Futebol
é negócio e emoção. Palmas incitam, sobem o moral... Vaias solapam a emoção,
baixam o moral. Com moral baixo os times podem ganhar, com moral baixo é quase
certo que perderão muitas partidas. O negócio do futebol é tetralionário, a
emoção não tem preço.
O que
aconteceu com o Vasco da Gama que até já foi para a segundona e agora está na
zona de rebaixamento? Com o Santos que de repente também está lá, com o
flamengo dos altos e baixos, com o fluminense, com uma porção de clubes
brasileiros e já aconteceu com a seleção brasileira naquele jogo contra a
França em que o Ronaldo Fenômeno surtou de noite e perdemos o jogo contra a
França? Um treinador sabia o outro não! O Flamengo contratou um ídolo nacional,
o Ronaldinho, e de repente o persegue desestabilizando a torcida, o time, e o
que aconteceu com a Portuguesa Santista? E os 7 a 1 da Alemanha?
O que se
passa no futebol que não se percebe à vista desarmada, nossos ouvidos nada
escutam, ninguém fala nada? Qual é a “química”?
Qualquer
coisa seja o que for, que pareça aceitável, “bom”, agradável, quando atinge os
píncaros do exagero, estraga-se não no conceito, mas nesse exagero que passa a
prejudicar. É como perfume. Em exagero chega a enjoar, afasta as pessoas. Mas
há quem ganhe muito dinheiro com os tais exageros. É a química, uma seqüência
de eventos em que preparam e misturam ingredientes para se obter um ou mais
produtos. Fórmulas químicas são complexas, o futebol também. Os resultados são
sempre previsíveis. No caso da química utilizam-se matérias primas, matérias
provenientes de varias combinações entre elas, aromas, bases, álcool para
evaporar, fixadores para manter o perfume por mais tempo, água, e usam-se
métodos testados e estabelecidos para a obtenção de cada composto químico do
perfume.
No
futebol há os interesses das firmas que patrocinam o clube. Elas financiam o
clube, mas podem impor escalações, comprar jogadores, demitir jogadores, e pode
ser que nesses patrocinadores haja alguém que aposta em concorrentes e em
bolsas de apostas, e contribua para resultados negativos. De olho nos lucros,
podem obrigar á venda de jogadores, a criar instabilidade para que o clube
perca o jogo e eles ganhem na bolsa de apostas de Londres, ou comprem outros
jogadores. Podem levar á venda de Estádios ou á venda de outros patrimônios do
clube. Apenas os patrocinadores? Não... Qualquer pessoa ou instituição
influente no clube pode fazer isso, incluindo a diretoria por conivência ou
falta de percepção, de forma mancomunada ou por conta própria.
Por
exemplo, se o objetivo é favorecer um outro clube não por paixão, como é a do
torcedor, mas por dinheiro, uma diretoria mancomunada ou não com os
patrocinadores pode perfeitamente ás vésperas de um jogo jogar umas gotas de
produto químico num copo de café de com leite, de forma que o jogador tenha
visões noturnas, pesadelos, sinta medo, e não se encontre em condições de jogar
no dia seguinte. A equipe poderia ganhar o jogo sem ele, mas sendo líder,
exemplo, o time perde o moral, desestabiliza-se, sente a perda e perde o jogo.
Evidentemente que apenas uma ou duas pessoas na equipe técnica pode saber
disso, e é possível que um trate as coisas com calma e o outro diga que foi uma
surpresa, que não sabia que o jogador não poderia jogar aquela partida, por
total falta de condições. Poderia ser por apostas na bolsa de apostas. Essas
coisas são combinadas fora das câmaras, na beira da piscina, no campo de golfe,
não há testemunhas, nem troca de e-mails.
O fato é
que, afora o trabalho dos árbitros que pode ser melhor ou pior, de forma
premeditada ou não, as leis do futebol também não permitem correção de erros
constados durante a partida. Todos sabem que foi um erro, mas o erro é
validado, o que vai contra a maré de justiça que se espalha pelo mundo. O mundo
não suporta injustiças, nem comunistas nem socialistas extremados, nem
extremados capitalistas, nada que ultrapasse os padrões de justiça pode ser
considerado como aceitável nos dias de hoje. Ainda mais sem explicação alguma,
ou mesmo com explicações que não convençam a ninguém. Engole-se, mas vomita-se...
Torcidas vomitam seu fel. Situação previsível, a direção sai, mas sai bem sem
prejuízos financeiros. Com um pouco de carisma e em ultima instância ainda pode
vir a reeleger-se. O mundo perdoa mais do que certamente deveria, mas são as
“regras” de eleição que enjaulam a vontade popular, dos adeptos, eleitores,
sócios e torcedores. Grupos de apoio apresentam as chapas que concorrem á
eleição e não há alternativas para além das que são apresentadas com muita
propaganda financiada por quem tem interesses econômicos. Na política é a mesma
coisa.
São
tantos os fatores que influem na baixa de moral de um time, de um clube, de uma
seleção, e tão tênues os laços que agregam a vontade de vencer, que, tal como
na química dos perfumes fica difícil dizer que ingrediente é o responsável por
um resultado tão “perfumado’ do produto, com características duradouras quando
usado na roupa ou no corpo, sem manchar... Alguns ainda protegem contra os
raios de sol, aqueles que atrapalham goleiros.
Que o
futebol precisa mudar, não há dúvidas. Hoje pertence a uma “máfia” tal como se
comprova nesta crise de legalidade e justiça no seio da FIFA. Imagine-se ao
nível de confederações, de federações, de seleções nacionais. Como que um
pênalti mal marcado, que pode ser verificado por câmaras pode definir um
campeonato, arrasar uma torcida por um ano, uma seleção por quatro anos, acabar
com um clube?
® Rui
Rodrigues
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Grato por seus comentários.