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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Economia - Um jogo de pôquer ?


Em busca de um novo entendimento para a economia mundial
  economia - um jogo de poquer
Economia e “palavra”, no sentido de honra, estão intimamente ligados desde os princípios da humanidade. Quando se inventou a escrita, a “palavra” passou a ficar registrada por escrito para que todos a pudessem ver, entender, e não negar que tinham lido e entendido.
Nos primórdios das trocas comerciais conhecia-se a palavra da “honra”, aquela que assegurava qualquer troca comercial, entre os contratantes e seus herdeiros. Como não havia moeda que representasse um valor fixo de referência, as trocas comerciais se faziam na base do escambo: trocas de mercadorias, sendo os valores de referência baseados em bois, cabras, legumes, frutas. Podemos imaginar que em tempos de seca ou de enchentes, com as safras perdidas, gado e criações perdidas, os valores de referência sofressem sensível variação que provocava verdadeiras catástrofes entre criadores, plantadores, e as populações que tinham que pagar com mais trabalho para obter menos mercadorias nas feiras diárias, populares. Os historiadores do passado remoto estavam mais interessados em contar os feitos de seus reis e príncipes do que em contar as desgraças, por motivos óbvios: Os escribas eram pagos por esses reis e príncipes, e o que dava fama eram as coisas “boas” que aconteciam no reino. Essa tradição dos escribas se estendeu até o advento da democracia mais plena, em que o povo tem o direto a se expressar pelo voto, o que somente aconteceu a partir de meados do século XIX, e assim mesmo restrito a uma pequena quantidade de nações do planeta.
A variação dos valores de referência eram perfeitamente entendidos pela população quando se devia a causas naturais. O que era difícil de aceitar era a variação por aumento de impostos ou por ambição de reis e príncipes, a menos que uma causa nacional, como uma guerra, o justificasse. Quando não havia explicação razoável para o aumento dos valores de referência, o povo ficava sem noção do que acontecia. Não conheciam ainda o que atualmente chamamos de “inflação”, e que tanto se pode dever a uma deficiente administração, gastando-se mais do que se arrecada e obrigando à emissão de moeda sem o correspondente lastro, ou a ambição da classe produtora em alguns ou todos os setores da economia – por fraqueza das leis de governo – e que não exerce controle sobre os preços. Agora, em pleno ano de 2012, quando há deflação nos preços em todo o globo, com recessão nas principais economias, o Brasil exportando menos e diminuindo seus valores unitários de bens exportáveis para poder continuar no mercado de forma competitiva, os preços internos aumentam, na contra-mão das leis da economia. É um claro pacto entre governo e classe produtora, contra os interesses dos cidadãos. O estado já não governa: Assiste a uma classe terceirizada governar, refazendo-lhe as leis nos corredores, emitindo Medidas Provisórias que as alteram, suprimem, distorcem.
A lei serve agora a economia e não os aspectos sociais dos cidadãos. Os Bancos cobram os juros que querem. Se cobrarem duzentos por cento ao mês não haverá forma do Estado controlar essa cobrança. A lei é ampla no entendimento de “mercado livre” ou de “neoliberalismo econômico”, mas o estado obriga o cidadão ao pagamento sobre lei de juros imposta por Bancos. Agências do Banco Itaú já não grampeiam comprovantes de pagamento aos respectivos cupons – ensejando a perda do comprovante – o ar condicionado nas agências foi reduzido ao mínimo – há infiltrações, nem todas as lâmpadas funcionam. O que importa é ganhar dinheiro, sugar dinheiro de uma massa socialmente anônima, tocada como gado dentro das agências independentemente da idade, desde que a agência dê o maior lucro “possível”. As reclamações batem em juízes do Estado ou da União. Nem uns nem outros estão interessados no aspecto social deste gado especial por que é extremamente educado.
A economia se rege por muitos fatores e favores. É uma ciência “exata” apesar do caos aparente. Uma borboleta batendo as asas em Wall Street não muda as regras nem a evolução da economia, mas um banqueiro dizendo que sua empresa passa por aperto financeiro que se pode espalhar pelo globo, pode. Já aconteceu algumas vezes com conseqüências catastróficas para as nações. Alguns banqueiros se suicidaram, outros também perderam suas ações, mas o que sobra deles sempre fica mais rica após estas crises: É como um jogo de cartas marcadas, em que muitas vezes um poker de ases perde para um Royal straight flush, ou o jogador que tem este jogo sofre um ataque cardíaco antes de mostrar o jogo. No entanto, o “enfoque” do que é comercializável e para onde se devem canalizar os investimentos, tem sido o segredo dos empreendedores mais bem sucedidos ao longo do planeta ao longo dos séculos. Nestes casos, a excelência está em ser sempre o primeiro a possuir e vender determinado produto novo que “agradará” ao mercado e do qual este fique pendente ou dependente. O mercado das drogas são um bom (socialmente péssimo) exemplo desta premissa. A propaganda se faz de pessoa a pessoa, ou vinculada à mídia. Não raro se faz propaganda antes da nova mercadoria invadir o mercado. É um tipo de propaganda por “indução”.
Até meados do século XIX não era raro que os governos, em época de crises que geravam desempregos, lançassem mão de obras públicas para manter a sociedade em um nível razoável de sustentação. Com a canalização recente de verbas públicas para cobrir deficiências prováveis ou fictícias em organismos financeiros, esta modalidade fica impossível.  Como acabamos de ver, alguns Bancos economizam tanto em grampos para juntar comprovante de pagamento com cupom de talão de pagamentos, que duvidamos que estejam preocupados em garantir o emprego de cada vez maior numero de cidadãos desempregados.
Mas onde estará, então, a nova inteligência para a economia da crise mundial com que nos defrontamos na zona do Euro, com o baixo crescimento dos países emergentes e das maiores economias mundiais e com o “pibinho” que logo se transformará em “pibete” da nossa querida nação brasileira?
É uma questão de mudar o enfoque e haverá trabalho e desenvolvimento para todo o planeta.
O enfoque atual dos governos, e de modo geral, é dividir as verbas públicas em “fatias” de um bolo construído com recolha de impostos, para atender o que se chama de administração pública. Uma parte vai para as forças armadas, outra para o funcionalismo público, e muitas outras fatias para reserva de ajuda a empresas perdulárias, educação, saneamento básico, ONGS de caráter duvidoso ou atuantemente eficientes. A iniciativa privada continua olhando o mercado com os anteolhos do aqui e agora, e num futuro interdependente do aqui e agora, como, por exemplo, a indústria automobilística que olha com desprezo para as leis. Estas são claras quanto às velocidades máximas, mas os fabricantes continuam fabricando carros para “voarem” pelas estradas.  Não fosse assim, e os motores seriam bem mais baratos e consumiriam menos combustíveis fósseis. Porém, a falsa moral é como a das drogas: “Não se pode acabar com as drogas porque elas dão emprego a uma boa parte da sociedade”, e poderemos até ficar impressionados com o conceito de “boa parte da sociedade” aplicada ao comércio das drogas que, diga-se de passagem, nem impostos pagam. O comércio internacional ficaria muito grato aos governos se considerassem suas industrias como “ilegais” contanto que não lhes fossem cobrados impostos, tal como no caso das drogas.  Parece á primeira vista que ou não entendemos muito bem os caminhos da lei e de sua aplicação, ou não entendem muito bem de economia. Talvez até nem nos entendam e seja necessário mostrar-lhes o que queremos. 
Podemos refletir sobre alguns programas de cooperação internacional que gerariam empregos, desenvolveriam a ciência, canalizariam recursos, dariam um “rumo” á humanidade, que até ao momento tem vivido colada a este planeta, vendo os dias se sucederem às noites sem uma meta comum, um objetivo, cada nação puxando para um lado, para um interesse, sem aparente conjugação de esforços. Esta falta de conjugação de esforços geram desperdícios e não têm objetividade.
Vamos construir nossas bases em Marte, no planeta Europa, preparar escudo de defesa contra meteoritos, erradicar a pobreza com programa massivo de produto de alimentos saudáveis, levar a educação a cada lar do mundo, mesmo que o lar seja a parte debaixo de um viaduto, de uma ponte, construir saneamento básico em todas as localidades. Cada cidadão com seu computador pessoal. Podemos lembrar-nos que se, por exemplo, as fábricas atuais de computadores pudessem fabricar o dobro, os preços se reduziriam por questão de economia de escala. Mas porque não fabricam o dobro?  Porque não há mercado. E porque não há mercado? Não será por que está caro, ou porque se fabrica pouco, ou porque não há empregos para todos? Porque razão, ao fim de alguns anos definidos em lei, as invenções caem em domínio público e não mais se podem cobrar royalties, e o Windows, vencido todos os prazos, ainda não é de domínio público e custa caro?

Constatamos que se podem mudar as leis. Mas também constatamos que para uns se aplicam e para outros não, por divergência de “interpretação”. Quem tiver um Royal straight flush ganha!

Rui Rodrigues. 

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