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sexta-feira, 24 de julho de 2015

A cadeira é mais significativa...Espere sentado


Cadeira, sofá e cama, são as três modalidades mais emblemáticas do conforto. Usam-se para descansar e para esperar que nos dê vontade de fazer alguma coisa. A cadeira, porém, é mais significativa e já faz parte do imaginário popular. Ricos, remediados, pobres, miseráveis, todos são povo.
Há quem se sente e filosofe sobre democracia e outras coisas tão confusas nos dias de hoje, tomando refri, ou outra coisa qualquer, algumas amenidades, sem falar um único palavrão porque não dá status... Indignação parece ser coisa de pobre...
Enquanto isso, os ladrões continuam a roubar, e toda essa espécie de coisas que vemos acontecer debaixo de nossos bigodes, narizes, barbas e saias, porque nem disso as mulheres escapam.
Pode usar a cadeira á vontade! E sinta-se confortável... Enquanto você não se levantar para fazer alguma coisa, eles estão lá, com a maior sem-cerimônia porque a nação pertence a eles. Não há oposições. Estão todos sentados em cadeiras, e nem nasceram em berços-esplêndidos.
Quem senta não cansa...
E quem sabe até, alguns desses da cadeirinha, apareçam depois dizendo que jamais falaram um palavrão e que merecem ser eleitos.
Muros também elegem, não só cadeiras, quando a indignação é muito grande. Não dizem que é o bom cabrito o que não berra? Porém, quem sempre resolve são os leões que rugem. Estes, ao contrário dos cachorros que latem, mordem.

Do alto desta nação, todos vos contemplam.

® Rui Rodrigues 

Limpando com São Sulpício

Na limpeza aos 69...
Comecei por ser um desportista e depois esportista... Mas convenhamos que na minha idade já não pratico muito bem... Tenho que fazer uns intervalos no processo de limpeza sem licitação. Limpeza aqui em casa, é uma Intimação. Sou eu!
- Jogo voleibol empurrando cacarecos para as prateleiras mais altas por dez minutos e descanso cinco.
- Jogo basquete enfiando novos cacarecos em outras prateleiras. Só mais dez minutos. E descanso dez.
- Pratico hóquei de campo por uns cinco minutos varrendo as dependências do barraco. E descanso 15.
- Mais dez minutos de hóquei sobre patins passando pano úmido nas áreas molhadas, que com o preço da água não dá pra encharcar.... Descanso vinte...
- Jogo futebol - só um minutinho, espantando as galinhas para o galinheiro, mas não acerto uma bola. É de propósito só pra não atingir inocentes. Descanso dois.
- Mais cinco minutos de Cheerleader perfumando a casa, mas não levo jeito prá coisa.

Finalmente chego á conclusão que não posso ouvir a Dilma falar sobre economia nem trabalho nem nas porcarias que costuma e teima falar... Já lavei as panelas.
Não sou católico, mas rezo muito a São Sulpício para acabar com este suplício da vivente. O outro Suplício até já abandonou a política. Mas a mulher dele ainda relaxa e goza.
Mas o que mais temo é que esteja rezando ao santo errado, porque tem o santo Sulpício severo e tem o são Sulpício o bondoso. Assim como São Francisco de assis e de Pádua. Mas como todas as imagens de santos tem a mesma cara, sendo apenas diferentes pelo bigode ou pela barba, podem até se disfarçar só de gozação...

Tomem cuidado quando lhes derem "santinhos"...


® Rui Rodrigues 

A Arapongagem legalizada...




Estamos sendo vigiados por Deus (Arrá.... Por ele já sabíamos) e pela WEB, pelos celulares, e até por câmaras de vigilância... A mim me importa um tomate!... Mas para quem estiver preocupado... Vamos mudar os hábitos?

- Use pombos-correio... Nem precisa carimbar nem botar selo. Alimente com milho de primeira para poderem voar longe...
- Não use carros de trocentos cavalos... Use um cavalo só. Ele é seu amigo, não fala nada pra ninguém, e não precisa levar a posto de gasolina. Nem paga pedágio, por enquanto. além disso não tem GPS. Não use a mangueira do posto de gasolina no cavalo. Ele detesta isso.
- Para falar no mesmo prédio, use telefone de lata de cerveja: Tira a tampa, faz um furo na base, prende um cordel e liga a outra lata de cerveja igual no apartamento do lado, debaixo, de cima, etc... Com o fio bem esticado, fala-se que é uma beleza... (experimente em casa)
- Na NET só fale ou escreva abobrinha, viaje na batatinha, não ponha tomates na mesa que irrita a turma, e sobretudo navegue como quem pisa em ovos. Vai se dar bem...
- Pelo Telefone nunca pergunte. Marque encontro "naquele local" ... E lá, diga tudo o que tem que dizer, desde que seja em lugar aberto, como na praia, numa praça, ou num estádio de futebol cheio de gente gritando gol...
- Se mandar carta pelo correio, assine na parte da cola do envelope com a capa meio dobrada. Ao abrirem, nunca colam da mesma forma, e ao chegar ao destino se pode conferir se foi aberta ou não...
- Ao usar seu PC, ponha a câmara sempre virada para uma parede vazia, ou contra a parede do PC... Ela pode ser acionada sem você saber. Se acionarem vão ver parede.
Na França o pessoal já está reclamando da arapongagem legalizada !...

® Rui Rodrigues


quinta-feira, 23 de julho de 2015

Karl Marx - Um gozador das sociedades...

Karl Marx foi realmente um grande gozador da ideologia e do capital... Pensem bem...




1- Nunca trabalhou e viveu às custas da esposa, essa sim, realmente muito rica...
2- Todos os regimes comunistas se apoderaram dos bens da nação e os colocaram sob a tutela e controle do Estado...
3- Todas as riquezas foram confiscadas...
4 - O povo começou então a trabalhar para o Estado
5- Os políticos e todos os funcionários do Estado passaram então a dividir a riqueza da nação, ás custas do trabalho do povo.
E por que gozador da ideologia e do capital?

Por que o comunismo nada mais é do que a apropriação extrema do capital pelo estado... Ou seja, o Comunismo é o estágio mais alto e mais explorador do capitalismo. É o capitalismo extremo, o ultra capitalismo... Em que alguns (do governo ) têm tudo e o povo trabalha para eles... O Estado se apropria de TODO o capital da nação...

Karl Marx foi esperto: Criou um sonho para vender a um povo ignorante e teria o poder eternamente... Mas o povo acordou! 

Alguma semelhança com o governo de Lula, Dilma e do PT? Além do gigante acordar, precisa caminhar até sem lenço nem documento... 


® Rui Rodrigues 

Desmantelando a Construção - Peça rápida de teatro.


Baseado em Papo Educacional da Pátria Educadora na atualidade, entre pai empresário e filho comedido, em dois atos (vivendo e aprendendo a roubar) :

Ato 1 - Na festa da Empresa

Filho - Pai... Não é muito dinheiro em propina? 
Pai - Não meu filho... É como imposto de renda. Quanto mais se paga, sinal de que mais se tem... Na propina quanto mais pago, mais recebo. 
- E se te pegam?
- Podem pegar, mas aqueles a quem pago, puseram lá uns juízes catitas, porretas, que nos livram das acusações. 
- Tem certeza, pai?
- Claro meu filho.. É gente de palavra...
- E o mensalão? 
- Aqueles eram políticos e só tinha um empresário fracote. Com empresários eles não mexem. Quem lhes faria as obras? E estes não são comunistas. Está na cara...
- Sei não, pai...

Ato 2 - Filho visita pai na prisão depois de ser revistado.

- Oi pai... Trouxe um presentinho pro senhor que eles deixaram passar na revista...
- Cigarros ? Charutos? Vinho? Caviar? 
- Não pai... Uma lista de colaboradores deles que já foram presos,não podem mais ser eleitos, nem ter cargos públicos,,, Uns arrasados.. Taí até o Zedirceu o Genoino, e tem uma lisa enorme de gente que ainda vai em cana...A Rosemary.... 
-Eles são assim tão maus que até cortam na carne de quem os alimentou? E não trouxeste mais nada? 
- Só uma informação, pai... Vão trazer empresas de Cuba, da Venezuela, da Bolívia, Argentina, China e Russia para acabar as obras e fazerem novas. Já trouxeram até médicos 
- AH... Ia esquecendo... Colaboradores eles eliminam de um jeito ou de outro para não atrapalharem e substituem por outros que fazem a mesma coisa, mas já prevenidos.

Cai o pano vermelho e sujo do teatro federal

® Rui Rodrigues


Mercado de ações. Onde investir?




Investir em ações é um jogo comercial de apostas da vida real. Alguns dos fatos que fazem as ações subir ou descer são imprevisíveis, mas a maioria é previsível.
(não esquecer que as ações devem ficar em seu poder por um período de médio a longo prazo)

Vejamos alguns mercados.

Energia – Em todo o globo há movimentos, a nível governamental, incluindo EUA e EU, segundo os quais a energia proveniente de fontes fósseis deverá ser abolida em quarenta anos. Isso significa que as ações relacionadas com o petróleo e o carvão deverão descer.
Devem subir ações relacionadas com energia eólica, de marés e solar. Ficar atento para a eventual retomada do uso de energia nuclear.

Veículos – Veículos com motor a gasolina e diesel devem baixar a produção. As companhias que devem crescer relacionam-se com uso de combustíveis não poluentes, incluindo equipamentos para agricultura.

Água – É bem provável que água venha a ser transportada em navios para consumo, em larga escala, por falta cada vez maior no planeta. Empresas que fabriquem sistemas de lavagem a seco ou a ar terão suas ações mais valorizadas. Empresas que comercializem água pura, também. Talvez sejam as ações que mais subam nos próximos 20 anos.

Agricultura – Devem descer ações de companhias que fabriquem agrotóxicos, sementes geneticamente modificadas (transgênicas) que obrigam e impõem a consumos de produtos que apenas companhias específicas produzem. A tendência é o uso de sementes que frutifiquem e produzam outras replantáveis de forma natural.

Alimentos – Empresas que tenha compromissos com alimentos cada vez mais saudáveis, limpos física e politicamente, isto é, empresas que não tenham sido formadas ou financiadas de forma moral e eticamente reprovável e cujo abate de animais não seja “animalesca”. No caso de pescas, empresas que tenham comportamento adequado com as leis fundamentais da pesca.

Empresas estatais – A tendência é de baixa no mundo inteiro não só pela globalização, como pelo liberalismo da economia.

Países – Comunistas e socialistas, em maior ou menor grau, não sabem lidar com o capital por vários motivos, sendo o principal, que, por filosofia política crêem que o capital deve ser dividido sem mérito e o odeiam, embora o desejem porque dele necessitam. Não sabem lidar com a economia de mercado. Por isso, com exceção da Alemanha e dos países nórdicos, outros países com dialética comunista ou socialista não são indicados para quem quer aplicar em ações. Medidas para captar capital normalmente se transformam em armadilhas. Há que ter cuidado redobrado.

Procure sempre saber qual a composição do capital das empresas.  Apostar no mercado de ações apenas porque há vozearia de que esta ou aquela está subindo, é arriscar a comprar e pouco tempo depois poderem estar descendo. Verifique o balanço de empresas e faça uma verificação do “índice seco”: Abaixo de 0,75 o risco é maior.    


® Rui Rodrigues 

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Congresso Fashion Mall...



Dentre outras atrações, desfile de modas, de caras e bocas, Promoções, autopromoções, compra e venda de títulos, Money Ultimate Fighting, Bingos milionários, Concursos de discursos, Distribuição de passagens e estadias grátis para amigos e familiares, distribuição de cargos e salários sem concurso, serviços de acompanhantes...Tudo protegido por juízes das leis.

Os quatro administradores, Dilma, Temer, Cunha e Calheiros estão exultantes com os negócios e os ganhos obtidos em constantes leilões votados democraticamente.

Ninguém mais do povo pode comprar lá por ser de difícil acesso e se destinar apenas a gente muito, muito, muito rica.
É um desfile de deslumbramento de minuto a minuto...

Lá ninguém gasta dinheiro porque ganha tudo e mesmo assim querem abrir outro Shopping livre de impostos...

Neste Shopping você não entra, não compra, não vende, mas paga entradas e fornece grátis as mercadorias. Você não recebe nada por seus serviços prestados.


® Rui Rodrigues



segunda-feira, 20 de julho de 2015

Devaneios besteirólicos chulos.


 No Chopp Grátis escutam-se histórias que se repassam como bastão da corrida de 4 x 100. É uma maratona.Verdade? Mentira? Quem contou? Que importa?

1.  Das concessões do sexo natural com todos os gases e sons naturais.

Eram duas e 02:31 da manhã, quando ouviu passar o avião, lá em cima onde não dava a mínima, mas sentiu-se confortável porque se ouvia, estava vivo, esperando que o sono se entregasse sem resistência para dormir. Era preciso aprisionar o sono, porque solto, não serve para nada. Então teclou aproveitando os momentos. A seu lado, Ingrid acariciava-lhe o pau duro como uma verga de concreto. Ela queria seu corpo, e sua presença a seu lado, por mais simpática que parecesse, não era pelo que escrevia, mas pelo que tinha em suas mãos e acariciava suavemente. Seu prazer, o de Ingrid, era dar prazer a Olav. Tinha paciência e tato. Depois que Olav estivesse prazeroso, o pau duro pulsando, as bolas duras, então sim, ela também quereria seu próprio prazer. Apostava também que Olav, entre o escrever e ela, interromperia o que estava escrevendo e a preferiria. Ambos eram naturalistas, no sentido de que tudo o que corpos faziam era natural, quer vindo do corpo quer da mente. Ambos haviam comido batata doce depois de uma feijoada com arroz de repolho e seus ventrículos bariáticos funcionavam a contento. Ventrículos são válvulas, bariáticos, que funcionam por diferença de pressão, em definições pós-modernosas. No romantismo se diria que o par romântico soltava ventos face á comida. Moralistas diriam que essas coisas nem se dizem. Os perfeccionistas comedidos talvez até dissessem que em função da mistura química alimentícia altamente produtora de gases, o casal ventilava por vias anais. No realismo, assim na lata, que o par peidava por causa da comida que faz peidar pra caralho e que isso é tão natural que não empata foda. Típico da provinciana Madame Bovary de um marido e muitos amantes. Alguém disse em algum lugar, em tempo incerto, que o melhor do casamento é a oportunidade de ter e conviver com amantes. Sem amantes, o casamento seria insosso. Quem casa apenas pelo casamento, descasa no ano seguinte ou no máximo aguenta mais um. Ingrid e Olav sabiam disso, mas mais importante era o prazer entre eles. Por isso, quando o pau de Olav estava a ponto de arrebentar, e Ingrid percebeu isso, suavemente colocou sua boca umedecida sobre a chapeleta e começou a acariciá-lo com a língua enquanto sua mão continuava nas carícias e sua cabeça ondulava suavemente para cima e para baixo. Olav não agüentava mais. Seus suspiros passaram a desabafos, e então passou a arfar e a urrar, enquanto a respiração de Ingrid se acelerava e se tornava mais audível, emitindo ligeiros gemidos. Estava na hora. Tiraram a roupa rapidamente como que para não perderem o momento e Ingrid se sentou no pau de Olav, duro como pedra. O primeiro som que ouviram veio da vulva de Ingrid, pelo ar que o pau de Olav lá comprimia, e que não tendo escapatória outra, era por ali mesmo que saía. Só se sabe o que se procura saber, só se vê o que se quer ver, só se escuta o que se quer escutar, só se sente o que se quer sentir. Nenhum dos dois ligou para a química de Lavoisier nem de Boyle, e não escutaram os peidos da decomposição dos produtos do feijão, do repolho e da batata doce que haviam ingerido. Quem escuta sons desses nessas horas não está a fim de trepar.

2.  Abduzido no rabo do foguete.    

Januário costumava caçar tatus com o cachorro dele, o Zedoido, um vira lata descendente de uma putaria canina generalizada. Abanava o rabo como todo cachorro que tivesse rabo sem ser cortado, tinha olhar pidão, sentava para esperar alguma coisa, deixava cair as orelhas ou as empinava de acordo com seu estado de espírito. De vez em quando ficava de pau duro, e Januário tinha que lhe gritar muito sério: Fique quieto seu bestalhão! Tá me estranhando, é? Nesse dia Januário o Zedoido foram caçar tatu na estrada velha. Os tatus costumavam atravessar a estrada vicinal, por onde raramente passavam veículos, e os que mais passavam eram os de traficantes que levavam suas cargas para a cidade. Todo mundo sabe que a polícia vigia as estradas federais e estaduais por onde passa dez por cento da droga, e não vigia as estradas vicinais por onde passam elefantes carregados, helicópteros, aviões, caminhões, e até trens carregados da tal mercadoria que não paga impostos. Foi então que viram um tatu atravessar a estrada e no meio da travessia desaparecer por encanto. Zedoido, o cachorro correu num relâmpago para pegar o tatu e desapareceu no mesmo lugar. Januário foi olhar e ali mesmo, onde haviam desaparecido o tatu e o cachorro zedoido, desapareceu também. Desapareceu, é necessário que se esclareça, para quem estivesse olhando. Teria visto pela ordem, desaparecer o tatu, depois o cachorro e finalmente Januário. Januário nunca perdeu a visão. Sentiu-se ser sugado por enorme pressão, e quando já estava a uns vinte metros do piso da estrada de terra onde pretendia caçar tatus, subiu aos céus sem asas, sem motor, sem sequer pular, e se viu de repente dentro de uma nave, num compartimento circular cercado de sete mulheres maravilhosas a pesar de suas cores moventes. Os órgãos parados eram cor de rosa. Os que se moviam sem função específica, eram vermelhos. Os que exerciam função eram azuis. Seus cérebros eram transparentes, e dentro, tudo tinha cores diferentes, havia luzes piscando de todas as cores, mas o que mais impressionou Januário é que estavam nuas, tinham dois peitos na frente e dois atrás e três vaginas, sendo uma raspada, outra de pentelhos aparados e outra cabeluda, e, além disso, tinham duas bundas, uma á frente e outra atrás. A terceira vagina ficava entre os peitos peitorais, não nos peitos das costas. Januário ficou com a boca aberta, o olhar perdido no infinito, desde que entrou no compartimento, até trinta dias depois de ter sido liberado da abdução. Há coisas que é melhor nem descrever, deixando a imaginação correr solta, porque nestes casos, tudo o que se puder imaginar, tudo mesmo, aconteceu. Se não pôde imaginar, fique certo (a) que também aconteceu. Januário é hoje o próprio êxtase. Ficou com um sentimento de frustração: Para transar com mulheres dessas, os da raça delas teriam que ter três picas, coisa que ele gostaria de ter tido, mas não pôde ter. Ou será que... Foi então que, num esforço supremo de memória se lembrou. Seus dois dedos do meio das mãos se haviam temporariamente transformado em enormes falos. Por momentos se havia transformado num ser humano caçador de tatus, num portentoso trêspicador de fêmeas ansiosas. A sua que era natural, e duas mais, uma em cada dedo maior de cada mão. De volta á Terra, pensou na criação humana e como tinha sido deficiente se comparada á dos alienígenas. Foi então que reparou no tatu que fugia livremente, e em seu cachorro Zedoido de olhar perdido no tempo e no espaço, um olho para cima e outro mais para baixo, orelhas descendentes, em completa posição meditativa. Alguma alienígena era tarada ou não teve outra opção, ou Januário cedeu o lugar, ou era apenas uma experiência para estudar os resultados.



3.  Eu disse Copacabana!



Januário ficou cego e até então, depois de abduzido, vivia como pedinte numa rua de Belo Horizonte, mantendo o olhar perdido no espaço, sempre olhando para cima, e sua mão direita estava sempre em afagos dentro de suas calças surradas, brilhantes e puídas. Seu segredo era seu tesouro pessoal intransmissível, por que ninguém acreditaria. Um analista, vindo de Bagé no Rio Grande do Sul, porém, dizia que não. Januário não teria sido abduzido: Teria comido todas as mulheres gostosas da cidade, andava foragido de namorados, noivos e maridos, e vivia em êxtase lembrando os tempos passados.
Um dia Januário se mudou para o Rio de Janeiro, porque estava descomposto, com o pau de fora, num porre fenomenal. Sem visão essas coisas podem acontecer. Um turista dissera-lhe no ouvido. Vai para o Rio de Janeiro, cara... Para Copacabana... Com essa vara tu vai se dar bem ás pampa! E lá foi o Januário... Chegou na rodoviária do Rio pegou o ônibus para Copacabana. A meio do caminho, escutou o povo dizer: Olha a praia... Olha a praia, e saltou pensando que era Copacabana. Saltou do ônibus, foi até a calçada na bengala, e sentou-se numa soleira de edifício. Pelas calças rasgadas o pau dele saltou para fora para pegar um pouco de sol e ar da praia. Uma senhora passou, e disse-lhe: - Vem comigo que vou cuidar de você. Levou-o para casa e deu-lhe um banho. No banho começou a putaria. Toda mulher tem que ser uma dama na sociedade e uma puta na cama, como disse meu amigo Juca Chaves que dirá que nunca me conheceu. E após o banho, ela lhe deu de comer e o vestiu com um pijama lavado, passado e cheiroso. Foi depois que a campainha tocou. A mulher abriu a porta, Januário ouviu sussurros e beijos, e também a mulher contar a história desde que ela o vira até lhe vestir o pijama, omitindo obviamente o sexo que haviam feito no banheiro. E sentiu os passos do homem vindo na sua direção. Então escutou um berro impressionante: - Eu disse Copacabana, seu filho da puta... COPACABANA !!!!!!!!!!!  




® Rui Rodrigues.      

domingo, 19 de julho de 2015

A “Química” do Futebol e a química dos perfumes...





Futebol é negócio e emoção. Palmas incitam, sobem o moral... Vaias solapam a emoção, baixam o moral. Com moral baixo os times podem ganhar, com moral baixo é quase certo que perderão muitas partidas. O negócio do futebol é tetralionário, a emoção não tem preço.  



O que aconteceu com o Vasco da Gama que até já foi para a segundona e agora está na zona de rebaixamento? Com o Santos que de repente também está lá, com o flamengo dos altos e baixos, com o fluminense, com uma porção de clubes brasileiros e já aconteceu com a seleção brasileira naquele jogo contra a França em que o Ronaldo Fenômeno surtou de noite e perdemos o jogo contra a França? Um treinador sabia o outro não! O Flamengo contratou um ídolo nacional, o Ronaldinho, e de repente o persegue desestabilizando a torcida, o time, e o que aconteceu com a Portuguesa Santista? E os 7 a 1 da Alemanha?



O que se passa no futebol que não se percebe à vista desarmada, nossos ouvidos nada escutam, ninguém fala nada? Qual é a “química”?



Qualquer coisa seja o que for, que pareça aceitável, “bom”, agradável, quando atinge os píncaros do exagero, estraga-se não no conceito, mas nesse exagero que passa a prejudicar. É como perfume. Em exagero chega a enjoar, afasta as pessoas. Mas há quem ganhe muito dinheiro com os tais exageros. É a química, uma seqüência de eventos em que preparam e misturam ingredientes para se obter um ou mais produtos. Fórmulas químicas são complexas, o futebol também. Os resultados são sempre previsíveis. No caso da química utilizam-se matérias primas, matérias provenientes de varias combinações entre elas, aromas, bases, álcool para evaporar, fixadores para manter o perfume por mais tempo, água, e usam-se métodos testados e estabelecidos para a obtenção de cada composto químico do perfume.


No futebol há os interesses das firmas que patrocinam o clube. Elas financiam o clube, mas podem impor escalações, comprar jogadores, demitir jogadores, e pode ser que nesses patrocinadores haja alguém que aposta em concorrentes e em bolsas de apostas, e contribua para resultados negativos. De olho nos lucros, podem obrigar á venda de jogadores, a criar instabilidade para que o clube perca o jogo e eles ganhem na bolsa de apostas de Londres, ou comprem outros jogadores. Podem levar á venda de Estádios ou á venda de outros patrimônios do clube. Apenas os patrocinadores? Não... Qualquer pessoa ou instituição influente no clube pode fazer isso, incluindo a diretoria por conivência ou falta de percepção, de forma mancomunada ou por conta própria.

Por exemplo, se o objetivo é favorecer um outro clube não por paixão, como é a do torcedor, mas por dinheiro, uma diretoria mancomunada ou não com os patrocinadores pode perfeitamente ás vésperas de um jogo jogar umas gotas de produto químico num copo de café de com leite, de forma que o jogador tenha visões noturnas, pesadelos, sinta medo, e não se encontre em condições de jogar no dia seguinte. A equipe poderia ganhar o jogo sem ele, mas sendo líder, exemplo, o time perde o moral, desestabiliza-se, sente a perda e perde o jogo. Evidentemente que apenas uma ou duas pessoas na equipe técnica pode saber disso, e é possível que um trate as coisas com calma e o outro diga que foi uma surpresa, que não sabia que o jogador não poderia jogar aquela partida, por total falta de condições. Poderia ser por apostas na bolsa de apostas. Essas coisas são combinadas fora das câmaras, na beira da piscina, no campo de golfe, não há testemunhas, nem troca de e-mails.



O fato é que, afora o trabalho dos árbitros que pode ser melhor ou pior, de forma premeditada ou não, as leis do futebol também não permitem correção de erros constados durante a partida. Todos sabem que foi um erro, mas o erro é validado, o que vai contra a maré de justiça que se espalha pelo mundo. O mundo não suporta injustiças, nem comunistas nem socialistas extremados, nem extremados capitalistas, nada que ultrapasse os padrões de justiça pode ser considerado como aceitável nos dias de hoje. Ainda mais sem explicação alguma, ou mesmo com explicações que não convençam a ninguém. Engole-se, mas vomita-se... Torcidas vomitam seu fel. Situação previsível, a direção sai, mas sai bem sem prejuízos financeiros. Com um pouco de carisma e em ultima instância ainda pode vir a reeleger-se. O mundo perdoa mais do que certamente deveria, mas são as “regras” de eleição que enjaulam a vontade popular, dos adeptos, eleitores, sócios e torcedores. Grupos de apoio apresentam as chapas que concorrem á eleição e não há alternativas para além das que são apresentadas com muita propaganda financiada por quem tem interesses econômicos. Na política é a mesma coisa.


São tantos os fatores que influem na baixa de moral de um time, de um clube, de uma seleção, e tão tênues os laços que agregam a vontade de vencer, que, tal como na química dos perfumes fica difícil dizer que ingrediente é o responsável por um resultado tão “perfumado’ do produto, com características duradouras quando usado na roupa ou no corpo, sem manchar... Alguns ainda protegem contra os raios de sol, aqueles que atrapalham goleiros.


Que o futebol precisa mudar, não há dúvidas. Hoje pertence a uma “máfia” tal como se comprova nesta crise de legalidade e justiça no seio da FIFA. Imagine-se ao nível de confederações, de federações, de seleções nacionais. Como que um pênalti mal marcado, que pode ser verificado por câmaras pode definir um campeonato, arrasar uma torcida por um ano, uma seleção por quatro anos, acabar com um clube?


® Rui Rodrigues 

sábado, 18 de julho de 2015

O meu amor pelo Chile





Eu era ainda um garotinho, lá pelos idos dos anos 50, que pouco passara dos nove anos e não sabia quase nada da vida. O que mais sabia é que tinha matemática e meninas para me divertir, cada uma de um jeito (a matemática pela precisão e as meninas pela imprevisibilidade), vinhedos e vinho, animais diversos, e gentes com costumes e aparência tão diferente, que achei que, se um dia não me sentisse bem num lugar, haveria gente agrupada em continentes, em cujo meio me poderia situar de modo feliz. É que santos da porta não fazem milagres e percebi isso muito rapidamente. Como português nato, aprendi a comer peixe e crustáceos com minha tia Elisa e com meu tio, que casou com ela, de nome Adolfo Manuel Rodrigues Melo Marques Durães. È um nome muito comprido o do meu tio postiço que foi como um pai e do qual sinto saudades. Não tive coragem de vê-lo quando estava no leito de morte. Senti-me um covarde! Não me perdôo. Para me salvar um pouco da covardia, não me fiz presente para não ter que chorar a sua morte, e guardar coisas tristes a seu respeito. Preferi guardar apenas os bons momentos. Senti-me covarde e egoísta! Mas foi com ele que pela primeira vez tomei conhecimento de um país chamado Chile. 
Costumava levar-me numa rua ali no centro de Lisboa, a Rua Barros Queirós, muito estreita, ligando o largo de Martim Moniz ao Rossio, e onde havia uma loja que vendia revistas em quadrinhos do Brasil. Havia uma lei segundo a qual não se podiam editar livros em literatura do Brasil porque não havia acordo ortográfico, uma lei bárbara, idiota, retrógrada. Naquela rua podia vender-se. Acho que o dono era amigo dos amigos do Salazar ou dele mesmo. Numa das revistas que me comprou, havia uma do Walt Disney falando sobre o Chile. Memorizei o país.
Muito pouco tempo depois, já que lia fluentemente, minha prima Alice nos visitou na Rua de Arroios, em frente á Praça onde fica ainda a Igreja de Arroios, a um quarteirão da Praça do Chile. Morávamos no numero 147, num rés-do-chão com área de serviço enorme que ia de lado a lado do prédio, um jardim aos fundos que pertencia aos donos do quarto andar. Ao lado a Esquadra da Polícia. O prédio já foi abaixo. A rua ainda está lá. Meu tio já faleceu há bastantes décadas, Salazar já não existe, o acordo ortográfico agora permite livros brasileiros. Portugal progrediu muito. Minha tia foi-se também, mas ela é que era a “dura”, mais que alemã, na minha educação. Tirando os exageros, que descanse em paz. Nada a reclamar. A culpa foi de meu pai que me deixou tantos anos com ela. Um amigo meu quando me viu em Lisboa décadas depois me perguntou se a “jararaca” de minha tia ainda era viva. Foi o Pedro, um vizinho na época que morava no quarto andar, mas não era o dono do jardim, que era umas dez vezes maior que a área do jardim do nosso apartamento. Só havia dois jardins naquele prédio de quatro andares, dois por andar... Uma merda arquitetônica, com 13 dependências, feita provavelmente por amigos do regime de Salazar, que fizeram a distribuição das áreas como bem lhes aprouve por interesses escusos. 
Com aquela idade senti o cheiro da problemática, mas só depois percebi como se faziam apartamentos daqueles. Meu tio era de família tradicional e se explica porque ganhou uma área daquelas, mas não a do jardim do quarto andar. Um par de anos depois, minha prima Alice me ofereceu de aniversário, um livro extraordinário que devorei em um par de dias: “Vinte mil léguas submarinas” do Julio Verne. Permitam-me uma breve pausa para segurar um par de lágrimas pela recordação saudosa de meu tio e de minha prima Alice, e pelo bem que me fizeram, por sua contribuição para o meu conhecimento de poder ver para o lado bom da vida. A vida é um rosário de penas que deve ser aliviado com bons momentos sem que nela se pense. No livro do Julio Verne faz-se menção a Pucón, creio, uma cidade chilena. Se não era essa era outra do sul do Chile, mas “cheirava” a mar, a peixe e a mariscos. É bom ler livros tentando identificar os hipotéticos cheiros. São os fígados de peixe que mais têm cheiro de peixe. Nada melhor para realçar o sabor de peixe do que um pouco de fígado, como por exemplo, num caldo. Certo dia, li num livro de geografia que o Chile era o único país fora do Mediterrâneo que tinha clima mediterrâneo. Isso, aliado ao sentido de aventura, aos vinhedos, aos peixes e mariscos, ao oceano Pacífico, aguçou minha curiosidade pelo Chile.

Pelo final do ano de 1973 saí da empresa Contal no Rio Grande do Sul para onde tinha ido – do Rio de Janeiro - como gerente da Empresa, e fui para São Paulo convidado por uma outra: A Formaespaço. Fui morar na Avenida Paulista com minha esposa e uma filhinha de 11 meses de idade. Conheci então um casal chileno que vivia num apartamento em frente ao meu: Jaime Irigoyen e sua esposa Letícia Nicoletti, também com uma “nena”, a Valentina. Fizemos amizade no dia em que Letízia bateu á nossa porta e se ofereceu para o que fosse necessário. Um gesto muito lindo, raro em qualquer cidade do mundo. Nossa vida, a partir daí, foi uma série de coincidências de trabalharmos em mesmas cidades ou países, ainda que em empresas diferentes. Foi assim que conhecidos em São Paulo, nos mudamos para o Rio, para Barranquilla na Colômbia, para Lisboa e Madrid, para Santiago do Chile. Parece que seja o que for que possa estar traçando destinos – e não acredito nisso – nos estivesse juntando as famílias, para nos dizer: Ficai juntos!


Em 1999, A família Irigoyen estava no Chile, em Santiago, morando no bairro El Golf. E para onde me manda uma empresa brasileira com origem americana, a Becthel do Brasil? Para Santiago, para ajudar na solução de problemas de contratos na Mineria Los Pelambres. Fui para o escritório em Santiago do Chile e lá estavam os irigoyen, agora com Felipe, meu sobrinho postiço, melhor, meu filho “postiço” por questões de amizade. E conheci o Chile com tudo o que tem, de norte a sul por força de trabalho e de lazer nos tempos vagos. Ao final do trabalho a empresa me deu, como gratificação ou agrado, uma viagem ao sul do Chile, por quinze dias, com tudo pago, até a Patagônia. 


Entre amigos chilenos, costumes, vinho, peixe e mariscos, cultura, o Chile é dos países de meu coração, ao qual nem passaporte chileno me faz falta. Sou da casa, sinto-me em casa. Na Colômbia também, mas Chile tem clima mediterrânico, peixe, mariscos e amigos que na Colômbia não tenho iguais.





® Rui Rodrigues

Aeterna homo - Esse mundo que não se vê se existe

Aeterna homo - Esse mundo que não se vê se existe


É feito de anjos e demônios, ou se preferirem, de duendes e dragões. Nunca vi nenhum dos quatro. Então não existe. Há quem diga que existe. Que lhes faça bom proveito, que curtam adoidado com toda a emoção e sapiência. Devem ser superdotados de poderes transcendentais. Sou apenas um simples mortal tentando me adaptar a um mundo que muda a todo instante por obras humanas e da natureza, mas que existe, se vê, é do nosso meio. Coisas que sistematicamente se chamam se invocam e não aparecem, não existem... E não adianta ter fé daquela inabalável. Se não me é dado ver o que não existe, é porque, como qualquer pessoa normal, não preciso ver. Se precisasse, veria mesmo sem ver, por causa da tal fé, mas fé também se adquire por autoconvencimento ou por decepções contínuas. Victor Hugo, filho de um casal amigo, tinha quatro anos de idade quando brincando de esconde-esconde subiu na ponta da mesa, sentou-se e tapou os olhos com as mãos. Disse-lhe para se esconder depressa, que já tinha perdido tempo, e me respondeu que não precisava porque estava ‘invisível”. Dizem que há água debaixo da terra, que também não se vê mas existe. Existe sim. Acredito piamente embora não a veja a todo instante. Só quando coloco uma tubulação enfiada no solo, uma bomba e a sugo até a superfície. Não há duendes, nem dragões, nem anjos nem demônios nessas águas, porque nunca nenhum foi sugado pela bomba.


O que por vezes nos confunde são os arautos do passado, quando contam coisas que dizem ter visto, citam testemunhas, mas não estavam “lá” quando dizem que essas coisas aconteceram. Um dia recebi a visita de meus cunhados, ela irmã de minha ex-esposa. Ela resolveu ir ao Rio numa quinta feira, e eu fiquei com o marido dela. Ficamos conversando, indo á praia e tomando umas cervejas. Como ele gosta de pintar e eu também, aproveitamos umas telas e pintamos cada um seu quadro enquanto conversávamos. Um vizinho que nos viu chegando da praia, e que pelos vistos não é do rol de amigos, espalhou que eu estava vivendo com um homem. Não estou nem um pouco preocupado em saber se acreditaram no vizinho ou não. Quem perderá o crédito – se já não perdeu – é ele, não eu. E crédito de crentes que crêem em qualquer coisa, não tem o mínimo valor. Podem acreditar em duendes, dragões, anjos e demônios, sereias, adamastores, e até em políticos de ocasião, alardeados por propaganda. Pode garantir-se que qualquer ser humano que tente caminhar sobre as águas se afundará, que jamais alguém subirá vivo aos céus por levitação ou numa carruagem de fogo. E nem se transformará em estrelinha ao sair deste mundo por alguma porta por onde nunca entrou. Somos daqui mesmo, este é o nosso endereço: Via Láctea, Planeta Terra, qualquer lugar onde temporariamente se viva. Para os que vivem nos céus, naqueles mais afastados, nós não existimos. Provavelmente nem saberão que nosso planeta seja habitado. Quem viva em céus mais próximos não tem a mínima cultura, porque já conhecemos esses céus aos quais mandamos artefatos que nós mesmos construímos e não vimos nenhuma vida inteligente além da nossa. O céu das almas não é esse, não são esses os céus dos espíritos. É mais fácil que exista no imenso céu das sinapses, aquela troca de informação entre nossos neurônios que guardam recordações para que possam ser consultadas. Como para funcionarem os neurônios  precisam de energia, quando a nossa energia terminar cessam as sinapses, vai-se a memória por completo e não sobra nada. Podem queimar à vontade, jogar no mar para alimentar os peixes, na terra para servir de adubo – os cemitérios são um desperdício de matéria orgânica aproveitável – jogar numa fábrica de reaproveitamento de produtos químicos.


Se olharmos para o passado, há no que acreditar simplesmente por que “disseram”. Muito do que disseram faz até sentido, mas é preciso ter fé ou comprovar. Quando se comprova se transforma numa verdade. Houve sim, a batalha das Termópilas, na Grécia, onde 300 espartanos teriam vencido 3.000.000 de persas segundo historiadores gregos da oportunidade. Era um exagero para inflar o orgulho do povo. Comprovadamente por escavações e estudos, eram aproximadamente 3.000 os gregos, mas não só espartanos, e cerca de 300.000 os persas, e não só persas. Essa batalha heróica os gregos perderam, mas serviu para dias depois ganharem a batalha final que os livrou dos persas. “Ver” o passado, é possível, e até confirmá-lo ou corrigi-lo, e com o uso de equipamentos modernos podemos até filmá-lo e guardar para o futuro. Ver o futuro, isso é impossível, embora possamos admitir muito facilmente que, a julgar pelo passado, o futuro continuará a existir para quem chegar nele ou viver nessa ocasião. Os visionários do passado eram todos falsos. Escreveram sobre o passado - já no futuro - como se estivessem no passado, e pudessem adivinhar o futuro sob “bênçãos divinas”. Mas há outro modo, não de ver, mas de vislumbrar o futuro e a quase “eternidade” do homem com base na tecnologia já disponível.

O homem eterno - Aeterna homo


É simples. Uma bomba de oxigênio para oxigenar o cérebro, uma fonte líquida de alimento com propriedades similares ao sangue, com filtragem de dejetos, e um elemento de transição que permita comandar o corpo com o cérebro. O resto do corpo é completamente mecânico e reparável com peças de reposição, pelo próprio corpo. Podemos nos perguntar porque já não fomos feitos assim. A resposta é simples: A natureza fez a sua parte. Se quisermos melhorar teremos que fazer a nossa parte. Uma delas é deixarmos de ver fantasmas ao meio-dia, deixarmos de nos melindrar com conceitos, preceitos e preconceitos, trabalhar duro e rapidamente, de forma produtiva antes que a vida neste planeta acabe, e partir para o abraço mecânico.

Todas as condições subjetivas humanas ficarão garantidas. Somos humanos no cérebro! E muitos continuarão vendo duendes, dragões, santos e demônios, e ainda acreditarão que com muita fé se possa andar sobre as águas e ressuscitar. Mas até a cabeça sobre corpo mecânico um dia pifa e vai para o brejo, e com exceção da cabeça, todos os outros órgãos poderão ser reaproveitados sem melindres. 



® Rui Rodrigues