Fui de Niterói ao Rio numa Rodotona (por estrada), depois numa maratona, e de volta, numa maratona (por mar) e depois noutra rodotona. A primeira rodotona fiz de carro até as barcas em Niterói, a segunda já na volta, de ônibus, passando pelo novo túnel que já deveria ter sido construído no tempo do Império. A maratona foi na Baía da Guanabara. Do tempo do Império para cá a moda feminina mudou muito. Até uns 15 anos atrás as mulheres usavam bolsas mas agora usam "suite cases" sobre rodas, daquelas que sugerem suítes e casos. Para não ser indelicado, não perguntei a nenhuma porque usava aquelas maletas sobre rodas nem o que tinha lá dentro. Provavelmente todas me diriam que levavam quitutes para Temer, Aécio, uns restos ainda para Dilma e seu Lula que agora gerem problemas que lhes ficaram de suas gestões anteriores. O FHC, convenientemente calado, mas rico... FHC não está nada pobre. Nem um pouco pobre. Ele conseguiu repassar sua sina de pobreza social para outros.
Imaginei o José Bonifácio de Andrade e Silva dizendo a Temer:" - Linda maletinha meu caro Silva... Você e Lula falavam tanto do Costa e Silva e do Golbery do Couto e Silva, que surpreende como essa família dos Silva tanto proliferou em cargos chave da nação..."
A revolução francesa, de 1789, foi o rastilho para a independência de 1822. Uma diferença de 33 anos, a "idade de cristo", o tempo certo para se fazer até uma revolução religiosa. O que falta é cristo por aqui. Quando Tiradentes morreu, em 1792, o cristo nacionalista de então, a Revolução francesa ainda respirava, assim como suas idéias, pelas ruas do mundo. Vieram embarcadas da Europa em navios bacalhoeiros, naus catarinetas embarcações cheias de velas e trabalhadores sem sindicatos e sem UBER... Os sindicatos são bons para os trabalhadores "daquela" profissão, péssimos para a população que paga preços mais caros. Bem que o Sindicato dos taxistas podia obrigar o pessoal a oferecer serviços "padrão Uber", mas não... Ficam-se no reclamar, típico de vítimas. O Grito do Ipiranga tinha sotaque francês rouco, de cabeça recém-cortada.E João lhe disse a Pedrinho, o filhote: Declare independência antes que instalem a primeira guilhotina. Salve seu pescoço, meu filho"... Eram as marolas da "Liberdade, Igualdade e Fraternidade".
Procurei nas ruas do Rio, de Laranjeiras ao embarcadouro marulhento da praça XV em que esquinas se perderam as confabulações que transformaram as manifestações de liberdade em badernas por excesso de liberdade.
Então sentei no Cais e entre um marulhar e outro, pensei que num país ávido de liberdades deveria haver uma enorme e central Avenida da Liberdade, de forma a fazer lembrar a todos os brasileiros da importância de se ser livre de Lulas, Dilmas, FHCs, Temeres, Aécios, Vaccaris, Zédeceus, Genoínos, Graça Fosters, Berenices, Roseméris, Lewanduisques, Toffolis, Gilmares, Collores, Maluffes...
Mas não existe essa tal de Avenida da Liberdade enorme, central ao Rio de Janeiro, e talvez por isso ninguém se lembre do que seja liberdade dos quintos dos infernos, dos escravos brancos e negros, nada...
De Liberdade, num país onde os políticos fazem e roubam tanto quanto querem, nem traço! Só o marulhar das águas da história no embarcadouro das barcas da Bahía da Guanabara que fica mais abaixo da Bahia de Salvador ... Marulhar de calmaria que não enfuna velas da liberdade. Continuamos reféns deles.
Rui Rodrigues