servia para “consertar” erros e distorções das metas. O governo era credível, o investimento estrangeiro trazia investimentos, o nível de desemprego era baixo.
Corrupção é endêmica. Uma doença também mundial com menores índices, e no governo de Fernando Henrique era perfeitamente suportável pelos cofres da nação. Nos primeiros anos do governo Lula correram notícias fantásticas: O nível de pobreza havia diminuído, o Brasil tinha pago sua dívida externa, tudo havia “melhorado”, mas começava também o aparelhamento das instituições com gente do partido colocada á frente das decisões de Estado, mais por fidelidade partidária do que por mérito. Lula não tem segundo grau nem nunca o freqüentou. Tem apenas vontade política, uma determinação em conseguir os objetivos e o dom de falar para um público de nível de conhecimentos igual ou inferior ao seu, além de usar a sua imagem como suporte político. É um caudilho. Já no segundo mandato dele o Brasil devía mais do que antes.A dívida externa não tinha sido paga: Tinha sido transferida para a dívida interna. Demoras e complicações em obras a juros altíssimos fazem empresas ganhar sem trabalhar. Os níveis de educação pioraram. Mudaram os quesitos para avaliar a pobreza e o valor da cesta básica, os índices de inflação foram corrigidos pelas instituições e o Brasil passou a estar melhor de mentira. Veio o descrédito internacional. O mundo inteiro sabe que o governo brasileiro mente! A economia parou de crescer e o PIB decresceu também. Descobriram fraudes bilionárias que podem vir a ser trilhonárias na Petrobrás e um esquema de compra de votos de políticos do senado. O Brasil está se transformando num desastre político, financeiro e político-financeiro. Estamos num país em que, para encobrir a inflação, o governo diz que foi o dólar que subiu gerando aumento nos produtos e não o real que se desvalorizou. Nos tempos de Fernando Henrique havia dólares em caixa para injetar dólares no mercado ou comprá-los para controlar a taxa de paridade, mas a situação atual está tão ruim e o caixa tão baixo, que o volume a comprar e vender para efetuar o controle seria impossível. A impressão que se tem é que os cofres de prefeituras, governos de estados, ministérios, governo, foram esvaziados.  


2.    A política brasileira


Questiona-se a validade técnica do diploma de economista da presidente Dilma indicada por Lula que atestou, para o efeito de sucessão e sem propriedade alguma, que ela estava “preparada”. Preparada para quê?  Fala-se que ela ganhou o segundo turno das eleições por fraude nas urnas eletrônicas. A companhia que as supervisionou é Venezuelana e não tem boa fama internacional realmente. A reclamação na Venezuela é a mesma. Durante a campanha para o segundo turno, caiu um avião com o mais forte candidato em oposição a Dilma, Eduardo Campos, somando-se esta catástrofe a muitas outras semelhantes na política brasileira, o que mais do que coincidência chama a atenção de quem entende de estatísticas. A economia da Venezuela é um desastre ainda maior. Maduro, o presidente é um caminhoneiro que vê passarinhos com cara do falecido Chávez que era um militar seu predecessor e que o indicou como substituto. Lula torneiro mecânico, Dilma ex-terrorista, Chávez, Maduro, Fidel Castro e o irmão Raúl, este também sucessor de Fidel, Evo Morales cocaleiro e Cristina Kirshner uma viúva, compõem o lado “socialista” de uma parte insucessa do Cone Sul da América do Sul que governam sem experiência política anterior sem conhecimentos das ciências que envolvem os vários ministérios. Fazem parte do “Foro de São Paulo”, uma instituição onde Gramsci, se fosse vivo, seria o Presidente com um salário de fazer inveja a Rotschild.

Para eles, a China, Rússia, Angola, Moçambique, continuam sendo países comunistas, a Europa toda socialista, Cuba um exemplo de comunismo bem sucedido. Quem lhes meteu na cabeça, a Lula e Dilma, estas coisas inconsistentes, equivocadas, foram os assessores. Lula e Dilma valeram-se de “quem sabe” para os ajudarem no governar, isto é, ex-terroristas como José Dirceu e José Genoíno e toda uma equipe despreparada, habituada a obedecer cegamente, agora mandando segundo seu “sentimento” de certo ou errado, mas sem instrução, conhecimento de causa. Todos os antigos filósofos de esquerda, socialistas ou comunistas abandonaram o partido, abandonaram Lula e Dilma em face de erros crassos, de um modo de governar muito parecido, senão idêntico, ao dos novos-ricos: Gastam à vontade e depois arranjam outra forma de conseguir dinheiro, mas isso nem sempre é possível Há empresas como a Petrobrás, a Caixa Econômica Federal, o BNDES, os ministérios, onde acham que podem ir apanhar mais dinheiro, e se necessário for, como tem sido, mentem.

A aproximação dos EUA com Cuba às vésperas da morte de Fidel Castro – e não poderia ter sido antes – veio esvaziar os discursos políticos do PT, da base aliada, de Lula e de Dilma: Não há mais nenhum país no mundo que seja comunista de fato porque o único que tem o sistema é apenas uma ditadura suportada pela mentira da igualdade porque não têm nada para dividir igualmente entre todos a não ser necessidades de tudo: A Coréia do Norte, cujo presidente também indicado pelo falecido pai, é um menino mimado que adorava ir até a Disneyland incógnito quando criança e acaba de matar quase toda a família por dissidências e “traição”.

Sem uma equipe multidisciplinar que entenda dos vários assuntos técnicos que envolvem seus ministérios e sem apoio dos filósofos políticos eminentes porque abandonaram o partido principal de uma organização aliada de partidos de esquerda, os pés de manteiga da estátua do PT como monopolizador do poder e da riqueza da nação brasileira começam agora a derreter. Quando derreterem os pés da estátua, as pernas de barro se estraçalharão. Ficará uma cabeça sob torso inerte, a serem levados para uma fundição histórica, com um epíteto: PT, afundador do Brasil.

3.    Os futuros quatro anos da nação brasileira.

A população brasileira tem uma idiossincrasia muito própria. Afinal, é uma nação cuja forma semelhante de pensar de seus habitantes a torna quase idêntica de norte a sul, e uma dessas características é o enorme poder de pressão que pode agüentar. É um povo pacífico, fácil de governar, fácil de levar, cuja maior parte ainda acredita em milagres quer por que pertençam a qualquer religião, quer porque têm fé, esperança, sempre renovadas a cada eleição: Um dia aparecerá alguém que ponha a casa em ordem, entre um campeonato de futebol e outro, uma copa do mundo, um carnaval, um show “gratuito” pago a peso de ouro por prefeituras ou pelo governo central.  É o caudilhismo, a crença de que um ser humano possa alcançar o governo e dar justiça á nação, mas é exatamente e também na justiça que está o calcanhar de Aquiles desta forma de governar: Para poder suportar os erros de governo, a justiça tem que ser injustiça para poder explicar o injustificável. Progressos nas leis trabalhistas estão sendo perdidos, bandidos andam à solta, verbas desviadas não são devolvidas, os índices de mortandade por violência aumentaram, as estradas estão esburacadas, a saúde pública piora, a segurança pública não consegue abraçar o território da nação, queimam-se ônibus, fecham-se estradas com pneus em fogo, começam a surgir notícias de atrasos no pagamento de salários em empresas públicas, o preço do barril do petróleo despencou e inviabiliza o pré-sal adicionando mais um fator negativo à Petrobrás, além da corrupção em bilhões de reais que a pode levar à falência quando então terá que ser privatizada. Erros de administração são punidos com palmas quando são destituídos e pior, alguns administradores colocados nas empresas estaduais e ministérios continuam em seus postos esquecendo-se a ineficiência em favor da proteção por fidelidade partidária. Alguns são agraciados com palmas quando se vêem obrigados a abandonar suas posições na administração. Muitos desviam verbas ou são ineficientes e saem para evitar processos.

Após os movimentos de rua de julho de 2013 a nação acalmou estranhamente, porque a situação do país piorou ainda mais. Deve ser a tal capacidade idiossincrática da população para agüentar pressões na vida diária, ainda mais quando é notória a falta de água de forma geral, com mananciais reduzidos por uma seca gigantesca que em breve pode levar também a uma crise energética jamais vista. Há notícias que empresas estão reduzindo os efetivos, teme-se que algumas transfiram suas atividades para outros países. Grande parte da colheita de grãos, e não só, ficou retida e perdida em grandes filas nas estradas por ineficiência nos portos em 2014. Em vez de melhorá-los, financiando privatizações e novos portos, o BNDES criou 60.000 postos de trabalho a nacionais e estrangeiros, a maioria em Cuba e outros países que financiou com o dinheiro da nação, que em boa parte entrará na conta de calotes porque foram financiados a países que não podem pagar, como Cuba, Moçambique.
Lula e Dilma fizeram gordas “doações” a políticos que, internacionalmente, são reconhecidos como ditatoriais e de duvidosa reputação.

O futuro do Brasil é incerto. Não será um país socialista ou comunista porque não é essa a tendência dos governos ao redor do planeta e muitos tendem mais para a extrema-direita como França, Inglaterra e Alemanha. Depois da derrocada do comunismo a partir da queda do muro de Berlim, sucedeu-lhe de forma reforçada o socialismo que está doente devido á sua incapacidade de ter lidado com a crise econômica iniciada em 2008 e que nem deve ter ainda chegado a seu ponto máximo para começar a decrescer. Não deverá terminar antes de 2018, quem sabe se estenderá até 2028. O Banco Central da Suíça num só dia valorizou o Franco em 30% na semana que terminou em 18 de janeiro de 2015, mesmo criando problemas aos seus fabricantes de produtos e exportadores. A Inglaterra prepara-se para enfrentar as conseqüências de uma bolha imobiliária, detectada nos últimos meses de 2014. Teme-se que a Grécia abandone a zona do Euro e países da comunidade européia que não o adotaram não dão mostras de reverter suas intenções. As nações mais desenvolvidas do mundo estão criando “muros” invisíveis de proteção aos seus interesses, um caminho adequado à recessão econômica mundial.

No Brasil, além das conseqüências de tudo isto, o governo não consegue nem vai conseguir conter a inflação por dois motivos: O primeiro porque a inflação advém de uma crise de crédito governamental. O mundo e os brasileiros não têm a mínima confiança no governo. Segundo, porque o próprio governo, por falta de planejamento e política realista das várias situações internas e externas, é o primeiro a aumentar o custo dos serviços, o preço da gasolina e os impostos que só por si já eram altos, impulsionando a inflação.

Um governo que se diz socialista, comunizando até o nome de monumentos como prioridade, criando comissão da verdade em que analisou apenas os crimes cometidos contra guerrilheiros do passado e não destes contra o governo de então, não pode amar o capital a não ser em proveito próprio.
A regra no mundo comunista e socialista tem sido gastar o capital acumulado em governos capitalistas anteriores até acabarem com o capital. Basta um olhar nos livros de história, mas até estes correm os riscos de terem seus textos alterados para que a interpretação dê falsa fé e falsa esperança a um povo que sabe que as coisas estão indo de mal a pior, mas tem fé em milagres, agüenta a pressão. Com as instituições aparelhadas, balas de borracha, cassetetes, tanques e helicópteros o governo não controla o tráfico, nem os assaltos a bancos e a pessoas, mas pode controlar multidões armadas de bandeiras, cartazes e gritos...

Mas só enquanto pode e até um dia! 


® Rui Rodrigues em 16/01/2015 

O consolo da imortalidade da alma

Se servir de consolo para quem crê na imortalidade da alma, saiba que da alma... Da alma... Mas do corpo sim! Basta seguir o raciocínio...



1 - Recebemos hoje imagens de galáxias inteiras formadas há cerca de 13,4 bilhões de anos... Se tivéssemos telescópios muito e muito mais potentes que os de hoje poderíamos estar vendo os planetas dessas galáxias e, no caso de existência de vida, seres vivos palmilhando esses planetas... Poderíamos até acompanhá-los dia a dia... Não deixa de ser uma forma de eternidade de imagem, se daqui a uns bilhões de anos alguém, em algum planeta distante, uma civilização tiver um telescópio desses e nos observe dia a dia...

2- Nosso corpo poderá um dia ser transformado num mecanismo de matéria sem vida, comandado por um cérebro verdadeiro (o próprio) que comande por computador super-rápido esse corpo mecânico...

Isto é garantido... Do resto não há garantias....

RR

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Socialismo energético ou... Somos brasileiros e não desistimos nunca!

Socialismo energético ou... Somos brasileiros e não desistimos nunca!



É aquela coisa de dividir as faltanças sem dividir as lucrancias... Assim, em vez do governo aplicar recursos das verbas públicas na geração e distribuição de energia, aumenta o preço da energia para gerar mais recursos (não mais energia) e diz ao povo que a ditadura era uma porcaria, que perseguiram estes e aqueles, geram uma tremenda barafunda, e pedem para fazermos nossa parte, que é a de nos habituarmos ao racionamento e aos apagões. Isto aplicado à água nos dá secura na boca, cheiro no sovaco, e raiva, muita raiva, vendo que ladrões condenados não devolvem o nosso dinheiro público roubado, sabendo-se que quem nomeia os juizes é exatamente o governo que disse que no tempo da ditadura perseguiam e comiam criancinhas e que devemos economizar tudo. A energia vai aumentar 40% além dos bilhões que o governo pagou antecipadamente às distribuidoras de energia exatamente para não  haver aumentos. Todos achamos que esse dinheiro adiantado serviu para campanhas políticas durante as eleições. A inflação, dizem esses mesmos, foi de 6, qualquer coisa menor que um.



Imagine-se dono de uma empresa dessas: Não investe em nada, recebe um sinal bilionário – foram bilhões – e aumenta seu preço em 40%... Que negócio no mundo lhe dará lucro tão grande? E isto é bom para calar o povo, porque começa a preocupar-se com doenças, mosquitos, dengue, calor, incômodo por falta de banho, comida e remédios estragando na geladeira que não pode funcionar, e a escuridão à noite. O inferno de Dante não... Começa por D mas não é Dante. É Inferno de Dilma!

E como todos esses foram reeleitos e eleitos recentemente, teremos que passar mais quatro anos assistindo a desvios de verbas como forma de diversão, como se fosse uma peça de teatro, um jogo de propinoduto, uma disputa de mensalão, ou uma corrida pré-salgada de Petrolinas, uma espécie de propinas...



A mudez de vulto, como se fosse também um jogo daqueles em que o primeiro a falar apanha, por parte do governo, é tétrica, fantasmagórica, irritante, desprezível. Como nos velhos tempos da tal “ditadura”, murmura-se sem que se seja ouvido. Antes, durante a dita cuja, não se podia falar, reclamar. Agora podemos falar, com muito orgulho, mas mesmo com gente queimando ônibus, fazendo arrastão, depredando trens, quebrando vitrines nas ruas, matando e assaltando, continuamos sem sermos ouvidos. Vão lá nas verbas públicas e repõem todo o desperdiçado, exceto indenizações à população.

E ninguém se revolta, o que é muito bacana lá em Copacabana... Tão democrático, tão lindo, tão civilizado que chega a parecer grotesco com pinceladas de idiotice cúbica...Não desistimos de quê?


® Rui Rodrigues