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terça-feira, 16 de julho de 2013

Uma hora de cidadão na democracia participativa.

Uma hora de cidadão na democracia participativa.

 Participando nos destinos da nação
Para efeitos de melhor entendimento do que é uma Democracia Verdadeira, Real, Participativa e a função imprescindível do cidadão.

A vida de uma pessoa moderna sempre permite uns minutos ou uma hora na Net para se ligar ao mundo. Jornais comuns normalmente “torcem” para um lado ou para outro e têm meia dúzia de “donos” que norteiam ou “suleiam” as opiniões neles impressas. As redes sociais permitem obter um maior número de opiniões, descobrir outras facetas de assuntos, filosofias ou fatos. Numa democracia participativa em que os membros do governo não podem tomar iniciativas que afrontem a constituição ou as leis porque correm o perigo de serem demitidos no decurso de um dia, o governo é obrigado a manter um site que versa exclusivamente sobre o governo, novas propostas, novos projetos, novas iniciativas.

Vejamos alguns exemplos de como um cidadão interessado poderia usar esse site:


  1. Votando num candidato e retirando-lhe o voto dado.

É talvez o ponto mais forte da Democracia Participativa. O cidadão que vota normalmente a cada quatro anos, agora vota a qualquer instante e se seu candidato perde a sua confiança, pode retirar-lhe o voto dado. Se muitos, bastantes, tiverem a mesma opinião, seu total de votos cairá de tal modo que já não poderá continuar no cargo: Fica automaticamente destituído. Mas como este suposto cidadão perdeu a confiança em seu candidato? Pelo que sabe através de amigos, da net, de jornais, da televisão... Em função do que sabe pela disseminação de informações. E como cidadãos que fazem parte do governo não têm o poder que têm hoje – são obrigados a cumprir a constituição e as leis e podem ser instantaneamente destituídos – não podem esconder nada, não podem fazer “tratos políticos”, acordos entre partidos. Partidos e políticos não mandam nada na Democracia Participativa. Nem podem declarar guerra a ninguém sem consultar os cidadãos... Nem perdoar dívidas externas, nem comprar votos. Para que lhes serviria a compra de votos se lhe podem ser retirados no dia seguinte e serem expulsos do cargo?

Um dos agentes do governo – já não haverá na Democracia Participativa realmente políticos na acepção antiga do termo, porque agora todos serviriam a constituição e as leis – que tivesse tirado vantagens pessoais do cargo teria por lei que devolver o dinheiro aos cofres públicos e o faria, mas paralelamente os cidadãos lhe retirariam o voto para que se anulasse o processo que o elegera. O voto é de confiança. Seria como um encerramento de um contrato que teria que ter um fim. A constatação pelas autoridades de que tivera usufruído do cargo para tirar vantagens, não seria uma armadilha dos “homens da lei”, mas teria que ser constatado por testemunhas que haviam feito a denuncia, provas recolhidas, e o sujeito iria a julgamento. Mesmo que no processo viesse a ser julgado inocente, haveria agora que lhe retirar o voto para impedir que continuasse em sua prática durante o processo. Imediatamente, no dia seguinte, quando o réu já não tinha mais do que cinco por cento dos votos que o haviam elegido, ele sairia do prédio onde trabalhava e tomou o caminho de sua casa aguardando julgamento.

  1. A construção de uma nova estrada.

Alguém deu a idéia de construção de uma nova estrada atravessando cinco estados. De modo geral todos eram a favor, conforme nosso democrata participativo tinha previamente verificado pelas redes sociais. Parecia haver um consenso de sua real necessidade para escoar safras, produção, permitir o transito de cidadãos. Ela atravessava grandes áreas de estradas vicinais cujo custo de manutenção já era elevado. Muitos produtores sem poder escoar safras a tempo, volume e horas. As estimativas apontavam para um custo razoável de km construído, e o custo para cada cidadão, diretamente adicionado ao imposto único era também razoável. Pela constituição o valor dos impostos jamais poderiam ultrapassar os 25% da renda de cada um, de acordo com os seus ganhos. Quem ganha mais paga mais. A economia de uma nação se pode inviabilizar se os pedágios, aliados a outros fatores de carestia ou de ineficiência, contribuírem para aumentar o custo do frete a ponto de tornar os custos tão altos que se perca a competitividade dos produtos no mercado internacional. Isso significa menos vendas, menos impostos recolhidos.

Analisados os fatores, nosso cidadão participativo votou a favor da construção da estrada, lançando no site do governo uma ressalva: Uma enorme curva da estrada, estendendo o percurso em alguns quilômetros para que a estrada não passasse por uma propriedade. Dias mais tarde viu que sua proposta de encurtar o percurso, mesmo tendo que atravessar uma propriedade, fora aprovada pelos cidadãos de seu estado. Tudo não levara mais de sete dias para ser aprovada a construção.


  1. Votando um orçamento da União para os próximos 04 anos.

Sempre houve na humanidade anos de vacas gordas e anos de vacas magras. Governos anteriores à Democracia Participativa sempre gastavam todas as verbas dos impostos fosse no que fosse. A população vivia sempre “apertada” financeiramente. Não havia ano de folga, um ano de férias de impostos.  A partir da implantação da Democracia Participativa, após serem aprovados os termos da nova constituição, item por item, pelas redes sociais, os cidadãos interessados começaram a votar em orçamentos para cada quatro anos. Em função destes orçamentos se estabelecia então o valor dos impostos a serem cobrados em escala de renda. Cidadãos de baixa renda pagavam menos impostos. Havia uma taxa mínima de impostos a ser cobrada para manter os serviços públicos, os investimentos, os créditos no mercado. Cada nação vivia de acordo com a sua disposição ao sacrifício, à sua vontade de se desenvolver, progredir. Não havia instituições de caridade, porque havia trabalho remunerado para todos. Em épocas difíceis, de crise, havia programas que garantiam o sustento mínimo, através de trabalhos comunitários. Havia sempre alguma coisa a ser melhorada, e que poderia ser remunerada pelos cofres públicos.

Como a maioria dos itens do Orçamento para cada quatro anos já tinha sido previamente aprovado por votação popular, a aprovação final dependia apenas das porcentagens a serem aplicadas em verbas relativas a forças armadas, investimento no mercado exterior, ajuda financeira a baixa taxa de juros para países mais necessitados (de forma a manter a estabilidade internacional), e mais uma meia dúzia de itens não aprovados anteriormente. Nosso cidadão participativo votou no orçamento para os próximos quatro anos, que lhe tirariam de sua conta bancária, mais duzentos reais por mês durante os próximos quatro anos. O país ia bem, era praticamente uma empresa financeira que trazia lucros para a nação e divida os dividendos com toda a nação. Como? Através de agradáveis e eficientes serviços públicos, alegria na vida, longevidade, natureza equilibrada e mantida.

  1. Votando uma lei do aborto.

Antes da Democracia Participativa esse assunto permanecia “entalado” nos congressos. De um lado, a ciência, com sua postura impecável científica, nem a favor nem contra, apenas constatando os fatos e fatores da ciência comprovada. De outro, os religiosos, na maioria sem base científica, mas embasados por crenças com maior ou menor verdade em relação aos fatos e em representar algo, alguma coisa, ou até mesmo os seus fiéis: Havia divergências em seu seio. Por outro lado ainda, a população, também dividida, entre a ciência, a religiosidade e seu próprio entendimento. Nunca antes se tinham atrevido a votar a lei em países de forte tradição religiosa.

Várias leis do aborto já tinham sido votadas e agora a que tinha tido maior aprovação, com algumas emendas estava sendo votada por apresentar alto grau de adesão e representação. Nosso democrata entendeu que, sendo a vontade cidadão livre dentro das leis, a lei do aborto proposta não obrigava ao aborto, mas o apresentava como solução, atendendo condições e prazos, às mulheres que o desejassem. Por isso votou a favor. O aborto passaria a ser possível, dentro dos termos da lei, somente para quem o desejasse fazer. Nada mais justo. Não se pode nem se deve obrigar ninguém a ser religioso ou a deixar de o ser. Os templos continuam abertos, entra quem quiser.


  1. Votando o salário e a indenização de um soldado


A constituição do país, aprovada popularmente item por item, tornava o país pacífico por natureza, mas não tímido. As forças armadas tinham a sua verba que aplicavam como desejavam. Eles que sabiam as armas de que precisavam e se podiam ser fabricadas no país ou no exterior. Havia porém um divisor de águas: Ministério da Defesa ou Ministério dos Ataques?

Antigamente se dizia que a melhor defesa era o ataque. O conceito tinha mudado seguindo as bases das artes marciais: Nunca buscar o ataque, mas estar preparado para a defesa. As forças armadas deveriam estar então preparadas para se defenderem dentro dos limites de suas fronteiras, para o qual não precisavam pedir autorização por voto popular, mas poderiam atacar em território estrangeiro se fossem verificados ataques consistentes e sistemáticos por parte de uma potência estrangeira. Mas assim mesmo, era necessária uma votação popular para declarar guerra a uma potência estrangeira. Coisa que não demorava mais de 24 horas para ser votada, convocada a população através do site do governo.

Havia um plano de cargos e salários para o pessoal das forças armadas. E havia também um estudo suportado e verificado, para a expectativa de vida, que agora estava em 87 anos em média. Por outro lado a constituição previa que cada cidadão protegido pela nação, contribui para a proteção da nação, sob todos os aspectos, inclusivamente o econômico. 

A nova lei propunha que, cada soldado morto em defesa do território, dentro dos limites das fronteiras, teria seu salário e benefícios normais. Se, porém, por qualquer motivo a nação se aliasse numa guerra internacional, fora das fronteiras da nação, cada soldado deveria receber o mesmo salário, porém no caso de falecimento em combate, ou em decorrência de combate – fora de suas fronteiras – deveria receber uma compensação a ser dada a seus familiares diretos, a sua célula familiar básica: tantos salários quantos fossem os meses que separavam o soldado no mês de sua morte, ao final do ano de expectativa de vida. Esse valor deveria ser pago quer pela população, quer pelos aos quais se aliasse a nação.

Era uma medida justa, porque a vida de um soldado não pode ser inferior à de uma arma ou equipamento de guerra, e a família deve ter uma compensação pela perda de seu ente querido, de forma a que tenha valido a pena a decisão de uma nação em apoiar alguma guerra fora de suas fronteiras.

Havia-se passado meia hora que nosso cidadão participativo tinha ficado em frente a seu computador cuidando da nação, fazendo a sua parte nos destinos de seus familiares, descendentes, amigos, no sentido de tornar a nação um lugar cada vez mais agradável para se viver.

Seu país não era comunista, nem socialista, nem capitalista, mas uma mistura de tudo isso e algo mais: Era um país também humano e natural, inserido quer na natureza do universo, quer numa humanidade que não pretende se destruir, mas seguir em frente para ocupar o Universo em paz e cooperação com os demais países deste planeta.

© Rui Rodrigues





domingo, 14 de julho de 2013

Apelo às forças armadas do Brasil

Apelo às forças armadas do Brasil





Apelo às Forças Armadas do Brasil contra a corrupção
Às forças armadas desta nação:

Há uma ditadura no governo nacional neste momento! O Brasil deixou de ser um país democrata!!!!!!!


Por favor fiquem alerta: Há ratos em Brasilia que não mudarão sua forma de nos roer, nem sairão de lá de livre vontade. Dizem que têm uma constituição que lhes dá a legalidade...


O povo, nós, dizemos que ilegais são eles que nos roubam, aumentam os próprios salários, gastam verbas públicas, só trabalham de terça a quinta e ainda cobram horas extras, recolhem impostos que vemos desperdiçados, andam de avião para cima e para baixo porque não residem no local de trabalho, perdoam dividas externas, nomeiam incompetentes para nos governar não por mérito mas por "confiança"... E como produto disso não temos educação como poderíamos ter sendo a sexta economia mundial, e muito menos saúde pública, segurança, respeito para com os aposentados, dignidade no conduzir da nação...

Não temos como tirá-los de lá. Instalaram-se e riem do povo. Somos fracos apesar de sermos a maioria deste país.

As forças armadas devem garantir os termos desta constituição que temos e providenciar outra em que, em seu texto, jamais possam existir políticos tal como os somos forçados a reconhecer porque nos apresentam sempre os mesmos, e apesar da rejeição, ganham sempre as eleições, pondo-nos em dúvida quanto à sua lisura.

Jamais pensei em dirigir-me às forças armadas nestes termos, por minha condição de democrata, mas não vejo outro meio de tirar os ratos de Brasilia, das Câmaras, das Prefeituras....

₢ Rui Rodrigues

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Brasil- 3 temas do momento - julho 2013

  1. REUNIÃO MERCOSUL


Blocos econômicos começam sempre por tratar de economia até ficarem suficientemente fortes para poderem pensar em política... Foi assim com um pequeno bloco o BENELUX, que posteriormente se transformou na enorme União Européia...

Mas ignorantes não sabem disto... Querem falar de política em mistura a assuntos econômicos.... Então começa essa coisa de tira o Uruguay, bota o Uruguay, não.. pões a Venezuela, tira a Venezuela... Assim eu não brinco... E outras sandices.. 

Vendo a desorganização, Colômbia, Chile, México e Peru, fundam a Aliança do Pacífico, com enormes vantagens estratégicas e de objetividade... 

Mas nem assim os maninhos comunistas da América latina se tocaram, até porque não têm cabeça para isso, e vão discutir política novamente na reunião do Mercosul... 

Falarão sobre um tema preocupante: A invasão de privacidade por empresas americanas ... Ora bolas... Nosso governo nos manteve em um atraso tremendo... Colocou os juros lá em cima para trazer dólares aos montões para especularem em nossos mercado - gerando uma inflação danada - vendem o petróleo como se a GRANDE E IMPORTANTE PETROBRÁS não quisesse trabalhar no petróleo que é nosso, apesar de tantos trilhões de lucros anuais... E nem desenvolveram centros de pesquisa, nem incentivaram a formação de empresas desenvolvidas em informática...

Como vão evitar a invasão da privacidade???? 

Estou curioso... Muito curioso... 

Deus salve o Brasil, porque corrupção, falta de objetividade e politica melacueca não salvarão o Brasil...



2.                 Então Lula e Dilma se reuniram para tentar retomar o que já perderam: O controle dos ignorantes. 



Lula & Dilma, o casal comunista de Rolex se reuniu no apartamento para combinarem: E combinaram reunir a massa enorrrrrrrrrrrrme de correligionários da CUT do MST, e etcetera e tal.... Os mesmos que, tal como todos os demais brasileiros, sabemos da corrupção, da falta de saúde pública, da inflação, da insegurança, e da falta de ensino que se espalhou pelo país depois que seus grandes chefes e líderes Lula & Dilma, com a Rosemary a tiracolo, e depois com o Maluff, implantaram no Brasil...

E então se depararam com apenas 7.000 gatos pingados que ainda os seguem por serem muito distraídos... 

Como nunca aconteceu na história deste país, estou começando a ter a certeza que a dupla não vai acertar mais nenhuma, não vai dar mais nenhuma dentro, não vão conseguir fazer mais nada inútil, escabroso, indecente, impensado, nauseabundo, asqueroso...

Cadê o Maluff, o Collor, o Sarney, o Genoino, o Zé Dirceu, (são tantos) o Haddad, os antigos correligionários de letras armadas até os dentes que andavam polvilhando as redes sociais ???? 

Fico feliz porque o povo brasileiro sabe o que quer e quando necessário, muda para o lado da cidadania.. 

Só falta agora que, por questões de decoro, lá no Senado, conversem bastante e quem tem ficha suja que peça demissão e saiam todos, juntamente com a presidente, que a esta altura do campeonato, demonstrando sua tendência ditatorial, já não tem a mínima representatividade nacional... 

Sai Dilma... Saiam corruptos, fichas sujas e condenados que emporcalham a política nacional e os cidadãos deste Pais.


http://oglobo.globo.com/pais/em-meio-crise-com-base-lula-se-reune-com-dilma-em-brasilia-8979591

₢ Rui Rodrigues


  1. Mas não deveriam ter saído no dia onze


Tenho amigos (as) que não se importam de ser chamados de viados, sapatão, outros (as) que não se importam de serem chamados (as)  de gays e outros que fazem questão – absoluta- de serem chamados de homo ou homossexuais. É uma questão de mais ou menos sensibilidade, mais ou menos amizade. Eu sou declaradamente hetero e tenho – também – orgulho disso...

Em todo o universo de amigos – lembrem da Teoria dos Conjuntos – tenho amigos de todas as cores, e também familiares, de todos os gostos, de todos os partidos políticos, de todas as religiões. Fico feliz de poder conviver com todos eles e manter a amizade, pelo profundo respeito que tenho pelas opiniões de cada um, de cada uma. Cada um (uma) segue seu caminho na vida, somos mais do que amigos, coniventes na manutenção, e até transformação, de uma humanidade “normal” para uma humanidade mais HUMANA’.

Aqui pela NET, quem está atento sabe o que se passa. Alguns amigos e amigas, que partilham de alguns ideais fundamentais de espírito humanístico, moral, ético, saíram no dia onze para reclamar de um corrupto não só confesso, como comprovado por suas próprias palavras e atos: Foram para as portas do palácio Guanabara, reclamar, com toda a razão, dos atos irreverentes, inconseqüentes, de falsa moral deslavada, do Prefeito, completamente imperfeito, que atende ao chamado pelo nome de Sérgio Cabral, toda a vez que escuta o som de dinheiro fácil...

Ficaram aprisionados em bares, postos de saúde, comprimidos entre bombas de efeito físico-moral, que um dia serão julgadas como “armas de intimidação em massa”... O prefeito autorizou a pancadaria nos manifestantes e nem se preocupou se balas de borracha perdidas podem matar dentro de hospitais... Depois falou ao estado (de sítio) que não permitiria vandalismos... Mas vandalismos é exatamente o que ele faz com dinheiros públicos.. Por acaso devemos entender que ele se quer demitir? Não cremos.. Ele gosta tanto de dinheiro, não importa se vem de uma republica de guardanapos ou do tráfico de drogas, que jamais se demitirá...

Mas avisamos todos os amigos que diz onze não era para sair para as ruas... Há 365 dias no ano e mais 4 horas adicionais para gritar para Cabral:

SAI CABRAL... PÁRA DE ENGANAR O POVO DE TODO O ESTADO DO RIO DE JANEIRO... VOCE NÃO PRESTA E JAMAIS SERÁ REELEITO!!!!!! MAS ANTES DE SAIR TENS QUE PAGAR O QUE GASTASTE COMO SE FOSSES UMA MARAJÁ.. ESSE DINHEIRO ERA NOSSO !!!!!!!

Dia onze era dia de irem para as ruas somente e apenas sete mil que receberam cinqüenta reais para comer um lanche do McDonalds que eles mesmos poderiam pagar com o dinheiro que se paga para os sindicatos... A comida do McDonalds entope as tripas, é gordurosa, não tem os cuidados de um belo e gostoso sanduíche caseiro.

VIVA O BRASIL LIVRE DE CORRUPTOS QUE SE OCULTAM NUMA LEI DEVASSA (Cabral disse que fazia o que todos os outros também “faziam”... Mas não contou tudo o que eles todos “fazem”)

http://g1.globo.com/videos/t/todos-os-videos/v/protesto-em-frente-ao-palacio-guanabara-termina-em-confusao-no-rio/2687709/

Foi mostrada uma caixa de papelão com cerca de 9 a 12 garrafas - coquetel molotov - Fico pensando se é mais apropriado que estas garrafas já estivessem no Palácio Guanabara aguardando uma oportunidade, porque imaginar um ativista carregando isso debaixo do braço, em meio à manifestação, parece mais idiota do que a idiotice de usar 7 helicópeteros pagos com dinheiro público em benefício de amigos e parentes do governador..

© Rui Rodrigues 

terça-feira, 9 de julho de 2013

A vida é um bulbo no tempo.

A vida é um bulbo no tempo.
Ciência de Ficção – Ou nem tanto!

Há “coisas” nesta vida que não interessam. Talvez o que seja a vida não interesse para fins práticos. Talvez levantar hipóteses possa parecer pretensão, ou até mesmo assustar e espantar pensamentos de apreciação. Pode até nem valer a pena. Quem gosta de ter os “pés no chão” como em rocha firme geralmente não se interessa por isto. Os religiosos, em cada religião, vêem a vida a seu modo. Filósofos a vêem de outro modo, e médicos a vêem de outro. Para mim, a vida é um “bulbo” no tempo, de forma ovóide, com ou sem protuberâncias ou irregularidades. É algo que não depende da consciência. Tanto é assim que aparentemente os vegetais não aparentam ter um centro de consciência – embora saibamos que têm sensibilidade à luz, à temperatura e à química do solo e do ar – e vivem. Da mesma forma, e também aparentemente, adquirimos vida mesmo nas fases iniciais em que não apresentamos sintomas de termos consciência, e em casos de extrema gravidade, continuamos a viver num estado letárgico de coma por anos a fio. A vida na verdade, é um fator que compartilha um corpo durante algum tempo, de segundos ou menos, a, quem sabe, uma quase eternidade.


(a imagem acima deve ser entendida como em quatro dimensões, a quarta sendo o tempo)

A Física quântica já provou que o tempo não é uma linha reta que esteja intimamente ligado ao espaço, e que se pode curvar por efeito da gravidade, além de poder, também sob efeitos da gravidade, ser retardado ou acelerado, ou até mesmo deixar de existir no interior de uma singularidade, como é o caso dos buracos negros. Não existe tempo no interior de um buraco negro. Para nós, vivos, o buraco negro existe, o que coloca a existência e a vida como duas propriedades diferentes do mundo que nos cerca: Quem poderia imaginar a fauna do eco sistema das “fumarolas” no fundo do mar? Ou para quem nunca foi no deserto do Saara, “pedras” se transformarem em lindas flores depois de uma rara chuva? Para leigos, nem tudo o que se vê parece ter vida, e muitas coisas que aparentemente parecem não ter vida podem sim, estar vivas. Como já identificamos muitos tipos e condições de vida neste planeta, dificilmente nos enganamos com o que “está” vivo da gama de variedades cuja existência não nos passa desapercebida.  Porém, nos mundos exteriores a este planeta podem existir seres vivos que não consigamos identificar como vivos, embora lhes possamos perceber a existência. Isto porque conhecemos e estamos habituados à vida que se manifesta num ambiente de oxigênio, subsistindo de água, iluminada por uma estrela, no caso o Sol. Para ambientes em outros planetas, não temos a mínima idéia de como possa ser, mas para se transformar numa civilização, precisa fundir metais, ter dedos para manusear, locomover-se por si mesma.

Pegue uma cebola, ponha-a em pé, isto é, a parte da ponta para cima e a da raiz para baixo, e corte-a pela metade. Coloque na geladeira por uns dias. Verá que as folhas centrais começam a crescer – a cebola é um bulbo, um conjunto de folhas cobertas por um par de outras secas, impermeáveis - Ora... De onde veio a informação que a cebola poderia, ou teria que desenvolver as suas folhas centrais? Onde está o “centro de informação e de emanação de ordens para o seu corpo”? Podemos arriscar que está em seu ADN como se fosse um programa de computador. Mas não são apenas as cebolas que têm características de bulbos. Uma ampola de injeção tem o aspecto de bulbo. Um dos tipos parece uma garrafa. Não é dessa que falo. É de uma outra, muito antiga, que tem a aparência de um tubo com duas pontas estranguladas, como ilustrado na imagem. Para extrair o líquido, quebrava-se uma das pontas, enfiava-se a agulha da seringa e com um pouco de jeito, não se perdia uma única gota do remédio.

Analisado deste modo o mistério da vida, é como se de repente, na linha do tempo, aparecesse um leve inflar, crescendo e inflando no mesmo ritmo formando um bulbo de vida. Depois de um breve período, esse bulbo se fecha e volta a confundir-se com o próprio tempo como se nunca tivesse existido. Os gregos foram os primeiros a prever a existência de algo estranho e indefinido que animava os corpos dando-lhes vida. Chamaram-lhe de “anima” ou alma. Modernamente parece diferenciar-se o que é alma do que é espírito, mas não podemos afirmar cientificamente que assim seja. Nos conceitos da maioria das religiões, o invólucro do bulbo, que seria a alma ou o espírito, não desaparecem no tempo e já existiam antes.

Mas o que pensar de bulbos de vida darem origem a outros bulbos de vida, os filhos? Não parece que existam filhos de bulbos. Cada ser vivo tem o seu, programado para nascer, viver e se acabar. É algo que só depende de um encontro de bulbos, para se realizar, mantendo as características do mesmo tipo de vida, mas a vida em si é um bulbo independente que nada tem a haver com os demais bulbos, exceto a concepção. A humanidade descobriu esse fato, e hoje programa se quer ou não ter filhos, criar novos bulbos de vida. O bulbo é apenas o que anima o corpo concebido, um invólucro.

A que conclusão nos pode levar esta forma de entender a vida? Em primeiro lugar nos remete a uma pergunta: De onde vem o invólucro que anima a vida no tempo e a extingue? Não sabemos e ninguém sabe na verdade. Não nos foi dito nem deixado escrito: O que sabemos deriva de pessoas como eu que se dedicam a pensar nas facetas de nossa natureza. Ainda não existe uma Internet capaz de nos colocar em comunicação com o além, e de lá não existem publicações que nos tenham chegado às mãos. Há especulações. Apenas especulações. O fato que podemos ter como absoluto é que todos os bulbos se extinguem no tempo e param de animar os corpos. É um fim. No entanto, há uma esperança, como veremos a seguir, porque sempre existe esperança para tudo.

A Física Quântica, aplicada a partículas, nos diz que quanto mais certeza temos de sua posição, menos certeza temos de sua velocidade e vice-versa, e que existem neste universo cerca de 11 dimensões das quais conhecemos apenas quatro, que compõem o espaço-tempo: Comprimento, largura, altura e o tempo. É aqui que nos inserimos como habitantes de um minúsculo planeta chamado Terra. Todas as 11 dimensões nos rodeiam, embora nossos sentidos nos permitam ver apenas essas quatro, e todas elas acompanham o vetor tempo onde quer que estejamos. O espaço-tempo preenche todo o universo conhecido e desconhecido. O bulbo da vida pode perfeitamente surgir e desaparecer provindo de uma outra dimensão para a qual volte quando se separa do corpo. Será aquilo a que chamamos de Xeol ou o Céu, ou o Valhala, ou os vinte e cinco mil céus do Tao? Também não sabemos, mas acredito que esta forma de ver a vida, como um bulbo que surge e desaparece, faz certo sentido, creio, em qualquer religião. E é um tema a desenvolver.



© Rui Rodrigues

domingo, 7 de julho de 2013

Carta para Maya - abrir em 2024

Carta para 2024




À minha netinha Maya, em 2013.



Oi, Paixão...

Se guardares esta carta num envelope para abrir somente em 2024, terás então 14 para 15 anos. As datas realmente não têm muito sentido. Pode viver-se uma vida maravilhosa em cinco anos e partir contente, e pode viver-se menos bem e a vida durar uma eternidade, mas uma carta guardada por tanto tempo deve merecer ser boa e agradável. Talvez possamos lê-la juntos. Tu para a leres pela primeira vez, e eu para que me lembres o que te escrevi.

Como é meu costume, escrevo-te contos infantis para te distrair em alguns momentos da vida. São contos mais ou menos como sonhos em que se acorda rindo, com vontade de chegar a noite para escutar mais um conto antes de dormir. Mas agora que tens 14 anos e vais ler a carta no dia de teu aniversário, vou contar-te outra historinha para lembrar os velhos tempos.

Era uma vez...

Há muitos... Muitos anos atrás, uma porção de pessoas que se conheceram formando casais. De um desses casais nasceu um ancestral teu, e de mais outro, outro ancestral. No mesmo lugar do mundo, um continente imenso que começa na África, se desvia para a Europa e acaba lá no fim do mundo, no Extremo Oriente. Não conhecemos nenhuma dessas pessoas porque se conheceram num tempo em que não havia Internet nem sequer se sabia se um dia se poderia escrever uma carta. Eram gentes muito antigas. Mas como não amá-las, se foram elas que concorreram ao longo do tempo para que um casal, um dia, descendente de todos esses ancestrais, se encontrassem e te “fizessem” nascer?

Entre esses ancestrais havia gente de África, da Europa, do Médio Oriente, gente que sabia lidar com a neve, com as areias, com as inundações e as secas. Gente que cultivava a vinha, que criava gado, que construía, que administrava, que tocava instrumentos. Mais, muito mais do que minha netinha és filha da humanidade, e mais ainda do que filha da humanidade és filha da natureza.

Cada um tem a sua vida, ao longo da qual mudamos muitas vezes de caminho, umas vezes por opção, outra porque a vida naturalmente “nos empurra” para esses outros caminhos. Mas os teus genes têm a experiência daqueles seres humanos de África, da Europa, da Ásia, e estás em condições de viver a tua vida. Não importa nada, absolutamente nada, como é o nosso corpo. O que importa mesmo é como é o nosso pensar, que sentimentos temos. Aos quinze anos ou já escolheste ou irás ainda escolher os teus rumos. Se não o fizeres por ti, a vida te empurrará o tempo todo, ao sabor do imenso mar dos “outros”. Se quiseres um conselho de um velho avô, escolhe. Será uma opção tua, independentemente de ouvires ou não conselhos. Só decidindo por ti mesma te tornará independente. Sabes porque razão? Se tu não decidires sempre por ti mesma, podes escutar até bons conselhos, mas não sempre. Existem umas leis, as da probabilidade, que decerto agora já conheces, segundo a qual a repetição constante no jogo da vida é praticamente impossível. Um desses conselhos que de boa fé sigas, pode tornar-te a vida muito difícil. E para saberes o que escolher na vida e seguir na vida, tens que saber, conhecer, aprender por ti mesma, adquirir experiência. Dizem que é errando que se aprende. Recomendo-te cuidado. Se aprenderes e prestares atenção à vida, não precisarás errar onde a maioria das pessoas erra, e quem sabe, talvez teus erros sejam sem grande importância. Então, estudar é muito, muito importante. Por mais que não gostes de uma matéria na escola, ou de duas ou três, é nestas que deverás concentrar a tua atenção. Teus professores te ajudarão se te mantiveres interessada em estudar. O conhecimento te faz sentir firme, sabendo o que fazer sem muita hesitação. Não dependerás dos outros que nem sempre estarão interessados em ti. Ou apenas em ti.

Ah... O amor... Deverás estar gostando de alguém. É comum aos 15 anos, mas se não te disseram ainda, deixa que te diga. O amor é um sentimento “esquisito”. É um processo simultaneamente químico e biológico, agindo em nosso cérebro, produto de estímulos naturais. É a nossa natureza, em meio a natureza maior, que nos faz amar na juventude, amar em qualquer idade, mas é na juventude que a falta de experiência nos faz passar por alguns apertos. Por que te digo isto? Porque as pessoas têm a péssima mania de se desiludir quando o processo do amor – aquele tal processo químico - não lhes corre como imaginavam e ficam tristes, produzindo em seus cérebros exatamente aquela enzima contrária ao do amor correspondido, que nos dá alegrias. Então, qual é o raciocínio? De certeza que não irás ficar triste por muito tempo. Isso não é nada bom. Palavra de especialista, tal como todos os que atingem uma idade avançada. E também te digo isto porque não me gostaria que sofresses até chegares a uma idade avançada.

De importante só se te falar da ambição, porque de resto, tu sabes o que fazer, quando fazer e como fazer. É que por ambição cometemos os maiores erros de nossas vidas, até mais do que quaisquer outros, inclusivamente o amor. Se quiseres muito da vida, serás infeliz na mesma proporção, porque a ambição exagerada é amoral e não tem muita ética, e se perdem os amigos que se fazem. Não há ninguém tonto. Mas também, se não tiveres nenhuma ambição, uma roupa, um sanduíche roubado do lixo e uma ponte são tudo o que poderás ter de graça junto com todo o sofrimento que poderás imaginar. Se deres o que tens, ficarás sem nada, talvez com o coração cheio de amor, mas isso não concorre para a tua felicidade. Os dias seguintes serão de vazio, mas ajuda sempre, comedidamente, a quem precisa e merece.

Drogas são o apagar da mente, uma borracha que se passa em nossa consciência, o destruir das realidades, dos amigos, de nós mesmos, e a construção de uma redoma irrespirável cheia de nada, onde nem a linda natureza que nos cerca tem o mínimo sentido. Uma morte viva. Cai fora desde o primeiro instante em que te ofereçam alguma. Nem tenta.

E quando tiveres a minha idade, estarás bem melhor do que nós, que já chegamos lá...

Beijos nesse teu lindo coração.

Vôvô Rui, o “ oi paixão”.


© Rui Rodrigues

sábado, 6 de julho de 2013

O amor no tempo que for.

O amor no tempo que for.

O amor não se define. Apenas é quando for, pelo tempo que for, e como tudo é imprevisível, ame tanto quanto puder, no tempo que puder. 


O amor na juventude.



O que era o mundo? O mundo era ela. Já saíra uma meia dúzia de vezes com corpos femininos apressados, alguns nem me cobraram, mas sempre distantes, sorridentes, com argumentos que não conseguiam convencer. Era muito mais do que moda, o hábito da iniciação e do treinamento sexual, ainda mais apreciado com o prazer, mas sempre, sempre nas relações com um sentimento de vazio. O saco ficara vazio, mas o coração não. O coração queria algo mais do que esse simples contato carnal, a penetração e o gozo. Talvez fosse uma questão simples de desejar construir algo na vida, perene, para sempre, como se precisássemos de ajuda feminina para alcançar os objetivos: Família, trabalho, carro, casa, filhos, riqueza de esbanjar ou riqueza de sobrevivência. O resto era paisagem onde nos locomovíamos: O mundo e eu. E sem estudo, os objetivos ficariam seriamente comprometidos. Não impossíveis, mas muito difíceis. Por isso admiro quem, com dificuldades consegue criar seus filhos, ter sua família, viver nem importa onde. Um amor e uma cabana ainda existem, podem acreditar. Na montanha, na praia ou nas cidades.  Não é vergonha, é circunstancial.

Na fase de treinamento e alívio, pernas eram pernas, assim como rostos, peitos, bundinhas, jeitão, papo, escolhendo as melhores, as mais bonitas, as mais torneadas, as mais sensuais. Mas quando ela apareceu, o mundo sumiu e ficamos apenas eu e ela. Não importava se suas pernas tinham cabelinhos louros ou se eram lisas, passadas no aparelho de barbear, ou arrancados a cera quente, se seus peitos eram grandes ou pequenos. Toda ela era bela, cheirosa mesmo sem perfume, gostosa mesmo sem transar, deliciosa quando transávamos. O construir passou a ter o significado de sobreviver, mas não um objetivo de vida pensando no futuro. O futuro era aquele momento, ao seu lado, curtindo cada momento, um desejo de posse que ultrapassava os limites das camas, das cozinhas, dos tapetes na sala. Fogão não, porque podia estar ainda quente. Cada conquista no emprego, um sinal de “estou aqui, estamos construindo juntos”, contado como vitórias que de fato eram. Amores duram pouco, mais ou menos, ou muito, mas jamais são eternos tal como se supõe na juventude, ainda que sejamos jovens aos 60 anos. O amor amadurece, muda, transforma-se com a experiência e a idade. Preocupações do dia a dia se misturam com as emoções, o corpo muda, a qualidade começa a prevalecer sobre a quantidade. Se um dos corpos do casal deseja ou tem o sentimento de se manter “eternamente” jovem, a mente retém a juventude enquanto o corpo agüentar. E continua desejando quantidade, quantidade, que se não encontra no lar, encontra do lado de fora. Arquivos vivos de assuntos mortos não satisfatoriamente resolvidos começam a solapar as emoções mais nobres, e outras emoções entre as quais as de “justiça” e “merecimento” tomam lugar, gerando conflitos. O amor com chama de vela começa a apagar-se e acaba por falecer por falecimento geral dos órgãos. Dos órgãos sexuais, dos mentais, do fígado, da bílis, do estômago, dos rins. E lá se vai a canoa do amor, sem que venhamos a saber, algum dia, com quantos paus tal canoa fora construída.

Nem fotos acabam por restar. Para alguns ainda fica restando ódio. Para outros, o esquecimento, como fumaça de trem que some na primeira curva da estrada de ferro depois da última estação onde nos apeamos.


O amor do tempo.

O amor do tempo é o amor do tempo que for, a qualquer tempo, quando aparece. Mas é como aparição. Não aparece para qualquer um. Tem que se estar disposto. Ninguém é hipnotizado contra vontade. Ninguém ama contra vontade. Mesmo desiludidos somos capazes de recomeçar, mas não se peça ou exija, ou sequer se espere que tudo seja como na juventude em que o tempo à frente não tinha a mínima importância, e se penduravam vários cabides com roupa em cima do pênis. Se nos deixarmos levar pelas desilusões da vida, nem vontade se tem de tomar viagra. Não que o sexo importe de forma determinante na felicidade, quer do homem ou da mulher. A felicidade pode estar em sentar no meio fio de uma rua aos 70 anos, e soprar bolinhas de sabão divertindo as crianças da rua, dar milho aos pombos, cozinhar uma receita preferida, passear pelo mundo, ouvir música, assistir a filmes, gastar tudo o que restou de 50 anos de poupança, cuidar dos netos, apoiar filhos, ajudar quem se pode e merece a nossa ajuda.

Mas de repente pode aparecer em nossas vidas aquela paixão, como costuma acontecer com as velas quando estão se extinguindo e a chama parece mais forte do que antes. O amor pode transformar-se em uma necessidade premente de dividir o tempo de mãos dadas, falar sobre o passado, contar histórias, ajudar-se mutuamente, agora sem os temores, as inconformidades, os ciúmes, as prevalências de pensamento da juventude. Em vez do divergir, o convergir nas opiniões, aproveitar o pôr-do-sol da vida, entre um copo de vinho, um chá com biscoitos num sofá de uma varanda. Dar banho nas costas um do outro. E com sexo, porque não? Mas há sempre tantos fatores que determinam nossas preferências, nossa forma de agir, que por vezes nos surpreendemos namorando uma mulher mais nova, as mulheres namorando um sujeito mais novo, alguém namorando alguém bem mais novo. A experiência da idade e a impetuosidade da juventude em confronto todos os dias, nem sempre com a mesma visão de futuro. Tanto pode dar certo por muito tempo como por pouco tempo.  

Lamento profundamente meu saudosismo. Ele não me faz muito bem, não preciso dele e nem contribui para a evolução da humanidade, mas constato que numa família composta como “antigamente” de avós, pais, filhos, netos e bisnetos, o amor e a cooperação contribuíam para o bem estar do dia a dia de todos os membros da família. Evidentemente não me refiro às famílias altamente competitivas em que netos e filhos brigam entre si pelo espólio de pais e avós. E nas famílias modernas, que já não são tão grandes como “antigamente”, encontrar solitários e solitárias não é incomum. Esses têm que comprar uma escova longa para lavar as costas. Não é grande a dificuldade e vencida a dificuldade fica sempre o espírito de auto-suficiência.

Vista seu terno, suas bermudas, calce seus sapatos. Vista seu vestido, pegue sua bolsa, calce seus sapatos. Saiam. Encontrem-se em algum lugar da vida para viver um outro grande amor. De repente se encontram em algum lugar do tempo, em lugar da vida, em algum lugar desta natureza tão vasta e tão bonita.

Ainda há flores que encantam, aves canoras de lindos trinados, regatos de águas sonoras cantando suas melodias, dias de sol, esperanças mil nos ares que se espalham como perfume e contagiam. Saiam e se encontrem. Não se pode perder uma única oportunidade nesta vida. Nem que seja em Paris. 

© Rui Rodrigues




quarta-feira, 3 de julho de 2013

Senatus Populis Que Brasilis.

Muitas histórias se ouvem no Bar do Chopp grátis. Nunca perguntamos se são verdadeiras porque os clientes têm sempre razão...



Senatus Populis Que Brasilis.

Um dia foi aprovado o grande projeto. O pessoal do senado só trabalharia de terça a quinta feira alegando dentre outras coisas que gastavam o sábado para viajar para casa, e o domingo para viajar para o senado. Evidentemente que, apesar de terem residência em Brasiliae, que era a sede do Senado, e receberem uma gorda ajuda de custo, preferiam continuar morando em suas residências em seus estados, muitos a mais de 4.000 km de distância de Brasiliae.

(De notar que se usam nomes fictícios para evitar coincidências).  

O dinheiro das ajudas de custo de moradia em Brasiliae eles embolsavam, evidentemente, porque político o que não é mesmo é trouxa. Além disso, ainda tinham a comissão das passagens de avião: Cinquinho por cento do valor das passagens, mais a milhagem. Por isso os senadores só trabalhavam de terça a quinta. Mas também não era tanto assim. Logo que chegavam na terça, iam para o hotel, se arrumavam, e passavam o resto da manhã sabendo das novidades, que por vezes se estendia até depois de almoço. E na sexta feira, usavam a parte da tarde para preparar as malas e programar a semana seguinte.

Bom... Na verdade só trabalhavam na quarta feira no Senatus Populis Quaes Brasilis.  Quando havia alguma coisa com muita urgência, programavam votações noturnas e ganhavam horas extras. Como era bom ser senador... Mas era uma vida dura. Quando estavam em casa eram sempre incomodados pelo pessoal dos lobies que sempre lhes ofereciam algumas coisinhas, que mais não fosse uns favores. Nos corredores do Senatus Populis, nem pensar por causa do decoro parlamentar. José Safson, que é barman no Senado, e ganha cerca de dezoito mil reais por mês, como base, conta muitas coisas. E ri muito quando conta, porque é muito engraçado e ele ganha muito bem. Uma vez viu um papel sobre uma mesa e leu rapidamente. Era para a aprovação de um projeto de lei que pagava a quem criasse animais selvagens em casa. Cada pessoa poderia ter até 10 animais. José Safson até pensou que iria abrir um zoológico, que era o lugar mais indicado para isso. Reservas Zoológicas do Brasil, mas dinheiro é dinheiro e o Brás era o tesoureiro. Ele acompanhou, por acaso, um senador que pegou o papel e o mostrou rapidamente a um outro senador que estava aparecendo por perto, vindo em sentido contrário.

- Senador... Por favor... Preciso de sua ajuda.
- Pois não, nobre senador.. Em que posso ajudá-lo?
-  Estamos coletando assinaturas para um projeto que paga prêmio a quem juntar até 10 animais silvestres e os mantenha vivos e confortáveis até que o IBAMA passe para os reconduzir às florestas.. Posso contar com sua nobre assinatura?

E José Safson viu que o outro senador, velhote, pensando em ser enterrado com a bandeira nacional depois de um ataque cardíaco, passou os olhos pelo documento... Procurou a palavra pagar, encontrou escrito que o governo pagaria. Procurou números, encontrou o 10 (onde dizia até dez animais) e assinou. Tudo se passou em cerca de dez segundos. Era crível porque é assim que se fazia política, pensou nosso barman. Dessa forma passaria até elefante enquanto o povo matava formiga com os pés. E uma porção considerável deles assinou em branco, levado pela conversa aliada de velhos aliados. Se fulano diz que é bom, então é... Não há ninguém no Senatus Populis Que Brasilis que diga que não é bom sob pena de perder a sua porcentagem no negócio... Os animais da floresta, alguns em extinção, passarão agora a ser caçados para que os caçadores ganhem mais uns trocados. Mais uma vergonha nacional aprovada pelo Senatus.

Quando o Populis saiu para as ruas, na Terra Brasilis, o Senatus entrou em pânico. E agora, para desfazer velhos negócios? Tantas verbas comprometidas? Atender os anseios da população arruaçada? Mudar a mentalidade febril e doente daquela gente do Senatus não se faz de uma hora para a outra, por mais pressa que o Populis possa ter. Então resolveram enrolar, empurrar com a barriga, (ventilabis ventrem) propor um plebiscito, como se fosse isso – ou que queriam fazer com isso – que interessasse à Populis... Entretanto, a ex-terrorista, agora no poder, mandava sua guarda pretoriana (praetorium) contra a Populis, armada dos calcanhares até a raiz dos cabelos protegidos por elmos aterrorizantes, lançando gases nauseabundos (abominanda vapores) sobre a multidão. Cometem erros Crassos, quer a ex-terrorista, quer o Senatus, quer a guarda pretoriana. Não pretendem mudar nada. Mas a crise atual veio e está no Senatus Populis Que Brasilis. O Fórum condenou, o Senatus não considerou as condenações.

Ouve-se da velha Grécia os gritos de Democracia. A vox Populi vox Dei não soa ainda nos ouvidos do Senatus Populis Que Brasilis. Soará como trombetas que derrubam muros maiores do que os de Berlim, de Jerusalém...

© Rui Rodrigues





   

Egito – uma primavera da humanidade.



Egito – uma primavera da humanidade.

O Egito é uma fonte de referência histórica, de hábitos, de cultura. Uma das primeiras civilizações da história que estendeu sua influência a toda a África, ao Oriente Médio e à Europa. Seu povo é de respeitar, tanto ou mais do que qualquer outro. Não se entende, sem ferirmos aspectos religiosos que nos últimos mil anos sua população tenha sido submetida a ditaduras constantes em nome de Alah. O povo Egípcio, por mais nacionalista e tradicional que seja, não merecia isso. Assim o entendem por lá, desde que se iniciou a primavera árabe.

É muito difícil tirar ditadores do governo, como temos a oportunidade de ver agora no Brasil, quando os “líderes” do Brasil, arrebanhados à mão pequena entre antigos militantes da guerrilha, comprou senadores para que votassem em seus projetos destinados a prolongar o seu poder, a torná-lo de exemplo – infeliz - para toda a América Latina. Apesar dos movimentos de rua em nossa terra, os políticos se fazem de desentendidos e estão preparados para assassinar de vez a nossa constituição, aprovando os termos de um plebiscito fadado a ser negado pela população alerta.

A primavera árabe não queria ditadores. Como os ditadores dificilmente largam os seus cargos – basta olhar para Cuba e para a Coréia do Norte –  as forças armadas egípcias destituíram Mubarak. Promoveram rapidamente novas eleições e Morsie foi eleito. Promoveu como prometido uma nova constituição egípcia, mas a preparou de tal modo que se tornou um novo Pachá, um novo ditador. Não era isso que o povo egípcio desejava e voltou às ruas...

No dia de hoje, 03 de julho de 2013, o exército tirou mais este ditador do poder. Morsie, o valentão, fugiu. Ainda existem muitos ditadores à solta na comunidade internacional, ainda impunes. Urge retirá-los do poder, porque a primavera não é apenas árabe. É uma primavera da humanidade, como o demonstram as manifestações de rua da Turquia, da Espanha, por toda a Europa... é o mundo que está mudando, e as velhas forças do poder, encasteladas em Partidos políticos que nada fazem pelas populações de cidadãos não desejam entender e nunca irão entender... O conforto de cargos e liberdade de poderem governar como querem, não a desejam ver em perigo. Cidadãos ao redor do mundo estão mudando e hão de mudar esta forma de encarar a cidadania. Uns dirão que as forças armadas egípcias esperam que a população eleja alguém que lhes seja simpático... Não... Não creio... Creio mais em que depois de mil anos de ditaduras, o Egito esteja ainda engatinhando nos rumos da Democracia.

Parabéns, Egito!

© Rui Rodrigues

A descoberta do Mundo Novo



A descoberta do Mundo Novo.

O Novo Mundo já foi descoberto há séculos com caravelas que partiram do Velho Mundo. Famílias perseguidas buscaram novas terras recém descobertas para construírem nações livres da perseguição. A perseguição era religiosa. Enquanto fiéis rezavam pelas igrejas, descrentes eram perseguidos, esquartejados, torturados, queimados em fogueiras, os bens expropriados e distribuídos por outros que nem, necessariamente, tinham tanta fé. Não há como esconder a história. Sempre houve perseguidos e perseguidores, abusados e abusadores.

Refiro-me ao Mundo Novo, aquele que está começando agora a ser descoberto. Fica em qualquer lugar onde se queira viver em paz, trabalhando sempre para um bem comum, o bem social, onde qualquer cidadão possa ver o resultado de seu trabalho dentro de suas fronteiras e na boa relação com o exterior. Mas para isso não pode haver políticos corruptos, e o Estado não poderá ter o poder que hoje tem. Sabemos que em nome dos cidadãos se cometem todos os tipos de atrocidades. Os cidadãos fazem o que os governos querem, os governos não fazem o que os cidadãos querem. Governos de hoje usam bandeiras de marcas políticas para se elegerem e discursar publicamente, mas consomem diariamente bandeiras únicas de interesses escusos.

É necessário descobrir e construir um mundo novo em que não haja governadores nem governados. Um mundo novo em que todos tenham em sua palavra, em seu voto, a mesma força, sem prerrogativas, sem impunidades. Um mundo com leis iguais para todos, poderes que executem as leis emanadas e aprovadas pelos cidadãos.

As caravelas já partiram dos portos do Novo Mundo e estão chegando ao Mundo Novo e a bordo levam a luz da Democracia Participativa, aquela em que de forma autônoma, cada cidadão pode votar, eleger, deseleger.




© Rui Rodrigues

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Como os cidadãos podem governar por si mesmos

Como os cidadãos podem governar por si mesmos sem deixarem de ser democratas.


Imagine-se que, de forma pacífica, se consiga convencer um governo a montar um SITE NACIONAL, seguro, com fiscalização popular de experts, no qual se lancem todos os itens da Constituição e suas alterações através de Medidas Provisórias, e de atos como aprovações particulares de aumentos de salários e alteração de horas obrigatórias de trabalho do senado e outras benesses constituídas, por aprovação “soberana” dos senhores que perambulam pelo senado... E...

Se colocassem em votação popular através desse Site?  O que achamos que aconteceria, se o resultado por votação tivesse a força de uma LEI?

Diriam que muitos brasileiros não têm acesso à Internet. É verdade... Muitos e muitos mais, ou tantos quanto, também não tiveram acesso ao ensino, à saúde pública, à segurança... A transportes públicos decentes. A nada. A maioria não tem acesso a nada. Mas sem instrução, podem votar... Não há o mínimo problema. Para o país todo mundo sabe o que quer. Lá no senado parece que só conhecem o que não é bom para o país... Parece que estão interessados em desconstruir o BRASIL. 

E poderia esse site, em continuação, servir para DESELEGER quem perder a confiança popular. Servidor que não serve, não serve para ditar leis, impor a sua moral que passa a ser duvidosa. O país ficaria instável, tal como está.

E se algum cidadão, seja qual for, achar que tem uma boa idéia para a nação, que a publique nos sites sociais... Não faltará quem a discuta, e em harmonia, poderá ser discutida e votada em sua forma final no SITE NACIONAL.

Assim, os cidadãos teriam sua palavra aprovada, como lei nacional. Com aprovações diferentes para cada estado, sendo que as aprovações por Estado não poderiam ferir as aprovações nacionais. Assim se respeitaria a idiossincrasia dos estados.

O que haveria de errado nisto?


© Rui Rodrigues

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Se eu fosse senador


Conto do mês de Junho de 2013.
 Senado - uma vergonha nacional

“Se eu fosse Senador ou Deputado de qualquer partido”


Por vezes nos enganamos nas melhores das intenções. Faz parte da genialidade humana reconhecer o erro e há erros perdoáveis que jamais são corrigidos. Há outros erros que são imperdoáveis. Em algum lugar já se disse que este planeta deveria ser chamado de “planeta água”, porque é o que mais tem por aqui, mas em vez disso chamam-lhe de “Planeta Terra”. Não foi propriamente um erro, porque quem lhe atribuiu o nome nem sabia que havia tanto mar, tanto mar... E por falar em mar, e para não deixar apenas um equivoco como exemplo de erros que ficam para todo o sempre, analisemos o caso do Descobrimento do Brasil. Podemos imaginar um “gajo” lá na torre de vigia, já tendo passado por uma enorme Baía lá em cima, e o comandante querendo dar nome àquela nova porção de terra. Bahia não podia ser porque já tinham dado nome àquela outra, bem perto do Monte Pascoal. Mas não lhes era evidente que naquela Baía desaguava um rio? Notava-se até pela maré comprida que pela manhã parece que faz o mar subir pela baía e pela tarde descer como um rio. Era Janeiro e foi dado a este maravilhoso lugar o nome equivocado de Rio de Janeiro. Corrigir isto nos dias de hoje seria um atentado a alguma coisa, e não valeria a pena mudar. Ia ser muito complicado, uma despesa tremenda. Mas algum senador poderia ter esta idéia, já que tiveram tantas absurdas, como uma destinada a destinar verbas e serviços para curar indivíduos e individuas gays... Isto seria um milagre. Para os religiosos, um milagre dos céus. Para os “gaycientes” seria uma ação do demônio, porque quem é gay é gay e ninguém tem nada com isso, porque não é doença e não desejam a “cura”. Se eles não reclamam, porque reclamar por eles? Só se for para gastar verbas em hospitais de amigos. Amigos dos senadores, não dos gays.

Foi por coisas como esta, e por muito piores que esta, que um dia o Rio não amanheceu cantando como era costume até então... Foi tarde para as ruas, deitou-se tarde, e com uma vontade danada de voltar às ruas e ficar por lá até o Sol raiar. E foi o povo para as ruas do Rio, e de S. Paulo, em todas as cidades costeiras e do interior desde o Oiapoque até o Chui. Se olhássemos nos rostos de repórteres, transeuntes passando em frente a lojas de venda de televisões, veríamos o espanto. Era inusitado. O que era aquilo, que movimento era aquele? Logo se pensou que tivesse sido movido por algum partido político, mas era evidente que não. Nenhum partido político se atreveu a publicar sobre a autoria de tão nobre ato, o povo reclamando nas ruas contra a corrupção, pela falta de sentido de ser tão mal representado, por um grupo até pequeno de senadores, que ganhavam uma fortuna por mês e por ano e alguns até por décadas, mais de cinco, como se a casa lhes pertencesse e fossem eleitos de forma perene. Qual o segredo de um senador se reeleger anos a fio e por vezes até em terras onde não nasceram? Por mérito não deveria ser, porque o povo nunca gostou muito deles. Deveria haver algum truque nas urnas [1]. A vozearia sempre tinha sido grande, mas como democracia é democracia – assim se julgava – os senadores foram se elegendo por décadas a fio. Se houvesse prêmio, receberiam até um Oscar pelo total da obra, mesmo não tendo ganhado nenhum Oscar antes. Na verdade o povo já não suportava mais os desvarios evidentes de governos que gastavam bilhões em copas do mundo e jogos olímpicos, sem cuidar da atualização dos aeroportos, das estradas de rodagem, da educação, dos transportes públicos, da saúde pública, da segurança pública [2]. O que teria feito a FIFA escolher o Brasil nestas condições? Pior ainda era o estado dos serviços públicos decadentes, como a saúde, os transportes públicos, a insegurança, a falta de ensino e de condições de ensino, o transporte de crianças em ônibus precários. Mas ainda muito pior é que o governo destinava verbas e elas não chegavam ou pareciam não chegar ao seu destino. Pessoas morriam nas filas de hospitais, ambulâncias novas estacionadas à deterioração, equipamentos modernos e custosos que nunca foram instalados. Dias antes da saída às ruas havia cerca de 3.000 processos tramitando no senado sem solução, há alguns anos, mas quando chegou o limite de prazo para distribuir os royalties do petróleo, o senado esqueceu os 3.000 processos pendentes e queria resolver logo o mais gordo, o mais volumoso em verbas: o dos royalties. Chegaram a informar que se preciso fosse passariam a noite toda votando os três mil processos pendentes. Mas nesse caso como seria possível votar com critério? Havia algo errado com o senado ou com o governo. Talvez com os dois. Mas ainda havia algo pior. O senado era uma caixa de surpresas, de mágicos. Os cidadãos logo perceberam que uma das coisas erradas era o fato de só trabalharem de terça a quinta feira e receberem 15 salários por ano. Havia um condenado pela justiça que em vez de esperar o esgotamento dos recursos contra o julgamento fora do senado, foi reintegrado ao cargo. Então, o senado abrigava condenados da justiça? Mas ainda muito pior... Corria uma tal de PEC-47, que tirava do Supremo da Justiça o ato de investigar. Ora agora não restavam dúvidas de que havia algo de muito podre no reino de Brasília. E havia mais uma meia dúzia com pendências na justiça também atuando e votando no senado. O projeto para a “cura gay” era realmente uma piada face a esta PEC-47, o ponto final de golpe que se perpetuaria por décadas transformando o Brasil num estado sem lei.  A oposição ao governo não existia. Alguns dos réus atuando no senado são condenados de uma prática de corrupção por pagamentos mensais a senadores e deputados a que se deu o nome de mensalão: Compravam-se votos da posição da oposição e quem sabe até dos que não eram nem uma coisa nem outra. O senado, um antro de negociantes ávidos pelo enriquecimento. E a presidência e os ministérios, estarão fora disto? Claro que pelo que se vê se pode pensar qualquer coisa. Dirão que sem provar não se pode julgar nem condenar. Certo. É verdade, mas a confiança no governo desaparece, e assim os cidadãos acham que deve mudar alguma coisa de muito importante, porque o poder está num meio de pessoas que nem sequer avisam que há desvios de moral no interior da casa. Tudo o que se descobre é por denúncias. O primeiro a denunciar que havia algo muito maior do que um simples roubo isolado foi o senador Roberto Jefferson. Foi também condenado, é certo, mas foi dele que saiu a denúncia. Não estou convicto, eu pessoalmente, de que devesse ser “tão” condenado.

Mas isto já não era um governo. Isto era uma anarquia controlada de forma oligárquica por um senado eleito “democraticamente”, olhem a ironia, pelo próprio povo do Brasil. Lá fora, os demais países do globo, tinham o Brasil como um país democrático, tão democrático que, numa época em que os Bancos correm atrás de cada centavo que lhes devem, o governo esbanjava dinheiro perdoando dívidas externas de milhões, bilhões na soma. Ninguém reclamava. Parecia que o governo representava realmente o povo. Pior ainda foi a constatação: O Senado desperdiçava com lucros próprios, e o governo distribuía dinheiro pelo exterior, promovia obras de vaidade, deixava os serviços públicos se deteriorarem. O governo não era uma benção, era um castigo. Parte de algum golpe para sublevar a população e instaurar uma ditadura?

Nas redes sociais, os mais extremistas de esquerda tentavam convencer que quem queria dar um golpe era a direita. Mas não havia nem direita nem esquerda. Isso era apenas uma “bola” de um jogo que rendia dinheiro, alucinações e diversão.

Mas o povo que saiu para as ruas saiu de verde e amarelo, vestindo camisas brancas ou verde-amarelas, gritando aos políticos e ao mundo que eram apartidários. E pelos vistos, para sempre. Nos últimos dez anos, a ação de corruptos corromperam a honra, a moral e a ética da política e dos políticos. Isto não se conserta, não tem volta porque completamente relaxaram com os deveres de seus cargos. O sistema não presta, a Constituição é vilipendiada e alterada a cada Medida Provisória[3].

Antes da ida dos cidadãos para as ruas em protesto, seria relativamente fácil consertar os erros, mediante pedidos de desculpas e promessas de que a partir daí tudo seria diferente. Mas agora, com o povo nas ruas, completamente descrente de seus políticos e partidos políticos parece não haver solução prática. Exceto a proposta por alguém desses brasileiros, desses desconhecidos, mas sempre atentos, com inventiva e discernimento, tudo na mais perfeita ordem e paz, que me disse:

- O Congresso não representa o povo, porque seus membros foram eleitos pelo voto segundo o estabelecido na Constituição?
- Representa, respondi.
- Mas face aos fatos parece que o povo perdeu a confiança nesses políticos. Como os votos foram em confiança, e eles provaram que já não a têm, o que o Senado tem que fazer é por na rua os condenados pela justiça e os demais que tenham ficha suja. Que aguardem o desenrolar do processo fora das instituições de governo.
- Vamos supor que isso fosse possível... Qual seria o próximo passo?
- Exigir a devolução das verbas desperdiças ou comprovadamente desviadas, e colocar todo mundo sob investigação, todo mundo mesmo, até o presidente do senado, verificar índices de riqueza e inquirir para determinar se houve enriquecimento ilícito. Tem que haver meio de saber quem foi beneficiado, quem pagou, quem recebeu, onde o dinheiro foi usado. E há as escutas telefônicas.
- Bem... Mesmo que sobrasse alguém no senado como em Sodoma e Gomorra... Qual seria o próximo passo?
- Refazer o orçamento da união e aplicar o dinheiro onde deveria ter sido aplicado, isto é, nos transportes públicos, na saúde pública, na segurança pública, no ensino público, nas infra-estruturas de água, esgoto, energia...
- Mas nesse caso, as obras da Copa poderiam não ser concluídas... A nação falharia frente à comunidade internacional...
- Não... Respondeu o meu amigo... O que é pior? Falhar com a FIFA ou falhar com 200 milhões de brasileiros?

Pareceu-me que o amigo tinha uma certa razão. Mas apresentou ainda mais um problema que eu mesmo resolveria se fosse um senhor Senador:
- Há um problema... Não vão ter tempo para fazer tudo isso de imediato. Eles só trabalham de terça a sexta... Imaginou quanto trabalho?

- Então que paguem parte de sua ineficiência, trabalhando de segunda a sexta, sem folga, sem férias, sem receber horas extras nem subsidio algum porque trabalharão dentro das instalações do senado. Deve ser estabelecido um prazo para terminarem...  Devem até trabalhar com a mesma alegria com que iriam votar 3.000 assuntos numa noite só, como foi o caso dos Royalties. Quanto ao prazo dois meses.
- E se não terminarem?
- Pagam uma multa diária com base nos juros bancários de cartão de crédito que eles mesmos deixaram subir à revelia... E nós, o povo, lhes pagamos no Maximo, os almoços, os lanches e os jantares que podem ser feitos na cozinha nova da presidente. Tão grande que dá para todo o mundo.

Mas o amigo era teimoso. Ainda tinha uma pergunta a fazer...
- E se para realizar tudo isso tivessem que infringir uma regrinha ou outra?
- Mesmo que fosse uma regra fundamental, já infringiram tantas, que mais uma não faria diferença, mas agora seria por uma excelente causa: Os cidadãos e cidadãs deste país, antes e tudo antes da presidente pedir demissão.


© Rui Rodrigues

PS – Creio que para o povo votante, ou pelo menos a maioria, vota por confiança, por fé nos candidatos, e nem sempre a lei é vista ou entendida sem uma dose de confiança. Quando o povo perde a confiança, a lei sente. Quando falha a lei, a confiança se vai por completo. Quando a podridão é tamanha numa instituição como o senado, todos devem pedir demissão e o supremo tribunal federal – os que entendem de lei, de moral e de ética, assumir o governo até novas eleições nas quais nenhum dos políticos eleitos nos últimos 50 anos poderão concorrer. É como na seleção de futebol. Mas antes, faz-se necessário mudar o sistema para uma Democracia Participativa.


[1]  O processo do Mensalão provou que se pode comprar votos de senadores e deputados através de gordas somas. Mas isto no Senado. Agora imaginemos se um Partido Político desejar governar para sempre. Pode entrar em acordo com os demais partidos numa enorme base aliada, programarem as urnas e os resultados serão sempre os que já tinham combinado. As verbas e os cargos então se dividem após as eleições. O povo que se dane, porque o dinheiro dos impostos é gordo e paga bem. 
[2] Há muitas décadas se falava da insegurança no Rio de Janeiro. Não era tanto assim, realmente. Vivi no Rio por mais de 50 anos e não conhecia casos de assaltos a amigos, familiares. Fui assaltado em 1988, de forma leve, e daí para cá o crime foi chegando mais perto: Hoje há mortes todos os dias por atos de violência. Rio é só um exemplo.
[3] Na ditadura militar, ou no “regime” militar, que dá  no mesmo (agora temos uma ditadura de políticos, ou um “regime” de políticos) as Medidas Provisórias tinham o nome de AI – Atos Institucionais. É como chamar de Cônsul a qualquer outra marca desde que seja uma geladeira. O povo sem instrução não entende isso. Precisamos melhorar os níveis de educação. Então este tipo de políticos desaparecerá por completo.