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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O menino que parou de contar as estrelas.

O menino que parou de contar as estrelas.



Resolveu contar as estrelas da Via Láctea, nossa Galáxia, uma a uma. Começou pela Alfa de Centauro que lhe parecia mais perto. E é a que está realmente mais perto, apenas a 4 anos luz. Dez minutos depois já estava perdido por dois motivos. O primeiro, porque já não sabia quais havia contado. Eram tantas... E na prática era impossível pintá-las para identificar quais ainda faltava contar. Depois, e principalmente, começar a contar dizendo mentalmente, uma duas três, é fácil, mas quando começou a contar na casa dos milhares, sua capacidade de “contar mentalmente” já o cansava. Eram muitas letras para designar um simples número, por exemplo, 1989,1990 (mil novecentas e trinta e nove... Mil novecentas e noventa).  Imaginou quando chegasse a um milhão, trezentas e trinta e sete mil, novecentas e trinta e três.  Então apareceu o tio vindo do interior da casa.


- Que contas tu, meu filho?
- As estrelas da Via Láctea, tio!
- Sabes quantas tem só na Via Láctea?
- Muitas...
- Então vou te dar uma idéia. Se fosses tão rápido que pudesses falar mentalmente números grandes, como 1.337.933 a cada segundo e pudesses pintá-las na medida em que as contasses, terias que interromper a contagem para teu filho e teus netos e bisnetos acabassem de contá-las. E quando a ultima estrela fosse contada, se teriam passado mais de mil anos.
- Tanto assim?
- Há cerca de 100 bilhões de estrelas só em nossa Galáxia. E há quem diga que são 400 bilhões. No entanto, há também – só no nosso universo visível - entre 100 e 400 bilhões de Galáxias, em média do tamanho da nossa, e para contá-las dessa forma, levaríamos mais 3.000 anos. São todas nossas. É só ir lá e pegar, se não formos pegos antes. Como se pode imaginar que nesse infinito de estrelas não haja ninguém num planeta atrelado a uma delas contando as estrelas que vê?


Então o garoto resolveu que estudaria física. Queria saber mais e mais e mais. Tinha pressa. Muita pressa. Mas muitas décadas se passaram, e já não tinha a mínima pretensão de contá-las. Agora queria saber como tinham sido feitas, em que meio apareceram, como surgiram, se surgem novas, que meio é esse, esse espaço em que se movem...Antes que não pudesse mais vê-las.

(Hoje, e no ideário das criancinhas, nasceu mais uma: A de Cecilia Decker. Este texto é em sua homenagem e ao que representou no seio de minha família) 


® Rui Rodrigues

domingo, 7 de dezembro de 2014

Claro que podemos ver o passado. O problema é ir até lá.


Claro que podemos ver o passado. O problema é ir até lá.



Já ouvimos falar no Telescópio Huble, levado até o espaço exterior ao nosso planeta para evitar o problema de interferências, como ventos, chuvas, nuvens, etc. Ele foi desenvolvido para perscrutar o Cosmos até onde suas características o permitirem. Estabelecido numa órbita estacionária, ele assesta suas lentes para a profundeza do nosso Universo. Um número incomensurável de novas galáxias for descoberto. As mais próximas estão a alguns anos luz, as mais distantes a milhões, bilhões de anos luz. Parecem-nos minúsculas, mas tal como as estrelas que vemos a olho nu que também nos parecem minúsculas são enormes. Algumas bem maiores do que as nossas. São as deficiências atuais em nossos meios de visualizá-las que não permite vê-las em tamanho real, ou pelo menos uma aproximação que nos permitisse ver mais detalhes, ampliar as imagens até um grau satisfatório.



Para quem não está habituado com as leis da Ótica pode pensar que é o telescópio que envia raios de luz para iluminar essas galáxias. Se assim fosse jamais as veríamos, o céu que vemos seria completamente escuro. É a luz delas que viajou até nós e o fez ao longo de milhões, bilhões de anos. Essa luz é “daquele” tempo. Ela viaja – viaja mesmo – a uma velocidade de cerca de 300.000 quilômetros por segundo. As distâncias no espaço, de tão grandes, são medidas em “anos-luz”. Se quisermos saber a quantos quilômetros corresponde cada ano luz, temos que multiplicar os 300.000 quilômetros percorridos num segundo e multiplicá-lo por tantos segundos quantos tem um ano e depois pelo total de anos. São números que beiram o “infinito” de tão grandes. Alfa de Centauro, por exemplo, está a cerca de 4 anos-luz. Então para sabermos a quantos quilômetros se encontra de nós, fazemos a seguinte conta aproximada: 300.000 (km/s) x 60 segundos x 60 minutos x 24 horas x 365 dias x 4 (anos luz) = 37. 843.200.000.000 quilômetros. À velocidade da luz, chegaríamos lá em apenas 4 anos, mas não se pode viajar a essa velocidade. É proibido pelas leis do Universo. À velocidade de um trem europeu, que viaja a 500 km/h, levaríamos 75.686.400.000 horas, ou 8.640.000 anos. Só para termos uma idéia do tempo que levaria num foguete que viaja a cerca de 40.000 km/h, levaríamos 108.000 anos. O homo Sapiens existe há cerca de 160.000 anos apenas.



Muito bem... Agora voltemos ao nosso Huble do qual estávamos falando e imaginemos um ainda mais eficiente que permitisse maior ângulo de aproximação, de forma que pudéssemos ver os planetas em detalhe, sua superfície, saber se são áridos como Marte e Lua ou povoados com vida como a nossa querida e amada Terra. Mas façamos melhor ainda. Deixemos esse novo Huble melhorado assestado 24 horas por dia sobre um planeta remoto onde tivéssemos detectado vida. Acompanhemos o senhor “fulano” durante alguns anos. Veremos como vive, o que faz, árvores sendo cortadas para construírem estradas, as idas e vindas constantes do senhor fulano saindo de casa pela manhã, indo para o trabalho, voltando para o seu lar, e até vir a falecer. Para o senhor fulano, o mundo teria acabado naquele instante, mas isso teria sido há milhões de anos de distância, e distância no espaço, significa tempo. Significa também que esse planeta estará neste instante em que o observamos, diferente, porque o que vemos está num passado muito longínquo, e para nossos padrões e estágio de avanço tecnológico completamente inacessível. Vemos o passado. Mas o fato é que para nós, o passado pode ser visível. Podemos aprender com ele se conseguirmos observá-lo de forma adequada. Mas há mais um detalhe de entre outros que vale a pena mencionar: Não veríamos nada em tamanho “natural” do que hoje é, porque desde o Big-Bang que nosso universo infla em função exponencial. Nós mesmos, nosso planeta, a Lua, o Sol, tudo o que vemos, infla, porque é o espaço-tempo que impregna o Universo e tudo o que ele contém, que infla. Não percebemos porque como tudo infla, as dimensões relativas se mantêm a nossos “deficientes” olhos.

Temos então três certezas: A primeira, que podemos ver o passado, preservado, porque sua luz chega até nós. A segunda, é que não podemos ver o futuro porque não pode emitir luz em nossa direção (Nosso espaço-tempo ainda não chegou lá),  e a terceira, é que alguém do futuro poderá ver um dia como éramos, o que fazíamos, como tratamos nosso planeta.Nós não podemos "ver" o nosso passado agora. 
E há um questionamento religioso: O futuro ainda não existe, o que é demasiado óbvio. Estará Deus num futuro que ainda não existe, neste exato momento?

Mas tenho fortes suspeitas que passado, presente e futuro coexstem neste exato momento. 


® Rui Rodrigues

sábado, 6 de dezembro de 2014

Vaidades não são pecados nem recrimináveis.

Vaidades não são pecados nem recrimináveis.



Sete pecados capitais mais uns quantos venais, perfeitamente desculpáveis a quem apregoa que são pecados – Sacerdotes podem paramentar-se vaidosamente, á vontade, mesmo que usem uma simples túnica cor de laranja. Para quem estuda e destroça o âmago das crenças e crendices, um prato cheio. Um desses pecados é a vaidade. Ou não será pecado? Desconfiemos que não seja, para vermos onde podemos chegar...

No mundo e mais em particular na espécie humana sempre houve os exageradamente ignorantes, os ignorantes, os conhecedores, os sábios em uma escala progressiva de zero a infinito. Os exageradamente ignorantes não aceitam carimbos e rótulos e movem-se pelo grande princípio de que todos devemos ser iguais. Costumam confundir conhecimento com arrogância, porque se sentem feridos por sua falta de conhecimento de que em geral não têm culpa. Pior ainda, sentem-se feridos pelo conhecimento dos outros, numa mistura de sentimentos correlacionados de injustiça, de prepotência, de desigualdade, de perda, frustração, orgulho e se não pararmos, de mais umas dúzias de sentimentos. Sei o que é isso. Já passei por isso quando era uma criança que decidiu não seguir a profissão do pai para estudar. Agradeço infinitamente a meu pai que poderia ter-me imposto sua vontade. Ainda tentou durante um ano, mas desistiu. Eu perdi esse ano.

Mulheres se pintam, se arrumam, andam sempre elegantes mesmo na pobreza. Serão vaidosas? Numa primeira análise puramente visual diríamos que sim, mas há algo mais por detrás desse pretenso “pecado” da vaidade. Elas se arrumam para se tornarem agradáveis, apetecíveis, aos olhos de outras mulheres, de homens, da sociedade, e o fazem em nome da apreciada beleza. Homens também se “arrumam” pelos mesmos motivos, exatamente os mesmos. Trabalhos mais braçais em ambientes não limpos e arrumados como obras, fábricas, etc. fizeram do homem um ser aparentemente mais “relaxado” do que as mulheres (exceto em domingos feriados e festas) mas com o advento dos termos modernos e da igualdade entre os sexos, essas diferenças estão desaparecendo. Mas seria apenas pela apresentação, aparência, que se opta pela vaidade de sermos “belos”? Claro que não. Sem essa beleza diminui a atração sexual, perdem-se empregos. A vaidade é uma questão de sobrevivência e de transmissão genética. É a voz, a mensagem, da natureza mais exuberantemente expressa nas belas e mais perfumadas flores, no namoro para acasalamento de aves com suas danças, nas belas cores, nos gestos e falas.

Dizer que vaidade é um pecado, é um acinte á nossa inteligência. E inteligência, como sabemos, sempre foi atacada por religiões e regimes totalitários, porque contestam e mostram a beleza que existe muito para lá da escuridão dos que sofrem por causa de injustiça, de prepotência, de desigualdade, de perda, frustração e dos que usam a crendice para obterem poder, dinheiro, mesmo que não aparentem vaidade como os sóbrios monges e os Stalin de roupas sóbrias e muitos crimes na consciência...

Somos todos vaidosos e orgulhosos de nosso “eu” freudiano, mesmo que sejamos completamente ignorantes, e neste caso, nos refugiamos na fé. Deus sempre resolve, pelo menos é essa a fé, o que não temos capacidade para resolver. De desejos a guerras... Como se Deus não tirasse férias várias vezes por dia, por mês, por ano, por décadas séculos e até milênios...

Ser de "esquerda" depois da queda do muro de Berlim e dos países comunistas no mundo, passou a ser uma religião Basta olhar as discretas roupas de Merkel, da Dilma, e de outros líderes ricos da esquerda caviar. Chamam a atenção pelo que parecem e não pelo que são, no que pese a abissal diferença de inteligência entre Merkel e Dilma 

® Rui Rodrigues




  

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Amanhã não valerá a pena lembrar-me ...

Amanhã não valerá a pena lembrar-me ...

Não costumo sair muito de casa. Minha vida foi de muito trabalho, sacrifício, viagens constantes, tensões, angústias no trabalho. A paz e a tranqüilidade são hoje o meu reino, talvez como uma forma de compensação. Ontem saí como de costume em início de mês para fazer as “minhas coisas” em Cabo Frio, resolver minhas preocupações mensais. Saí bem disposto, tranqüilo, em dia quente, esperando a todo o momento receber notícia de que, no Congresso Nacional, a nova lei isentando a presidência de suas responsabilidades para com a nação, não fosse aprovada. Fui primeiro à sede da Ampla, a concessionária de energia elétrica, que antigamente fazia muita propaganda sobre suas “qualidades”, como se fosse uma mãe genérica da população cabo-friense. Madrasta seria, que de mãe nunca teve nada e podemos provar. Fui lá para apanhar uma segunda via da conta porque, apesar de o relógio se situar no muro do prédio, a escassos quatro passos da caixinha de correio, quem faz a medição não tem a paciência nem cumpre o dever de colocar o papel da conta na caixa. Deixa-o preso em interstícios do relógio, à mercê de chuvas, ventos, e cachorros de duas pernas que os jogam ao vento só pelo prazer. A Ampla não tinha fila para idosos nesse dia, e em outros dias também.



Depois fui à VIVO, apanhar segunda via da conta de meu celular. Os correios não entregam correspondência a domicílio onde vivo, apesar de termos um CEP. Conseguiram convencer a associação de moradores – não os moradores – que entregariam correio apenas na portaria do loteamento. A portaria só existe para coibir a desova de veículos roubados e ladrões de residências. Quando cheguei á imponente sede da Vivo, pedi duas caipirinhas. O balcão parece de bar, e o sistema estava “lento”. Ainda perguntei se era o sistema ou o sinal da Vivo que estava lento, porque até meu telefone celular só funciona fora da casa, em algum lugar da rua que não é sempre o mesmo: O sinal depende de milimétricos desvios da torre de repetição de sinal. Depois de meia hora, o sinal da vivo voltou. O sistema nunca saiu do ar, porque parte dos computadores estava sendo utilizada por funcionários que certamente não estavam jogando joguinhos do Windows.



Como disse, acordei bem disposto. Depois da visita á Vivo fui ao banco receber o meu salário bolsa-aposentado. Uma ninharia deflacionada a cada ano, a cada mês, em meio a inflação desalmada e corrupção por todos os cantos, lados, ângulos e superfícies desta minha nação, enchendo o volume de minha indignação. Com o bolso quente, comprei meu presentinho bolsa-presente para minha netinha. Uma dádiva dos céus que comprei pela metade do preço, por pura sorte numa loja às moscas no comércio natalino de Cabo Frio. Depois comprei um novo copo para liquidificador. Uma das pás metálicas do meu quebrara. Este é um ritual que tenho que fazer uma vez por ano, porque nossa indústria chinesa produz peças que quebram sem avisar, sempre, para que tenhamos que comprar duas, três vezes a mesma peça, como que uma ajuda para a manutenção da incompetência, da falta de qualidade, da degradação industrial nacional chinesa.



Foi então que o vi. Estava lá, sentado na soleira de uma porta, quase na esquina da avenida, cabeça baixa. Num breve instante em que a levantou, vi-lhe a barba não cuidada em rosto de idade bem avançada, os olhos miúdos de desamparado, as roupas surradas. Pensei que estivesse bêbado ou sofresse de Alzheimer, porque seu corpo se balançava levemente. Desviei meu caminho e passei-lhe a um passo de distância, olhou-me e não pediu nada. Tentou levantar-se, e com visível esforço usou a parede como apoio. Estava cansando e voltou a sentar-se na soleira da porta ao lado. Então tirei uma nota de vinte reais da minha mochila e a empalmei para que ninguém visse o que se passaria a seguir. Dirigi-me a ele e disse-lhe:
- Bom dia... Quer apertar a minha mão?
- Porquê? Porquê? Por que iria apertar a sua mão? – Seu olhar era de inquirição desafiadora de pessoa à qual tivessem agredido sua inteligência.  Entendi... Quantas pessoas passavam por dia em sua frente, e quantas lhe pediam para apertar a sua mão mesmo sendo mês natalino? Então virei a mão e deixei que ele visse a nota. Seu sorriso se abriu e me apertou a mão. Não me lembro se me agradeceu ou não, porque não tem a mínima importância. Deixei-lhe um sorriso, estou ainda com o sorriso dele bem guardado.



A caminho do supermercado sentei num murinho do jardim para ligar para minha filha. Ali o sinal da Vivo funcionava bem. Falei com ela por uns minutos. Depois segui caminho para o supermercado para assistir a um show mensal: O Show da subida de preços. É fenomenal. Principalmente no Extra aonde vou quase que obrigatoriamente por questões de logística. Dali pego um táxi e volto para casa um pouco mais pobre que no mês anterior.  Se não fosse por meu trabalho obrigatório pós-aposentadoria, morreria de fome, sem serviços de saúde que me cuidem, talvez vítima da descontrolada violência, morto por bandido mal educado por deficiente educação. Preocupa-me que tenha que trabalha depois de chegar aos noventa anos, com um salário depreciado que beire o valor de um sanduíche por mês.

Que mundo construímos e que vontade temos de mudá-lo?


® Rui Rodrigues

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Algumas poucas e importantes relações Internacionais com Cuba.

Algumas poucas e importantes relações Internacionais com Cuba.
(um texto de ficção que pode conter algumas verdades fundamentais).



  1. Rússia.

Kruchev - Nosso plano dos mísseis em Cuba deu errado. Então, pra que nos serve Cuba agora?
Assessor – Nossa ajuda tem que acabar. Só recebemos açúcar e charutos em troca de armas. Cuba não tem industrias, não produz nada. É uma sanguessuga. Fidel é um espertalhão. Não produz condições para seu povo viver e vive somente de ajudas internacionais.

Anos mais tarde:
Putín – A América do Sul tem muitas matérias primas, drogas... E tudo isso é muito barato. Se pudéssemos também arranjar mão de obra barata poderíamos investir por lá.
Assessor: - A China já está fazendo isso. Tem um sistema econômico mais ágil que o nosso. Podemos fazer umas trocas comerciais com Cuba, por exemplo, dar-lhes proteção armada em troca do uso de um porto naval que nos dará a possibilidade de comerciar mais com os países da América do Sul. Esse porto precisaria ser uma “zona franca”. Em troca de armas não, porque já tivemos problemas no tempo do Kruchev.

  1. EUA

J.F.Kennedy – Meus amigos, o perigo de uma Cuba com mísseis nucleares está afastado com o bloqueio. A partir de agora, podem até relaxar um pouco e deixar passar alimentos, roupas, mercadorias. Só não deixem passar armas e muito menos mísseis nucleares.
Assessor: - Fidel está dizendo que os EUA querem matá-lo e em particular que você está interessado nisso...
J.F. Kennedy – O que é Cuba? O que é Fidel? Sem armas para que nos servem? Tabaco temos o Virgínia. Açúcar importamos do Brasil. Mão de obra vem do México. Fidel se julga valer mais do que vale para aparecer como o bom da fita frente a seu povo cubano que dirige pelo medo. Não vale nenhum incômodo. Podemos ignorar o camundongo que se faz passar por Tigre. Sua guinada para a ajuda de países comunistas se deu porque sentiu que dos países ocidentais não lhe iria ajuda de nenhum.Não apoiamos preguiçosos.  


Anos mais tarde:
Obama: - China, Rússia e Brasil estão fazendo um porto, tipo zona franca, em Mariel, Cuba. O que isso pode representar para nós?
Assessor: - Por si só, nada, mas se associarmos o porto ao canal que querem construir na Nicarágua, teremos uma queda na atividade do canal do Panamá, uma presença comercial e bélica mais forte na América do Sul.
Obama: - Então acreditamos que China e Rússia, nossos inimigos da guerra fria têm um plano para tomar “pacificamente” a América latina, torná-la escrava para seu comércio?
Assessor: - Talvez não como “plano” arquitetado, mas mais como “uma coisa leva á outra”. Cresceram e agora acham que podem ir mais longe. Não temos como impedir nem sequer razão para impedir. Poderíamos preocupar-nos sim, se intentarem fazer com o México o que estão fazendo com esses países do Cone Sul da América do Sul e Cuba. A participação política de Cuba é mis forte nos sistemas de contenção dos ânimos populares, do controle de informação, e principalmente dessa falsa democracia participativa, em que “centuriões” de bairro controlam a vontade dos residentes em cada bairro de Cuba. Digam o que disserem para o governo fazer, o governo só faz o que quer.
Obama – No México não podem tocar nem o permitiremos. Para que a população americana não se estresse e se vire contra o nosso “american way of life”, instituirei o Obamacare para cuidar dos mais necessitados e abrirei mão de nossa tradição de dificultar a nacionalidade americana aos imigrantes. Mexicanos e americanos olharão com bons olhos o nosso sistema, a nossa nação.
Assessor - Certo, excelência... Muito bom. E sempre temos nossos bancos e nossos banqueiros. Direta ou indiretamente vêm a nós.  
  

  1. China.

Xi Jinping – O mundo está indo para o capitalismo.  Cuba nos interessa em quê? Em nada. Vamos acabar nossa ajuda definitiva. O regime é incapaz de produzir alguma coisa a não ser açúcar e charutos, e o mundo já não fuma...
Assessor – Não, grande camarada... O salário mínimo deles é igual ao nosso, ou seja, quase nada. Podemos explorar a mão de obra deles... Construir fábricas lá em Cuba, usando sua mão de obra barata. Fábricas que usem a matéria prima barata existente em Cuba. Cavalos e ovos de galinha eles têm para produzir vacinas. E mesmo que necessitem de outras que não tenham, nós compramos e abatemos do valor do contrato. Mas precisamos de um bom porto em Cuba. Praticamente Cuba só ganhará a miséria do salário de seus trabalhadores, tal como antes no governo de Batista até 1959.
Xi Jinping -  Tente convencer aquele presidente bronco lá do Brasil. Ele adora dinheiro e está beneficiando amigos e parentes, como o Eike e o filho dele, além de outros amigos. Contate primeiro o Zé Dirceu.


  1. Brasil

Lula (em reunião com Dilma) - As construtoras que nos financiam campanhas nos pediram uns certos favores. Vamos pagar-lhes e juntar o útil ao agradável, mas não sei como sem levantarmos suspeitas. Nossas finanças, além disso, já estão na lona.
Dilma – Cuba está precisando de ajuda, e lá não há como ninguém xeretar nossos gastos, nossos lucros... Fidel e o irmão têm a ilha a braço aveludado de ferro. Lá ninguém pia. Já aqui é essa indignação toda.
Assessor: - Podemos financiar o porto de Mariel, uma zona franca, que serve interesses chineses. O dinheiro sairia do BNDES. Contratamos empresas nacionais que usarão mão de obra não especializada cubana. Não é que estejamos interessados em Cuba ou no Fidel. É no dinheiro que o partido vai receber das empreiteiras que continuarão a nos financiar, além dos ganhos pessoais. Não se esqueçam dos 3% e dos superfaturamentos.
Dilma – E o BNDES tem essa dinheirama toda?
Assessor – Deve ter. Se não tiver, fazemos transferências da Caixa Econômica Federal e até do Banco do Brasil, do Banco Central, da Petrobrás, da Eletrobrás... Dinheiro não falta.



  1. Alguns poucos comentários na oposição em pleno Brasil

Deputado fulano – Estou vendo o país ir pro brejo, despesas sem comprovação, emissão de alterações à Constituição, levantamentos da situação no país totalmente distorcidos. A presidente fala como se estivéssemos na Suíça, e tivéssemos melhorado em tudo, e não é verdade. Estamos piorando em tudo. O sistema está completamente subvertido. A maioria do povo não entende a subversão do sistema que está ocorrendo. Já compraram políticos com o mensalão, e roubaram tanto a Petrobrás que pode entrar em falência técnica. Não sei o que fazer.

Deputado Cicrano – A Venezuela de hoje somos nós amanhã. O povo apanhou tanto nas ruas, com tantas mortes, que agora tem medo. Está dominado. Com as instituições dominadas, logo o povo se transformará em mão de obra escrava para o governo. Já existe recessão em alguns países da Europa, cidades que se transformaram em fantasmas como Detroit nos EUA, e com as condições econômicas se deteriorando, o custo da mão de obra irá baixar em todo mundo, ajudando China e Rússia e Venezuela, Argentina, Bolívia e Cuba a cada vez mais se tornarem parceiros num sistema de produção esclavagista disfarçada de política. Já nos mandaram médicos formados no sistema deles, de “pouca instrução e muito diploma”. Mataram o Chavez.



Deputado Beltrano – O PT tem uma pressa que aparentemente nos foge ao entendimento. Quer chegar a algum lugar, mas não se sabe ao certo “onde”. Usa o socialismo, mais para o lado do comunismo para arranjar adeptos. O Foro de São Paulo só reúne nações com sistemas políticos deteriorados ou em deterioração povos cada vez mais pobres, governos cada vez mais fortes. Eu diria que se trata de uma tomada de poder, apenas por uma tomada de poder, com fortes laivos de vaidade, bem ao estilo de Fidel. O socialismo distribui bens e serviços pelos mais necessitados. Isso é bom. Porém, quando se distribui mais do que a nação pode produzir, temos a deterioração. Aconteceu na Rússia e na China. Verificaram que sem um sistema produtivo e competitivo no comércio mundial se afundariam ainda mais. Mudaram para um sistema mesclado de capitalista e esclavagista. É a receita deles para combater o comércio internacional contra Japão, Alemanha, EUA, Brasil, França, Inglaterra, toda a Europa em geral, Canadá, Austrália, Inglaterra. De todos os países do cone sul o que se vende mais barato é o Brasil devido à ignorância e à sua potencialidade em matérias primas que parecia eterna.

Assessor – Temos várias esquerdas neste país e quase nenhuma direita. A distribuição de benefícios, enquanto houver dinheiro, permite a uma boa porcentagem do povo pensar que o regime do PT é realmente a redenção, o reconhecimento de que a hora da justiça chegou. Pensam que os corruptos presos são uma prova da lisura do sistema, mas não percebem que o partido tem muitos corruptos em suas fileiras. Punem uns e substituem por outros. Compram o senado. Recentemente o governo aprovou 500 milhões para um prêmio aos senadores, condicionados à aprovação de uma lei que obriga o senado a votar o perdão dos gastos e prejuízos orçamentários do governo, numa clara manobra de coerção aos políticos. Com um senado onde mais da metade tem contas a ajustar com a justiça por corrupção ativa ou passiva, o que se pode esperar do Senado?
Não vejo alternativa a uma intervenção constitucional para que se limpe a pátria e em dois anos promover novas eleições sob nova e intocável constituição.

Fez-se um silêncio sepulcral na sala... A energia teve uma queda e ficaram às escuras. Atrás deles só havia o brilho de uma espada. Á sua frente uma enorme parede.


® Rui Rodrigues

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Pão temperado do Rui

Pão temperado do Rui



Um dia em minha aldeia natal onde se usa muito a broa de milho, e como era costume com a pressa de ir brincar na rua (eu andava pelos meus quatro anos), saí de casa ainda roendo uma côdea de broa. Minha prima que ia passando, comia também seu pedaço de broa. Ela tinha ido apanhar alho porro e entre uma mordida e outra da broa, dava-lhe uma dentada no alho. O cheiro era bom. Gostei da mistura áquela hora da manhã. Estou reduzindo o sal e me lembrei de comer pão temperado que tivesse um sabor parecido, e sem dúvida que me lembrei das tortillas mexicanas. A idade recomenda que use o mínimo de sal por dia.

Numa panela grande e não funda (para não fazer sujeira na banca de pia e facilitar o amasso) misture:

- 750 gramas de farinha de trigo.
- 250 gramas de fubá fino.
- dois ovos inteiros.
- duas cebolas médias picadas batidas no liquidificador e seis dentes de alho com um dedo de água.
- uma xícara de chá de azeite de oliva.
- Sal a gosto (eu substitui por uma colher e sopa de orégano).
- fermento preparado.

Preparação do fermento.

Numa cafeteira ou num shaker, coloque:
- Duas colheres de sopa de açúcar
-três colheres de farinha de trigo
-um pacote de fermento granulado

Misture tudo e jogue um pouco de água morna para obter uma massa grossa consistente, pastosa. Cubra e espere mais ou menos uns 20 minutos para aumentar de volume (aumenta muito)

Preparando a massa.

Misture tudo na panela juntando pouca água morna e amasse até que a massa obtida comece a mostrar como que umas fistulas bem disseminadas (É efeito do fermento). Em cerca de cinco minutos de amasso estará pronta. Divida em duas partes, cada uma colocada em forma de pão (pão de forma) untada e enfarinhada. Coloque no forno com um pano úmido e espera que aumente de volume. Mais ou menos uma hora a uma hora e meia.

Quando vir que a massa aumentou aproximadamente o dobro ou até mais, acenda o fogão a uma temperatura de 180 graus. Para deixar o pão cruciante, ponha uma panela com água quente na parte inferior do forno para que em ebulição jogue vapor de água sobre as formas.

Deixe assar entre meia hora e 45 minutos dependendo se gosta de pão mais branco ou mais dourado.

Deixe esfriar um pouco para que não esfarele com o corte.

Bom proveito. Com queijo e vinho fica melhor.


® Rui Rodrigues 

domingo, 30 de novembro de 2014

Tricolores ... Eu vi os dois jogos!

Tricolores ... Eu vi os dois jogos!

Já estava escrito há vinte mil anos atrás que em certo domingo de 1976 o campeonato seria decidido nos pênaltis num jogo de torcidas. Sim senhor. Torcidas ganham os jogos por mais que os técnicos se empenhem nas táticas. Na véspera do domingo, fizeram-se sabatinas técnicas em meio a uma cidade ocupada pela torcida Corinthiana que chegava aos borbotões. Eles vieram de avião, navio, automóvel, táxi, bicicleta, a pé, e até uma senhora gorda e patusca com bobs nos cabelos e uma bolsa de feira nos braços perguntou a um célebre colunista, evidentemente tricolor, de forma afirmativa: - Tem jogo hoje? Sim, porque a cidade está listrada de preto e branco e deviam proibir carroças na cidade. Foi então que reparei que eles também chegavam em carroças. Passaram a noite tremulando bandeiras, invadindo o Leme, Copacabana, Ipanema e Leblon. Agitadas sob fortes ventanias as bandeiras corinthianas festejavam uma vitória anunciada há tantos milhares de anos e agora pré-anunciavam o Carnaval.

No domingo fomos para os pênaltis, e depois de um suado 1 a 1 perdemos nos pênaltis da torcida Corinthiana e seus gritos dentados e gritados aos borbotões. Sim, meus amigos, nesse dia perdemos o campeonato para uma torcida fanática, desvairada, invasora, fazendo-nos sentir estrangeiros em nossa própria casa. Qualquer turista mais atento anotaria em seu caderninho: Rio, cidade ocupada. Eles estão por toda a parte para ganharem no grito. A indignação e o temor da população tricolor tinha fundamento e não era apenas coisa de idiotas da objetividade: O tricolor era o único time carioca na final do campeonato. Ali do lado do colunista, Francisco Horta que sabia tudo, prometeu o tricampeonato à muda e lacrimejante nação tricolor. Técnico não ganha jogo só de penalidades. Isso é coisa de torcida bem organizada. Nossa torcida nesse dia, perdeu o campeonato.

Trinta e oito anos foram acrescidos àqueles 20.000 - em que ocorreram grandes alterações políticas e ambientais - e neste domingo invadido pela torcida corinthiana a cidade foi novamente sacudida por bandeiras alvinegras que assolaram e tentaram amedrontar o imaginário tricolor. Francisco Horta já não dirigia o time das Laranjeiras, nem o palácio tinha o mesmo governador. A jovem senhora gorda e patusca falecera naquele domingo de 1976, ao final do jogo depois do segundo pênalti perdido pela torcida do fluminense. A torcida do Corinthians não falhara nenhum. Alguns familiares tentaram alegar que ela fora torturada pelo DOPS, visando uma indenização milionária quando a esquerda tomasse o poder, mas ninguém acreditava nisso e ela desistiu.

Curioso e temente da história fui falar com o técnico da Fiel e perguntei-lhe: - E aí, Mano Menem – Eu até pensei que ele fosse argentino - Preparado para o confronto? Ele me respondeu: - Estamos bem treinados, o time está motivado, temos esta enorme torcida no Maracanã que é um estádio neutro, e com um pouco de sorte sairemos daqui com a vitória.
Todo o técnico tem que ter algo de profeta para ser um bom técnico. Tem que ser visionário, tirar os imponderáveis da cama, acordá-los e pô-los a trabalhar em seu favor, porque a ociosidade não ensina coisa nenhuma. Só o trabalho ensina. Numa cidade cheia de manos, invadida por manos, como poderia prever que o Timão perderia por cinco a dois? Cada brasileiro é um técnico, e todo o mano é fanático por futebol. Como adivinhar que durante o tempo regulamentar o Corinthians perderia justamente um pênalti que o levaria, com mais e apenas um só gol, ao empate?

Sim, meninos, eu vi... Hoje eu vi que não é só a torcida que ganha jogos, nem técnicos, nem presidentes de clubes. É o empenho de jogadores e a determinação moral de um ou dois destes modernos e heróicos gladiadores das novas arenas onde as torcidas estão à distância de um braço curto de torcedor como se estivéssemos na Suíça, Paris ou Londres. O gladiador heróico tem um nome: Fred. Todos sabem onde Fred sempre está: Na área. Passem-lhe as bolas direitinhas, redondas, que ele as empurra para o gol, mesmo e até com a cara arrastada pela grama, já imobilizada, com o ultimo estertor do vento da determinação sobre seus cabelos.

Desta vez Fred não precisou chegar a tanto e já em casa me chega a notícia que Pelé está bem,  curando-se de uma infecção urinária, que kaká vai jogar nos EUA. O Vasco da Gama o Vice-Clube do Rio de Janeiro que já não é o Estado da Guanabara foi  o vice na Segundona e volta para a primeira divisão carioca – quem diria – e o que parece inacreditável, pasmem, o Botafogo foi rebaixado e irá ocupar o lugar do Vasco. 

Não sou avesso a mudanças, mas temos que ter muito cuidado com mudanças. Técnicos podem tirar-se, remover-se a qualquer tempo. Presidentes não. Agora se vê tudo em 360 graus e as televisões pesam muito menos e se levam até na mão. Ao chegar a casa, junto ao portão, havia quatro militantes fazendo pedidos de doações para implantar o regime comunista no Brasil. Eu ia mandá-los trabalhar porque emprego não falta, como diz o IBGE, mas reconsiderei. O IBGE não diz, mas a cidade está cheia de ladrões. Meu querido amigo Nelson Rodrigues que de vez em quando passava lá pela antiga rua do Costa onde meu pai tinha uma alfaiataria morreu na cama e eu pretendo viver mais uns dias.  Se fosse vivo, morreria no dia em que abrirem o baú da Caixa Econômica Federal e já não iria às Laranjeiras. 

® Rui Rodrigues.







sábado, 29 de novembro de 2014

Coisas do mês de Novembro 2014 no facebook

Coisas do mês de Novembro 2014 no facebook

Culinária da Corrupção - Só para "os chefes" 
- Prato do dia - "Réus de Molho de Lula e de Anta"...



Ingredientes: 50% de indignação popular ; Duas divisões de Agentes federais, meia dúzia de bons juízes federais; duas pitadas de delação premiada, vigilância telefônica tanto quanto baste; meia dúzia de bancos para que os réus se sentem e falem.As duas pitadas de delação premiada devem ser: Uma para delatar gentinha sem importância, como políticos corruptos e donos de empresas contribuintes com propina e a outra para delatar gentalha corrupta que governa as ações e a nação...A Lula e a Anta que dão o molho e se jogam por cima do prato, são colhidos no Planalto e são a base essencial deste famoso prato...Nota: Este prato é também chamado de "prato da liberdade da ordem e do progresso. Come-se com paciência e muita euforia nacional, quente se está com pressa, ou frio se sentir necessidade de vingança

O doleiro, o motorista estafeta e a filiação 


Um doleiro entrega envelopes para o motorista e diz-lhe.. Entrega em mãos a fulano, sicrano e beltrano...O que haveria nesses envelopes ?
- Sorvetes gelados ou assados?
- Bosta de cavalo para análise de condutividade terrnica?
- Alfaces tântricas colhidas no Nepal?
- Bolas de basquete miniaturizadas para os jogos de 2016?
- Fogo com labaredas azuis em pó?
E como disse que não sabia, o irmão do ministro das cidades foi solto pelo juiz, Não deixa de ser curioso que é isso mesmo que Lula e Dilma sempre dizem - Não sei!.. Não sabia... Não saberei !
O que faz um ministro das cidades? Envelopa?
Lex sed lex... Tontos somos nozes....

Morreu o primeiro soldado -BRASILEIRO - na pacificação de favelas...


Favelas são aglomerados de gente trabalhadora, invadidos por bandidos. Favelas não precisam ser pacificadas. Bandidos é que precisam ser eliminados. ISSO É UMA GUERRA...Vamos assumir que é uma guerra e que alguém tem que chegar junto dos bandidos e gritar-lhes : PERDEU...PERDEU....PERDEU....
E se é uma guerra, é uma guerra. Alterem-se os métodos, sejamos mais inteligentes. A cada dia têm mais armas e mais eficiência. Que Estado somos nós? Onde fica nosso orgulho de sermos brasileiros?
Bandido tem que ser tratado como terrorista... Vivemos num absurdo...Uma frouxidão governamental como se fossemos montes de merda à beira da estrada... Os governos não cuidam da gente...Estão muito preocupados com a industria da corrupção...
(Não foi o soldado da foto que faleceu)

COMO CHEGAR A CUBA ATRAVÉS DA ECONOMIA....


Oh Beleza, oh .. Santa Felicidade.... Eu sou tão otário que nem percebi e assim vivia feliz...
Caiu o emprego, a industria vai mal, devemos trilhões interna e externamente, nossos níveis de ensino estão lá no pé, temos os piores índices de tudo, quase campeões na corrupção, e os índices do comércio caindo... E de repente temos 0,1% de "crescimento" no PIB. Como se não soubéssemos que acochambram todos os índices incluindo o da inflação que é muito maior do que dizem, quase o dobro a cada mês.
E assim de 0,1 em 0,1 mesmo com novo ministro, os demais países seguem em frente e nós logo teremos chegado a CUBA... Com possibilidades de confisco de poupança, de parte de depósitos, como se estivéssemos numa economia de guerra e não de corrupção.

® Rui Rodrigues 

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O jogo de ser Humano.

O Jogo de ser Humano




Crianças de dezenas de milhares de anos atrás nas pradarias do Norte da América e Europa não assistiam a jogos de futebol em enormes estádios iluminados. Divertiam-se vendo de longe a luta de bisões, de ursos, os animais da pradaria, pela posse de suas fêmeas. Lutas mortais. Também eles brigavam entre si, normalmente por defeitos expostos de moralidade. Cada tribo tinha um conselho de anciãos para julgar os casos e não raro os culpados eram punidos com a morte. Em tempos de paz faziam jogos para se divertirem e a cada jogo deveria haver um vencedor. Não era diferente de seus congêneres do sul do Continente americano e nem sabiam da existência deles. Também não sabiam da existência de um mar imenso que suas pirogas feitas de varas de madeira, cobertas com peles de animais, jamais poderiam atravessar, e muito menos sabiam que havia outras terras, para lá do primeiro mar, onde pessoas e crianças tinham exatamente estes mesmos hábitos, de observar os animais, caçá-los, jogar buscando a vitória, punir os culpados por atos ilícitos segundo sua moralidade. E muito menos sabiam que passado o primeiro mar, e o outro continente, havia mais um mar que, atravessado, os levaria de volta a casa, às suas pradarias. Um longo e extenso caminho por mar e terra, onde encontrariam gentes semelhantes, vestidos de formas diferentes, usando utensílios semelhantes, hábitos parecidos, mas onde todos jogavam, com maior ou menor seriedade, e aplicavam o jogo da morte como punição aos apanhados em erros inadmissíveis.



Perceberiam que a vida é um jogo? Não se pode afirmar. Os homens das naus e caravelas que um dia chegaram lá aos milhares, não tinham feito o jogo da vida para atravessar esses mares? Certamente que sim. Sabiam dos perigos de atravessar os mares sem fim, onde havia monstros terríveis, ventos impiedosos, tempestades mortais, mas se conseguissem sobreviver poderiam viver o resto de suas vidas sem trabalhar, vivendo dos rendimentos auferidos, proporcionais aos riscos enfrentados. A vida tinha um valor que se estendia da riqueza à morte em todos os seus melhores e piores tons. A vida um jogo e um prêmio: Riqueza para os vencedores, a morte para os perdedores. Não poderia ser diferente?



Esses mares já foram atravessados. As naus e caravelas modo geral chegaram sempre a bom porto, os monstros foram vencidos, as tempestades aplacadas, os ventos dominados. O jogo não. Por aquelas épocas, desde dezenas de milhares de anos atrás, passando pelas centenas de anos em que naus e caravelas atravessaram os oceanos de água ou caravanas atravessaram os de areia, até nossos dias recentes de um par de dezenas de anos, as nações da terra não eram tão densamente povoadas. Os aspectos morais do comportamento humano eram resolvidos por conselhos de anciãos e havia pequenos exércitos de homens armados para garantir a ordem, mas recentemente algo mudou o equilíbrio no jogo da vida: As nações da Terra tornaram-se super povoadas, bisões e ursos e animais das pradarias quase foram extintos, e em seu lugar surgiram enormes plantações de alimentos para sustentar tão tremendas quantidades de roedores humanos. Chegamos a um ponto de necessitarmos abrir mão de nossas noções de nojo e passarmos a roer insetos devidamente apresentados com arte em tragáveis pratos decorados. Esse senso humano de jogar buscando recompensa que tanto pode ser premiada com a riqueza ou alimentos, ou castigada com a morte, perdura sempre. Esse jogo sempre será jogado, ainda que seja decorado e apresentado com roupas interessantes e adequadas, sorrisos, arautos, shows de artistas ou armas que se inventaram para mais facilmente se garantir a vitória nesse jogo da vida. Desenvolveram a ciência para poderem descobrir novas armas mais eficientes e potentes, e para curar de doenças as populações necessárias para usarem essas armas. O jogo da vida foi-se tornando cada vez mais letal, porém mais saudável aos corpos ansiosos por jogar esse jogo. Crianças que hoje não têm a oportunidade de ver bisões e ursos, ou leões e hienas disputarem seus jogos pela vida, aprendem a jogar em competições infantis esportivas ou em simples jogos de cabra-cega, relativamente fáceis, até os mais complicados de futebol, artes marciais viagens espaciais, jogos de guerra. A diversão do dia a dia é fingir que não se tratam de jogos de vida, e apregoar a paz, a bondade, o seguimento de leis morais ou religiosas. Os fiéis às leis e á religião têm suas compensações morais, dormem relativamente tranqüilos, muitas vezes com fome, com falta de instrução, de serviços públicos, mas sem riquezas mensuráveis. Os que fazem as leis e as fazem cumprir, dormem relativamente tranqüilos porque estão, também relativamente, protegidos pelas leis e pelos exércitos com as armas inventadas sob a égide do jogo da vida. Comunidades unidas são mais fortes. O que as une? Traços fisiológicos, aspectos legais e religiosos, o medo de jogar o jogo da vida, a vontade de vencê-lo, uma pintura multicolorida de outros fatores, mas sempre o jogo da vida. O maior problema que parece quebrar este sistema até agora relativamente controlável foi o crescimento populacional.



As planícies foram invadidas, as florestas derrubadas, os mares enredados por redes mortais, extraiu-se da natureza o que se podia até se sentir que essa natureza estava mais que morrendo, desaparecendo. Nenhum sistema político – o que é evidente porque se trata de um jogo – conseguiu deter as tendências do crescimento populacional e a ocupação de terras vitais, delimitar o uso das redes de pesca.  A cadeia alimentar do planeta transformou-se numa prisão alimentar em cadeias, cada uma com seus predadores. O controle das massas humanas tornou-se assim mais difícil, grupos isolados desafiam as ordens e a Ordem. O jogo exige que se atribuam culpas entre grupos, e para se encontrar culpados, basta descobrir um motivo que pareça justo, mesmo sendo apenas parte do jogo da vida. Se não existe lei para defini-lo, inventa-se uma, dez, cem, alteram-se constituições, compram-se senadores, empresas, porque há dinheiro. Quando o dinheiro é um bem considerado abominável, compram-se os indivíduos com qualquer outro bem do jogo da vida: Cargos, benefícios, cupons, liberdades, serviços, um pouco de açúcar, sal e farinha, um ponto de táxi, liberdade para fabricar fritar e vender seus pastéis no meio da rua pagando imposto ao estado que se diz dono dos pastéis.



O limite do jogo da vida é alcançado quando o indivíduo serve o estado de forma quase que em dedicação integral e com ele divide de forma subalterna e desproporcional a sua própria existência, quando se anula como individualidade. Humanos podem subsistir sem o Estado e sem a religião, mas não podem ser tão numerosos que não se conheçam uns aos outros pelo nome. Em quantidades maiores do que cerca de 100 indivíduos, o estado se faz necessário porque não haveria forças que os segurassem em suas revoltas constantes. O jogo da vida é duro, e das riquezas à morte vai um século ou um segundo na vida de cada um.



Quem manda em instituições, sejam elas religiosas, governamentais, sob qualquer tipo de filosofia moral ou política, está e sempre esteve bem, ao lado das maiores e melhores riquezas disponíveis desde o tempo dos faraós, de Salomão, Nero, e Ciro. Artistas e cientistas sempre tiveram suas regalias desde que agradassem, mas foram sempre os donos de exércitos que ganharam, por tempo mais curto ou extenso, o jogo da vida. Esses donos de exércitos são os governos da Terra, os que movem os peões no tabuleiro do jogo. Uns são reis, outros rainhas, outros fortes e lineares torres, alguns são bispos, e outros se movem como cavalos. A maioria é constituída de peões que têm seus movimentos completamente lentos e limitados a um passo de cada vez, jogando sempre á frente em proteção das peças superiores.  Quem inventou o jogo de xadrez, um dos pequenos, inocentes e divertidos jogos da vida, não gostava de reis porque os fez se moverem a um passo de cada vez como os peões. Deveria gostar muito de rainhas, tal como deveria ser nas cortes reais, reais, onde elas se moviam de forma independente, para qualquer lugar do palácio desde que fosse em linha reta, e é impressionante neste jogo que bispos não se possam esconder nas torres, reis não possam montar cavalos, peões não possam voltar para trás, mas se transformar em rainhas, jamais em reis. O jogo não permite dois reis, e cada rei tem que ter direito a uma outra rainha caso fique viúvo.



Neste jogo da vida tudo é ilusão e poucas as realidades. As ilusões não se vêem... Ficam escondidas, prontas para se tornarem realidades, e num só bote, nos darem o xeque-mate. Se você tem alguma filosofia política, comece a vê-la de forma mais real: Ela se contrapõe a outras filosofias não por que sejam melhores ou piores, que certamente serão, mas porque se trata de opções no jogo da vida onde você será sempre, provavelmente, peão. Você protege os campeões ou os pretendentes a campeões. Uns chamam até de posição aos campeões e de oposição aos pretendentes a campeões. Bateis-lhes palmas, incentivais o jogo. Alguns chamam a este jogo o jogo do poder, mas não é. É o jogo da vida e nós, peões, estamos perdendo-o. Mas lembre-se, a título de consolo e esperança: O jogo termina sempre com a queda do Rei mesmo que a Rainha ainda exista. No jogo de xadrez, claro, porque no jogo da vida, não há fim, nem vencedor perene nem perdedor que não possa vir a vencer. É tudo uma questão de jogo de sorte que pode ser de azar. Ganham-se riquezas ou perde-se a vida. Muitos doam sangue e órgãos do corpo, além de pagarem impostos, doar dízimos, pagarem multas, trabalharem mais de oito horas por dia para sobreviver, fazem doações de caridade, trabalham sem receber em instituições de caridade, dão aulas em escolas por salário irrisório e insuficiente, movidos pela vontade de ajudar o próximo. Somos uma humanidade demasiado boa, mas nos exigem cada vez mais. Nós mesmos, ou a natureza nos encarregaremos de pôr fim a sistemas, a governos, à natureza, mas, sempre, sem deixarmos de jogar o jogo da vida. Rindo ou chorando, acariciando ou rejeitando, ainda que imbuídos dos melhores ou piores sentimentos, tudo faz parte do jogo.

O mundo é naturalmente irrequieto, cada peão servindo as castas superiores (ainda que temporariamente) que se escondem em pompa na retaguarda, fortalecidas por torres, bispos, cavalos. São os reis e rainhas, ela podendo até ter ascendido de peão vencedor, mas rei, com linhagem sem duvidar, só o Rei. Quando perde, tomba. Pelo menos era assim no jogo de xadrez. Pode ser que no futuro tenhamos reis rainhas e rainhas reis, sem mudarmos absolutamente nada. Nada mesmo. E até as cores do jogo de xadrez, preta e branca, não seria necessário serem tão discriminatórias. Bastaria que fossem numeradas de 1 a 16 de um jogador, e de 17 a 32 do outro. Seriam diferenciadas apenas pelos números.



Surreal é vermos um mundo momentaneamente real com fundamentos em irrealidades, sabendo que existem realidades que não vemos nem sentimos, e, mesmo assim, acharmos que tudo é absolutamente real como se fosse eterno. Pior ainda, se acharmos que existe algum laivo de imutabilidade, a qualquer momento, em qualquer coisa deste universo, que não se altere a cada micro fração de segundo. Só não se nota quando estamos juntos, pessoas paisagens e coisas, em modo continuado ao longo de um período de tempo. A cada período se notam diferenças. Basta olhar sem temor, em tom de desafio ao jogo da vida e manter o rei em pé.

® Rui Rodrigues.