Assim como capas sobre capas.
Cada uma e a cada momento, despe-se de seu envoltório externo - aquele que ela gosta mais de mostrar para o exterior, no dia a dia - e deixa aflorar uma das muitas mulheres que a compõem por baixo. A "mulher" que conhecemos, é sempre a mulher que ela "veste". Para uns, ela se veste de outras mulheres, para outro, de uma mulher em particular.
Mas podem passar uma vida inteira sem que tenham tempo ou oportunidade de mostrar todas as que têm dentro de si.
Em algumas mulheres, não há muita diferença entre todas essas mulheres de que são compostas, que sempre se apresentam de forma suave. Em outras, as diferenças são enormes e chegam a chocar por essa diferença tão grande.
Não é possível amar todas as diversas mulheres que existem numa só. E quando no casamento dizemos: Sim! Estamos dizendo sim a uma delas em especial, talvez a uma outra mais sexual, a uma outra mais cooperativa, a uma que quer ser mãe de nossos filhos, contando que um dia não despontem as outras mulheres da zona mais escura e escondida, as que têm capas e capas de outras mulheres por cima...
Algumas que existem em apenas uma nunca teremos oportunidade de conhecer, e se fossemos diferentes talvez pudéssemos ser capazes de fazer despontar e amar todas as mulheres que existem numa só, em vez de procurar todas as outras mulheres fora dela.
® Rui Rodrigues
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