Infelicidades são armadilhas do desespero. Não se deixe enganar. É tudo ilusão
exceto a realidade.
É a eterna busca da felicidade que sempre está a dois passos
de nós, mas que nunca conseguimos enxergar. Somos cegos para a felicidade por
uma razão muito simples: Precisamos de adrenalina para nos mover no mundo,
mudar a nossa vida. Pelo contrário, a felicidade que as endorfinas nos dão nos
fazem parar no tempo, ficar no lugar que nos dá a felicidade do momento
tentando torná-lo eterno. É assim que as drogas, de forma ilusória, nos tornam
reféns da infelicidade. Queremos a felicidade, amamos a felicidade, e nos
quedamos ali, parados, felizes, até que a falta das endorfinas nos levam para o
lado da infelicidade. Então procuramos [1]as
drogas e esquecemos da adrenalina que nos poderia tirar desse atoleiro. Creio
até que os centros de recuperação poderiam usar adrenalina para curar em vez de
outros tipos de drogas mais caros. A Adrenalina nos remete a nossa inteligência
do “coração” para o racional. Dá-nos medo e nos obriga a refletir, a sair das
drogas, porque então racionalizamos que nossa vida está em perigo e o perigo
são as drogas.
Para ser feliz, sem drogas, faça o que deseja, na forma que
desejar, no momento que precisar. Se não conseguir, não desanime e não se
frustre por isso. Mude de foco e tente outra coisa. Ah... Não tem outra coisa,
invente, descubra, procure. Saia por aí com um par de camisinhas e transe,
beije, ria, divirta-se. Vá até o bar da esquina ou se tem muita vergonha até
outro em bairro diferente daquele onde mora (que se foda [2]essa
porra de dizer que bebida é anti-social, ou amoral, ou anti-religiosa, ou que
caralho for) e tome um par de drinques para ficar alegre. Não beba até perder a
razão, porque depois vem a infelicidade. Isso não é bom. Nunca pintou, caminhou,
escreveu o que lhe vai na alma? Então comece logo. Pelo menos tente. Ah!... Tem
uma catrefada de coisas que gostaria de dizer a seus amigos, a seu ex-marido, a
sua ex-mulher, a seu chefe no escritório? Saiba que tudo isso tem um custo, mas
se for necessário, diga-o! Sentir-se-á aliviado ou aliviada, e a vida segue
outro rumo – certamente – depois disso. Há horas em que racionalizar muito não
só não facilita como até complica a sua vida.
Costumamos complicar tudo em nossa vida por mil e uma razões.
Cada razão com sua história e seu passado. Mas se analisar essas “razões” verá
que não há razão alguma. O que há é um hábito de “não mudar” porque se mudar
acontecem fantasias, hipóteses, medos que se podem concretizar. São fantasmas
próprios de cada um de nós. Como vencê-los? Ora bolas!... Fantasmas são apenas
fantasmas, algo tão virtual como a decomposição da luz através de um prisma de
cristal: Tudo é cor, mas não se pode pegar, não mata, não fere. Então enfrente
os fantasmas ou simplesmente os jogue no lixo. São fantasias pessoais que assustam como
abóboras escavadas e iluminadas internamente com bruxuleantes pavios de vela
acesos em dia de Halloween. Não lhes dê a mínima importância e logo descobrirá
que se esvaem e ficam esquecidos.
Fantasmas são pura imaginação, factíveis de serem sugados
por aspiradores especiais criados pelo pessoal animado de Hollywood como no
filme “ghostbusters”.
Está esperando o quê, para começar a caminhar, ler,
escrever, pintar (mesmo que não saiba nada disto, mas verá que depois de
começar tudo fica mais fácil a cada dia)? Não sou Jesus, muito longe disso,
mas: - Levanta-te e anda! Ligue o “foda-se” e vá á procura da felicidade em sua
vida.
© Rui Rodrigues
[1] Falo no plural magnânimo. Não uso drogas, nem
nunca usei, a não ser um bom vinho e uma cigarrilha ou cigarro de vez em
quando. Muitos heróis já fumaram e não me venham com essa que sou politicamente
incorreto. A poluição das cidades mata muito mais do que o cigarro e nem por
isso as autoridades vão contra o diesel e a gasolina, as drogas que saem das
chaminés e dos esgotos. A propaganda é contra o cigarro e muito menos contra as
drogas.
[2] Não
costumo falar palavrões, exceto em ocasiões apropriadas como esta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Grato por seus comentários.