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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Doideira de besteirol - Crônicas de Cold Cape

A imagem pode conter: atividades ao ar livre


(nem brega nem chique, não me chamem pra baile funk)

Tempestades com raios e granizo, ribombar de trovões, estardalhaços, sustos e aguaceiros custam mais caro às Prefeituras, tal como shows com ou sem banda. Podiam encomendar chuviscos ou garoas apenas, mas as prefeituras são muito exageradas e o dinheiro delas nós que lhes damos.

Não sei que deus cultuam nas prefeituras que não é Jesus, D'us, Jeová, Alah, Buda nem Vishnu...

Nessas horas os céus se vestem de luto, nuvens cinza, raios amarelos e brancos, gente engolindo dentadura, sangue com terras morro abaixo, sangue com ruas alagadas no cafundó do Judas, prédios que desmoronam, responsáveis que não se encontram, somem os deuses e aparece a deusa natureza que todos veem mas na qual ninguém acredita.

A Natureza é de todos os deuses, ou de um só, mas somos suspeitos para compreender a Natureza... Porquê? Por que nos estaríamos julgando a nós mesmos, a natureza de que fomos feitos.

Estamos inseridos na natureza e a queremos destruir como parricidas, e por que não dizer, matricidas... Matando pai e mãe que nos criaram... Bem... Sempre há quem pense que certo dia nos antigamentes vieram uns extra-terrestres e plantaram aqui na Terra umas arcas de Noé, na verdade muito maiores que a dele, animais das espécies existentes que não evoluem: São exatamente como um certo "Deus" as fez, e assim serão eternamente sem necessidade de se adaptarem porque "Deus" é perfeito, de um modo que até qualquer ignorante entenda...

E os que não são ignorantes, e não podem entender assim, o que será do entendimento deles? (Que se danem não, que o supremo não é assim... Ou será, cacilda ???)

Foi então que apareceu Deus a Noé e lhe disse:

- Ó Noé... Chega aqui, meu filho, e presta atenção. Vou te dar uma tecnologia! A tecnologia da arca pra poder boiar e não afundar porque vou inundar tudo e deixar todo mundo morrer sufocado, afogado na água, os ´pulmões cheios d'água sem poder respirar, e vão morrer perguntando-se "que mal eu fiz a Deus" sem terem resposta...

E complementou:

- ... Vais trazer um casal de cada espécie, que esteja a fim de procriar como macho e fêmea (senão não dá fruto)... Mas é a última vez que te dou tecnologia assim de "mão beijada"... No futuro, se eu decretar nova extinção da humanidade, e se tiveres descoberto a genética, a inseminação artificial, o genoma do ser humano e de outros seres, poderás usar um latão com genes de todas as espécies em vez de uma, duas, três arcas de Noé.... Mas tendes todos vós de evoluir!!!!

E finalizou:

- Puta que pariu, Noé... Vê se não me desapontas, moleque! Conto contigo...

E Noé começou a construir a arca.... Quarenta dias e quarenta noites passavam depressa assim como 40 anos atravessando o deserto. Era tudo questão de uma quarentena...

Assim como nada mais que ficar de quarentena para a doença passar e não se propagar... Como estava velho, foi sestear enquanto aqueles que não sabiam de nada batiam martelos nas cunhas das madeiras e passavam tecido com piche pra impermeabilizar as fendas.

Não havia papel, lápis, projeto. Era tudo imaginação. Então Noé deitou-se a dormir e esperou que uma pomba o viesse acordar com um ramo de oliveira. Que bom que as oliveiras não se afogaram nos 40 dias, mas quem tivesse subido numa alta sequoia em continente desconhecido e distante, veria Noé preocupado com o futuro da humanidade: Ele mesmo, seus filhos e filhas e os filhos deles transando entre si pra re-procriar a humanidade...

Foi por isso que Cam, o filho de Noé o viu nu, encharcado de vinho para esquecer o que via, todos os dias: Foi o fim do besteirol do cruz credo, ó loko, aquilo foi terrível...

Rui Rodrigues

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