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sábado, 7 de setembro de 2013

A lenda da Lagoa do Feitiço

A lenda da Lagoa do Feitiço


Rio de Janeiro, em tempos de imprefeitura e despresidencialidade é algo que brada aos céus, nos faz tomar banhos a fio para tirar uma ziguizeira inexistente, porque acabamos por nos sentir sujos mesmo logo depois do primeiro banho da manhã. É o calor quando falta energia elétrica, ou bueiro explode na rua em que moramos, ou o caminhão do lixo não aparece para recolher o que jogamos fora. Então vêm as moscas que nem nos cumprimentam nem pedem licença, apropriam-se do ambiente e ficam zunindo feito elétrons em torno de invisíveis núcleos atômicos numa zoeira de gozação implícita. Até as moscas riem de nossos impostos desperdiçados, amaldiçoados. Sem ar condicionado e sem ventiladores (se temos ar condicionado para que precisaríamos de ventiladores?) o calor aumenta e se torna berço para a procriação de moscas que transam desprevenidamente na frente de todos, num porco atentado ao pudor. Transam em qualquer lugar como se fosse o primeiro dos últimos dias de suas vidas  Nem eu com a Clarinha naquelas noites em que fechamos o caixa do mês e ficamos no bar até bem depois que os empregados saem, conseguimos tal performance. O suor úmido é insuportável e tudo gruda na nossa pele. Mas convenhamos que no calor os órgãos ficam mais úmidos e tornam o prazer mais gostoso.

Estávamos funcionando à luz de velas e de um lampião sobre o granito carijó do balcão onde alguns clientes mais apressados tomavam, em pé, seu chopp de serpentina. Chopp gelado, que lhes descia agradavelmente pela garganta e um esgar de contração num arregalar de olhos, de tão gelado que estava. Depois se ouvia o infalível e prolongado  “háaa.....” de puro prazer. Alguns clientes passavam o copo longo de chopp pela testa para refrescar. Num desses “ah..” a porta do bar se abriu com um estrondo, o vento entrou num rompante avassalador e o bafo morno e úmido da rua trouxe respingos de chuva. Um clarão cortou os ares e em seguida um trovão de ensurdecer como uma chicotada divina se abateu sobre os olhares esgazeados dos clientes. Durante momentos ficamos cegos e surdos, e depois amedrontados. Um sujeito enorme estava na porta de braços abertos olhando em minha direção. O seu corpo literalmente tapava a porta de entrada do bar. Um segundo relâmpago iluminou a rua lá fora, iluminando o sujeito enorme na porta, ainda de braços abertos como se fosse um Jesus Cristo de vitral de Igreja presbiteriana.  Na mesma intensidade do trovão que se seguiu, ouvi-se sua voz gritando:

- Portuga feladaputa... Branquela de merda... Dá-me um abraço que estou com saudades...

Fez-se silêncio no bar. O meu barman apanhou um copo e levantou a mão pronto para lho atirar no meio da testa, mas quando ouviu a palavra “abraço” e “ saudades”, sorriu, depois caiu na gargalhada e baixou o copo começando a limpá-lo com o pano que sempre usa pendurado na cintura, enquanto meneava a cabeça de um lado para o outro. Nunca nenhum imbecil tinha entrado no meu bar me chamando de feladaputa e branquela. Aquilo era novidade no bar.
Imediatamente me caiu a ficha... Era o Carlos Calunga, um brasuca, amigo de minha infância que de certa forma me acompanhava na vida desde Lisboa, passando por Angola, e pelo mundo. Era jornalista internacional de um grande periódico inglês.   
- Crioulo viado, filho de uma égua... – respondi-lhe... E nos encontramos a meio do caminho entre o balcão e a porta de entrada, esquecendo raios e trovões, envolvendo-nos num grande abraço.
A vozearia do bar voltou ao normal e sentamo-nos numa mesa. Como por encanto, a luz voltou e começamos a falar de nossos encontros, reavivando memórias, completando-nos as lembranças com detalhes que um de nós esquecera. Então Carlos falou sobre Angola.
- E aí, cara...Lembra em Angola quando fomos pescar na Lagoa do Feitiço? (E deu uma sonora gargalhada)... Lá no Uíge...

Eu lembrava. Como não?... A lagoa fica na comuna da Aldeia Viçosa pertencente ao município de Dange Quitexe, a meio caminho entre Dambi e Ngola. Aquelas terras já tinham pertencido ao Reino do Congo antes da chegada dos portugueses. Calunga me lembrou do dia em que lhe falei que tinha que ir lá e ele me acompanhou. Aproveitaria a carona para fazer uma reportagem sobre o lago. Pelo caminho contou-me a história do lago. Reza a lenda que quem toca nas águas da lagoa desafia Ikú [1]. Ignorante, eu, ri quando kalunga mencionou este Orixá, e eu nem sabia que era um Orixá. Representa a morte. Depois que soube, respeitei. Não que eu acreditasse, confesso, mas respeitei. As populações que conhecem a lenda nem se atrevem a chegar perto da lagoa do Feitiço, e o acesso só é permitido aos habitantes que vivem entre Dambi e Ngola. Basta falar na Lagoa do Feitiço e as pessoas tremem, viram o rosto e o corpo, baixam a cabeça.


Os raios continuavam do lado de fora do Bar do Chopp Grátis. Ouvidos atentos, das mesas mais próximas cadeiras se arrastaram e outros clientes escutavam nossa conversa sobre a Lagoa do Feitiço, enquanto bebericavam suas cervejas, suas caipirinhas. Alguns estavam assustados.

Kalunga continuou a descrever a Lenda:

- O Uíge é um lugar muito especial, porque o povo de lá acredita muito em mitos. Sobre a lagoa dizem que nela vivem sereias. Ali relativamente perto, a população rural dos Tucôkwe proíbe as crianças e adolescentes de irem muito cedo, pela manhã, ou muito pela tarde até ao rio Iwiji ou até a lagoa Citende[2] porque, segundo dizem, Samutambyeka [3]uma figura enorme maior que os eucaliptos mais altos, costuma beber muita água nesses períodos evitando sempre a aproximação de pessoas enquanto não estiver saciado. E enquanto bebe, vai soprando pelas narinas e pela própria boca jatos de água que se transformam em nevoeiro. Quem se aproxima e vê o nevoeiro, sabe que Samutambyeka está por perto bebendo sua água.


Mais relâmpagos lá fora. Rostos se voltaram para as janelas e para a porta que voltara a abrir-se. Era um casal de clientes, mas por fração de segundos pareciam mais os Yikixikixi ou espíritos das águas, forças invisíveis que sempre auxiliam e acompanham Samutambyeka. Quando as crianças vêm o Cezangombe [que normalmente aparece pelas tardes e quando chove, perto dos rios e lagoas, já sabem quem está por perto: O temível emissário da morte, a própria morte, Samutambyeka e os maus espíritos. Um velho freqüentador do bar, com o estômago meio inchado de cerveja, os lábios meio tortos com olhos de peixe morto, perguntou:

- Mas mesmo assim vocês foram pescar na lagoa? (Provavelmente ouvira nossa conversa desde o início)

- Fomos sim – Respondeu Calunga – Mas vocês não sabem ainda porque a Lagoa ganhou o nome de Lagoa do Feitiço. Foi um português que lhe deu o nome, e provavelmente incluiu sereias no feitiço do lago, porque sereias só aparecem no mar. O lugar onde existe a  lagoa era antes povoado. Havia no local uma aldeia chamada Ngungo Indua antes ainda da chegada dos portugueses ao Reino do Congo. Por essa época chegou na aldeia um homem idoso cheio de chagas que a aldeia desprezou. A duas crianças que o haviam tratado bem, o velho as avisou que a aldeia seria submersa, iria desaparecer sob uma nuvem negra. Então, logo que as crianças fugiram da aldeia, apareceu uma chuva muito fina que a pouco e pouco encheu o lugar submergindo a aldeia e criando a lagoa.  

Muitos anos depois, séculos, um português fazendeiro, chamado José Dinis se instalou em terras próximas à lagoa. Por essa altura, os nativos já sabiam do feitiço e o avisaram, mas ele não deu importância e usava as águas da lagoa como os fazendeiros costumam fazer, quer para beber, quer para lavar as roupas ou dar água ao gado. Então pessoas da família e trabalhadores começaram a morrer.  Foi então que José Dinis passou a chamá-la de “Lagoa do Feitiço”.
Desde então é preciso fazer alguns rituais para que o acesso esteja livre, e as autoridades religiosas tradicionais jogam vinho, champanhe, refrigerante e maruvo [5] em suas águas enquanto dizem palavras dirigidas aos tais espíritos os Yikixikixi.
- E a pescaria?  Voltou a perguntar o velho cliente, enquanto a porta do bar voltou a abrir-se com a tempestade que lá fora fazia balançar sinais de trânsito, impedia a visão do outro lado da rua como se uma enorme cortina de água desabasse sobre a cidade que começava a alagar. Muitos clientes sairiam do bar já meio “tocados”, chamando táxis por telefone, que demorariam a chegar.

- Pois é... (Calunga estava animado)... A pescaria. Nós, eu e o Portuga tínhamos combinado que sairíamos de noite para pescar sem que ninguém nos visse. Na verdade não acreditávamos na lenda. Pegamos o carro, um velho Renault de alavanca embutida no painel perto do antigo acendedor de cigarros, e chegamos na Lagoa por volta da uma da manhã. Acendemos um lampião e começamos a pescar. Por sorte levamos repelente de mosquito, mas mesmo assim ainda fomos mordidos por alguns. Quando estávamos começando a pescar ouvimos uns cantos agudos que logo identificamos com baleias, mas baleias não existiam na Lagoa. Seriam sereias se acreditássemos nelas, mas também não poderiam ser. Vimos então na beira do lago uns seres enormes que emitiam aqueles sons. Levamos um tal susto, apanhados que fomos de surpresa, que saímos correndo mata adentro até chegarmos ao carro.


A porta do bar voltou a abrir-se ao som de um raio de chicotada brilhante e sonoro quase juntamente com o  barulho do trovão. Todos os clientes olharam para a porta. Dois seres enormes exatamente iguais aos que tínhamos visto na Lagoa do Feitiço estavam agora na porta do Bar, emitindo os mesmos sons. Alguns clientes se agarraram uns aos outros. O meu barman agachou-se atrás do balcão e Carlos Calunga ria a bandeiras despregadas... As duas figuras na porta riam também, e entendi finalmente que meu amigo Carlos Calunga tinha-me “metido uma peça”, feito uma gozação, por duas vezes: No Uíge em Angola, e agora no meu bar, tudo combinado com dois amigos dele vestindo roupas esquisitas sobre “andas”, aqueles tocos de madeira em que subimos para ficarmos mais altos.

Carlos Calunga é um dos meus melhores amigos, e um gozador de primeira.


© Rui Rodrigues






[2] Fala-se Tchitende...
[3] Também chamado de Espírito Perdido.
[4] O arco-íris. Lê-se Tchezangombe.
[5] O Maruvo é uma bebida resultante da seiva das palmeiras (palmito, bordão ou matebeira).Muitas vezes ingerida já em estado de plena fermentação (que pode durar até 5 dias) quanto mais fermenta, mais aumenta a percentagem de álcool.Muito apreciada em Angola, sobretudo no Norte, onde tem funções sociais precisas, como a cerimônia do alambamento (cerimônia de noivado)  óbitos, no final de uma maka ou agradecimento ao voluntariado comunitário nas zonas rurais.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

As crônicas de Carlos Calunga[1].

                                            As crônicas de Carlos Calunga[1].


Carlos Calunga é meu amigo negro, um dos primeiros amigos que tive. Conheci-o em Portugal no bairro onde eu morava. Era um negro diferente porque contrariamente aos outros que chegavam a Lisboa fugidos das guerras coloniais, ele chegara do Brasil para estudar em Lisboa. Neto de escravos fugitivos e libertos das minas de ouro do Brasil, mais precisamente da Chapada dos Veadeiros, do Município de Cavalcante. Tinha um sotaque engraçado, de um português ainda mais claro do que o falado em Lisboa, onde sempre se “comem” algumas sílabas, com muitas síncopes e apócopes, mas o chiado era o mesmo. As palavras de Calunga eram completas. Sua linguagem era muito clara sem deixar dúvidas e tinha um jeito moleque de se expressar pondo à mostra um espírito desinibido e independente mostrando sempre os alvos dentes de perfeita dentadura. Era incrível como conseguia falar de modo sério entre sorrisos. Separamo-nos em Portugal, em 1962, quando vim para o Brasil, coisa insuspeitada até 1961, quando me preparava para partir para as guerras coloniais, destino infalível de todos os portugueses jovens de 16 anos que não tivessem padrinho nos altos escalões do governo. Quem tinha padrinho ficava para a administração, os outros para a luta no terreno desconhecido. Não tive mais notícias dele até que, por mais um empurrão da vida, voltei a Portugal de onde saí a trabalho para Angola. Lá o encontrei também por acaso. Esta vida tem coisas que parecem inexplicáveis. Eu queria ser oficial da marinha de guerra com os meus 16 anos e ele médico. Agora eu era engenheiro e ele jornalista, que cobria a guerra entre a UNITA e a MPLA, envolvendo cubanos, sul-africanos, mercenários de vários países. Angola estava em guerra em 1990, quando nos encontramos por lá.

Em 1992 acabaram minhas viagens a Angola. Não me acertei com um país comunista onde se distribuíam favores capitalistas como se fosse moeda nacional e não o Kuanza. Containeres desapareciam. Empregados os encontravam como que por acaso e contavam dinheiro em suas imediações, as portas abertas, lacres rompidos. Como denunciar um bando sem saber o que se passava e até que grau de comprometimento dos responsáveis pela empresa? Sim, eu era o gerente geral, mas o sistema de “cunhas”, indicações, MPLA à mistura com a UNITA, sem se saber quem era quem - e minha função não era a de detetive – me induziram a sair do lamaçal, e balas costumavam passar zunindo por cima do acampamento. Dias antes de sair de Angola, com meu pedido de demissão já nas mãos do dono da empresa, o meu substituto veio até mim, junto com a esposa, pedindo para que eu ficasse, e que eu ficaria muito rico. Entendi, peguei meu avião e saí da zona de guerras. Não bastasse uma e eu teria que enfrentar outras para as quais não havia mais disposição nem espírito de aventura.
Foi Carlos Calunga quem me ajudou a abrir os olhos para as paisagens de Angola e do mundo, porque sempre partilhamos de ideais básicos, coisas que nos vêm da alma, não só de informação genética, como também da educação aprendida em família, nas escolas, universidades, dos amigos, da vida que trilhamos.  
Em seu tempo em Lisboa, viveu na Casa dos Estudantes do Império (CEI), um nome pomposo dado por Salazar para um prédio onde funcionava um tipo de República estudantil destinada a apoiar e a controlar estudantes vindos das colônias e do Brasil. Ficava na Avenida Duque D’Ávila, No 23, esquina com a Rua Dona Estefânia. Funcionou de 1944 a 1965 e Salazar não conseguiu controlar nada, porque foi nesse edifício que se tomaram medidas fundamentais para as lutas de independência das Colônias. Carlos Calunga não agia ativamente nem comentava nada com os demais estudantes do Gil Vicente. Um dia me disse:
- Portuga... Seu pai não está no Brasil?
- Está... Porquê?
- Diga-lhe para lhe mandar uma carta de chamada, ou você vai entrar numa guerra estúpida e morrer à toa.
- De que guerra estás tu p´raí a falar? Perguntei-lhe em meu linguajar típico.
- Olha... Sei que você é um cara legal, e que não me vai trair, mas por estes dias vão estourar revoluções em todas as colônias de Portugal. O seu país vai pegar fogo... Se manda meu chapa, enquanto é tempo. E se você disser que eu disse, digo que é mentira.
Não lhe consegui arrancar mais nenhuma informação, mas pelo caráter, sabia que estava falando a verdade. Quando semanas depois vi as primeiras fotografias dos horrores cometidos por todos os lados revoltosos e pelas forças portuguesas, de igual intensidade violando completamente o tratado de Genebra, entendi perfeitamente que Calunga estava certo. E meu pai começava a preparar a carta de chamada.
Carlos Calunga de vez em quando me manda notícias e alguns textos para publicar, com a liberdade de que eu os altere sem lhes alterar o sentido, acrescentando-lhes o meu “tempero”, mas os créditos são todos dele. Afinal somos velhos amigos, e de certa forma, ele me salvou a vida. Sem o aviso sobre as revoluções, a carta de chamada de meu pai chegaria apenas quando eu já estivesse a bordo de um navio transporte para Angola, Moçambique ou Guiné, com 17 anos, preparado para morrer por idéias de um tonto como era Salazar, um velho teimoso, dono do poder e de todos os portugueses, figura cultuada e enaltecida por propagandas fascistas, como se fosse um caudilho sul-americano.
Quanto aos textos e crônicas, publica-las-ei tão logo me seja possível.

© Rui Rodrigues

PS – Carlos Calunga me contou que arranjou alguns inimigos durante a vida. Contra vontade, claro, e que por isso não quer ser identificado. Sobre se o nome dele é verdadeiro ou falso, nem me perguntem. Eu não diria nem sob juramento. De fotos só me permitiu uma de quando participou de um almoço na casa dos Estudantes do Império (CEI) em Lisboa, nos idos de 1956. Ele é o sujeito indicado pela seta.



















[1] Calunga ou Kalunga significa “tudo de bom” em dialeto banto (africano), e também “necrópole”, ou linha do mundo dos mortos em dialeto Kikongo. Os bantos foram uma das maiores etnias que sofreram esclavagismo tribal em África e colonial inglesas, francesas, americanas, holandesas e portuguesas. 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

MOTIVAÇÕES de líderes mundiais

MOTIVAÇÕES


O que motivava Gandhi?
- A Independência da Índia, de forma pacífica para não criar sofrimento ao povo hindu. Conseguiu seu intento ainda em vida, mas não pode evitar a divisão entre Índia e Paquistão. 

O que motivava Jesus Cristo?
- O exercício da religião judaica dentro da lógica do Talmude e da Tora, dentro da moral e da ética implícitas, preparando o reino dos céus na terra, com a independência do povo judeu (ele era o esperado Messias, futuro rei de Israel). Os discípulos dele viram no mestre uma boa oportunidade para romper com a religião judaica e promoveram uma nova Igreja cheia de esperanças que até hoje esperamos.

O que motivava Hitler?
- A supremacia da Alemanha sobre todos os povos do mundo (se viesse a ser dono do mundo comercializaria com ele mesmo e a economia iria para as cucuias). Como era judeu, o problema dele era ele mesmo matando judeus como se matasse a si mesmo. Era louco de atar, tripolar nato sem remédios na altura para se equilibrar. O povo alemão tão esperto e inteligente, foi na lábia dele.

O que motivava Stalin?
- Manter o comunismo na URSS a qualquer custo em duas fases: A primeira, educar o povo para que todos aceitassem o comunismo. A segunda, manter o comunismo. Nunca passou da primeira fase e se ainda fosse vivo teria sido fuzilado como fuzilou milhões de russos e russas quando o comunismo foi pras cucuias.

O que motivava Lênin?
- A igualdade do povo, eliminando as diferenças sociais. De notar que Gandhi nunca se preocupou com isso e manteve a tradição das castas.

O que motivava Mandela?
- O mesmo que Martin Luther King, porém com um viés de chegar ao poder pela paz. Felizmente conseguiu. Muito parecido com Gandhi e JC.

O que motiva Ângela Merkel?
- Ela mesma e o povo alemão para o qual deseja a hegemonia européia. Quem deve tem que pagar e não há riscos para o capital. Se estivéssemos em 1919, seria um Hitler de saias. Difícil dizer quem seria pior.

O que motiva Barak Obama?
- Ainda não sabemos muito bem, mas deu uma ligeira guinada para o socialismo nos EUA com seu programa “Obamacare”, seguindo a cartilha da Constituição à risca: Pela primeira vez na história dos EUA um presidente fica em dúvida se ataca ou não ataca um ditador em meio a uma carnificina indiscriminada de civis, velhos, mulheres e crianças e pede que o Congresso se manifeste.

O que motivava Tito?
- A unificação dos povos eslavos sob uma única bandeira: A da Yugoslávia, fundando-a e tornando-se presidente vitalício. Foi um dos primeiros líderes a se revoltar contra a URSS comunista. Depois que morreu, a Yugoslávia se fragmentou em mais estados do que antes dele os unir. Não viveu para ver o desastre que fez. A região ficou muito pior do que antes. Não adianta unir o que a natureza desuniu.

O que motivava Che Guevara?
- Uma frase dele resume tudo: “Hay que endurecer pero sin perder la ternura”. Para ele os fins justificavam os meios. Fosse toda a população cubana manifestamente contra Fidel, e todos iriam parar no paredão... Muitos foram!  Comparado a Hitler é fichinha, mas muito parecido. Nunca fez guerrilha na Argentina seu povo e terra natal. Devia odiar ou pelo menos menosprezar seus irmãos argentinos. Hitler também odiava judeus.

O que motivava Mikhail Gorbachev?
- O mesmo que Lênin: Queria o bem estar do povo russo, a braços com falta de condições que o comunismo já não permitia: Um país extremamente rico de recursos corroído pela corrupção da igualdade remunerada e sustentada pelo Estado. O dinheiro do Estado era distribuído miseravelmente pelo povo (não era suficiente para todos) e não sobrava para investimentos no setor produtivo ou em qualquer outro. Com a economia de rastos, escreveu o livro “Perestroika” e o povo aderiu. Derrubaram as estátuas de Lênin, de Stálin, dos líderes comunistas, trocaram a bandeira russa, a Alemanha Oriental deixou de ser comunista e do dia para a noite todo o povo russo aboliu o comunismo, para vermos como o comunismo já era uma desgraça para o povo russo (ninguém deixa de ser alguma coisa da noite para o dia)

O que motivava Winston Churchill?
- A sombra da Alemanha tentando lançar seu manto nazista sobre o mundo e a própria Inglaterra. Nota dez mesmo com seu indefectível charuto cubano, infestando o exíguo bunker nos subterrâneos do Metrô de Londres.

O que motivava Napoleão Bonaparte?
- Como era baixinho, e sofria de gastrite crônica, além de careca, cantava tudo que era mulher para satisfazer o ego. Vaidoso ao extremo, queria ser o Presidente da União Européia liderada pela França. Quase conseguiu. Foi preso duas vezes e deportado para duas ilhas, morrendo envenenado por papel de parede á base de chumbo. Era louco como Hitler mas não tanto. Achava que a raça francesa era o “must” mas não perseguiu racialmente, talvez porque gostava de um bom vinho.

O que motivava Pinochet?
- O Chile... A qualquer custo ao estilo Che Guevara mas pela direita. Meio Stalin nos métodos, foi julgado por corte internacional quando se refugiava em Espanha e descobriu-se que adorava uma grana com gorda conta na Suíça.

Dilma e Lula não são líderes mundiais, são praticamente analfabetos e parece que querem apenas dinheiro e poder, com leve tendência a odiar o povo brasileiro dos quais se querem vingar: Os dois com traumas de infância.



© Rui Rodrigues 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O casamento e o presidente.

O casamento e o presidente.




Sou dos que acreditam que o sofrimento nos vem, ou da dor física, ou da dor de não entendermos as razões dos fatos, os porquês da vida. Tanto as dores físicas quantos as “morais” são provenientes do desconhecimento. As primeiras, quanto mais avançam os conhecimentos da medicina, menos dores nos provocam as doenças, e menos são as doenças que nos podem causar dores. No Egito antigo, por exemplo, faraós morriam por infecção nas gengivas, de dores de dente. Hoje são raríssimos os casos. As segundas dores, as do desconhecimento das razões de nosso sofrimento, aquelas que doem no coração e nos fazem ter ataques cardíacos, curam-se também com o conhecimento. Nós, humanos, estamos há milhares de anos, melhor, há milhões de anos trabalhando nesse sentido: Eliminar o sofrimento tanto quanto possível, e podermos dizer um dia, todos nós, homens, mulheres, de todos os gêneros: Sou feliz!

Não raciocinar não é doença física. É falta de hábito e disposição para beber do conhecimento que está disponível em conversas, em publicações, em programas de televisão, e principalmente na Internet, tudo disponível por relativamente baixo preço, e sempre será possível disponibilizar alguns momentos por dia para nos dedicarmos ao conhecimento. Presidentes apedeutas, se é que isso existe em algum lugar do mundo inteligente, é gente preguiçosa que não quer progredir no trabalho, que quer viver às custas do alheio. Se algum dia aparecer alguém querendo ser presidente da república sendo apedeuta, não vote nele nem em quem ele indicar. Não é gente capaz de nos impor ordens nem de serem seguidas em seus devaneios de promoção pessoal.

Para governar a própria vida - quanto mais uma nação - é necessário sabermos o que queremos, e se o que queremos é viável, sustentável, enfim, possível ao longo de nossas vidas, como o casamento, para não falarmos de política, se bem que de certa forma, o casamento é um assunto também político, uma instituição destinada a constatar publicamente, através de uma aliança no dedo e uma cerimônia religiosa que “esta mulher é minha, somente minha, apenas minha, exclusivamente minha”. Claro que não precisamos contar para ninguém, e talvez jamais contaríamos, mas cada um de nós, casados ou amantes, sabemos até que ponto isto não corresponde exatamente à verdade.  Mas lá está o que ainda não aprendemos muito bem: Continuamos incentivando o espírito do casamento em nossas crianças e contando a mesma história triste da gata borralheira e do príncipe encantado, um sapo com quem a princesa casa, uma delas, a outra usava sapatinho de vidro que quebra fácil e nem dobra para caminhar. Somos apenas um pouco tontos, acreditando que alguns momentos de felicidade em que sonhamos com abóboras encantadas que se transformam em diligências resplandecentes de ouro, possam ser prelúdio de esperança para dias melhores que os nossos, para nossos filhos e netos. Claro que as verdades doem, mas é só por instantes, no máximo um par de dias, uma semana, mas a ilusão dói todos os dias. Por exemplo, a ilusão de nos pavonearmos ao agradar às moças casamenteiras para que nos escolham como maridos, ou de se pavonearem como aves de paraíso, mostrando seus melhores coloridos de maquilagem, os melhores vestidos, os mais belos gestos para nos convencerem de que são as mulheres perfeitas, as princesas de nossas vidas que transformaremos em rainhas de uma família. Mas calma. Isto não é falta de moral, de ética, ou algo reprovável. Faz parte da natureza, do fazer “a corte” a quem pensamos que nos acompanhará por toda a vida, e quem segue apenas a beleza, o que todos vêm, arrisca-se à competição: De beleza todos entendemos sem ser necessário raciocinar, sem frequentar bancos de escola. Ter capacidade para apreciar a beleza é talvez o único “almoço grátis” da natureza, e ser aquele marido ou mulher que quando sai na rua com o companheiro ou companheira provoca torceres de pescoço em sua direção, pode ser uma fonte de problemas, a menos que não se importe, e na maioria dos casos nem importa se o casal discute ou não: A fila lá fora é grande e a tentação ainda maior. Quem resiste?

Então se inventam “receitas” para a felicidade no casamento, como, por exemplo, discutir sempre a relação, dar-se e entregar-se, não fazer da vida uma rotina, agradar sempre, e outras estratégias, como se isso resolvesse. Resolver até resolve, mas infalivelmente a relação chega às vias de fato em que não se quer mais discutir a relação porque virou rotina, já não nos queremos dar nem receber porque a exaustão do relacionamento nos tira a energia e a disposição. Dos dez mandamentos para uma vida feliz, um deles fala sobre o casamento, afirmando que não se deve ambicionar a mulher do próximo – e deveria dizer também que não se deve ambicionar o marido da próxima – mas podemos imaginar um sujeito que peca em todos os outros nove, e o que pensaria a mulher dele sobre a relação entre os dois. Mas que digo eu? Nada que não se saiba. Basta admitir que sabemos o que de fato sabemos, e logo chegamos à conclusão que não basta raciocinar e então saber: É também imprescindível que possamos admitir para nós mesmos o que de fato sabemos.

Podemos ir mais longe... Quantas “facetas” do comportamento humano conhecemos nós, cada um de nós? Uma centena? Milhares? Milhões? Pois vos digo que são milhões vezes milhões, porque dependendo das circunstâncias podemos mudar nosso comportamento, dependendo do momento, se estamos de bom humor, se estamos num momento feliz, se temos dinheiro, se estamos em casa ou na rua, se temos ou não um bom emprego, se temos carro ou não, se somos ou não multados, se temos filhos e são felizes, se não são... Então, como conhecer alguém por um par de dias, de meses, ou até de anos, e dizer: É meu par para toda a vida? Se a vida muda a todo o instante? Então, presos na palavra da aliança de casamento, vamos fazendo concessões ao longo da vida, deixando de sermos nós mesmos, e logo aceitaremos grandes concessões.

Felizmente a humanidade tem o condão de perceber – mesmo que de forma inconsciente – os atoleiros em que se mete e com maior ou menor demora, consegue livrar-se deles. As mulheres já se livraram do “paternalismo” do pater-família, são independentes, e não precisam casar para terem sua independência. Pelo contrário, são agora independentes sem precisar casar, com a certeza de que Deus abençoa o “não casamento” para a vida e para além dela, da mesma forma que abençoa o não casamento de todo o reino vegetal e animal deste planeta e não temos razão alguma para achar que por não sermos “animais” Deus nos trataria de forma diferente. Somos como somos, e colhemos os frutos do que somos ao longo da vida. E assim como os seres humanos deste planeta são independentes e não precisam de paternalismos, nós que raciocinamos, preferimos sempre um presidente inteligente e instruído que nos representa lá fora, enquanto nos governamos aqui dentro, mas sempre nos perguntando o que queremos. Também somos independentes. A moda é apenas adereço dos corpos que têm uma mente. É uma ilusão que desvia as atenções da mente e nos faz perder a vontade de raciocinar, de tão fascinados que ficamos com a beleza. O construtor deste universo fez a natureza tão bela, que nos perdemos a apreciá-la pela imagem que nos transmite, sem nos darmos ao trabalho de a analisar e entender nos pequenos detalhes que sempre nos passam desapercebidos. Sou mais um analista de detalhes do que de paisagens.

© Rui Rodrigues










domingo, 1 de setembro de 2013

A MARIPOSA E A LÂMPADA

Achei num baú essa poesia antiga minha:

A MARIPOSA E A LÂMPADA
Marlene Caminhoto Nassa

Tão tonta como uma mariposa
Que vai a busca de luz
E morre sem piedade
Da lâmpada que a seduz

Fui em busca do teu chamado
Sem me importar com o pecado
Ofuscada pela brilhante luz
Dessa paixão desmedida

Já sabia o que esperar
Dessa ilusão descabida
Eu me apoiei em ti
Mesmo sabendo seres vento

Não pude então reclamar
Quando o vento virou furacão
Varrendo e levando com ele

Meus sonhos e minha ilusão

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Mosteiros de eunucos sem portas e sem muros.

Mosteiros de eunucos sem portas e sem muros.

Disse Jesus, segundo Mateus:
Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir admita.
(Mateus, 19:12)


Ora, o termo Eunuco não quer dizer homossexual, nem mesmo impotente, embora os haja e houvesse entre os eunucos, e não há o que recriminar, porque cada um é o que é. Mas nem sempre. Os cargos ocupados por eunucos eram muito bem remunerados e por isso alguns pais mandavam castrar seus filhos para que servissem a senhores poderosos que os mantinham protegidos em palácio. Mais recentemente na história, crianças eram castradas para que sua voz continuasse infantil e pudessem fazer parte de coros de orquestras e de igrejas. D. João VI quando veio para o Brasil trouxe um grupo de meninos italianos castrados (castrati) para atender as necessidades culturais da corte.

De certa forma, o que se espera de padres da Igreja católica é que ajam como eunucos sem, contudo, serem castrados, em busca do reino dos céus - que é para muito poucos – a julgar péla parábola dos ricos, da agulha e do camelo, contada por Jesus: Seria mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico passar para o reino dos céus. Para não se ser rico, não se pode ter ambição, nem desejar a mulher do próximo para não ter que alimentá-la, nem ter “maus” pensamentos, como exige a profilaxia religiosa da religião católica. Em suma, se adotar a nulidade dos desejos comuns e correntes do ser humano estará pobre no paraíso da terra, mas feliz pela vitória de ter conseguido dominar todos os desejos naturais, como o do sexo. Hindus conseguem esse estado de Nirvana sob a égide de outros e prolixos deuses, mas de modo geral, dão ao sexo o valor que ele tem na vida de qualquer ser humano. Sexo para procriar, uma vez a cada dez meses do ano, deveria ser suficiente, mas sabemos ser humanamente impossível, e sabemos também que não somos deuses nem santos.


Mosteiros são edifícios onde tudo que fosse possível se cultivava, de forma a ser auto-suficiente para monges e freiras, mas jamais frades e freiras convivendo sob o mesmo teto. Mas nem sempre eram auto-suficientes. Em vez de ser uma forma da independência feminina, sobrevivendo por conta própria, era um tipo de segregação para evitar tentações. Os frades tentavam ser eunucos sem fêmeas para cobiçar, pais mandavam filhas para conventos como castigo por sua sede de liberdade e independência. Mais tarde no tempo, curandeiros psicológicos dariam choques em jovens para que despertassem para a necessidade de nada contestarem sobre educação, governo, coisas mundanas, abraçar a fé da nulidade, fazer as vontades alheias. Não há crônicas sobre como esses jovens, machos e fêmeas enclausuradas, satisfariam seus desejos sexuais, porque fé convicta sobre a sua religiosidade forçada certamente não a tinham. Num mundo de faz de conta, podemos fazer de conta que entendemos perfeitamente fatos como esses, mas podemos perguntarmo-nos se não tivessem havido movimentos libertários ao redor do mundo, se essa prática ainda não teria sido mantida, e, em decorrência, o que será necessário movimentar para que se mude também a mania – porque não se trata de fé, mas sim de mania – de padres não poderem casar. Estamos certos de que um dia no futuro poderão. É pena que não se possa adiantar o futuro e trazê-lo para o presente, se já sabemos como será.


No entanto, algo mudou a respeito dos conventos. A tão sonhada liberdade sexual para homens e mulheres, finalmente aconteceu, fortemente alavancada pelo descobrimento da pirula, da ligadura de trompas e da vasectomia, e naturalmente o viagra. Podemos transar eternamente enquanto durarem nossas vidas sem perigo de procriar, e com o uso de camisinhas, sem medo de apanhar doenças sexualmente transmissíveis. Isso trouxe um tipo de independência tal, que não será exagero se afirmarmos que “ninguém é de ninguém”. Certamente ninguém é de ninguém para toda a vida, e as estatísticas provam isso exatamente. Casar, que antigamente já era uma “roleta” como fator de sorte em sua sobrevivência ao longo de vidas em comum, agora já é algo como acertar numa Mega-Sena, onde as probabilidades são ainda menores. O casamento que já foi uma instituição, hoje é uma festa comemorativa de um acontecimento: A liberdade de transar legalmente, com a certeza de mais tarde ter que dividir os bens acumulados, criar dificuldades mentais para os filhos pela separação dos casais, gastar boa parte de seu acumulo de riqueza pelo trabalho com advogados mentirosos que tentam convencer a corte de que cada cônjuge é pior do que o outro. Se houvesse juiz honesto, e pelas queixas de parte a parte a parte, a serem verdadeiras, todos os cônjuges estariam presos por mil e uma afrontas à lei. Ou pelo menos, um deles.

Mas a bem vinda liberdade sexual trouxe muito mais do que isso: Trouxe a oportunidade de viver uma vida programada, tendo filhos quando se quer e não quando por descuido eles aparecem. Trouxe a liberdade sexual em toda a acepção da palavra, incluindo todos os gêneros hoje conhecidos que não se limitam a masculino e feminino, mostrando aquela parte “ignorada” da sociedade humana para a qual nem havia uma designação “oficial”.  O mundo mudou, as religiões pararam no tempo encerradas em mosteiros onde os sons e as imagens do lado de fora são rechaçadas a raquetadas coniventes com o hermetismo da consciência conservadora. E então, nos últimos sessenta anos, com a vida periclitante entre assaltos, guerras e instabilidades econômicas,  os mosteiros abriram suas portas para a visitação pública, pais já não obrigam suas filhas ao convento, o anel do “casamento” com Jesus está comprometido.Um lugar calmo e tranqüilo para meditar é o que toda a humanidade quer enquanto lhe dura a vida, livre de impostos, de obrigações do dia a dia, as caridades dos conventos hoje são dádivas de ONGS sem menção a religiões, nem santos e sem deuses.


Com tanta liberdade, o afastamento da religião trouxe algumas novidades, como era de prever. Uma delas foi o alerta para a humanidade de que se poderia controlar a população mundial, viver um pouco mais a vida em liberdade antes de ter filhos, ou nem os ter. O sexo já não era – e nunca tinha sido realmente – apenas para a fecundação, algo que nos diferencia dos outros animais que mantêm relações sexuais apenas quando as fêmeas estão no cio. Seres humanos não têm cio e praticamente estão sempre dispostos a manter esse tipo de relações, porque dão prazer. Somos uma espécie viva e carente de prazeres. As drogas são apenas o aspecto mais leviano e perigoso dessa carência. A vida de impostos, trabalho, dificuldades, nos impõe compensações de prazer para que a "vida"  possa ser vivida com certo equilíbrio e alegria.

Ao verificarmos que os gêneros humanos são agora tão diversos, as relações humanas tão libertárias, independentes, a cultura do “eu” tão apropriadamente adquirida dos hábitos mutantes das grandes cidades, não podemos deixar de nos perguntar que medidas uma humanidade estará tomando para controlar a natalidade, tentando minimizar os impactos das diferenças sociais, deixando o mundo para cada vez menos gente, dividindo a riqueza por cada vez menos cidadãos, como acontece em países desenvolvidos e se espera que aconteça também no Brasil em mais uns quinze anos. É como se a humanidade se transformasse em eunucos, não por estar castrada ou ser homossexual, mas por retardar ou eliminar a possibilidade de ter filhos, um certo tipo de “castração” geral e irrestrita, que, não fosse a ignorância e a falta de educação sexual adequada em casa e nas escolas, e só uns poucos seriam atualmente pais-avós de filhos adotados, mas com toda a liberdade sexual.


Dizem as mulheres que não encontram homens, coisa que homens não dizem. Há mulheres suficientes para passar bons momentos, sem compromisso e muitos cuidados. Apesar disso, praticar sexo tornou-se algo perigoso quer por obrigação a laços de relacionamento estável, quer pela transmissão de doenças sexualmente transmissíveis.  Os Mosteiros, pelo que parece, abriram as portas e derrubaram os muros. Estamos numa convivência monástica, com tantos cuidados, que o relacionamento se compromete, cada um em seu mosteiro com Internet, shoppings, apartamentos, automóveis e cartões de crédito. Cada vez menos crianças, grande parte adotada. Recentemente uma freira deu à luz na Itália e disse estar surpresa com o acontecimento..  Ver em (http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/01/140117_freira_gravidez_pai.shtml)

Nem os genes já são tão importantes como eram antigamente. Os bancos genéticos estão cheios à disposição.

© Rui Rodrigues






[1] Michael Jackson teria sua voz capaz de cobrir  três oitavas a exemplo dos grandes tenores, devido a remédios que teria tomado, mantendo sua voz de “castrado” (castrati), tal como os garotos de coro de D. João VI. Ver em  http://newspressrelease.wordpress.com/2011/03/02/michael-jackson-ficou-esteril-sem-saber-segundo-pesquisador-frances/ 
[2] Ver registros do mosteiro de São Martinho de Castro em Portugal, primeira foto deste texto, em http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=4381033

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Cinco Temas de Agosto 2013

A violência nas escolas do Brasil...
Educação é algo que se assimila em casa e nas escolas, mas não se pode desprezar o que se vê nas televisões, pelas ruas, se lê nos jornais... Coisas que adentram as casas e escolas. É um mundo simbiôntico e nada se isola. 

Com tantas notícias de crimes sem punição, corrupção de políticos, vida mais cara, inflação, ensino deficiente, saúde pública em cacarecos, reclamações que não são atendidas, esgotos a céu aberto, regiões sem água potável, a juventude reclama à sua maneira de um mundo que espera ver mudado e se julga impotente para mudar: Indisciplina-se nas escolas, quebram móveis, dificultam a educação que parece não lhes servir nem ser solução. 

Estão na duvida se seguem a educação que lhes é dada e serem cidadãos honestos e serem desprezados pelos governos sucessivos, ou serem desonestos e se tornarem políticos ou servidores públicos corruptos.

Se quisermos um Brasil melhor, nossas reclamações têm que ser ouvidas, o governo tem que deixar de ser corrupto. O exemplo vem de cima, não debaixo. 

₢ Rui Rodrigues.

http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/unesco-resources-in-brazil/studies-and-evaluations/violence/violence-in-schools/

EM BUSCA DE SOLUÇÃO POLÍTICA


Lembrei-me hoje da tragédia dos Andes... Depois que os passageiros foram resgatados se verificou que ali perto, detrás de uma pequena montanha, havia um vale com casas e instalações, um hotel e até um pequeno hospital. 

muitas mortes poderiam ter sido evitadas, mas era necessário um pouco de sorte para caminharem em busca de apoio na direção certa. 

Vejo aqui pela NET que se reclama muito, buscam-se soluções, mas muito poucos, leem o que escrevemos. Vão em busca de informações no "comum e corrente" , procurando textos curtos, de gente engajada no "sistema". Raciocinar fora dele parece difícil, cansativo, não há tempo a perder... Parece que o tempo não seria perdido. Mais perdido é o tempo girando em torno de um circulo como se fossemos LP's antigos de 78 rotações por minuto. 

Rodamos no vazio e parece haver um prazer mórbido em mantermos os motivos que nos fazem reclamar todos os dias. Talvez para mostrarmos que "sabemos" do assunto, que estamos “engajados” e que por isso reclamamos com propriedade, nós os que nos julgamos prejudicados. 

Assim não vamos a lugar nenhum... Continuaremos ouvindo o mesmo LP - que hoje seria um CD, a 78 rotações por minuto... Só que a música é antiga e sempre a mesma: A “canção” unísssona da corrupção e como extirpá-la... Podemos ouvir a mesma música um milhão de vezes que continuaremos ouvindo a mesma música

₢ Rui Rodrigues, 

http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/

OS TEMPOS MUDAM, Frank Sinatra...


Além de N. York, não só Las Vegas, mas também Detroit eram os lugares preferidos pelos grandes artistas de cinema e do show Business americanos. Por lá passaram todos os famosos que conhecemos, entre eles, Frank Sinatra. 

Depois que começou a crise de 2008, algumas cidades na China e nos EUA decaíram porque, para manter o eleitorado, continuaram gastando mais do que deveriam e podiam. Detroit entrou em falência e deve hoje mais de 40 bilhões de reais, o que é demasiado para uma população que perdeu desde 2008 25% de seus habitantes e hoje tem cerca de 700.000 pessoas. 

Para pagar a dívida, pretende a Prefeitura vender obras de arte. E enquanto isso, nosso governo desperdiça verbas aos montes em salários altíssimos de políticos, incluindo o Senado, em transportes de avião, em corrupção, em obras faraônicas e obras que não andam e cujo valor dos contratos sobe a cada dia por estarem paradas.

Como se a crise não fosse chegar por aqui... 

₢ Rui Rodrigues. 

http://www.publico.pt/cultura/noticia/detroit-vai-mesmo-pagar-a-divida-com-caravaggios-e-van-goghs-1602449
http://www.youtube.com/watch?v=f5Lp5DOjkc8

Jantando fora... 



Há muito que dizia para minha família: Acho melhor gastarmos o que iriamos gastar num bom restaurante, cozinhando em casa... Cada vez que ia para a cozinha, a comida ficava melhor. Não era vergonha nenhuma cozinhar, pelo contrário, um prazer, e só perdíamos o "status" da sociedade nos ver frequentando restaurantes com certa fama... Mas.. E daí? A maioria nem conhecia, e sendo desconhecido estar ali a minha família ou outra dava no mesmo. Nenhum paparazzi iria tirar fotos para postar nos jornais.. E naquela época, dinheiro não era problema. A inflação não era tão alta. 

Agora vejo o que ganhamos jantando em família, com os amigos, melhorando os dotes culinários, convivendo, sem ter que estacionar carro, sem ter que pagar gorjetas, sem arriscar a encontrar os vidros quebrados do automóvel.. Sem ter que molhar a mão do guardinha. E principalmente sem comer alimentos vencidos em restaurantes de primeira linha Zona Sul do Rio de Janeiro  

http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/restaurantes-chiques-do-rio-tem-comida-estragada-diz-nyt



O SENADO MANTÉM CARGO DE CONDENADO A PRISÃO 


Quer dizer que Donadon é realmente um bandido, um escroque, que desviou milhões de verbas...

Quer dizer também que nossos senadores representativos negam a cassação dos direitos políticos... 

Então, pela lógica, temos que entender que os políticos não nos representam, são outros bandidos de igual porte, estão mancomunados, e deveriam estar todos presos, em cana... Recebendo apenas o salário-bolsa-presídio... 

Estamos roubados, por uma corja de políticos bundas-mole, que elegemos por que o sistema é esse mesmo: Os partidos políticos nos "presenteiam" com bandidos para votarmos neles, nós votamos, depois eles nos roubam e recebem palmas no "plenário da tramoias"... Somos idiotas, ou temos esperanças que eles nos deem de lambuja um cargo em algum ministério, nem que seja de porteiro vitalício muito bem remunerado ???

Quem apoia esta porcaria de podríticos que temos ?

http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/08/camara-mantem-mandato-de-donadon-em-votacao-secreta.html