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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ilusões em um mundo real, ou realidades num mundo de ilusões?





Ilusões em um mundo real, ou realidades num mundo de ilusões?

A moderna Física Quântica abre-nos uma janela para a eventualidade de sermos meras imagens animadas, “hologramas” [1] de um mundo real, diferente, muito próximo, que não podemos conhecer: Estaria em outra das onze dimensões deste nosso universo. Através da holografia podemos “reconstituir” a imagem de uma maçã em três dimensões, por exemplo, a partir de uma parte dela e não dela toda.

Neste nosso mundo a que chamamos, talvez ilusoriamente de “real” – pelo menos aparentemente – têm  surgido magos e mágicos que nos deixam perplexos com suas mágica, que, já o sabemos, não passam de meros truques que nos desviam a atenção. Numa fração de segundo a mágica foi completada sem que tenhamos percebido como. Ninguém de uma platéia de centenas de pessoas consegue perceber como os truques são feitos.

Na nossa vida diária o tempo em segundos passa tão rapidamente que, preocupados ao atravessar uma rua, perdidos numa concentração mental para resolver um problema, beijar a mulher ou o homem amado, não percebemos o tempo e este passa como que por encanto, mágica, como um relâmpago. Ter a mente ocupada faz-nos não perceber essa outra dimensão do mundo em que vivemos: o tempo. Nessas ocasiões “agradáveis” o tempo parece parar. Pelo contrário, quando estamos ansiosos  ou preocupados, o tempo arrasta-se e os segundos parecem horas, as horas dias, os dias semanas... Parecemos crianças (nosso consciente) quando nos diz o nosso subconsciente: Seja um bom menino e faça algo para eu ganhar uma boa dose de dopamina”

Quando assistíamos a espetáculos circenses – que estão acabando – ou quando nos divertimos ou passamos por aquilo a que costumamos chamar de “bons momentos” sofremos reações químicas em nosso cérebro e grandes doses de endorfinas[2] são injetadas dando-nos a sensação de prazer. São essas descargas de dopamina, por exemplo, que nos dão a sensação de prazer e nos iludem a avaliação da medida do “tempo”, nos tira do mundo real e nos transporta para o mundo da ilusão temporal sem que, contudo, isso signifique que o que fazemos não seja real, de verdade. No entanto, o que sentimos depende da capacidade de cada um de produzir e de interpretar essas substâncias neurológicas como fonte de prazer e de intensidade de prazer.

Em busca desse prazer, ou melhor, da obtenção dessas substâncias neurológicas que nos dão o sentimento de prazer, nos iludimos muitas vezes, de forma proposital, não consciente, ao corresponder a um interesse em objetos amados, como, por exemplo, o namoro, a paixão. Frases, toques de pele, perfumes, sexo, nos atraem para obtenção dessas substâncias. Passamos assim, como num passe de mágica, do mundo real para o virtual, imaginário, como numa armadilha. Se analisássemos friamente a situação, poderíamos sentir outros fatores envolvidos nas frases, nos toques de pele, nos perfumes, nos incentivos à “paixão” e evitar possíveis sofrimentos futuros, mas isso não poderia produzir a dopamina em nosso cérebro e não sentiríamos prazer nisso, embora deva existir quem possa lidar em certos momentos com essa mágica de provocar essa necessidade em outrem, mas sem o envolvimento emocional para a produção própria da dopamina.

É por isso que homens e mulheres se iludem exatamente dessa forma, quando, apesar de saberem os defeitos dos parceiros, continuam buscando neles a sua companhia em busca de momentos de prazer, ou melhor, de momentos que os façam produzir a dopamina, que por sua vez produz a sensação de prazer. São capazes de viver anos a fio até que a realidade aflore e busquem outras pessoas outros motivos na vida que as façam produzir tanta ou mais dopamina do que antes. Dizem por exemplo, que nada melhor para “esquecer” um amor frustrado do que arranjar outro amor, o que deve ser interpretado, como nada melhor para conseguir novas doses de dopamina, do que arranjar um novo “amor” que provoque a sua produção. Do termo dopamina surgiu o termo “dopado”,não por acaso. O “amor” dopa! Temos aqui, especificamente, o caso de uma magia, uma mágica da natureza que nos transporta do mundo real para o virtual, e por vezes confundimos os dois.

Dizíamos, antigamente, que o amor vinha da alma sem sabermos exatamente o que é a alma, e que muitos achavam e ainda acham que se situa no coração, um músculo operacional, sem raciocínio próprio, que faz sempre a mesma coisa cerca de 60 vezes por minuto: bombear sangue das veias e para as veias. Um músculo que apenas é controlado por uma pequena parte do cérebro, do tamanho de um punho fechado, o bulbo raquidiano. E sobre este bulbo raquidiano, não temos a menor centelha de controle. Ele é autônomo, independente. Vivemos realmente em mundo de ilusões que confundimos com a realidade ou que transformamos em “realidade”.

Indo um pouco mis além no mundo das ilusões, quando candidatos a eleições nos vêm pedir votos, nós, que estamos muito ocupados com o nosso trabalho, com nossa família e amigos – e com nós mesmos -  nos iludimos jogando dopamina no cérebro quando os vemos ou ouvimos, dizendo para nós mesmos;

- É este... É este que vai resolver os nossos problemas.

É outra ilusão. Os candidatos também jogam dopamina em seus cérebros quando nos vêem ou ouvem nossos gritos de apoio, e sentem prazer, dizendo para si mesmos:

- São estes... Com os votos destes eleitores resolverei todos os problemas dos que pagaram a minha propaganda e os meus próprios problemas. Agora sou gente importante!

Não nos iludamos... Ou devemos iludir-nos para ganharmos nossas doses de dopamina?

Rui Rodrigues

domingo, 16 de setembro de 2012

O Mensageiro


O Mensageiro
Um verdadeiro Cidadão do Mundo

Há quem se vanglorie de ser cidadão do mundo, só porque morou em dois ou três países e visitou mais um par deles, ou, ainda, tem dupla nacionalidade. Isso não é ser cidadão do mundo. Cidadão do mundo, mesmo, realmente, é o Pedro. Pedro Nogueira da Silva que contou sua história no Bar do chopp Grátis para quem quis ouvir. Foi uma noite e tanto.

Onde Pedro nasceu ao certo não se sabe, mas foi em 1950 na Sérvia, antiga Yugoslávia. Com 16 anos engravidou uma moça e queriam obrigá-lo a casar. Seus pais não eram ricos, nem pobres, mas conseguiram arranjar-lhe o dinheiro suficiente para comprar uma passagem para a França. Acobertaram o filho porque se sabia que a moça era uma doidivanas que saía com muitos rapazes. Pedro só tinha saído uma noite e mesmo assim tinha sido rápido e em pé. Depois ela não o procurou mais e continuou saindo com os outros rapazes. Naquela época nem existia teste de DNA, e valia a palavra da moça que dizia quem era o pai. Às vezes era, outras vezes não. A família e Pedro resolveram não discutir, pularam essa etapa da vida, e numa manhã, assim de repente, Pedro já não estava na aldeia, os pais não sabiam dele, a moça teve que escolher outro marido. Durante a viagem chegou a pensar que era melhor aliviar-se com maricas. Esses não teriam filhos nunca. Um dia casaria decentemente, mas desistiu da idéia.  Não suportaria beijar um macho sem peitos, e seria capaz até de agredi-lo se um dia lhe pedisse para se virar que ele também queria ter prazer. Isso jamais. Depois, com a doidivanas longe dele, o mundo estava aberto para a vida normal que sempre tivera, mas os pesadelos só estavam começando.

Bem que seu pai o instruíra para ser um sujeito correto, honesto, família, mas também o avisara que o mundo lá fora do ambiente de casa era muito diferente. Logo conferiu e sentiu que era. Sua vida adulta estava começando e já se via encrencado sem que tivesse feito algo errado.

Foi direto de Belgrado a Paris pelo velho “Orient Express”, ainda a vapor cuja companhia os mantinha por tradição. Ainda no trem conheceu dois sujeitos que também viajavam para lá. Disseram que iam alistar-se na Legião Francesa. Pedro contou-lhes o seu caso e disse-lhes que não sabia para onde ir, como conseguir um emprego. Conversaram bastante porque sono era exatamente o que não tinham. Só quando o trem estava chegando a Paris os dois lhe contaram que eram inocentes num caso em que se envolveram com a policia e houvera um morto e vários feridos. Tinha sido na tarde do dia do embarque e lutavam pela independência da Sérvia tentando minar o governo de Tito, que unificara a Yugoslávia contra vontade das diferentes etnias da região. Tito fizera o seu sonho, mas apagar o sonho dessas etnias. Pedro achou que os dois tinham uma boa moral, eram gente decente e convidou-se para entrar com eles na Legião Estrangeira. Por sorte, em vez de o trem ir para a Gare du Nord, de onde saem e aonde chegam os trens de viagens internacionais, o deles foi desviado para a Gare Montparnasse, que hoje já não existe. Lá, a alfândega era mais suave e o controle de passageiros ineficiente, ainda mais quando a estação se enchia de nevoeiro provocado pela fumaça dos trens a vapor como aquele. Decidiram arriscar e não saltar do trem em movimento.

Entraram para a Legião Estrangeira. Após alguns meses de treinamento, na Córsega, onde estava lotado, Pedro foi despachado para o Tchad em 1969 quando o governo do Chade pediu ajuda militar à França para abafar uma revolta tribal importante. O batalhão de Pedro, o 2. ° REP foi então mandado a esse país onde participou, durante quatro meses, de tiroteios contra os rebeldes, até que a revolta malograsse. Envolveu-se em tiroteios, e chegou a uma conclusão. Na guerra de guerrilha não se pode avançar de peito descoberto na base da heroicidade. O indivíduo deve prevenir-se se quiser preservar a vida. Os mais afoitos, nascidos para serem heróis, avançam e são geralmente abatidos pelos inimigos. Viu alguns amigos seus caírem assim. Um dia o sargento disse-lhe para avançar. Pedro deu uma olhada no ambiente e viu um inimigo atrás de uma árvore com a arma apontada para onde ele estava. Disse para o sargento que primeiro tinham que abater o guerrilheiro para que ele avançasse. Não era louco. O Sargento olhou, viu o guerrilheiro e abateu-o com uma granada. Depois lhe disse: Agora pode ir, porra!  E Pedro respondeu-lhe:

- Meu sargento, desculpe o que vou dizer, não sou suicida, e agora vou, caralho!

Essa sua atitude e discernimento no calor da batalha, pensando, observando, antes de agir, valeu-lhe a recomendação do sargento e deu inicio a uma carreira que jamais imaginara seguir.

Ao fim de três anos conseguiu sua identidade francesa: Louis François D'Avignon. Gostou do nome, mas logo que saísse da Legião Francesa o trocaria para não lhe seguirem o rastro. Foi o que aconteceu no final de 1972.  Um dos amigos que fizera na legião francesa, disse-lhe que os americanos estavam precisando de gente especializada em inteligência e comunicações, que era a especialidade de Pedro. A missão seria no Vietnam. Um dia no Porto de Bastia, na Córsega, foi abordado por um indivíduo da CIA. Disse que se Pedro estivesse disposto a cumprir a missão ganharia um bom salário, e descreveu uma série de vantagens entre as quais se incluía a nacionalidade americana. Além do mais, se aceitasse, ele trataria de tudo junto à Legião Francesa. Pedro aceitou e pediu apenas uma semana de férias para resolver uns assuntos.

Soubera que em Portugal a corrupção era bem popular. Desde a segunda guerra mundial na qual o governo português se absteve de participar, que Lisboa se transformou num centro de espionagem com a mesma importância de Viena. Assim, disposto a obter um passaporte diferente, apanhou um “ferry boat” de Ajaccio, na Córsega, até Marseille e daí a Paris e Lisboa. Em dois dias tinha um passaporte tão verdadeiramente falsificado, que jamais descobririam ser falso. Foi nesse dia de 1972 que se transformou em Pedro Nogueira da Silva. E foi com este nome que entrou para o exército americano como membro da inteligência em comunicações e adotou a cidadania americana.

Chegou ao Vietnam, participou de algumas operações e das negociações para troca de prisioneiros a partir de 1975, com tanto sucesso que lhe passaram a dar missões importantes, altamente sigilosas. Uma delas foi um recado para Manuel Noriega, o general panamenho, ditador, que andou metido com traficantes de drogas e fazia lavagem de dinheiro. No entanto, como anteriormente tinha cooperado com os governos americanos, mandaram que lhe se levasse o seguinte recado: Que fugisse para a França, sem garantias de que não seria perseguido, mas que o governo americano faria de tudo para que não o matassem e não o extraditassem para os EUA. Sua família seria protegida. Realmente, apesar de aparentemente perseguido pelos americanos, fugiu para a França. Foi capturado, julgado a sete anos de prisão e finalmente foi extraditado para o Panamá. O governo americano não se intrometeu neste processo. Foi uma negociação entre o governo do Panamá e o da França.

Outro recado sigiloso que Pedro levou foi para o Bin Laden, logo após o 11 de setembro.  O recado era o seguinte: Bin Laden tinha cooperado com a CIA na guerra do Afeganistão na época da ocupação russa e em outras operações, não sendo assim um individuo qualquer na organização. Porém, como se tinha passado abertamente para o lado contrário aos interesses dos EUA, seria perseguido implacavelmente. A concessão americana seria o tempo em função dos integrantes da Al-Qaeda que Osama entregasse aos EUA por denuncia do local onde se encontrassem. Para cada um deles um período de tempo de vida, devendo entregar pelo menos sete deles. Se isto fosse cumprido teria sua vida garantida, morrendo para o mundo e vivendo incógnito e em segurança nos EUA, devidamente vigiado. Faria uma operação estética com um célebre cirurgião brasileiro. De fato, existem fotos de Osama Bin Laden morto após ataque a sua casa em Abbotabbad no Paquistão, foram feitos exames de DNA, mas não há provas reais de que tenha morrido. Seu corpo teria sido jogado ao mar. Para Pedro Nogueira da Silva, Bin Laden está bem guardado e ainda trabalha para a CIA.

Outra operação foi no Iraque. Um recado para Sadam Hussein. Não havia forma de fugir da CIA. Seria encontrado, preso, julgado culpado e morto pela forca com a cabeça arrancada na corda. A CIA nunca lhe perdoou a venda de petróleo aos russos e alemães...

Teve muitas mulheres, o Pedro, mas não sabe se deixou alguns filhos pelo mundo. Era um sujeito muito ocupado. Disse que um dia passaria pelo bar do chopp grátis para contar umas histórias sobre as mulheres que teve, mas que prefere não dizer os nomes: Não porque já não se lembre, mas por preservação da identidade.

Rui Rodrigues

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Portugal - O futuro dessa sociedade amorfa





torreão

PORTUGAL – O FUTURO DESSA SOCIEDADE AMORFA

Quem viveu a vida toda no mesmo lugar, na mesma cidade, atendendo as preocupações diárias, limitando-se às notícias da mesma fonte, normalmente a mesma rede de TV, assistindo os mesmos programas, e não freqüentou universidade, não sabe, não pode saber como se move o mundo, o que faz o mundo, como se comporta, os motivos que levam sociedades, famílias, indivíduos, a tomar certas atitudes que há primeira vista nos parecem sem muita ou nenhuma lógica, e, se pelo contrário tais atitudes nos parecem louváveis e que gostaríamos de adotar, não sabemos como agir porque as condições e modos de vida dessas sociedades são diferentes das nossas.
Não há um só elemento de qualquer sociedade do mundo que saiba tudo. E os que mais sabem não se metem em política porque esta atenta contra a sociedade. Os que mais sabem não atentam contra ela. Mas é a política que pode mudar as condições de vida de uma sociedade, de um planeta. Ao olhar pelo mundo, minha referência, desta vez, é Portugal, apesar dos pesares.
Falar das sociedades portuguesas do passado e como se comportaram em termos de nação, quase não vale a pena, porque se estamos bem devemos continuar assim, e se estamos mal, o passado não importa. Importa o presente onde se deve mudar o que necessita ser mudado visando o futuro. Porém deve ser feita uma referência às famílias que sempre dominaram a política, o comércio e a indústria: Nunca fizeram alterações fundamentais na estrutura da nação porque sempre se sentiram satisfeitos. As mudanças sempre advieram das necessidades, e o povo raramente se move porque há uma cultura da conformação à espera do milagre, talvez uma herança católica pós-inquisição, mas com base nesta. O povo português tem medo dos “governos”, sussurra pelas ruas e em casa, embora após a ditadura de Salazar esteja mais afoito, porém indeciso e dividido. Explode suas raivas em conversas lançando impropérios contra os governos, mas fica apenas nisso. O povo português discute a política, mas não a faz, simplesmente vota nos candidatos que os partidos lhes apresentam. E são sempre os mesmos, anos a fio, o que lhes permite, aos candidatos, o acordo tácito do “agora eu, depois tu, aprova-me e deixa-me quieto que depois faço o mesmo”.
Com população que varia há cerca de 200 anos entre os 10 e os 11 milhões de pessoas, continua-se com acesso limitado às universidades. Somente uma pequena parte da juventude pode ter acesso ao ensino superior e quer tenha formação ou não, é obrigada a emigrar porque não se criam empregos suficientes, os salários são dos mais baixos da Europa. Fruto dessa inércia secular, não há um só motor de automóvel genuinamente português, não há praticamente nenhum bem que não seja importado, e se não o é, pagam-se divisas pelos direitos de fabricar. Máquinas fotográficas são reparadas em Espanha. Tudo fica difícil, tudo é difícil, o país está politicamente amarrado. Boa parte do capital depositado nos Bancos portugueses é referente contas de emigrantes que ganham no exterior o que seria impossível ganhar em sua pátria.
Portugal tem tido, sem exceção, governos traidores das ansiedades cidadãs.
Mas porque não se muda?
Principalmente por medo, advindo da ignorância. Saber ler e escrever não é sinônimo de ter conhecimento e discernimento, e alguns números indicam o nosso grau de educação, de tal ordem deficiente, que estar na Comunidade Européia somente serve para supri-la de mão de obra não qualificada e consumir os produtos do resto dos países membros. Além disso, há sempre alguém que tem um padrinho que a colocou num cargo público e não quer mudar para não o perder.
Sobre educação, e extraído do link abaixo indicado, estudos recentes demonstram que “35% da população detém o primeiro ciclo do ensino básico; 27,3%  têm um nível de instrução superior ao ensino obrigatório em Portugal, o 3º ciclo do ensino básico ou 9º ano de escolaridade. Com uma instrução média (bacharelato) e superior temos 11.3% da população, sendo que destes 44% são do sexo masculino e 56% do feminino. Contas feitas, em Portugal no século XXI a percentagem de indivíduos que não tem qualquer escolaridade é maior do que a dos indivíduos com um nível médio (bacharelato) ou superior. E, dentro destes últimos, a maioria é do sexo feminino”.
Somos um país predominantemente ignorante, e isto não convém à cidadania. Convém aos que governam e é tão agradável – sabemos disso – pertencer ao governo, que partidos e políticos nele se mancomunam e se eternizam. Boa parte sai do governo bem mais rica do que quando nele entrou. Todos sabemos disto, mas não nos movemos, por conformados, orando nas igrejas, esperando D. Sebastião, a segunda vinda de Cristo, mais um milagre em Fátima, comovendo-nos com estátuas de virgens choronas. Não fazemos a dança indígena da chuva, mas rezamos para que chova.
Somos crentes do absurdo.
Mas onde está a amorfalidade de nossa sociedade? Parece lógico concluir que ainda acreditamos no “Senhor Doutor” candidato político, por falta de educação e por crença no absurdo, chegando a comemorar em grupos de amigos que “ele até me apertou a mão”, como prova de que vai cuidar dos interesses da comunidade; Os emigrantes não podem ter parte ativa na política a não ser votar nos mesmos partidos, nos mesmos políticos, porque a maior parte do ano estão fora das fronteiras; os protegidos do governo não querem mudar nada; Os ignorantes, conforme vimos são a maioria – acreditam em qualquer coisa que não saibam explicar e não sabem explicar absolutamente nada; com o advento da globalização as poucas empresas portuguesas preferem investir em países estrangeiros, deixando o país às traças, traçando o país, e isto é grave, porque já nem o povo interessa ao governo ou aos empresários portugueses;
Não temos ilusões de sermos uma Alemanha, um Rússia, EUA ou Canadá, mas se não conseguirmos educar o povo, mudar a mentalidade e a idiossincrasia nacional, não conseguiremos sequer ser uma Noruega, uma Islândia, uma Suíça, Finlândia, Suécia... E seria muito fácil. Um pouco demorado, mas fácil. Bastaria uma nova constituição votada item a item pela população e que não pudesse ser alterada sem votação popular do que se propõe ser mudado, como se faz em Democracias Participativas.
Não são os governos que fazem a nação: São as sociedades ainda que, e felizmente, amorfas, porque é da divergência que se faz a democracia.  
Rui Rodrigues

Referências:

Sobre educação http://www.marktest.com/wap/a/n/id~45c.aspx
Sobre Democracia Participativa ; http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/
Sobre emigração : http://imigrantes.no.sapo.pt/page6Estatist.html
Ver as novas constituições da Suíça, da Islândia, e dos países nórdicos. 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Homens e mulheres à frente do “seu” tempo!



Homens e mulheres à frente do “seu” tempo!
(E o mundo que herdamos)

Não há neste texto nenhuma referência específica a algum personagem histórico ou familiar que tenha as características de estar á frente de “seu” tempo, como se costumam vangloriar alguns personagens que conhecemos de nossa vida familiar e no meio de amigos e amigas, ou de fatos históricos que costumamos exaltar. Até mesmo porque ninguém está à “frente” de seu tempo. O que se pode é estar à frente de conceitos e preconceitos em relação ao senso comum do que são as formas “normais” de se agir em sociedade, grupos ou nações, afastando-nos de tais conceitos, preceitos, preconceitos, tradições. No fundo todos nós, sem exceção, temos um desejo hereditário, genético, de mudar o mundo. Não fosse esse desejo, não construiríamos nada, não estudaríamos para descobrir novos materiais, novas filosofias, o mundo ficaria parado, não haveria evolução. Com muito vagar vamos descobrindo coisas novas a cada dia, rejeitando o que não desejamos, lutando contra o que nos aflige e nos é difícil extinguir, adquirindo novos hábitos que nos parecem interessantes.

Herdamos um mundo. Todas as gerações herdam o mundo que seus antecessores lhes deixam, inacabado, imperfeito, à disposição para ser alterado, mudado, revirado do avesso. Creio que existe uma memória “genética” que interfere no relacionamento das novas gerações com as anteriores, principalmente no relacionamento entre filhos e pais. Vou mais longe: Na inconformação com o mundo que se lhes depara, cheio de imperfeições, filhos culpam os pais e as gerações passadas, lá no fundo de sua “ID” [1], por herdarem essas imperfeições, e mais particularmente, mas agora nem sempre, da condição de vida que herdaram de seus genitores com variância de grau, isto é, uns mais outros menos.

No caso específico do termo “mulheres à frente de seu tempo”, ou de homens à frente de seu tempo, refere-se este a mulheres que contestam os hábitos tradicionais e agem de forma diferenciada, rejeitando esses hábitos e adotando novos. Esses hábitos são sociais, políticos, pessoais, de comportamento. No mundo que vemos hoje, é como se o comportamento masculino fosse a “senilidade” e o feminino a “juventude” contestadora: os homens no poder na França de 1968, as mulheres montando barricadas nas ruas de Paris contra os métodos e conceitos da educação francesa da época. Ou as mulheres pelas ruas sendo presas porque faziam passeatas em Londres e Paris exigindo o direito de também poderem votar nas eleições. Cheias de razão, evidentemente. A mesma razão que tiveram para acabar com os cintos de castidade, uma geringonça que os maridos lhes punham, feita de aço ou couro, com cadeado, aplicada ao sexo para que não fossem violadas ou se aproveitassem da ausência dos maridos para praticar sexo com o risco de gerarem filhos bastardos.

Mas de onde veio essa tradição de que o homem é quem mandava nos filhos e nas mulheres?

Se não voltarmos muito tempo atrás, podemos atribuir esse vilipêndio ao direito romano que se baseava no “pater famílias”, cujo código foi aprovado numa sociedade em que os “patrícios” ou nobres faziam as leis para uma massa social constituída de escravos, artesãos, soldados e mulheres, velhos e crianças. O direito romano zelava pelos direitos dos homens, calava as mulheres e crianças que não tinham direito a nada, nem a falar. Os “pater família” podiam inclusivamente dispor da vida de suas esposas e filhos. Foram os homens que redigiram e aprovaram o código romano.

Mas podemos ir mais longe, para trás no tempo e ler por volta do ano 623 da nossa era, o Corão, escrito por homens. Também este livro separa os direitos dos homens e das mulheres, dando todos os direitos aos homens e tirando todos os direitos das mulheres. Seria então o Corão o culpado pelos hábitos e tradições que tiraram os direitos das mulheres por séculos? Parece que não, porque ainda podemos voltar atrás mais uns séculos no tempo, e lermos o que escreveram nos livros sagrados cristãos por volta dos anos 60 – 70 de nossa era. Estes textos não descriminam tanto a mulher como o Corão, mas, também escrito por homens colocam as mulheres em um estado tão ausente que até hoje a Igreja católica, a precursora das igrejas de Cristo, não aceita mulheres em suas fileiras hierárquicas, e tão cedo não se verá uma Papisa. Ao que parece, a religião muçulmana e a católica vêm na mulher algum tipo de “impureza” que as faz manter afastadas dos diálogos com “Deus”, não lhes concedendo também o dom de “perdoar” pecados. Será Deus uma entidade discriminante e discriminatória? .
Mas como podemos ainda voltar mais atrás no tempo, veremos que a culpa também está em outros textos mais antigos ainda, como se as “tradições” viajassem – e viajam – no tempo, sendo adotadas porque estavam “funcionando” nas sociedades onde foram iniciadas.

E voltamos então a cerca de 6.000 anos AC, á religião judaica. Está escrito no Gênesis a descriminação de Eva, a culpada por desviar Adão da obediência às leis de Deus e os castigos que tanto Adão quanto Eva teriam recebido de Deus. A mulher seria sempre tentada pelo mal (a cobra que lhe morde o calcanhar) e seria serva do homem a quem teria que obedecer. Quer a religião muçulmana quer a católica descendem da religião judaica. Seria então a religião judaica a responsável pela descriminação da mulher? Somos levados a pensar que não. Teremos que voltar ainda mais no tempo, á época em que os homens e as mulheres viviam em cavernas e não tinham religiosidade como a conhecemos hoje. Sabiam que existiam forças na natureza, raios que matavam, que as pessoas morriam mesmo sem lutar, sem serem feridas. Enterravam seus mortos deitados de lado, com os joelhos dobrados sobre o estômago, cobrindo-os de flores e colocando pedras em cima. Não se sabe se as pinturas rupestres foram pintadas por homens ou por mulheres, mas parece que as mulheres, que não tinham de sair para caçar deveriam ter mais tempo para se dedicarem á arte, e os traços são incrivelmente suaves para a brutalidade necessária a caçadores. Os homens, esses se ausentavam por vezes por dias. Eram fortes, musculosos, massas brutas prontas a matar para se alimentarem e para defenderem a sua prole e o seu grupo. Sem leis escritas, era necessário que alguém exercesse a liderança nos grupos que por aquela época, ainda sem agricultura não passavam dos 100 elementos. Os alimentos disponíveis num entorno não permitiam grupos maiores sob risco de terminarem rapidamente e os obrigarem a mover-se da caverna ou do lugar para outros mais distantes. Chegados nesses lugares, a mesma organização deveria ser mantida para que o grupo pudesse sobreviver sem lutas internas para disputar os alimentos. Essa organização incluía o chefe, o macho alfa, o mais forte e ativo, um intermediário entre o grupo e as forças da natureza incluindo a sabedoria sobre as plantas comestíveis e medicinais, os caçadores, e o resto: Idosos crianças e mulheres. Se atentarmos para esta organização, veremos que um líder ou chefe, não precisaria ter muito trabalho para governar: as mulheres eram dominadas pelos homens, e cuidavam dos idosos e das crianças. O chefe teria assim, de um grupo de cerca de 100 pessoas, que governar apenas os caçadores, cerca da sexta parte: 15 cidadãos.

Esta organização saiu das cavernas e passou para as cidades como tradição, quando se descobriu a agricultura. Um rei teocrático governava na realidade um sexto da população, considerando que as mulheres não tinham voz ativa e eram da responsabilidade de pais e maridos. Esta organização consta nos livros que chamamos sagrados, chegou até nós viajando desde cerca de três milhões de anos atrás, e está viva, operante, embora com algumas alterações que de tão tênues, pouco se nota a diferença, bastando atentar para a proporção de homens e mulheres nos postos de governo, na diferença de salários, nos casos de violência policial de homens contra as mulheres, nas fábricas, nos postos de trabalho braçal ou técnico e de gestão do trabalho, nas universidades.

Se formos buscar culpados teremos que buscá-los em nós mesmos que não mudamos ainda a nossa forma de entender o mundo. O mundo humano é apenas uma parte de um mundo maior limitado pelas dimensões deste planeta em que vivemos. Precisamos mudar alguns importantes conceitos para que possamos viver em paz entre os homens e as mulheres de forma a desenvolvermos as condições necessárias á manutenção da vida.

Este planeta não se destina a ser dividido, mas á vida da humanidade, concentrando os esforços na sua manutenção e não na sua divisão. Não há outra forma de continuarmos vivendo sob um mínimo de condições auto-sustentáveis.

Paz na terra aos homens – e mulheres – de boa vontade!... E mude-se tudo o que deve ser mudado.

Rui Rodrigues

A ID segundo Sigmund Freud - Divisão do Inconsciente

Freud procurou uma explicação à forma de operar do inconsciente, propondo uma estrutura particular. No primeiro tópico recorre à imagem do "iceberg" em que o consciente corresponde à parte visivel, e o inconsciente corresponde à parte não visivel, ou seja, a parte submersa do "iceberg". De sua teoria ele estava preocupado em estudar o que levava à formação dos sintomas psicossomáticos (principalmente a histeria, por isso apenas os conceitos de inconsciente, pré-consciente e consciente eram suficientes). Quando sua preocupação se virou para a forma como se dava o processo da repressão, passou a adotar os conceitos de id, ego e superego.
§                    O id representa os processos primitivos do pensamento e constitui, segundo Freud, o reservatório das pulsões, dessa forma toda energia envolvida na atividade humana seria advinda do Id. Inicialmente, considerou que todas essas pulsões seriam ou de origem sexual, ou que atuariam no sentido de auto-preservação. Posteriormente, introduziu o conceito das pulsões de morte, que atuariam no sentido contrário ao das pulsões de agregação e preservação da vida. O Id é responsável pelas demandas mais primitivas e perversas.
§                    O Ego, permanece entre ambos, alternando nossas necessidades primitivas e nossas crenças éticas e morais. É a instância na que se inclui a consciência. Um eu saudável proporciona a habilidade para adaptar-se à realidade e interagir com o mundo exterior de uma maneira que seja cômoda para o id e o superego.
§                    O Superego, a parte que contra-age ao id, representa os pensamentos morais e éticos internalizados.
Freud estava especialmente interessado na dinâmica destas três partes da mente. Argumentou que essa relação é influenciada por fatores ou energias inatas, que chamou de pulsões. Descreveu duas pulsões antagónicas: Eros, uma pulsão sexual com tendência à preservação da vida, e Tanatos, a pulsão da morte, que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à destruição. Ambas as pulsões não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em conjunto. Como no exemplo de se alimentar, embora haja pulsão de vida presente, afinal a finalidade de se alimentar é a manutenção da vida, existe também a pulsão de morte presente, pois é necessário que se destrua o alimento antes de ingeri-lo, e aí está presente um elemento agressivo, de segregação.





[1] ID – Segundo Sigmund Freud, ver no final do texto 

Extremos


EXTREMOS

Marlene Caminhoto Nassa


A tristeza se liquidifica

Na lágrima que verte

Da sensação que fica

No vórtice da emoção

Que arrebatadoramente

Levou de roldão a razão


É de extremos nossa mente

Ódio e paixão nos habitam

Livremente

No lugar da vida

Pode restar a ferida

Ou a morte

Nessa difícil lida

Por sorte

Teremos paixão

Ou será só solidão


Viver em extremo

No fio da navalha

Beber o veneno

Esperando a mortalha

Ou por algo que valha

Como um gozo feliz

Estraçalha qualquer motriz


A bala pronta na agulha

É tudo aquilo que se diz

Pode ser a fagulha

Com gosto amargo de fel

Ou delicioso mel

Pode ser um estopim

Que queime e mate raiz

Ou que nos leve ao céu

Ou que nos faça para sempre

Infeliz!


Palavras


PALAVRAS

Marlene Caminhoto Nassa


Sobrepostas em camadas de memória

Bailam as palavras no dicionário

Anunciam derrota ou celebram vitória

São às vezes como orações de breviário

Que o padre reza no silêncio em sua cama

Significam e trazem o peso de sua história

E se revestem de flores como nessa rama

Ou de dores e de horrores e não de glória

De acordo com a maneira que se trama:

Na poesia, na prosa, na paródia ou na simples fala

Em sotaques, em quem odeia ou em quem ama

Ou na palavra solta e desenfreada que se rala

Enrosca, acumula, engrandece, engravida e cresce

De sentidos, de história, de desejos e de prece...


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Esses líderes de araque




ESSES LÍDERES DE ARAQUE

Quando morreu César, lá na Roma antiga, foi um choro só. Os inimigos de Roma adoraram, a tensão internacional amainou, outros países se foram formando, as raças se misturaram, o mundo progrediu. César passou à história contada em folhas mortas e a humanidade continuou viva a sua trajetória. César era um conquistador de terras, um submissor de tribos, comunidades e povos, um tirano que se beneficiou de cargo público para ficar mais forte e mais rico. Depois de morto César, Roma aos poucos foi dando origem a um país que hoje se chama Itália. Caminha mais ou menos, e os valores de César, como o circo romano, envenenar inimigos, perseguir cristãos, etc, foram esquecidos. Todos passam mais ou menos bem na Itália sem o tal de César, que tem monumentos por todos os lados. 

Alexandre o macedônio que todos pensam ser grego, e a que chamaram de “O grande”, que gostava de curtir uns mancebos, mandou matar o pai com a ajuda da mãe. Era um grande filho da mãe. Saiu mundo afora conquistando os antigos conquistadores, como Ciro, o persa, e chegou até a índia. Não ocupou o trono do pai porque, evidentemente, não deve ter deixado muitos amigos na Grécia e já sabia que sua vida poderia ser bem curta por lá. Preferiu sair pelo mundo conquistando, conquistando, conquistando até se cansar. Conquistou e novo ainda, um garoto, morreu não se sabe bem de quê depois de tomar um banho no rio Indo. Como era e ainda é costume na Índia jogar cadáveres nos rios, que são sagrados, o Alexandre deve ter apanhado uma infecção intestinal braba e ficou por lá mesmo, irremediavelmente morto. O reino dele dividiu-se, acabou em algumas décadas. Ainda hoje se lê sobre ele nas páginas mortas dos livros de história, mas o costume de conquistar já acabou, o reino dele esfumou-se. A Macedônia hoje tem outro nome e é um país separado da Grécia. A Grécia até que vinha muito bem com seu turismo nas ilhas, seu azeite e bons vinhos, mas está muito mal por causa da crise econômica de 2008 que ainda ribomba ao redor do mundo. Mas todos os gregos sabem que se ele ainda estivesse vivo, e no poder, a desgraça ainda ia ser maior. Enfim, que jaza em paz. Finalmente. Há estátuas dele espalhadas por toda a parte.


Apareceu um tal de Napoleão Bonaparte, que diziam ser um gênio para ganhar batalhas. Assumiu na França justamente logo após uma revolução popular que derrubou e incendiou a Bastilha, um prédio público misto de prisão e paiol de pólvora. Fala-se muito em Liberdade Igualdade e Fraternidade, que era o slogan, o moto dessa famosíssima revolução francesa. O moto acabou, não se fala mais nele. Napoleão saiu então a campo e começou a declarar guerra a toda a Europa, ocupou a Espanha e a Itália, queria conquistar a Inglaterra. Perdeu a grande e decisiva batalha, foi preso e levado para uma ilha de onde fugiu. Formou novo exército e pela segunda vez foi derrotado. Dizem que morreu envenenado, talvez pelos papéis de parede pintados com tinta á base de chumbo... A ilha de Santa Helena, situada longe da Europa, entre o Sul de África e o sul da América do Sul foi um presente português dado á Inglaterra pelo casamento de uma princesa, e ao que parece, ganhou fama por servir de prisão para um francês maluco que queria ser dono do mundo... A França passou muito bem sem ele, e continua passando muito bem sem ele. Se Napoleão existisse ainda a França estaria ainda pior sob o aspecto financeiro.

Carl Marx inventou o comunismo, e logo apareceram líderes falando sobre suas idéias, lá na Rússia, onde parece que elas se faziam mais necessárias e pareciam ser a solução para todos os problemas russos. Esses líderes mataram-se entre si, foram execrados, e surgiu um tal de Stalin que se tornou líder absoluto e vitalício da Rússia, mantendo o comunismo como religião política nacional, e responsável pela morte de aproximadamente 20.000.000 de russos que pensavam diferente. Morreu! Depois da morte dele o povo deixou de ser comunista, assim do dia para a noite, e a Rússia está muito bem sem ele. Há quem pense que se nunca tivesse existido esse tal de Stalin, a Rússia já seria a primeira potencia mundial há muito tempo. Desse até já derrubaram estátuas e os livros de história nem falam muito bem dele.

Mao Tse Tung, era chinês. Era, porque também já morreu. Fez uma grande marcha pela China, escreveu um livro de capa vermelha que era recitado como se fosse um livro de religião, lido por uns garotos metidos a besta que obrigavam o povo a escutar as citações até nos banheiros enquanto escovavam os dentes. A China tornou-se comunista e assim se foi arrastando até á morte dele. Depois enterraram-lhe parte das idéias, e o governo chinês agora é altamente capitalista, embora o povo continue comunista de araque. A desculpa é que o povo deve trabalhar para o desenvolvimento da nação, mas até dirigentes já foram apanhados levando propina de maracutaias com agentes do ocidente. A China cresceu muito sem Mao. Cresceu em altura pelos arranha céus, em tecnologia, em industria, em tudo. Presos continuam sendo sumariamente abatidos com tiro na nuca se assim for a sentença, e é grande o tráfico de drogas e de órgãos humanos para transplante. As cidades estão cheias de poluição e favelas, há trabalho infantil. O mundo fecha os olhos, a China vai em frente, e está em vias de se tornar a grande potência “em tudo” do século XXI. Aqueles livros de antigamente alertando para a “invasão amarela” talvez não estejam tão errados. Temos que esperar um pouco para ver como se comporta a China.

Ao redor do mundo existiram e existem outros “liderecos” de porta de botequim, que decoram meia dúzia de citações de filósofos de antigamente, isto é, de quando os Bancos ainda não mandavam em governos, e que vieram, falaram, citaram, fizeram e já se foram sem deixar nem saudades, tais como Idi Amin Dada, Francisco Franco, Salazar, Hitler, Pinochet, Sadam Hussein, Gadaffi, Fidel Castro (este está indo e só não morreu ainda porque é muito teimoso e Cuba jamais senirá a sua falta).

Lula falou, falou e já saiu do governo, aliando-se a um falsário, corrupto, chamado Maluf. O Brasil vai muito bem sem ele, e logo se verá que Dilma não fará a mínima falta. O Brasil ficará muito melhor depois que esses dois se aposentarem da vaidade e da secura por grana

É a tal coisa... Os líderes ladram e a humanidade passa. Líderes são essas coisas que chegam na humanidade, armam a maior confusão, e depois que morrem o mundo continua o seu caminho que eles interromperam, tal como os cães ladravam para as caravanas que sempre passavam.

A humanidade só reconhece líderes enquanto é enganada. Depois que sabe das verdades, esquece-os nas prateleiras poeirentas do tempo e de vez em quando os vê no cinema. No seu tempo só serviram para atrapalhar o progresso da humanidade. Mas nem Hollywood já se presta para lhes render homenagem. Esses filmes já não dão bilheteira, nem os partidos políticos acenam com filosofias para ganhar votos. Compram votos descaradamente até com dinheiros públicos gastos das mais diversas formas.  


Rui Rodrigues

Para ver como se vive sem lideres de araque, consultar - http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/

domingo, 9 de setembro de 2012

A rica industria da pobreza




A RICA INDUSTRIA DA POBREZA

Fala-se muito em acabar com a pobreza, mas de efetivo, vê-se muito pouco. Parece que a pobreza serve a “alguém” ou a algumas “instituições”


A ignorância nos faz acreditar em muitas coisas que são completamente impossíveis, como salvar-nos de uma doença para a qual não existe cura, transformar nosso casebre num palácio num piscar de olhos, acertar numa loteria milionária. Só um milagre seria capaz disso. No passado da humanidade apareceram uns profetas que amenizaram as ansiedades dos que queriam ficar ricos, curar-se de doenças. Alguns conseguiram ficar ricos fazendo escravos, conquistando pela força de exércitos, matando familiares para ascenderem ao poder, como Brutus matou César. A história, desde a antiga, até a de nossas eras mais recentes, contam-nos a história de uma humanidade onde uns buscam a qualquer preço conseguir o que desejam, e outros se submetem porque não têm a força para impedir que sejam roubados. Hoje, em regimes democráticos – como dizem ser todos os regimes atuais - rouba-se pelas falhas premeditadas das leis, pelo não cumprimento das leis, ou por juizes que mal as interpretam. Não raro os governos que se regem por rígidas constituições, conseguem meios a que chamam legais de alterar a constituição. Os juizes que aprovam estas alterações conseguem convencer senados corrompidos com o poder, de que tais modificações são válidas e não ferem a constituição. Os altos salários e benesses dos senadores, contribuem enormemente para que mantenham, a qualquer custo, aquilo a que chamam Ordem: isto é, a opinião desse bando de senhores e senhoras chamados de senadores e senadoras. Dizem que o povo vota mal. Não, o povo não vota mal. O povo vota nos candidatos que os partidos lhes apresentam para serem votados. Estes candidatos não podem desobedecer às diretrizes dos partidos. Os partidos obedecem às empresas que lhes financiam as campanhas políticas com grandes sobras de campanha.

E a industria da pobreza como funciona?

Descobriu-se, recentemente, na era moderna, uma classe de pessoas que freqüentam universidades em cursos específicos: São os “formadores de opinião”. Essas pessoas não estão interessadas em melhorar a vida de ninguém em geral, ou estabelecer novas filosofias políticas. Elas fazem parte de um grupo de apoio ao governo e aos partidos políticos e dentre outras funções são capazes de: explicar a necessidade de uma nova lei, de uma aliança política inconveniente, de filiar-se a um partido, de justificar absurdos de forma a que se transformem numa “moda” ou numa necessidade. Por exemplo, e pelo “método de redução ao absurdo”, poderiam convencer boa parte da população de que não é conveniente cultivar trigo ou consumir pão de trigo, numa segunda fase, quando faltar trigo, convencer que a culpa é do governo anterior, e numa terceira fase a pedir o impeachment do governo atual porque não apoiou os produtores atuais de trigo. A política, sempre com base em mentiras, falsas necessidades, tenta sempre equilibrar o desconforto dos cidadãos de modo a que estes julguem serem convenientes e aceitáveis ”as regras” que os governos lhes impõem e suas alterações. Em grande parte são ajudados pela religiosidade de grupos religiosos, que vêm na promessa de lugar nos céus, uma sustentável conformidade com as dificuldades da vida. Pensam que depois, lá no paraíso, serão recompensados. Algumas religiões em particular já “oferecem” algo mais imediato: Afirmam que se receberá em dobro o que se der. As igrejas ficam com o dinheiro, e os fiéis com a fé. Este tipo de aproveitamento da inocência popular provoca também, e tem provocado ao longo da história, batalhas e confrontos por diferenças religiosas, devidas à falta de educação nas escolas e instituições de ensino. Religiosos se aproveitam para enriquecer as suas contas bancárias. Em países onde a educação é levada a uma enorme maioria, senão a todos os cidadãos, isto já não é possível em grande escala. A Constituição Européia nem faz  menção a qualquer deus em seus termos e condições. Todas as religiões pregam a teoria da Conformação, segundo a qual, fiel de “deus” - seja deus o que quer que entendam como deus – todo aquele e aquela que se conforma com o modo de vida, não reclama, pode ser extirpado de seus haveres porque nada representam na vida terrena. Mas ficaria a pergunta, para gente inteligente e educada, para que querem então as igrejas esse dinheiro que tiram dos cidadãos fiéis. Dirão que é para construir novas igrejas e angariar mais fiéis. E se todas as igrejas agirem assim, resta a pergunta: Quando será a próxima grande guerra religiosa como no tempo das cruzadas...

Religião afora, como funciona a industria da pobreza?

Pobre não tem noção do dinheiro. Desde a mais tenra infância vive sempre gastando tudo, não porque não saiba economizar, porque até sabe, mas porque o dinheiro é pouco e para ter o suficiente para se sustentar, gasta o pouco, quase nada, que tem. O dízimo que pagam à igreja funciona como um boleto da sorte: Será que serão sorteados no próximo escrutínio da loteria de deus para receberem o dobro do que deram, e até mais, ficando ricos? Ou pobres, mas indo para o céu?  E os altos impostos que pagam embutidos nos gêneros alimentícios? Dizem que “é assim” e que sempre foi. E se passa candidato a eleições que lhes promete uma camiseta, uma bicicleta, umas cestas básicas, vendem seu voto. Acreditam no candidato assim como acreditam em que pagando dízimos irão para o céu. São capazes de passar décadas e décadas esperando por candidato que fará as obras que acabem com os esgotos a céu aberto, sempre cheios de esperança, mas são incapazes de se juntarem, contratarem um advogado e meter uma ação contra a prefeitura que não cuida do que deveria cuidar. Os impostos são tão altos que deveriam ser suficientes para cuidar de tudo, mas não servem para nada. O fim dos impostos é outro: Servir os financiadores de campanhas políticas, os grandes investidores da indústria da pobreza, que ganham sem fazer nada de útil para os cidadãos carentes.

A indústria do tabaco está com seus dias contados. Mas vale lembrar como funciona a economia. Havia. Em algumas marcas, dois tipos de maço para cada marca: o maço de papel comum, e o “flip-top”, feito com cartão, e que podia abrir e fechar toda a vez que se tirava um cigarro do maço. Pois bem: o preço era igual para ambas as embalagens. Mas, como evidentemente, uma embalagem era mais cara do que outra, o que acontecia, era que, a classe mais pobre e em maior número de consumidores da marca, financiava a embalagem mais cara para um grupo menor de consumidores. Poderemos perguntar porque razão a classe mais pobre não comprava “flip-top”. Por uma razão muito simples: por vergonha de usar um produto destinado a “gente de classe”, e por não ser condizente com seu “status”, ou com seus hábitos, ou até com sua roupa. Um maço desses só compravam em festas, em momentos sociais. A falta de educação inibe, limita, causa vergonha própria. Da mesma forma, a industria brasileira vende carros de marcas estrangeiras, vendidos aqui no Brasil, a preço superior ao que exportam. Ou seja, o consumidor brasileiro paga parte do valor dos carros que são exportados para consumidores que, pelo contrário dos nacionais, têm muito maior poder aquisitivo.

Pobres e ignorantes conformam-se com os mandos e desmandos do poder, quer seja emanado do poder público, ou dos sacerdotes das igrejas. O poder público fala em nome dos cidadãos – sem sequer lhes pedir opinião, dizendo-se seus representantes. Os sacerdotes falam em nome de deus, sem sequer saberem se deus fala muçulmano, hindu, língua judaica, inglesa, russa, grega, sioux, guarani ou banto.

Muito tempo ainda decorrerá até que se entenda, pela educação, o que é a Democracia Participativa. Há ainda muito trabalho pela frente.

Mas o que é ser pobre? O Banco mundial diz que é quem ganha menos do que dois dólares por dia... Como de pode acreditar numa estupidez destas? O Banco Mundial é também um formador de opinião e eu não acredito nele. Existe farta documentação a respeito na NET. Para a democracia participativa, por favor consulte http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/.

Rui Rodrigues

sábado, 8 de setembro de 2012

A Família Eunuco



Lá na minha família todo mundo era eunuco. 

Por isso, desde cedo, com ajuda de vovô e vovó, papai e mamãe me ensinaram que criança nascida era presente do Papai-Noel. E me contaram ainda que havia um tal de Saci-Pererê, morador das matas. De tanto crer, um dia o vi. E ele estava pertinho da estaca do curral fazendo careta para minha avó. E como fumava aquele cachimbo feito de cabacinha de jequitibá!
Pobre dela, quase derramou a tina de leite, tão assustada ficou.
Pode ser que seja verdade. Afinal, o que é mentira quando falamos daqueles que são onipotentes, quando não oniscientes e onipresentes?
Papai Noel não trazia os bebês? Há algo mais extraordinário que isso? E o Saci, coitado, por que andaram cortando a perna dele? Deve ter sido coisa de um poderoso, entre raros que admiro.
Ah, o Luiz Paulo está dizendo que vai botar Vitória entre as três capitais mais seguras do Brasil. Papai-Noel vai ajudar; ou ele vai botar o Moleque Saci de guarda?
Coser, de saída, conseguiu construir pontes, metrôs e túneis. e agora vai figurar nos compêndios de Carochinha.
Veja que historinha interessante e bonita poderia ser até um romance, porém é pura tragédia!
Existem coincidências esquisitas nesta historinha, que nem Freud explicaria.
Pode ser verdade. Não sabia que Papai-Noel trepava às escuras.
ACREDITE SE QUISER
PAULO BERNARDO
Ministro das Comunicações é marido da senadora

GLEISI HOFFMANN
Chefe da Casa Civil

GILBERTO CARVALHO
Secretário Geral da Presidência é Irmão de

MIRIAN BELCHIOR
Ministra do Planejamento.essa MIRIAN BELCHIOR foi casada com

CELSO DANIEL
Ex-Prefeito de Santo André, que morreu assassinado. Você sabia e não contou pra ninguém? A Doutora

ELIZABETE SATO
Delegada que foi escalada para investigar o processo sobre o assassinato do Prefeito de Santo André, CELSO DANIEL é tia de 

MARCELO SATO
que é marido de

LURIAN DA SILVA
Que, apenas por coincidência, é filha do ex-presidente

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA.
Exatamente: MARCELO SATO, o genro do ex-presidente da República, é sobrinho da Delegada ELISABETE SATO, Titular do 78º DP, que demorou séculos para concluir que o caso CELSO DANIEL foi um “crime comum”, sem motivação política.
Também, apenas por coincidência, MARCELO SATO é dono de uma empresa de assessoria que presta serviços ao BESC – Banco de Santa Catarina (federalizado), no qual é dirigente

JORGE LORENZETTI
(churrasqueiro oficial do presidente Lula e um dos petistas envolvidos no escândalo da compra de dossiês). E ainda, por outra incrível coincidência, o marido da Senadora

IDELI SALVATTI (PT)

é o Presidente do BESC


CONCLUSÃO: “O POVO TÁ DORMINNO.NÓIS TÁ ACORDADO. NÓIS CUMPANHERU DA INTERNET SOMO VERDADERAMENTE UNIDO PRA FAZÊ O QUE NUNCA ANTES FOI FEITO NESSE PAÍS:OU A CORRUPÇÃO PARA OU NÓIS PARA O BRASIL!
SEJA PATRIOTA

NOTÍCIA DE UNS DIAS ATRÁS
A DILMA "ESTELA-LUIZA-PATRICIA-WANDA" ROUSSEFF no melhor estilo HUGO CHAVES chamou a GLOBO e lembrou que esta chegando a época de renovação de concessão e que o ALI KAMEL estava incomodando, pois se continuasse a cair ministros corruptos logo não teria mais ninguém em Brasília e mandou colocar um "cumpanheiro" no lugar dele, um esquerdista.O nome era AMAURI SOARES, um grande entusiasta dos petralhas.
Isso foi feito, AMAURI SOARES como todo bom esquerdista já entrou colocando mamata para a família, no caso a mulher dele, a PATRICIA POETA, que entrou via peixada no Jornal Nacional. Veja que foto meiga, no meio o possível futuro novo ancora do JN.

VEJA AÍ A  FOTO DA FAMÍLIA DO AMAURI SOARES, PATRÍCIA POETA E FILHO

Isso explica a atual "cara de bunda" do WILLIAM BONNER que viu sua mulher ser obrigada a ter uma crise de "cansaço" e "pedir" para sair e buscar outros ares na tenebrosa manhã da GLOBO junto com programas do naipe de ANA MARIA BRAGA.
Não podemos nos espantar se daqui a pouco o BONNER sair e entrar algum companheiro do partido ou algum outro parente do AMAURI SOARES.
Já que o PT não conseguiu enfiar goela abaixo o controle da mídia, tentado varias vezes por LULA, resolveu enquadrar a maior emissora e formadora de opinião do país na cartilha do partidão.
E assim vai caminhando nossa pseudo-democracia!