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terça-feira, 12 de abril de 2016

Ao ministro Marco Aurélio Mello

Ministro,


Fernando Collor de Mello é seu primo e sua indicação para o Supremo Tribunal Federal foi por obra dele, cargo que ocupa desde 1990. Parece-nos a nós, os 170 milhões de brasileiros sedentos de justiça, que presidentes gostam sempre de ter as "costas quentes" por algum "baluarte" dos conceitos de lei. E se o tal baluarte não existe, constrói-se, empurra-se, coisa semelhante em que os juízes estaduais são nomeados por políticos e se subordinam aos que os indicaram, ficando assim difícil aos cidadãos receberem a justiça que merecem, a maior causa da "lentidão" da lei. Indicações assim, por obra de algum poderoso, ainda que previstas maldosamente em leis, sem concurso, ou de concurso duvidoso, nos fazem duvidar do mérito, e nos deixam uma "pulga atrás da orelha" sobre seu estado psicológico de isenção... Nossas duvidas têm tanto mais fundamento quanto se sabe que sua filha Letícia Mello foi nomeada por Dilma Rousseff para o cargo de desembargadora do Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro e Espirito Santo, a 2a Região. Aos 37 anos, sendo preferida em detrimento de mais dois concorrentes com maior experiencia. Pois esta é a minha "segunda pulga atrás da orelha" e corro o risco de ser tido como "pulguento".


Sabe, ministro? Em 1973, logo no começo, fui nomeado, por mérito, para ser o Gerente de três empresas de um grupo que era o maior da America Latina, para a Região Sul. Montei o escritório em Porto Alegre, fui o gerente de construção do edifício sede da Embratel e seu responsável técnico. Contratei uma secretária pela qual me apaixonei. Quando decidimos casar, e meses antes do casamento, ela saiu da empresa para evitarmos "conflitos de interesse". O senhor sabe a que me refiro. Depois de casados tivemos dois filhos. Nunca interferi ou pedi que interferissem para lhes arranjarem emprego. Nunca permiti que me perguntassem: - "Como posso ajudá-lo?"... E enriqueci minha moral e ética, paguei meus impostos, virei muita noite trabalhando sem remuneração apenas por responsabilidade. Eu posso dizer que não fui corrompido, outros dirão que fui tonto por não ter aproveitado. E, quando achei que estava ficando ultrapassado nas coisas da engenharia e das leis, porque a idade avança e o trabalho não nos permite a atualização constante, peguei meus dossiês e minha maleta e encerrei a carreira antes que começasse a cometer desatinos.


Pode achar que esta seja uma "missiva" sem pés nos chão, nem rabo preso, nem cabeça ao léu, e pode até desconhece-la, mas se o senhor reparar, há-de por certo notar quantos milhões de brasileiros andam com suas pulguinhas atrás das orelhas que clamam por credibilidade, postura, moral, ética e justiça. Em cargos importantes não basta parecer. Tem que se ser.

Então permita-me pedir-lhe um favor: Mate nossas pulguinhas ministro, e seja justo sem ser politico, faça justiça no cargo sem advogar, mostre ao povo brasileiro, com suas palavras que tão bem sabe silabar, que não apenas parece, mas que também é homem justo de justiça justa. E, se mais não lhe for possível, que faça devolver o que por falta de mérito foi tomado. Longo tempo de serviço, no estado em que nosso Estado se encontra, não é recomendação. Diziam antigamente que as mulheres se deveriam espelhar nas de Atenas... O ex-ministro Joaquim Barbosa é um bom espelho para o senhor e para todos os membros de qualquer tribunal do mundo. Pelo menos, 90% da população brasileira assim acha! Recomende-o a seus pares, também indicados, porque real e definitivamente o BRASIL mudou! 

Na verdade o mundo está mudando e o Brasil acompanha, desde os casos Julian Assange e Edward Snowden. Por exemplo, quem temeu as acusações da justiça americana ao pessoal da FIFA pensou que esse era um "mar agitado" que logo passaria. Mas pobres pecadores empedernidos de velhos modos de oportunismo na vida, foram extraditados da Suíça para os EUA. As várias etapas do Lava-Jato mostram que "algo novo" - que em absoluto não é politica- apareceram em nossas vidas do dia a dia, dando-nos a certeza que fazer-se justiça, da justa, sim é possível. E quando se pensou que finalmente o mar agitado se acalmaria, vazaram documentos da Mossack Fonseca, e este é apenas o quarto maior escritório de offshores. Podemos pensar no que pode acontecer quando das três primeiras maiores empresas dessa natureza vierem documentos a publico. A NSA americana invadiu as comunicações dos maiores figurões do mundo e a presidente Dilma Rousseff até reclamou bastante. Nota-se ao redor da America Latina que sobra informação que desmascara quem se achava o bom-de-lero do pedaço, o rei da cocada, a rainha da sucata, que pensavam que tudo ficaria no sigilo...Não fica não!

Esse seu cravo de branca pureza na lapela, lhe ficou supimpa, ministro, muito elegante em beca e no palavrear, que eruditam e perfumam o ambiente, bem longe do vulgar e popular "uma no cravo e outra na ferradura". Lei não pode ser uma no cravo e outra na ferradura. Permita-me explicar: Não seria de bom tom, o senhor, senhor ministro, e a bem da tal justiça justa, encaminhar oficio ao senado, pedindo o impeachment do senhor Collor de Mello, seu primo? E seguindo o padrão de justiça, pelo menos não criar obstáculos ao impeachment da presidente, aliada de Fernando Collor de Mello, seu primo? Pelo menos se eliminaria o estado de "ridículo".

Rui Rodrigues 

PS- cerca de 24 horas depois deste texto, uma noticia no "The Guardian": 28 países se reunirão em Paris para desvendar os segredos das três maiores empresas de advogados que lidam com empresas offshore... Corruptos não terão onde se esconder. Ver em http://gu.com/p/4ta47/sfb 

domingo, 10 de abril de 2016

Cronicas do Peró - O cantinho das Meninas




Entre a praia da Baia Bela (Praia do Peró) , ali pelas alturas do Peró, e a das Conchas até o cantinho no final, em Cabo Frio, não vão mais que uns escassos 1.100 metros repletos de gente com lembranças e sonhos, alguns perdidos, alguns de satisfação e esperança.

O velho simpático do antigo restaurante encravado num curto istmo, entre as duas baias, faleceu! No tempo dele já éramos velhos. Agora todos somos idosos sem a minima diferença. Eufemizam-se os termos, mas a essência, e por vezes o andar da carruagem é sempre a mesma. Modismos insignificantes da moda dos iludidos. Ele tinha um nome, mas que importa o nome, se os que ainda têm memoria são tão poucos, e nem dele falam mais, porque os interlocutores nem entendem o que dizem, ou nem sequer estão interessados? Ele sabia dos tempos de enormes barcos de pesca que descarregavam na praia para encher enormes caminhões para o Rio de Janeiro. Dizem os pescadores que falta peixe, mas falta muita coisa mais. Os tempos não são bons, os ventos são quentes, os bolsos estão vazios como as redes para os peixes. As lulas que crescem tanto, são colhidas ainda na primeira infância, um desperdício, e as grandes exportadas para o exterior. As cidades e municípios contemplam apenas, e grátis, o ir e vir das ondas. O progresso está em descanso, a ordem presa e reclusa em casas ainda virgens de assaltos. A moral e a ética são réus nos tribunais de justiça e não é exagero. Que o diga quem sabe, que escute quem quiser ouvir. Como os juízes são do governo, que causa se poderá ganhar, mesmo sendo justa, se os juízes não a julgam justa?



Na Praia das Conchas há um lugar vazio na linha de Restaurantes onde antes havia mais um. O espaço na areia, na subida no pequeno monte, ou duna, é hoje ocupado pelas Meninas do Peró… Um cantinho para descanso, trocar umas ideias, jogar conversa fora, uma pequena mesa para colocar a garrafa de água, a bolsa, a mochila, e cadeiras disponíveis. Gente que optou por viver em Cabo Frio, ou que ainda visita as praias da cidade como sempre fez. Uma caminhada matutina antes que o sol fique a pino e a praia se encha de gente que não conhece, aquela gente que por isso mesmo não precisa se cumprimentar. Para esses, o lugar é apenas uma bela paisagem no máximo com uma meia duzia de lembranças. As das Meninas do Peró poderiam dar um belo livro.

Naquele dia entrei na água com elas. Estava fria para mim. Entre risos, sorrisos e uma boa conversa, deixei-as no meio da água para me sentar numa cadeira, na sombra. Achei melhor me afastar, porque foi a primeira vez que conheci o grupo. Não quis ser um intruso com comentários ou apartes, e muito menos constrang
ê-las de falar sob particularidades que com minha presença não falariam.



Não são "coisa pouca" na arquitetura intelectual de Cabo Frio, dotadas de cursos, doutorados, profissões de topo, algumas ainda na ativa, outras aposentadas. Vivem no local, vêm de Brasilia, Minas Gerais, Rio de Janeiro. Perguntam-se porque razão ali, naquele cantinho, havia mais um pequeno restaurante, e já não há, sem que nada mais haja mudado naquela pequena baia onde antes havia tanta concha. E, se para pergunta tão simples não há resposta plausível, que dizer de outras perguntas mais complicadas que se poderiam fazer sobre Cabo Frio e sua "vetusta" e tradicional politica de políticos sem formação em politica, eleitos por "simpatias"? Ainda esta semana havia lixo pelas ruas, a segurança não melhorou, dizem que falta dinheiro para pagamento de salários na função publica, e já existem políticos da velha guarda, de velhos costumes, dizendo que se irão reeleger... Se o Brasil realmente mudou, não se elegem!


O cantinho das meninas é realmente muito simpático. Uma delas passou boa parte do tempo apanhando pequenos pedaços de coral, pedras, conchas, das poucas que ainda existem para compor suas obras com areia. Outra, sob olhares preocupados, nadou sozinha atravessando parte da baia das conchas. Alguém sugeriu que usasse uma pequena bóia amarela para que se soubesse onde estava. 

Na volta para casa, vi que aquela placa de "outdoor" com versão em inglês, e pela qual se deve ter pago elevada verba publica, oxidou e caiu. Foi feita com estrutura de ferro, ali, na beira da praia. Evidentemente que mais verbas serão gastas para "plantar" nova placa que não deveria ter oxidado tão cedo se o material fosse adequado ao vento salgado.   

Nesse dia pela noite senti forte alergia. Costumo ter alergia a pelo de gatos e nem sei como pude conviver com Sarkye, a minha amada gata, por 12 curtos anos. Onde dormi não havia gatos. Mas então, de onde vinha a alergia? Descobriu-se, entre o forro do quarto e a estrutura do telhado, uma enorme colonia de férias de morcegos, daqueles bem peludos com cara de irritados. Terão de buscar nova "caverna" porque aquelas frestas pequenas entre o madeirame do telhado e as paredes da casa foram definitivamente seladas. Deveríamos fazer o mesmo com políticos ineficientes: Selar-lhes o acesso a eleições, desprezando a propaganda e aqueles sujeitos que oferecem vantagens se votarmos naqueles que indicam. Cabo Frio voltaria a ser aquela cidade progressista de há 30 anos atrás.


Vida longa para as meninas e seu cantinho! 

Rui Rodrigues

terça-feira, 5 de abril de 2016

O Canguru do Alquimista

A foto é do monólito de Uluru, que parece enorme monstro petrificado.

Em 1522 Cristóvão de Mendonça descobriu a misteriosa ilha do Sul, que atualmente de conhece como o continente da Austrália,saindo de Malaca com uma frota de 4 embarcações para procurar a "ilha do ouro". Em 1525 a coroa portuguesa mandou confirmar e enviou outro navegador. Desta vez, Gomes de Sequeira. Era mesmo um continente, cheio de enormes coelhos saltadores a que se chamou de Cangurus. Sempre misteriosos e calados, e sem gente para mandar colonizar, viram passar-se quase dois séculos até que em 1770 o capitão James Cook a redescobrisse e reclamasse para a coroa britânica. Antes dos ingleses, mas depois dos portugueses, também passaram por lá os holandeses em 1606, sob o comando de um tal Willem Janszoon . Para os portugueses foram-se a ilha e os cangurus, mas ficaram os dedos para navegar. Mas então porque razão não ocuparam a ilha com pelo menos um padrão de pedra entalhada para atestar a posse da terra? Foi isso que um cara de porre, os olhos vesgos, um bafo daqueles de espantar dragão, e falando um português horrível, nos contou aqui no Bar do Chopp Grátis. Era conhecido como Abrantes, beberrão contumaz... Contou ele:


- Fiquei sabendo que na frota do Cristóvão de Mendonça em 1522, mesmo ano do fim da viagem de circunavegação de Fernão de Magalhães, viajou um certo Malaquias "tintureiro". Ele era alquimista do rei. Cristóvão ia em busca da "Ilha do ouro", que Marco Polo dizia existir a sul de Java.

- E havia muito ouro, ó Abrantes? (perguntou um cliente da mesa ao lado)
- Nunca se soube. O Malaquias tintureiro era alquimista, e se encontrou ouro não disse para ninguém. Era uma frota de reconhecimento, para fazer cartografia. Mas Malaquias contou a sua história.

       
- Foi descoberto um livro português de orações (ver nota 1) do século XVI, que começou em 1501 e terminou em 1600, e que tem um canguru desenhado. Ora, cangurus só existem na Australia. Quem escrevia estes livros eram frades e freiras "copistas". Eles também gostavam de ouro, e a bordo de cada nau ia sempre um padre para confortar a tripulação...
- Mas havia muito ouro ó Abrantes? (repetiu o mesmo cliente, ávido pela resposta)
- Já vou chegar lá...Já vou chegar lá...(e continuou a narrativa entre um gole e outro)
- Onde que eu estava? Há...Já sei...Lembrei...Ia sempre um sacerdote para confortar a tripulação... Acontece que um desses sacerdotes era exatamente o tal do Malaquias, que era o tintureiro do rei, também um alquimista. Ninguém melhor que um alquimista para encontrar ouro, mas o homem era tintureiro e sacerdote ao mesmo tempo, o que complicava as coisas. Por um lado era fiel ao rei, por outro à igreja, e tinha  seus brios próprios como tintureiro. 
- E então? havia muito ouro por lá, ó Abrantes? (insistiu o cliente da outra mesa. )
- Olha!...Não sei onde  estou que não te enfio a mão... Mas tu me atazanas as idéias... Tu és um apressado irritante... Pára com isso e escuta, diabo!!!! Se me interrompes mais uma vez te garanto que vais ficar surdo das duas orelhas!... Toma... (e empurrou-lhe o seu copo de Whisky)... Toma uns goles e cala-te se me fazes o favor... Garçom... Traze-me mais uma dose pra mim... (o cliente da mesa ao lado, pegou o copo e deu um trago encolhendo os ombros e apoiando a cabeça sobre a mão, apoiando o braço na mesa pelo cotovelo).



Onde que eu estava? Há... Já sei... Lembrei... O tintureiro tinha seus brios próprios... Pediu ao comandante para desembarcar e partir numa expedição ao centro da ilha. Foi quando descobriu os cangurus, os aborígenes e uma pedra enorme chamada Uluru. Primeiro descobriram os cangurus pensando que fossem coelhos enormes, mas bastante valentes que chutavam com os dois pés ao mesmo tempo. Acharam a carne comestível não muito diferente da carne de coelho. Depois de entrarem em contato com os aborígenes se desencantaram porque usavam adereços de conchas e coral em vez de ouro. E finalmente quando começaram as discussões inevitáveis, os aborígenes apontaram para o Uluru e deram-lhes a entender que se não ficassem calmos ou despertariam o monstro do Uluru ou os transformariam na montanha como mais umas pedras vermelhas. Os aborígenes eram muitos e eles apenas meia-duzia. Fugiram!




- Então não tinha ouro por lá ó Abrantes...(interrompeu novamente o mesmo cliente da mesa ao lado)

- Ali não tinha, ó matusquela...(disse o Abrantes virando-se para a mesa ao lado)... Mas tinha noutro lugar. Andaram garimpando num rio que encontraram pelo caminho mas foram tão poucas as pepitas, que guardou no bolso.
- E a tal expedição de 1525? (perguntou um outro cliente do Bar)
- Não se sabe muito... Descobriu as ilhas carolinas e suspeita-se que tenha passado pela Australia. Mas o que sei é sobre o livro de orações. Pertenceu a uma senhora chamada Catarina de Carvalho, esposa de Felício Rodrigues, mãe de um frade chamado S. Paulo de Brito, que nada mais era do que o Malaquias Tintureiro, o alquimista do Rei, tao importante que se tornou provedor do Hospital das Caldas... Eles trocavam o nome quando se ordenavam. 
- E o ouro? As pepitas eram muito grandes? (alguém perguntou)
- Quem me contou não estava muito certo do nome Malaquias. Podia ser outro nome, de resto tudo que contei é verdadeiro.   
              
 Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, nas Caldas da Rainha.
  
- Só tenho algo a acrescentar. o Tal Malaquias, alquimista, tintureiro, frade e provedor do Hospital, era rico por parte de pai e mãe, por ser alquimista, por ser tintureiro, por ser frade, e certamente ainda ficou mais rico por vir a ser provedor do Hospital.  


Rui Rodrigues  

Nota 1-  Ver em https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/um-canguru-pode-provar-que-foram-os-portugueses-a-descobrir-a-australia-1619895 

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Burlesco acachapante, um primor de obra mórbida


Nelson Rodrigues era "fluminensiano". Não era Flamenguista. Se tivesse sido, certamente a felicidade lhe teria soprado muito mais amiúde a cada jogo e campeonato ganhos. É preciso ser-se sofredor para ter os sentimentos à flor da pele, na ponta dos dedos, nas letras timbradas uma a uma no papel que escorrega pela máquina de escrever enquanto a cabeça voa. Folha por folha!

Nelson Rodrigues era acima de tudo um sábio, das terras onde cantava o sabiá, e hoje cantam sapos de corneta, desses que se infiltraram na democracia e a tratam como mercadores de antanho tratavam o dinheiro com total morbidez cleptomaníaca, a cada um o seu preço que em nada representava o valor de quem comprava, ou da mercadoria, mas a vaidade de poderem dizer: Comprei da caravana! Hoje as caravanas se vestem de trezes e vermelhos, e não compram nada, vendem a alma por uma misera merreca que não lhes dura mais que um fugaz segundo. No seguinte segundo, a inflação já lhes comeu as próprias entranhas, como terríveis jacarés com focinhos de morcegos-vampiro.

A pátria se corrói de atitudes evasivas, subterfúgios e anti-leis, destinadas a proteger saltimbancos teatrais de beira de estrada, meliantes ladravazes de fundo de quarteirão, facínoras pestilentos e autênticos pula-muros genocidas que matam pela falta de um esquadrão de decência que não existe no poder togado. Têm a desfaçatez de usar o comunismo  e o socialismo para forrarem bolsos, cuecas, sutiãs e meias com dinheiro das "ofertas" publicas, o pouco que sobrou de envio legal e entrada ilegal de contas em paraísos fiscais, que agora legalizaram por medida provisória. Sem essa falsa "legalização", o dinheiro corrupto teria sérias dificuldades para entrar no pais. 

Nem o PT consegue ter uma "torcida" nacional com a grandiosidade da do Flamengo...Ficaram tão evidentes seus fins lucrativos, que o PT se transformou na maior empresa nacional de corrupção, o partido mais abjeto da nação. O Brasil tem a respiração suspensa, sofre de arritmia, o coração parece a ponto de explodir no peito, aguardando o momento em que finalmente alguém comunique o "GOOOOOoooooooooool" redentor da Democracia sobre a equipe da empresa vermelha onde todos têm o numero treze na camisa e jogam em bloco com uma goleira que nutre o time, uma defesa onde todos são juízes, um meio campo formado por antigos e decadentes políticos pernas-de-pau, e um ataque de assaltantes dos piores tipos, uma ralé de falsos ideais. Dizem que compraram o árbitro e a segurança do Estádio... Pode ser que seja. Pode ser. Que assim fosse... Mas sem  torcida, não há jogos de futebol, nem dinheiro para manter o estádio.

O gol redentor traz o alivio da justiça sobre os catimbeiros, os pernas-de-pau que assolam o bom esporte da democracia, onde os "cartolas" se escondem atrás de uma medida provisória, discursos inflamados, ameaças demoníacas, propagandistas de produtos baba-da-cobra, corroídos corruptos, o povo dividido entre a ignorância militante, e a ignorância esfomeada de justiça.

Rui Rodrigues        



sábado, 2 de abril de 2016

Como seria o paleolítico de há 1.700.000 anos...

ÁFRICA... Um milhão e setecentos mil anos atrás. Tem ideia de quanto tempo isso representa? O Brasil foi descoberto há apenas 516 anos... As pirâmides do Egito foram construídas há cerca de 6.000 anos. O Homo Sapiens surgiu  200.000 anos.

Australopithecus Afarensis   


Imagine-se numa imensa savana cheia de feras imensas e terríveis, nenhuma aldeia, cidade, instrumento, escrita, tipo de agricultura, roupas, casas, nada. Seus companheiros falavam com estalidos da língua, auxiliados com sinais feitos com o corpo, cabeça e braços. Apenas o fogo tinha sido descoberto cerca de 200.000 anos antes. O progresso da inteligência humana se fazia, naqueles tempos, a uma velocidade muito lenta digamos, por exemplo, de um quilômetro por ano. Hoje evoluímos a uns duzentos quilômetros por hora e cada vez mais rapidamente.  

Fiquemos então neste cenário de savana, em África, fazendo parte de um pequeno grupo humano que se movimentava sempre para norte em busca de temperaturas mais frias devastando as frutas e raízes de árvores que iam encontrando, uma ou outra caça ainda fresca que tivessem encontrado ou abatido. A cada geração um novo e pequeno avanço. Imagine-se como fazendo parte de um grupo de uns vinte indivíduos, observando, pura e simplesmente, o que se passa ao seu redor durante uma semana...O que poderia ter visto?



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 Dia Um
(Chegada a Novo Lugar)

Homo Ergaster 

O pequeno grupo havia caminhado durante todo o dia sem encontrar lugar onde existissem árvores de fruto suficientes para lhes garantir um pequeno descanso, uma pequena estadia de pelo menos uma semana, antes que se vissem obrigados a caminhar incansavelmente em busca de nova fonte de alimentação. Toda a sua vida tinha sido assim, nem se lembravam mais de onde tinham vindo, nem há quantas luas. Pelo entardecer chegaram às margens de um pequeno rio. Mergulharam o rosto na água sorvendo-a gole a gole, enquanto olhavam ao redor e escutavam os sons que vinham da mata fechada tentando identificar algum predador. Tudo o que carregavam eram pedras de sílex talhadas para formar instrumentos para bater e para cortar, e uns varapaus de madeira seca ao fogo, terminando em ponta que usavam para espetar. Um dos do grupo carregava uma pequena bolsa feita de couro, com areia no fundo, e no interior brasas de carvão que ele cuidava sempre de atiçar quando sentia que se iriam apagar. Essa prática evitava ter que acender o fogo todos os dias, esfregando madeira contra madeira até prenderem fogo, ou sílex contra sílex jogando fagulhas sobre musgo seco, tarefa que expunha o grupo ao perigo por ser muito demorada.



Por ser tarde, o grupo fez uma fogueira perto de uma árvore, e o restante subiu pelos troncos de outras mais próximas, para as copas. No dia seguinte fariam um lar provisório. Sempre provisório. Seu tempo de estadia dependia dos alimentos disponíveis naquela região. Naquela noite dormiriam com um olho aberto e outro fechado. Quando a fogueira esmaecia, um deles descia, colocava mais galhos secos para queimar e voltava para a copa das árvores. Então, aquela voz fantástica com força  de mil gargantas, lançou seus raios ferozes sobre a floresta lançando a lei imperativa do silêncio. Nem o líder com alguns pêlos já brancos e horrorosas cicatrizes, ousava grunhir para a tempestade misturando-lhe estalos da língua e urros, sua forma de se comunicar. 

Noite Primeira

A lei do Silêncio            
Quando alguém do grupo familiar - os vinte indivíduos pertenciam a uma mesma família - queria impor sua vontade, gritava, e se não fosse suficiente o grito, mordia, pegava em seu espeto de galho, ou ainda de forma mais ameaçadora, seu sílex batedor ou o cortante. Mas apenas o chefe do grupo tinha uma voz de trovão. Muitos achavam que era um emissário daquela entidade maior que agora elevava sua voz e lançava raios. Talvez essa entidade os houvesse "feito". Ela tinha também o poder de chorar depois dos gritos e dos raios como de arrependimento, e a chuva costumava cair em seguida, quando a entidade se apaziguasse. A chuva eram as lágrimas da entidade...Mas até o  chefe agora, e sempre nessas horas se calava, agarrava os joelhos com as mãos, colocava a cabeça entre os joelhos, emudecia, aquietava-se e por vezes tremia. Foi assim que ele ficou por longo tempo enquanto os trovões ribombavam pelos céus, os raios riscavam o negrume da noite, e quatro crianças do grupo choravam. Nessas horas qualquer fera se calava e recolhia a suas tocas. Sob esse aspecto, não temiam as feras. Acordaram com os primeiros alvores da manhã.

Dia dois

O encontro 


Acordaram em silêncio, como sempre, para não chamar a atenção dos animais selvagens do lugar que andassem por perto. A tempestade havia passado. Ouviram um choro. Com toda a prudência e através de sinais, os homens desceram silenciosamente das copas munidos de suas armas e caminharam lentamente, camuflando-se com a vegetação, pela margem do rio. Encontraram uma jovem ao lado do corpo de um homem que jazia no chão, imóvel. Aproximaram-se e viram que estava morto por causa de uma picada de cobra. Seu pé apresentava uma grande área necrosada que lhe subia pela perna. Houve um começo de confusão, porque uma parte do grupo queria que a jovem também morresse para não consumir os alimentos daquele lugar. Um dos jovens queria a mulher para si, e o chefe do grupo deu ordens claras para que deixassem os dois a sós. Ali mesmo, rodeados pela tribo, ele a colheu por detrás e fizeram sexo em silêncio. Quando os dois urraram de prazer não havia mais inimizades. Haviam sorrisos. 
Passaram o dia  usando sílex para cortar ramos de árvores e folhas grandes. Quando o sol se pôs uma tenda grande estava já pronta, com lareira na entrada. Assaram uns roedores que outra parte do grupo caçara durante o dia. Foi então que repararam na jovem recém chegada. Era mais alta que eles, até mais que o chefe. Começaram a tocá-la, e a admirá-la. Daria bons filhos,altos e fortes. Nessa noite, deitou-se com o chefe da tribo, de voz de trovão. Ele era o mais  forte, o que comia o que queria, tanto quanto houvesse, desde que não faltasse pelo menos uma mordida para os outros. A criança que nascer pertencerá a todos do grupo, parte da família.

Dia três

O Mamute   
       
Nunca tinham visto um mamute. Aquele era o primeiro, enorme, com dentes de marfim monstruosos, muito maiores que os dos elefantes que já conheciam. Sentiram medo quando ele apareceu pela manhã a caminho do rio, perto de onde estavam, possivelmente para beber água. Temiam-lhe o tamanho, a tromba, as presas, e principalmente aquele olhar tranquilo de aparente consciência de sua força  e invulnerabilidade perante seres tão pequenos. Passaram o dia todo observando em silêncio os hábitos do animal. O grupo esperava uma ordem do chefe. Quando o animal ficava tranquilo e pastando, desciam das árvores e apanhavam pedras que traziam para perto de onde estavam. O ataque seria no dia seguinte. Notava-se nos olhos do chefe. Nessa noite os machos deitaram-se sobre as fêmeas.

Dia Quatro

Carne para todos


Do alto das copas mais altas das árvores choveram pedras quando o mamute passou perto. Todas lhe visavam a cabeça. O animal ficou estonteado. Então os chuços foram lançados, espetando-se na pele que começou a sangrar. Quando o mamute se abateu sobre os joelhos, o grupo inteiro lhe caiu em cima. Alguns do grupo cortaram-lhe a pele, e retiraram, esfomeados, nacos enormes que mastigaram avidamente. Não tinham como guardar os restos que atrairiam imediatamente as feras carnívoras do lugar. Carregando pedaços de carne nas mãos, abandonaram imediatamente o lugar levando suas armas e a bolsa de couro, com areia no fundo, onde repousavam algumas brasas. Alguém olhou para trás e grunhiu para o resto do grupo que o Mamute ainda respirava. 

Dia Cinco
A Caverna



Foi por acaso que descobriram uma gruta do outro lado do rio, que atravessaram a vau, no sopé de um pequeno monte. O rio foi atravessado com todos se dando as mãos, os braços estendidos, não fosse a correnteza levá-los. Não sabiam nadar. uma criança de uns sete anos de idade, já adolescente porque a idade média de vida não passava dos 30 anos, desgarrou-se e se perdeu nas águas. Tentaram ir pela margem em sua procura, mas não tinha deixado rastro. Ficaram por ali algum pouco tempo, pulando, dando urros, batendo com as mãos no peito, mas o chefe os interrompeu. Havia também lágrimas nos olhos dele. Com um gesto, indicou-lhes o caminho ladeira acima. Foi quando viram um empedrado enorme, e uma cavidade escura. Era uma gruta, poderia ser uma caverna. Como não viram animal algum, acenderam uma fogueira na entrada, deixaram guarda, e procuraram lugar onde se pudessem acomodar. Dali ao rio não iam mais que duzentos metros. Assaram os pedaços de carne de mamute que haviam levado, e entre soluços por causa do desaparecimento do menino, acabaram por adormecer, revesando-se em turnos de guarda.        


Dia seis, Surge
Uma Nova Arma



Quando o dia nasceu os homens tinham saído para caçar. O máximo que se poderiam permitir era ficar dois dias sem caçar, desde que tivessem frutas ou raízes comestíveis. A carne deteriorava-se muito rapidamente, as frutas duravam um pouco mais. Ficaram na caverna as crianças, as mulheres e três homens de guarda. A nova mulher no grupo, que perdera o companheiro mordido por uma cobra, tinha algo de diferente dos demais. Não era apenas mais alta. Seu nariz, o crânio, a quantidade de pelos. Sutilmente, era diferente. Naquele par de dias tinha apanhado as peles de mamute e as secara ao pé das brasas da lareira. Pacientemente cortara as peles em tiras e as trançara, dando-lhes nós nas pontas. Fizera duas cordas muito resistentes. Uma, dera ao encarregado de manter o fogo para que pendurasse o reservatório pelo ombro. Na outra a esticara num ramo seco de árvore e lhe fizera dois nós, um em cada extremidade do galho que ficara duro e levemente curvo. Pacientemente escolhera pedaços de pequenos e finos galhos, tirara-lhes a casca, e os raspara com afiados pedaços de sílex. Finalmente colocou uma lasca das que sobraram em cada uma das fendas que abrira na ponta das varetas. Quando os caçadores voltaram da caça com algumas pequenas peças, repararam que a estrangeira tinha agora duas varas com corda e mais algumas varetas com sílex na ponta. O grupo nunca se questionara para que servia aquilo. Pensaram que era um pau de apoio para quem está cansado ou não pode caminhar por estar ferido no pé. 
Na verdade eram iguais aos que usavam para acender o fogo, mas bem maiores, quase da altura de um homem. Questionaram-na entre grunhidos. Queriam saber o que era aquilo. Ela então ofereceu uma ao chefe, e deu-lhe duas das varetas com ponta de sílex. Afastaram-se um pouco do grupo e ela o ensinou a usar pela primeira vez um arco e flecha. A primeira flecha que ela atirou ficou cravada no tronco de uma árvore a uns 20 metros de distância. Naquela noite, quando lhes pareceu ouvir um chamado fraco vindo dos lados do rio, não deram importância. Ninguém estava faltando no grupo. Sua contagem se fazia pela forma dos rostos e pelas linhas e silhuetas dos corpos. Deviam ter escutado mal naquela floresta cheia de sons.   

Dia Sete 

Uma Nova Vida 



Pela manhã, antes de saírem para caçar, o chefe determinou as tarefas. Mulheres fariam a coleta de frutos, folhas e raízes, e preparariam arcos e flechas, os homens saíram para caçar perto do rio levando os dois arcos e algumas flechas. Pelo caminho voltaram a ouvir um grunhido fraco vindo da mesma direção. Encontraram jazendo na margem o menino perdido durante a travessia. Estava fraco, uma perna quebrada. Conseguiu sorrir quando viu sua gente por perto. Havia um clima de otimismo no grupo. Aos 12 anos já  eram adultos, aos 35 provavelmente estariam mortos. O arco e a flecha, pensavam, lhes traria mais anos de vida,mais tempos de descanso, mais fartura de comida.  

Rui Rodrigues


PS- Há décadas que mergulho nos assuntos ligados a antropologia, paleontologia, arqueologia e ciências afins. Este conto, ou crônica (me vi por lá junto com os Australopitecos Afarensis e o Homo Ergaster) é fruto disso. 
vídeo recomendado: A origem do Homem - Discovery Channel
https://www.youtube.com/watch?v=w8Pp6KmIMu0 


A "Transhumância" - um misto de Diáspora e transumância.



Quando mudam as estacões do ano, movem-se os rebanhos. Rebanhos precisam estar bem alimentados, tão bem quanto os seres humanos. Os rebanhos precisam de pastores para os levarem para as pastagens que se renovam a cada ano. A estes movimentos de gado se dá o nome de Transumância. 

Seres humanos também precisam se alimentar bem para poderem trabalhar e dar trabalho a outros seres humanos. Por isso se movem de pais para pais, e a isto dão o nome de Diáspora. Humanos não precisam de pastores para fazer isso, e só o fazem quando - porque - são tratados como gado. Partem de suas terras em rebanhos, deixam o convívio, e o que deveria ser a proteção de suas nações.


Há transumâncias todos os anos, por toda a parte, mas são de gado e sempre há pastores que os guiam. Eu, por exemplo, não preciso de pastores que me guiem para o céu. Esse caminho eu já conheço. Podia até ser pastor, mas não quero. Preferia que algum alguém ou um rebanho deles me guiassem para um lugar seguro aqui neste planeta, mas não vejo onde.

Pensei ir para a China, ou Russia, mas os lugares são poluídos e as culturas muito diferentes. A Europa está sob pressão de atentados, o norte de Africa um caldeirão que estoura a todo o instante, o Oriente Médio ficou pequeno de tantos conflitos. Os mares são objeto de piratas de todos os tipos, desde os que caçam baleias, aos que cortam barbatanas de tubarão e depois os jogam ainda vivos ao mar, e não são piores do que os que assaltam navios em alto mar ou aliciam e transportam drogas e gente de um continente a outro. A America do Sul, foi tomada por oportunistas que se creem mais inteligentes do que russos, chineses e todos os que já passaram pelo comunismo, e o apresentam ao povo como solução para suas necessidades, mas que no fundo usam o poder da democracia para ficarem eternamente no poder. Não aprenderam nada de história. 

Ainda há alguns lugares do mundo em que, havendo dinheiro para o transporte, para onde se possa "transhumanciar" como no filme Casablanca, ambientado  durante o conflito da segunda guerra mundial,em que para se moverem do Marrocos para Lisboa, e dali para a America, era preciso ter dinheiro. Hoje não iria nem para a do Norte nem para a do Sul. 

Parece que restam muito poucos lugares deste planeta para onde se possa transhumanciar tranquilamente e por lá ficar vivendo.


Rui Rodrigues  
   

quinta-feira, 31 de março de 2016

Vem golpe do PT? Do meu posto de observação....



Em 30 de março de 2016 olho preocupado para o que se vê que está passando...



1- A comissão da Câmara deveria avaliar se há ou não indícios que justifiquem o andamento do rito, ou seja a continuação do processo de Impeachment. O STF alterou o processo e conseguiu que esta primeira fase se transformasse num julgamento com testemunhas, depoentes e defesa de pontos de vista. Seria como um tribunal de primeira instância... Mas os deputados não são juízes... Temos aqui uma "enrolação", um quiproquó, porque a camara não faz julgamentos...


2- Os documentos a analisar deveriam abranger tudo o que se sabe, até o momento, sobre os erros de Dilma Rousseff que hajam ferido a constituição ou as leis do pais. A comissão houve por bem se ater apenas a pedaladas fiscais. O resto foi escamoteado. Temos aqui um imbróglio dos grandes, porque a maioria da Câmara não é de economistas nem conhece profundamente a legislação que suporta ou não as pedaladas... Ou seja, tal como estava antes, a Câmara tinha toda as condições para informar se o processo deveria continuar. Com a mudança do rito pelo STF, a coisa se complica...Cada deputado deverá ter a seu lado pelo menos três assessores.


3- O Comandante da Força Nacional disse que Dilma não tem escrúpulos e demitiu-se do cargo... O que Dilma lhe teria pedido?


4- A oposição se mostra tao complacente que parece já não ter hímen que lhe preserve a sua virgindade. Ou seja, se o governo se mantivesse, certamente não lhe seria nada desagradável dividir a arrecadação dos impostos enquanto o esqueleto do Brasil se mantivesse de pé, e houvesse ainda carne juntando os ossos. Pelo menos, parece...o


5- O STF, com 6 dos 11 ministros indicados por Dilma e o resto por Lula, esvazia o Lava-Jato, orgulho nacional que mostra ideais de justiça correspondentes aos das multidões que foram para as ruas e a 85% da população que acha o governo Dilma ruim ou péssimo. Isto parece o que Dilma chama de "golpe" mas ao contrario, preparado por ela, pelo Lula, pelo PT.... Vivemos uma aparente "guerra fria" em que todos estão do lado da URSS, soviética: Uns fazem o serviço sujo (o governo) e a oposição finge que os ataca... Chega a parecer que dividem benefícios...


6- Dilma, Lula e PT afirmam que se trata de "golpe" e incitam a violência, falam em guerra, no exército de Stedile, mas nada disso entra na pauta da comissão do Impeachment... Mas esses são também os problemas do governo que o levam a cada vez maior rejeição popular


Isto é o que parece, e muitas coisas mais parecem... Para cumulo, encontrei hoje duas pessoas do face que curtiram o "Granma", jornal oficial do governo cubano, onde as noticias são escolhidas e tudo se deturpa, como nos tempos do Pravda: Uma é adepta do golpe militar e outra frontalmente contra o Maduro da Venezuela e a Cristina kirchner, e a favor do Macri... Ora isto não "bate bem".


Parece, finalmente, que tudo está sendo feito para "dar a impressão". Vem golpe do PT?


Rui Rodrigues 

terça-feira, 29 de março de 2016

O Brasil do momento e a politica sul americana


O reflexo da politica brasileira vai espalhar-se no Chile, na Venezuela, na Bolívia, Nossa politica mudou também ajudada pelos rumos da Argentina e de Cuba.... Iludiu-se quem acreditou na "esquerda" brasileira que começou a nascer no começo dos anos 60 quando Cuba perdeu sua dignidade politica para um bando de baderneiros influenciados pelas barricadas de Paris e a URSS da guerra fria. Julgavam-se "intelectuais".... Caiu o muro de Berlim na Alemanha Oriental e não entenderam... Gorbachev apareceu com a Perestroika e não entenderam... Um a um os países comunistas se afastaram do comunismo e não entenderam... Cuba se aproximou dos EUA e não entenderam...

Do que entendem esses professores universitários que assinaram carta contra o Impeachment de Dilma, ou que ainda suportam com simpatia ideias socialistas e comunistas de um mundo que já passou? Ou pior ainda, que dizem: Não vai ter golpe? Não têm dinheiro suficiente para comprar uma constituição, nem tempo para lê-la?

Uma economia forte pode manter bolsas-família muito mais justas, permitir acesso a universidades e escolas a muitos mais alunos os serviços-públicos, sempre de cunho social muito mais modernos e eficientes, não abrangendo apenas amigos e simpatizantes partidários...

Intelectual não é o que sonha pensando que sonhos fazem sentido. É o que corrige os pensamentos do coração, com a massa cinzenta do cérebro, e pelo menos sabe fazer contas. Não basta ser professor... Tem que continuar estudando.

Perdeu, PT... Perdeu!

E é apenas uma questão de muito pouco tempo para que os Castros de Cuba, Maduro da Venezuela e Evo Morales da Bolívia parem de azucrinar os seus cidadãos, postos para fora de seus governos que controlam com mão de ferro e pelo medo os seus cidadãos, e levam a fome a todos os lares, reduzindo a zero o parque comercial e industrial...

A América do Sul é muito mais inteligente do que os governantes destes citados políticos. 

RR

Em nome da justiça no Brasil - Medida preventiva



Aos senhores senadores, deputados, meritíssimos juízes do Supremo tribunal Federal e Eleitoral, OAB, e todas as Entidades nacionais do setor produtivo da iniciativa privada e empresas estatais, bem como a todos os Órgãos e Repartições de Estado.


Segurem a caneta da senhora Dilma Rousseff, uma vez que se encontra sob varias suspeições. Na Argentina, a então demissionária Cristina Kirchner assinou documentos por motivos alheios aos interesses dos cidadãos, criando problemas também a seu sucessor.
Ação semelhante por iniciativas de despeitados , ou por qualquer outro motivo contra os interesses nacionais deve ser contida, impedida.


Em paralelo, como há governadores, prefeitos, deputados e senadores, bem como juízes que podem estar comprometidos - alguns já de conhecimento publico - se confirmada sua culpa, devem ser impedidos de votar assuntos de interesse nacional, e suas votações anteriores anuladas, por ser inaceitável que, votos dados por este tipo de pessoas, possam ser determinante para comprometer a vida de 200.000.000 de cidadãos.

Se as leis não preveem este tipo de situação paradoxal e injusta, que se revisem nossas leis e se implementem imediatamente, para repor um Estado Republicano, democrático e com direito justo que finalmente merecemos. Em particular, as Medidas Provisorias emitidas sob suspeição por Dilma Rousseff e Lula da Silva , bem como verbas distribuídas ao abrigo de pretensa "confidencialidade" devem ser revistas, contas abertas. O povo quer saber....

RR


segunda-feira, 28 de março de 2016

Estava escrito na pedra: Hoje vou ser feliz...

A Foto da 
Frase Na pedra

A frase é muito triste pelo "hoje", como a indicar que ser feliz não é algo que comumente aconteça na vida de quem a escreveu. Isso é muito, muito triste, mas pelo menos demonstra uma certa determinação que, naquele dia pelo menos, seria - ou iria tentar - ser feliz. A praia é na Nazaré, território português, mas a frase está escrita em castelhano, talvez fruto daqueles amores tórridos de férias de verão, que logo desaparecem com as primeiras brisas frias de outono. Um alternar de felicidade, e tristeza. O amor tanto pode ser o tempero dos dias difíceis, como o veneno que nos estraga os dias mais fáceis. 


Numa mesa do bar, junto a uma janela, um par de senhores relembravam velhos tempos mostrando fotografias que comentavam para matar as saudades. Os tempos são muito esquisitos. Não voltam para trás, e os amores também. Nunca são como dantes, nem o reatar de velhos amores os torna iguais como se o tempo não sofresse lapsos. De fato os tempos não sofrem lapsos. O que sofre lapsos é a continuidade da vida num lugar, com uma pessoa, num local de trabalho, é a vida em si que os sofre.


Mas no fundo, bem no fundo, tudo é uma questão de sexo ou dinheiro que mais influenciam na felicidade, ou por ausência, na infelicidade. Naquele dia, o autor e escritor da frase "HOY VOY A SER FELIZ" certamente foi. Espero que tenha sido.    


A foto do

Grupo da Nazaré 


- Vês esta foto cheia de gente alegre e feliz? Eram pescadores da Nazaré, um lugar de mar bravio que engoliu muita gente que nunca mais apareceu. Era coisa muito comum, e eu, que costumava ir para lá de férias, perguntava-me como podiam ter momentos alegres assim, sem se preocuparem com a perspectiva de verem um ente querido desaparecer num par de dias, numa dessas saídas ao mar.
- Namoraste alguma menina de lá?
- Não. Namoravam entre eles ou com gente conhecida da família que os visitava vindos do estrangeiro. Algo muito parecido com povos pelo mundo inteiro em que se busca um modo familiar, comum, idêntico  de pensar, para facilitar o entendimento entre o casal. Nesse ano, creio que foi lá por 1954, fui com minha namorada. Vês aquela menina do meio? o rapaz por detrás implicou com ela e nota-se que com o braço direito ela lhe dá um safanão amigável. Um casal feliz? Nunca soube, mas naquele dia estavam todos felizes.
- Hoje a pesca melhorou. Tudo mecanizado, já não há exércitos de gente arrastando as redes pesadíssimas pelas areias, não se precisam de carros de bois para arrastar os barcos, mas ainda se morre no mar. As viúvas já não se vestem de preto. Creio que hoje são bem  mais felizes que antes.          

O Homem  

Pendurado


- E essa tua foto?
- Não sou eu! Este foi o artista principal da película. Eu não apareço porque era o dublê...
- Então também fizeste filmes?
- Uma meia duzia, mas sempre como dublê. Cinema é uma grande ilusão, a começar por aquelas fotografias em serie que, passadas a uma certa velocidade davam a impressão de movimento. Depois os dublês e artistas, indo a fama toda para os artistas que nunca quebravam uma costela ou morriam nas filmagens, como "ossos do oficio". Mas não eram apenas essas ilusões: Também as próprias histórias que tentavam transmitir a doce ilusão de amores eternos, de culpados sempre julgados e presos, que o bem se sobrepõe ao mal.
- Olha... Olhando a foto pode ver-se que o homem pendurado parece mesmo estar em pe, porque se estivesse pendurado as mãos teriam que ser enormes por causa do tamanho das vigas, e os braços estariam retesados...
- Claro... E pela posição, com o braço esquerdo do homem tão aberto, ele cairia...
- O mundo mudou muito, não foi?... O que você acha?
- Ensinamos nossos filhos, nossos alunos nas escolas, mas há sempre políticos que tentam influenciar no lado errado do ensino, da educação... Tentam educar mudando valores que não fazem parte da politica, mas sim da idiossincrasia humana. Pensam que assim conseguiriam mudar as "referências" para escravizar e poderem "comandar"... Criar autômatos. isso parece muito com nazismo!
-É... Hitler fazia isso, e o Mussolini também. Acabaram mal...
- Para nossa felicidade. somos mais felizes que naqueles tempos.
-E você trouxe mais  alguma foto?

O Modo Americano

De Vida.        
       
- Trouxe esta... De 1930. Meu pai a deixou pra mim. Recortou de uma revista da época.
- Essa fila é para quê ?
- Fila para comida grátis distribuída nos EUA pelo Exército de Salvação ou por comerciantes bondosos, e até pelo próprio governo.
- Ah... A Grande Depressão de 1929...
- Isso mesmo. tudo por causa de uns banqueiros inescrupulosos cuja ambição os pôs a perder, arrastando o mercado e o povo. O dinheiro desapareceu dos bolsos e dos bancos. O mundo inteiro sofreu com isso.
- Ironicamente o cartaz fazia propaganda sobre o maravilhoso Modo de vida americano. Não é uma ironia?
- Foi!... Você lembra do Getúlio?
- Não é da nossa época, mas lembro sim...Li muito sobre esse período. 
- Então?... A ascensão dele foi fruto de dois acontecimentos mundiais: A crise de 1929, que refletiu no Brasil e o perigo comunista por causa dos abusos do Stálin...
- Agora estamos mais ou menos repetindo a historia...
- Besteira!... Políticos dos mais sujos que já apareceram por aqui, se aproveitaram dos "ideais" comunistas para se elegerem, roubaram o que puderam, quase tudo o que havia, mas vão acabar sendo presos. Uns aventureiros temporariamente bem sucedidos. 
- Mas depois vamos ser mais felizes!
- "Mais não"... Vamos finalmente ser felizes, porque nestes últimos 13 anos temos sido muito infelizes.

Shamim é a minha gerente. Já falei muito sobre ela. Tomamos dois chopps grátis e subimos para o escritório. Fomos ser felizes.  
     

Rui Rodrigues